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Este documento é parte do nosso Acervo Histórico

Lowndes Report – A Revista do Condomínio Nº 130

1 de outubro de 2016
É fundamental destacar que as informações contidas em nosso arquivo histórico são uma expressão do contexto da época em que foram produzidas. Elas não necessariamente refletem as opiniões ou valores atuais da nossa empresa. À medida que progredimos e nos ajustamos às mudanças em nosso entorno, nossas visões e princípios também podem evoluir.
Capa Lowndes Report 130
Espaço Lowndes

Melhor para os Clientes

A LOWNDES concluiu a implantação do Customer Relationship Management (CRM), um sistema de gestão de relacionamento com o cliente para garantir mais ainda a qualidade do atendimento prestado a quem procura pela empresa. A ferramenta tecnológica permite que a administradora possa registrar, acompanhar e solucionar de forma eficiente todos os atendimentos solicitados por síndicos, condôminos, locadores, locatários, empregados dos condomínios, fornecedores, fiadores e procuradores. Tudo com a máxima transparência, agilidade e correção.

O tratamento e endereçamento das demandas resulta em um fluxo de trabalho mais eficiente, com uma precisão muito maior em todos os atendimentos. A ferramenta aprimorou os processos internos, a partir da adoção de um software específico para a empresa e o treinamento de todos os colaboradores, além da integração das atividades desenvolvidas por eles, a fim de que houvesse uma parametrização e controle de fluxo de informação e tempo de resposta.

Os atendimentos referentes a cada cliente e todas as suas etapas ficam registrados. Um histórico importante que serve até para gerar relatórios que levem a novos produtos e serviços, de acordo com as demandas que sinalizam. Com tudo isto, os funcionários podem alimentar, consultar e trocar informações de forma rápida e eficaz, tendo uma base maior para a execução de seu trabalho.

Lowndes implanta CRM

O CRM facilita a gestão dos relacionamentos da Lowndes com seus clientes, proporcionando maior qualidade na prestação de serviços de administração. É a Lowndes seguindo sua missão de bem servir sempre, com competência e confiabilidade.


Atualidade

Jardinagem e paisagismo: O seu condomínio mais verde

São muitos os benefícios das plantas vivas, como proporcionar temperaturas mais amenas, ambiência agradável e maior valorização do imóvel. Mas, como qualquer ser vivo, as plantas exigem cuidados específicos e é importante saber escolher a melhor opção para manter o condomínio mais verde. Atualmente, há várias alternativas, desde as jardineiras com sistemas de substratos e irrigação automatizada. Para quem tem pouco espaço, há paredes, muros e telhados verdes. Há quem mantenha um jardineiro em sua equipe de profissionais e quem prefira as empresas terceirizadas. Algumas destas com produção própria de plantas, facilitando a aquisição para renovação do jardim, outras até com serviço de instalação de sistema automatizado de irrigação. Saiba qual a solução mais adequada para o jardim do seu condomínio e aproveite as dicas de quem investe no verde.

Jardinagem e paisagismo

Parte da area privilegiada que o Condominio Daniel Maclise mantém, com o novo caramanchão

Parceria com um Fiel Jardineiro

O Condomínio Daniel Maclise tem a felicidade de contar com um síndico que ama jardins. “Cuidar deste item da administração é um prazer”, afirma Luiz Afonso Filho. Associado do Jardim Botânico, é ele que, em companhia do jardineiro João Paulo, colaborador há 3 anos do edifício, seleciona as espécies, desenha e redesenha cada nicho do jardim do condomínio. Pomar, horta, bromeliário, orquidário, cactário e, mais recentemente, canteiros de arbustos de crotalária juncea, plantas cujas flores atraem um predador natural do mosquito Aedes aegypti, compõem o jardim privilegiado do condomínio. “Nunca pensei em terceirizar este serviço e, hoje, com a interação que tenho com o João, isto está fora de cogitação”, conta o síndico, que já contratou trabalho específico de paisagismo e, inclusive, foi quem indicou o jardineiro atual, mas sempre para um serviço pontual. “Estou sempre atento às espécies diferentes e vamos, semanalmente, ao Jardim Botânico pesquisar opções, comprar novas plantas”, conta Luiz Afonso, que trouxe de Inhotim, Minas Gerais, mudas de ora-pro-nobis e filodendro que já foram multiplicadas e hoje ocupam canteiros inteiros.

Jardineiros cuidam dos jardins do Condomínio Moretto

Jardineiros contratados cuidam dos jardins do Condomínio Moretto

Foi assim que também escolheu a flor de jade, espécie cujas flores têm a cor do mineral, para cobrir o caramanchão, o item mais recente a enfeitar o jardim do condomínio. “Curto muito este jardim. Fico no escritório boa parte do dia e as saídas para cuidar dele, ou só para apreciá-lo, é um exercício diário que me renova”, afirma, adiantando que, em breve, toda a marquise da frente do prédio estará coberta por russélias floridas, garantindo mais beleza também para a fachada. “É uma chorona verde e vermelha de efeito muito bonito”, diz o síndico do Daniel Maclise, edifício que chama a atenção de quem passa na rua pela escultura branca sobre um gramado impecável de grama esmeralda, na entrada. “Ela veio de longe e a sua qualidade é inigualável. Não há quem não aprecie”, completa.

Assistência Completa

O Condomínio Moretto, na Barra da Tijuca, mantém um contrato de jardinagem e paisagismo com uma empresa que oferece jardineiros capacitados. A opção inclui um profissional no local de segunda a sexta, das 8 às 18 horas, para a execução de todos os cuidados com o jardim. Fazem parte da rotina de trabalho podas de arbustos, regas, varreduras, defensivos e plantio. As plantas são pagas à parte, mas têm preço de custo, pelo fato da empresa ser também produtora. O condomínio reúne dois blocos e jardins no playground e mais na frente recuada dos edifícios. O síndico Carlos Jimenez considera o serviço completo o aspecto mais positivo desta opção para o item jardim. “Tivemos por muitos anos um jardineiro fixo, mas, com a saída dele, consideramos o tempo de experiência da empresa no atendimento a condomínios da região e fizemos a escolha que tem nos atendido muito bem. A área de jardim é grande e precisamos de um trabalho especializado”, afirma. Para o diretor da empresa, paisagista, filho e neto de produtores, com propriedade para a produção das plantas e atendimento a condomínios com serviços de jardinagem e paisagismo há 14 anos, é na capacitação do empregado terceirizado, além do acesso a projetos e espécies de plantas, que esta o grande benefício da terceirização. “Se a empresa possui esta estrutura, este é menos um item para o síndico administrar. O mais importante é que o trabalho apresentado ao condomínio seja o mais completo no atendimento a este item da administração condominial que é cada vez mais valorizado e que, se bem cuidado, garante maior valorização aos imóveis”, afirma Claudio de Oliveira Nascimento.

Regas com Mangueira ou Sistema Automatizado?

Com a escassez de água e a maior conscientização para a economia necessária deste recurso natural, surgiram as críticas à rega com mangueira e, com elas, as opções que reduzem o consumo, adequando o volume de água necessário a cada planta. Usando aspersores, micro spray ou gotejamento e outros, estes equipamentos são ligados a um sistema automatizado. Ele garante regras programadas, considerando a umidade local e o sombreamento, revelando-se uma opção para o paisagismo de residências, comércios e condomínios. Segundo especialistas, já há paisagistas que, inclusive, não realizam trabalho sem a solução, devido ao preço elevado de muitas espécies, algumas delas raras, que podem morrer devido a regras mal feitas. “Não é apenas uma questão de economia de água, mas também de manutenção de plantas caras que, incluídas no contrato de paisagismo, trazem prejuízos às empresas se mal cuidadas”, afirma Fernando da Silva Ribeiro, representante comercial da empresa carioca que oferece a solução. Com uma única fábrica dos equipamentos no Brasil, os sistemas só começaram a se popularizar depois que esta passou a dar cursos de qualificação técnica e formar instaladores. “Com isto o custo da solução vem reduzindo e, atualmente, chega a custar o preço de uma única planta, o de uma palmeira Azul Bismark, por exemplo”, garante, dizendo que a irrigação automatizada tem ainda um segundo importante benefício, que é o tempo de trabalho do funcionário. “A rega tradicional, além de poder ir além ou ficar aquém da necessidade da planta, ainda toma muito tempo do empregado. Com a automatização, ele se libera para outras atividades”, completa Fernando.

Síndico Luiz Afosno com a espécie que atrai uma libélula, predador natural do mosquito Aedes Aegypti

O síndico Luiz Afonso Filho com a espécie que atrai uma libélula, predador natural do mosquito Aedes Aegypti

Paredes e Telhados Verdes

Estruturas tomadas por plantas dão a impressão de que o que se tem é uma parede, muro ou um telhado verde. O resultado estético é muito bonito, mas o benefício não é só este. A opção tem como resultado a redução da temperatura ambiente e o abafamento do ruído externo, além, é claro, da valorização dos imóveis. As chamadas cortinas verdes são uma solução arquitetônica também para reduzir o consumo de energia elétrica, pois permite usar menos os aparelhos de ar-condicionado. O arquiteto Renato Giro, presidente da Associação das Empresas Impermeabilizadoras do Rio de Janeiro, diz que tanto em telhados, quanto em paredes, é um suporte não grudado na construção que sustenta as plantas e a sua irrigação, permitindo a criação de um bolsão de ar entre a edificação e a vegetação, espaço que funciona como um isolamento térmico. “Devido a isto é importante avaliar a necessidade de impermeabilizar parede ou telhado”, afirma Giro. Este tipo de jardim requer estudos específicos para cada caso. É necessário prever espaços suficientes para as espécies se desenvolverem e estas também são específicas para cada tipo de proposta e ainda as mais indicadas para o clima da região. Os itens a serem considerados são o peso extra para a estrutura, a correta impermeabilização, irrigação e drenagem. O serviço é especializado, envolve paisagista, empresa de impermeabilização e instaladores e, por ser ainda uma novidade, seu custo é elevado.

Manutenção Constante é o que Faz a Diferença

Além dos cuidados com regas, limpezas, adubação e podas regulares, é fundamental que os moradores colaborem para manter o jardim sempre bonito, realizando campanhas de conscientização para não jogarem lixo no local, não pisotearam a grama e recolherem as fezes de seus cães e gatos.

Duas Árvores e Uma História de Amor Interrompida

Em um recanto aprazível da Tijuca, no Condomínio Skorpios, dois Flamboyants vermelhos somam 20 metros de altura, mais de 70 anos de idade e muito amor dos moradores. Todos agora estão apaixonados, pois terão de perder uma delas e podar a outra.

A descoberta, há mais de um ano, de que uma estava oca resultou em uma verdadeira comoção e iniciativas por sua preservação. A primeira providência do síndico, Medeiros, foi contratar um engenheiro agrônomo credenciado pela Fundação Parques e Jardins (FPJ). Com 25 anos de experiência, ele fez uma limpeza nas árvores e usou poliuretano para preencher os buracos. Em uma delas, a cavidade era bastante profunda. Na ocasião, o especialista tranquilizou o síndico quanto ao risco de queda ao dizer que, por estarem entre dois prédios, protegidas assim de ventos fortes, corriam menos risco. Mas, já adiantou que não poderia garantir o futuro delas, pois, em suas condições, especialmente a de uma delas, poderiam durar cinco meses ou cinco anos.

Ele também explicou que, caso as árvores estivessem na rua, a COMLURB deveria ser acionada, mas, por estarem dentro do condomínio, a orientação é para que o síndico entrasse em contato com a FPJ, realizando previamente a convocação de uma assembleia específica para obter autorização dos moradores. “O cuidado é grande porque o condomínio tem responsabilidade jurídica e o sindico muito mais. Comprovado o risco, temos a obrigação de tomar todas as providências necessárias e há procedimentos específicos da FPJ para isso. Um dos documentos exigidos é a ata desta reunião”, disse, acrescentando que estão todos tristes, pois as árvores têm muita história. “A dona da casa que a vendeu para dar lugar ao prédio impôs como condição a preservação das árvores. Muitos cresceram com elas; há quem não queira sequer que sejam podadas, não se importando dos galhos entrarem em sua sala. Só de ouvir falar da perda de uma delas tem um morador que chora”, conta.

Lamentavelmente, depois de um ano, o engenheiro foi novamente chamado ao condomínio e, em seguida, à FPJ. Depois de reavaliadas, ambos disseram que realmente não é seguro manter uma das árvores e que deverá ser providenciada a sua retirada. Quanto à outra, a orientação foi para se fazer uma redução do diâmetro da copa para melhorar seu equilíbrio.

Com base nesta avaliação, a própria FPJ encaminhou processo para emissão de licença de remoção. Depois, já de posse deste documento, o condomínio deverá contratar uma pessoa, ou empresa, credenciada pela FPJ para que o serviço seja realizado. A FPJ mantém em seu site (www.rio. rj.gov.br/web/fpj) a documentação exigida e o formulário de solicitação de autorização, bem como uma relação de pessoas físicas e empresas credenciadas para a realização dos serviços necessários. O endereço da FPJ para a entrega da documentação é Praça da República, s/n, centro.

Condomínio Skorpios com dois Flamboyants

O Condomínio Skorpios ainda com os dois Flamboyants


Hidrômetros individualizados

Luiz Alberto de Carvalho
Sócio-diretor de empresa com mais de 20 anos de experiência no mercado de instalações hidráulicas e elétricas

Cresce a pressão por medidas que economizem água. O município do Rio, desde 2011, e também o Governo Federal, desde julho, obrigam que os novos empreendimentos sejam entregues com hidrômetros individualizados. Para o sócio-diretor de empresa instaladora dos equipamentos do mercado carioca, com 20 anos de experiência no mercado de instalações hidráulicas e elétricas,

Luiz Alberto de Carvalho, é uma questão de tempo para que todos os condomínios tenham que adotar a medição individual como forma de reduzir o consumo em função da escassez e do alto custo da água. Ele explica o que é a solução, que possibilidades existem para as edificações já construídas e recomenda: façam campanhas internas de conscientização para reduzir o consumo de água.

LOWNDES REPORT – No que consiste a medição individualizada de água?

LUIZ ALBERTO DE CARVALHO – A medição individualizada de água consiste na instalação de hidrômetros capazes de medir individualmente e com precisão o consumo de água de cada apartamento em prédios novos e antigos. Cabe ressaltar que a instalação dos hidrômetros não determina a economia na conta de água dos condomínios. O que ocorre é que, assim como nas demais contas de consumo, como as de luz e gás encanado, os usuários passam a saber quanto gastam individualmente, buscando corrigir vazamentos e conter os desperdícios, gerenciando melhor o uso e fazendo com que a conta total do condomínio caia, levando a reduções significativas no consumo geral.

LOWNDES REPORT – Qual o percentual de redução?

LUIZ ALBERTO DE CARVALHO – O percentual médio que temos observado nos prédios em que instalamos é de 35% na redução dos custos com água. No entanto, a economia já atingiu 70% em alguns condomínios. E os ganhos não se limitam a uma cobrança mais justa, visto que cada condômino passa a pagar efetivamente pelo que consome e mais a sua cota-parte nas partes comuns, promovendo uma real justiça na cobrança da água e transparência na apresentação da conta. É preciso destacar que, além da vantagem financeira, há a questão da preservação da água e, também, da valorização dos imóveis. Com o sistema instalado, eles apresentam uma valorização de, aproximadamente, 5% em seu preço final.

LOWNDES REPORT – Qual a média de investimento e tempo de retorno?

LUIZ ALBERTO DE CARVALHO – O investimento varia para cada condomínio em função de suas características. Para a precificação, uma criteriosa vistoria deverá ser realizada pela empresa contratada, sem nenhum custo para o condomínio. Para prédios novos, preparados para a medição individualizada de água, em que basta a instalação de um hidrômetro para cada apartamento, o investimento médio é de R$300,00 por unidade e o retorno é praticamente imediato. Quando o prédio é mais antigo, ou seja, o projeto hidráulico não previu a instalação da medição individual de água, o valor do investimento varia muito, pois depende das instalações existentes. Neste caso, o prazo de retorno varia também, pois deve se considerar o valor do investimento e as diferentes características de cada condomínio, como número de unidades, perfil atual de consumo versus novos comportamentos após a instalação da medição, quantidade de desperdício (vazamentos), quantidade de itens da área comum que utilizam água, etc. Em média, o prazo de retorno destes casos é de 18 meses após o início da medição individual. Mas, os ganhos com a economia são imediatos, pois, na medida em que o sistema é instalado, ela se inicia, sendo percebida claramente após 30 dias do funcionamento do sistema.

Luiz Alberto mostra equipamento hidráulico

Além da segurança e agilidade das informações de consumo, a tecnologia por telemetria alerta sobre possíveis vazamentos, fraudes, etc., dando mais segurança ao processo”
Luiz Alberto de Carvalho é especialista em instalações hidráulicas e elétricas

LOWNDES REPORT – Como é a instalação nos diferentes tipos de condominios e o que envolvem?

LUIZ ALBERTO DE CARVALHO – A empresa contratada deve realizar uma vistoria para verificar as características do condomínio e definir qual o procedimento técnico mais adequado.

A princípio, todos os prédios podem instalar um sistema de medição individual. Existem essencialmente três tipos padrão com custos bastante diferentes: o primeiro é quando o prédio tem previsão, realizada nos casos de prédios novos já com a instalação hidráulica preparada para receber os equipamentos de medição. O custo desse procedimento é bem menor, pois não precisamos refazer a instalação hidráulica do condomínio. Neste caso, faz-se apenas a instalação dos hidrômetros. O segundo tipo de instalação é o interno, no qual a instalação dos hidrômetros é feita em diversos pontos de consumo, em prédios sem previsão, mas com viabilidade técnica. É realizada no interior das unidades, sem a necessidade de substituição da rede hidráulica, mas com uma pequena obra em cada unidade. Esta solução depende de análise de viabilidade técnica, pois nem todos os prédios podem adotá-la. O terceiro tipo de instalação é aquela que é feita em prédios antigos, onde há a necessidade da instalação de uma nova tubulação antes da instalação dos hidrômetros, chamado de retrofit hidráulico. Nesse caso, além da economia de água, o prédio ganha uma nova tubulação de água, instalada paralelamente à antiga, que só é desativada quando da conclusão da nova, evitando causar maiores transtornos aos moradores.

LOWNDES REPORT – Que soluções tecnológicas o mercado já oferece em termos de leitura de medição?

LUIZ ALBERTO DE CARVALHO – A tecnologia atual de leitura amplamente utilizada para medição individual de água é por telemetria. Consiste em acoplar um rádio transmissor ao hidrômetro, que deve ter a previsão para instalação de telemetria. Assim, ele transmite por rádio-frequência o índice da leitura que está registrado no hidrômetro para uma central no prédio, evitando erros, além de muitos outros benefícios. Esta tecnologia é fundamental para a segurança e confiabilidade na leitura correta e precisa dos consumos de água de cada unidade. Além da segurança e agilidade das informações de consumo, a tecnologia por telemetria nos alerta para possíveis vazamentos, fraudes, etc, dando mais segurança ao processo. Sem a telemetria, teríamos que fazer a leitura Visual ou manual, que já é ultrapassada, pois resulta em muitos erros. Isto ocorre porque o leiturista tem que anotar o que marca no visor do hidrômetro, que em muitos casos está em locais com baixa luminosidade ou de difícil acesso. Depois de ler ainda tem que digitar. Um erro no consumo de um apartamento implica em cobrança errada não somente ao condômino, mas também a todos os demais, que deverão arcar com a diferença para fechar a conta da concessionária que o condomínio continua tendo que pagar. Outro diferencial importante é a possibilidade de integração do sistema da empresa individualizadora com o sistema da administradora do condomínio, de forma a importar os dados automaticamente, sem digitação, evitando erros e agilizando o processo.

Outra tecnologia disponível é a de leitura por GPRS – General Packet Radio Services ou Serviços Gerais de Pacote por Rádio. Esta tecnologia permite a transferência de dados via internet e não necessita de deslocamento físico até o condomínio. Neste caso, a leitura pode ser diária e até a toda hora, de acordo com programação, podendo-se detectar vazamentos imediatamente e assim evitar desperdício de água e de dinheiro.

LOWNDES REPORT – O que é importante saber antes de buscar uma empresa que ofereça a solução?

LUIZ ALBERTO DE CARVALHO – Ao contratar uma empresa para implantar a medição individualizada, o síndico, em conjunto com os condôminos, deve considerar tanto a “expertise” e a tecnologia da empresa, como também o nível de satisfação dos clientes, buscando ouvir clientes que já utilizaram seus serviços. O atendimento e o suporte técnico na instalação e, principalmente, após o serviço, é o ponto fundamental a avaliar. Afinal, é neste momento que se inicia a gestão do consumo que, além das leituras mensais precisas dos hidrômetros, oferece consultoria e suporte ao condomínio na escolha do melhor método de cobrança, considerando diversos fatores, tais como características do condomínio, taxa de ocupação em caso de prédios novos, itens na área comum que consomem água, entre outros. A empresa contratada deve ainda realizar a gestão do consumo e enviar mensalmente extrato digitalizado do consumo por unidade, inclusive detectando e informando consumos fora do padrão, o que pode caracterizar possíveis vazamentos.

LOWNDES REPORT – Para quem não é possível empreender a obra, a que solução pode recorrer para reduzir o consumo de água no condomínio?

LUIZ ALBERTO DE CARVALHO – Existem outras possibilidades que visam a economia de água, tais como campanhas internas de conscientização do consumo, verificação periódica de vazamentos, substituição de torneiras e descargas por modelos econômicos, instalação de redutores em torneiras e chuveiros, etc. No entanto, a administração do condomínio não tem como garantir que todos os condôminos colaboraram e mudaram seus comportamentos de consumo e que farão o monitoramento adequado de vazamentos, ou mesmo a substituição das torneiras, ou de outros que resultem em economia de água. Este trabalho de conscientização deve ser permanente e feito não apenas pelo condomínio, mas por toda a sociedade.


Capa

Seguro Condominial

Como prevenir-se considerando as novidades na atuação das segurados e jurisprudências

Representação gráfica de um bem sendo cuidado

Um curto circuito no Condomínio Maria Nilza, na Ilha do Governador, queimou o inversor de frequência do elevador que atende ao condomínio. Acidente que, segundo a conservadora, ocorreu em virtude de uma sobrecarga na rede. A troca ficou em 12 mil reais e o edifício pagou apenas a franquia. Procedimento padrão? Sim, mas somente se a seguradora com a qual o condomínio mantém o seu seguro não impõe cláusula de depreciação por acidentes com elevadores. A novidade muda tudo e, no entanto, vem se tornando recorrente, com seguradoras aplicando depreciações da ordem de até 90%. A síndica do condomínio, Jane da Cruz, agradeceu o trabalho da corretora, que, experiente, a orientou na escolha não apenas das coberturas, mas também da seguradora que lhe garantisse maior tranquilidade em caso de acidente.

E este é apenas um dos vários aspectos a que os síndicos devem estar atentos ao fazer ou renovar o seguro do condomínio. O alerta é da corretora Heloisa Nogueira, com mais de 20 anos de experiência no mercado de seguros. É com base em casos ocorridos e, também, em jurisprudências relativas a celeumas que envolvem a área de seguros, que se mantém informada para melhor orientar os clientes.

É desta forma que está atento ao encaminhamento dos atendimentos prestados aos edifícios de São Conrado, Canoas e João, ambos afetados pela explosão de gás ocorrida há um ano. O primeiro deles, onde aconteceu o acidente, tinha uma cobertura contratada abaixo do valor do custo da obra, ainda incompleta até o mês de julho. Orçamento total de mais ou menos um milhão a menos que o valor do custeio da obra. Por isso, a orientação é para, ao realizar um seguro de edificação, tomar como base o CUB, que é o custo da unidade básica de construção, mais um valor presumido para demolição. “Um valor arbitrado nunca dá em bom resultado. É importante ainda considerar o custo da etapa de demolição, pois este fera de ser desembolsada em acidentes desta magnitude”, orienta Heloisa.

Palestra com Heloísa Nogueira sobre seguros condominiais

Heloisa Nogueira é corretora

Fernando Coelho, síndico do Edifício Joá, afirma que ao fazer o seguro sua maior preocupação é sempre buscar informação junto a sua corretora e ainda colocar o valor da apólice em um patamar que garanta o máximo de segurança ao condomínio em caso de acidente: “Nós já tínhamos tido sinistros por conta de problemas com carga elétrica, e até soubemos recentemente que, em um dos casos, a seguradora que cobriu os custos está na justiça tentando ser ressarcida pela operadora de energia. O acidente ocorrido no edifício Canoas causou um grande estrago em nossa área de lazer, por causa dos escombros da explosão, que nos atingiu muito fortemente. Com base nesses fatos, procurei me informar detalhadamente sobre as coberturas, principalmente quanto aos valores destas e o que eles significavam hoje. Mas, em ambos os casos, foi bem tranquilo, pois estávamos bem segurados, com coberturas corretas. Às vezes, simplesmente reajustaremos os valores da apólice por ocasião da renovação pensando que as surpresas estão muito distantes de nós. Mas a verdade é que podem estar do nosso lado”, explica Coelho.

A Questão da Imputabilidade da Responsabilidade Civil

Outro alerta importante feito pela corretora é para os casos denominados fortuitos e de força maior, que são as ocorrências de difícil previsão que geram um ou mais efeitos inevitáveis. Sâo elas que fazem excluir-se das apôlices danos em decorrência de fenômenos da natu- reza, como um vendaval, ou questôes sociais, como os atos de terrorismo. O entendimento do STJ para estes casos, geralmente, segue a determinação do Código Civil, que diz que o caso fortuito ou de força maior existe quando uma determinada ação gera consequências, efeitos imprevisíveis, impossíveis de evitar ou impedir e, portanto, não cabe cobertura, negando pedidos de indenização.

No entanto, Heloísa chama a atenção para casos que deixam claro que as decisões consideram também o peso da responsabilidade de prevenir-se. “No caso da queda de uma árvore, por exemplo. Se ela estava em bom estado e cai em decorrência de vendaval, aplica- se o ato fortuito. Porém, se for constatado que ela estava em mau estado, a seguradora não paga o seguro e isto é um entendimento já consagrado no Judiciário, tornando nulas ações que busquem reverter este resultado”, explica.

Nem todas as ações julgadas no STJ são simples de analisar. Por isto, a orientação para fazer com que os síndicos entendam o seu papel, prevenindo-se da melhor forma possível. Afinal, como se diz, o seguro morreu de velho.

Para exemplificar, Heloisa cita dois casos que se tornaram clássicos nos estudos jurisprudenciais: “Um urubu tragado pela turbina do avião durante o voo seria um caso fortuito, certo? Mas o STJ considera que acidentes entre aeronaves e urubus já se tornaram fatos corriqueiros no Brasil, o que derruba a tese do fato imprevisível. Resultado: a companhia aérea foi obrigada a indenizar o passageiro. Há ainda o caso do buraco causado pela chuva numa via pública, que acabou matando uma criança. Caso fortuito? O STJ decidiu que houve omissão do Poder Público, uma vez que o município não teria tomado as medidas de segurança necessárias para isolar a área afetada ou mesmo para consertar a erosão fluvial a tempo de evitar uma tragédia. Isto serve para demonstrar que nem sempre o julgamento dos fatos é simples”, detalha.

Este segundo chama a atenção para acidentes ocorridos em decorrência de pisos molhados de chuvas. “Eles devem ser sinalizados, da mesma forma que é feito quando se está fazendo a limpeza das áreas do condomínio. Em caso contrário, o judiciário pode entender que houve omissão, ao não se isolar a área, sendo assim responsável pelo acidente”, alerta.

Por tudo isto, a obrigação do síndico de realizar a contratação e a renovação do seguro, com a cobertura capaz de cobrir os danos por eventuais acidentes, requer um cuidado maior. E só um corretor está apto a auxiliar os síndicos neste momento.

Para Saber Mais

SEGUNDO O CÓDIGO CIVIL:

Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não eram possíveis de se evitar ou impedir.

ESTIMATIVA DE COBERTURA PARA OBRA DE ACIDENTES EM EDIFICAÇÕES:

Utiliza-se o CUB – Custos Unitários Básicos da Construção, calculados pelos Sindicatos da Indüstria da Construção Civil espalhados por todo o Brasil. conforme disposto na ABNT NBR 12721:2006, em cumpri- mento à Lei n° 4.591/64, corn base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação, seja para construção ou reconstrução.


Destaque

Para Manter o Condomínio Livre de Pragas

Profissional realiza dedetização em condomínio

Avaliação de espécies no local, rigorosa periodicidade nas ações de combate e higiene dos ambientes são as principais armas contra ratos, baratas, mosquitos e cupins.

Combater as pragas urbanas exige atenção. Encarar apenas como uma burocracia, uma obrigação a mais, pode levar a riscos à saúde e à perda de recursos em vão. Isto porque cada espécie tem suas características. É preciso considerar a questão da sazonalidade, os cuidados permanentes de prevenção mais adequados para as diferentes áreas, de acordo com as espécies existentes ali. A recomendação dos especialistas é seguir o cronograma de controle para cada uma delas. O básico é: roedores a cada três meses e baratas (periplaneta americana) a cada seis meses. “De um modo geral, os condomínios optam por fazer a cada três meses, garantindo uma maior prevenção. Mas vale lembrar que são necessárias avaliações das espécies que estão infestando o local, pois cada uma tem um tratamento e prazos diferenciados para o seu combate”, recomenda Monica Martins, bióloga de uma empresa com cinco anos de atuação no mercado de soluções, controle ambiental de vetores e pragas urbanas.

Quanto à toxicidade, a alegação das empresas é de que os produtos utilizados atualmente não apresentam riscos e são até sem cheiro. Mas, não é bem assim. Os produtos tradicionais são químicos e agridem o meio ambiente, sendo agressivos para os animais e as pessoas, principalmente, para as que trabalham cotidianamente com seu manuseio.

Já existem produtos orgânicos, à base de plantas, para repelência de mosquitos, baratas e outras pragas que, em ambientes controlados, são muito eficazes. “Eles são capazes de eliminar as pragas sem a necessidade da utilização de produtos químicos em ambientes controlados. Mas, para locais com altas infestações, os recomendados ainda são os quimicos”, orienta. Como qualquer produto orgânico, o custo é mais elevado do que os produzidos em larga escala. “Por isso, são poucos ainda os que optam pelo manejo ecológico de pragas, pelo bio-fumacê, por exemplo. Mas a tendência é que cresçam com o maior conhecimento e conscientização para os cuidados com a saúde e o meio ambiente”, afirma. Os produtos utilizados neste manejo são extraídos de sementes, folhas e caules, e, diferente dos produtos químicos, não oferecem quaisquer riscos e ainda têm aroma agradável.

Mosquito Aedes Aegypti morto

Nos últimos anos, houve um aumento considerável da demanda para a desmonetização contra mosquitos, por causa das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti

De um modo geral, os condomínios optam por fazer a cada três meses, garantindo uma maior prevenção. Mas vale lembrar que são necessárias avaliações das espécies que estão infestando o local, pois cada uma tem um tratamento e prazos diferenciados para o seu combate.”

Mônica Martins, Bióloga

Por sua experiência, Monica afirma que o básico em condomínios é o controle de roedores e baratas, com um aumento considerável nos ûltimos anos da demanda para a desinsetização contra mosquitos (fumacê), por causa das doenças transmitidas pelo aedes aegypti. Para esta praga, a especialista alerta para a necessária continuidade das ações no combate aos criadouros, devido às características desta espécie de mosquito.

Já para as outras pragas, a orientação é manter sempre os locais organizados, sem acúmulo de lixo e resíduos de alimentação, a fim de evitar a proliferação de ratos. Caixas de gordura e fossas também devem ser mantidas limpas para o necessário controle de baratas.

Para Manter o Condomínio Livre das Pragas

» Mantenha caixas de esgoto bem fechadas.

» Acondicione corretamente o lixo.

» Não entulho materiais em desuso.

» Realize limpezas constantes dos ambientes e depósitos.

» Mantenha áreas de jardins sempre capinadas » Elimine todo acúmulo de água.

Sete passos para contratar uma empresa do setor

A ABCVP – Associação Brasileira de Controle de Vetores e Pragas divulga os seguintes passos:

SAÚDE E SEGURANÇA: Verifique o registro no INEA, se este registro está em dia e se é associado a alguma associação;

PROFISSIONALISMO: Só aceite orçamentos depois de uma visita técnica;

LIDERANÇA: Verifique se a empresa tem responsâvel tècnico e procure falar com e/e diretamente;

COMPROMISSO: S6 aceita orçamentos fechados. Evite que o preço possa variar durante a execução do serviço;

RESPONSABILIDADE: Não confie em anúncios bonitos ou explicações somente. Solicite os documentos. Isso é um direito do cliente;

QUALIDADE: Lembre-se que preço baixo é bom, mas que saúde e segurança são melhores. Não confie em preços exageradamente baixos. Avalie o custo benefício;

CIDADANIA: Após aplicação, exija a nota fiscal de serviço sem comprovante de execução de serviços ou ordem de serviços. Eles são a sua garantia.


Tome Nota

Sambaíba Completa 60

Fachada reformada do condomínio Sambaíba

Na imagem, fachada atual recém reformada

“Encerrando-se mais uma vitoriosa iniciativa imobiliária da Cia. de Administração e Incorporações Lowndes, foram entregues as chaves dos apartamentos do Edifício Sambaíba aos seus respectivos proprietários” Esta notícia foi divulgada em junho de 7956. Na ocasião, comemorava a entrega do empreendimento, destacando-se os detalhes que deixavam clara a magnitude e a imponência do edifício, do alto Leblon, que agora completa 60 anos. Projetado pelos arquitetos MM Roberto, com concepção moderna e amplo jardim idealizado e executado por Burle Max, o Sambaíba compõe-se de quatro pavimentos sobre pilotis. Parabéns a seus proprietários!

Condenação por Objeto Lançado da Fachada

Condomínio responde processo

A 1“ Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou um condomínio do litoral catarinense a pagar indenização a dois pedestres atingidos por objetos que caíram de uma das janelas da fachada do edifício. 0 entendimento é o de que cabe ao condomínio zelar pela segurança da fachada de suas unidades, o que justifica incluí-lo na parte passivo de processo que cobra indenização por eventuais danos causados pela queda de objetos. O condomínio havia defendido sua ilegitimidade, afirmando que os acontecimentos ocorreram por caso fortuito ou de força maior e que, como foi identificado o proprietário do apartamento, não poderia ser colocado no processo. A Câmara Cível, no entanto, decidiu pela responsabilidade objetiva do condomínio e manteve a condenação.


Deu Certo

Hora de Colher os Frutos

Condomínio Botafogo Easyway

Célia Regina Gomes é síndica do Condomínio Botafogo Easyway, em Botafogo, por quatro gestões. Ao longo deste tempo vem fazendo muitas melhorias na área social, de segurança e de manutenção, mas o seu grande foco é a administração de pessoal na qual realizou uma verdadeira revolução. O resultado é um novo comportamento, mais profissional, com efetivo aumento da qualidade de atendimento ao edifício. “Levou tempo, deu muito trabalho, mas hoje colhemos os frutos que plantâmes”, comemora. Para a síndica, o funcionamento dos edifícios não pode mais ser o residencial, mas o empresarial. “Não cabe mais paternalismo de qualquer espécie. Toda a abordagem precisa ser profissional”, afirma. E é desta forma que imprime excelência ao condomínio.

Quando diz que o trabalho foi grande não está brincando. A reestruturação do quadro envolveu a redução do nûmero de funcionários e a troca de vários outros, a instalação de ponto biométrico e de sistema informatizado de controle de acesso, com a criação de clausura, um recuo fechado que permite maior segurança na identificação antes da liberação do acesso de pessoas, e portão estepe na garagem, que funciona da mesma forma, e de troca de informação entre sindica, conselheiros e colaboradores por whatsApp e via wi-fi. Tudo feito para modernizar e dar pleno funcionamento ao edifício, com qualidade, agilidade e praticidade. “O maior desafio é sempre aquele que envolve pessoas”, diz, contando que, depois de formar a equipe, um grupo de 12 colaboradores, foi preciso ainda unir todos em torno de um mesmo ideal. Um processo de mudança de mentalidade, com o objetivo de profissionalizar o atendimento ao condomínio.

“Dependemos das pessoas, e de pessoas que sejam profissionais capazes de fazer as coisas acontecerem. Mas depois que você consegue isto, tudo flui”

Célia Regina Gomes, sindica

E, conforme ia vencendo as resistências, ia também ampliando e melhorando benefícios, dando a contrapartida que considera necessária. “É a sinergia com o foco da administração, que deve ser o fio condutor. Eles são a alma do prédio, o nosso cartão de visitas, e é fundamental que tenham esse entendimento”, diz. Neste sentido, também mudou a administradora. “Sou empresária e foi esta experiência que quis trazer para cá. Condomínio não visa lucro, mas é preciso considerá-lo, substituindo-o por bem estar, e todos os envolvidos devem estar em sintonia com este objetivo”, defende.

Fachada do Condominio Botafogo Easy Way

Fachada do Condomínio Botafogo Easyway

Em paralelo a este primeiro grande desafio, empreendeu o que considera outro de igual tamanho. Foi, aos poucos, montando um catálogo de bons prestadores de serviços para o atendimento das necessidades do Botafogo Easy Way. “Não foi fácil. Mas é necessário. Dependemos das pessoas, e de pessoas que sejam profissionais capazes de fazer as coisas acontecerem. Mas, depois que você consegue isto, tudo flui”, completa Célia.

Pessoas e Qualidade de Serviços em Primeiro Lugar

A preocupação da síndica com contatos de bons prestadores de serviço deve-se ao seu foco na manutenção preventiva. O laudo de autovistoria foi uninorte e ela vem liquidando aos poucos os pontos apontados. “Tudo sempre sem cotas extras, que é uma política que temos, um projeto de gestão”, afirma. Além das pequenas ações sinalizadas pelo laudo, o condomínio atualmente tem apenas a reforma de fachada como obra a empreender. “Está, lamentavelmente, não dá para ser sem cota extra”, diz. Ela segue com rigor a periodicidade determinada para manutenção específica dos itens que compõem o edifício. E, além deste cuidado, investe também na área social.

A síndica criou uma brinquedoteca, refez o home theater e melhorou a sala de ginástica, modernizando os equipamentos. Também adotou piso tipo estrado de borracha drenante em todos os ambientes de piscina e sauna. A segurança foi melhorada com um sistema de acesso digital e a entrada e saída de veículos controlada por TAG. “Também mexemos na estrutura física, pois não tínhamos espaço para fazer a divisão no acesso de visitantes e prestadores de serviço, o que fragilizava a segurança”, detalha. Com a criação de uma servidão na lateral, ela aproveitou para cadastrar todo mundo, até familiares e empregados dos moradores, e adotou um identificador digital. Isto permite que, ao chegar ao edifício, morador, visitante ou empregado doméstico cadastrado pode apenas colocar o dedo no identificador para abrir o portão da entrada social.

Síndica Célia e sua equipe mostra nova mesa de ping-pong

A síndica Célia com parte de sua equipe montando a nova mesa de ping-pong

O sistema por TAG ajuda até no controle de quantidade de veículos por vagas. E, com ele, foi possível ficar sem dois porteiros noturnos. “Para completar, ainda criamos um porta estepe que só funciona se o outro quebrar”, detalha a síndica, explicando que, no final, o investimento acabou sendo pago somente com a redução da folha de pessoal.

A modernidade é algo de que Célia não abre mão e foi por isso que adotou o uso de smartphones e wi-fi para a gerência e a supervisão, a fim de permitir comunicação instantânea e de baixo custo, com a troca de imagens e mensagens entre eles e diretamente com a síndica e conselheiros, o que facilita a tomada de decisão. As ferramentas não são utilizadas com os condôminos, pois considera que o e-mail é uma garantia do registro das trocas que, dependendo da relevância, são arquivadas na pasta do morador.

o uso de smartphones e wi-fi para a gerência e a supervisão, a fim de permitir comunicação instantânea e de baixo custo, com a troca de imagens e mensagens entre eles e diretamente com a síndica e conselheiros, o que facilita a tomada de decisão. As ferramentas não são utilizadas com os condôminos, pois considera que o e-mail é uma garantia do registro das trocas que, dependendo da relevância, são arquivadas na pasta do morador.

“Aqui não tem desvio de função. Todos compreendem que não trabalham para o morador, mas para uma empresa, que é o condomínio”

Célia Regina Gomes, sindica

Para Célia, é motivo de satisfação vê-los cruzar com moradores, ou qualquer outra pessoa, e dar um bom dia com um sorriso no rosto. “Isto demonstra que o caminho que tomamos está certo. Parte deste bom astral está no fato de terem entendido que são a base de todas as ações, inclusive as de economia. Ao verem que os recursos resultantes da qualidade de seu trabalho estão sendo convertidos em benfeitorias, ficam também satisfeitos, como eu. São pequenas melhorias, mas constantes. E compreenderem a relação do trabalho deles com isto é uma vitória”, comemora, acrescentando que aprovou em assembleia que toda e qualquer decisão sobre empregados só pode ser tomada em reunião com o conselho, reduzindo ainda mais a possibilidade de personalismos nas relações. “Qualquer coisa, mudança de horário, demissão, concessão de benefício ou abono. Nada nunca fica a cargo de um sô”.

Ela defende que ser síndica não é mais só uma questão de ter tempo livre, que os edifícios se modernizaram e as gestões devem acompanhar. E sua administração vem dando exemplos disso. “Não há mais espaço para amadores. O perfil do morador também mudou. Hoje existem dois tipos principais, o jovem que anseia por serviços e praticidade e os que não têm vivência de condomínio. São anseios e necessidades muito diferentes. Compatibilizar isto torna a administração algo delicado. Não é apenas a complexidade. A grande dificuldade que está posta para o síndico é a delicadeza para lidar com as situações humanas. Hoje posso dizer que grande parte do trabalho está feito e podemos colher os frutos, mas a parte mais sensível segue, cotidianamente, nos impondo desafios. Mas gosto disso”, conclui.


Pronto para a Zeladoria

Antônio Paula da Silva
Zelador do Edifício Timóteo da Costa

Antônio Paulo da Silva trabalha como zelador do Edifício Timóteo da Costa, no Leblon, há um ano, depois de atuar como guardião de piscina e vigia noturno por mais de 20 anos, e de crescer vendo o pai à frente de um edifício. Zelador há pouco mais de um ano, é filho e irmão de porteiros. Sua experiência teve início ao chegar ao Rio, vindo do Ceará, há 36 anos. Foi morar no prédio em que o pai trabalhava, nas vizinhanças do edifício onde trabalha hoje.

Aos treze anos, buscou a primeira oportunidade de trabalho, como boleiro em um clube próximo, o que o levou a fazer os cursos de guardião e operador de piscina, atividade que exerceu até 2015, grande parte deste período somando à esta atividade o emprego como vigia noturno. E é com base nesta experiência que se destaca nos cuidados com o Condomínio Timóteo da Costa. Há alguns anos, quase não se ouvia falar em assalto na região. Hoje, todos os condomínios têm grades, câmeras e, ainda assim, todo cuidado é pouco. É a parte que mais exige dos profissionais em edifícios e sou bastante atento a isto”, afirma.

Antônio de Paula, zelador do edifício Timóteo da Costa

Antônio Paulo da Silva é o zelador do Edifício Timóteo da Costa

O Timóteo da Costa é um edifício com duas entradas de garagem e a rotina de trabalho é intensa, especialmente, nos horários de maior movimento. “É bom que não ganho peso, estou sempre em forma”, brinca Antônio, um zelador de hobbys diferenciados. Ele gosta de nadar e de jogar tênis, atividades que adotou na experiência de trabalho no clube. Atualmente, um lazer que mantém nas folgas, jogando no Aterro do Flamengo ou no clube, onde volta em companhia de um morador. “Justamente, quem me trouxe para cá”, conta.

Quando propôs a vaga, a única questão para Antônio foi se poderia levar a família, a esposa Regina e os filhos Lea, Marcos, Natanael e Rachel. Sabia que poderia dar a sua contribuição para o condomínio, a partir da vivência e do conhecimento que já tinha. E isto foi considerado pelos conselheiros para aprovar a sua contratação.

A atitude sempre positiva é citada pela representante da síndica, Keila Ferreira, que é só elogios ao funcionário: “Antônio é muito solicitado e comprometido. Sempre com um sorriso no rosto, tem iniciativa, busca soluções para as questões, reportando apenas o que não pode resolver. Foi uma contratação bastante feliz do condomínio”, elogia.

“Sou grato a Deus, pois o trabalho em condomínio é muito bonito. Tem períodos calmos e agitados, especialmente, quando tem mais de uma obra ao mesmo tempo. Mas é maravilhoso acompanhar e, ao final, ver tudo pronto, sabendo que aconteceu com tranquilidade, que correu tudo bem, e todos estão satisfeitos”, afirma Antônio.

Outro período de muito trabalho, mas que agrada o zelador, é o de férias, quando sempre há muito movimento. “É bom demais ver que a vida segue com segurança e tranquilidade. Afinal, acidente acontece quando a prevenção falha. Se está tudo bem é sinal de que estou fazendo bem o meu trabalho”, diz.

O bom relacionamento com os moradores e com os colegas é outro motivo de alegria para ele. “O mais importante para mim é esta relação respeitosa, que é resultado do respeito que você tem pelo outro”, afirma, destacando que a disponibilidade de estar sempre aprendendo é outro fator que faz com que goste do trabalho em edifício. Para o zelador, em um edifício, mesmo para quem o viu ser construído, tem sempre algo novo a aprender, um equipamento mais moderno, uma nova rotina, que exige mais conhecimento. “Quem pretende trabalhar em condomínio deve saber que jamais poderá dizer que sabe tudo. Todos os dias, com cada pessoa, cada situação, se aprende mais um pouco “, garante.

Evangélico, atento à formação dos filhos, o mais velho estudando no Pedro II, e outro já se preparando para as provas para o mesmo colégio, Antônio diz que o lazer da família se resume à igreja e, por vezes, sair para comer uma pizza. “Eles adoram. Meu trabalho e minha conduta aqui e em todos os lugares fazem parte de uma coisa só. Quero que cresçam com o aprendizado de uma vida responsável e sadia como eu cresci. E isto é o melhor que os pais podem dar através do seu próprio exemplo. Sou muito grato por este emprego que me permite seguir neste caminho e dar aos meus filhos as mesmas oportunidades que tive”, conclui.

Foto do zelador Antônio de Paula

É bom demais ver que a vida segue com segurança e tranquilidade. Afinal, acidente acontece quando a prevenção falha. Se está tudo bem é sinal de que estou fazendo bem o meu trabalho.

Antônio Paulo da Silva, Zelador


Ações Positivas

Cidades seguras para as mulheres

A cidade que se tem, a cidade que se quer. O debate vem ganhando força e a ActionAid, uma organização internacional de combate à pobreza, tomou partido. Um de seus eixos de trabalho é o Direito da Mulher e, desde 2014, mantém a campanha Cidades Seguras para as Mulheres. O objetivo inicial é chamar a atenção das autoridades para os problemas de violência que as mulheres enfrentam nos espaços públicos. Alcançando, a longo prazo, a melhoria da qualidade dos serviços públicos para que as mulheres estejam menos vulneráveis à violência e para a conscientização da população sobre o tema. Atualmente, o trabalho está centrado em diferentes eixos: educação, moradia, segurança, transporte e iluminação.

Mulheres protestam em busca de melhoria dos serviços públicos

Lanternaço resultou em iluminação de LED para 0 bairro. mulheres em campanha

O resultado mais expressivo deste trabalho aconteceu em São Paulo, quando o bairro de Heliópolis tornou- -se o primeiro da cidade a receber iluminação 100% de led, em resposta a um lanternaço realizado pela campanha com as mulheres da comunidade percorrendo as ruas com lanternas acesas, alertando para o problema da falta de iluminação que torna o ir e vir marcado pelo medo e pela violência. A campanha construiu, com as mulheres das comunidades onde trabalha, uma carta política com as demandas para melhorar a oferta de serviços públicos como iluminação, moradia, transporte, policiamento e educação. A carta foi entregue em secretarias municipais e estaduais, prefeituras e governos.

Entre as demandas da carta, está a de universalizar a implantação e manutenção da iluminação pública por governos e concessionárias. No transporte pede campanhas educativas e medidas protetivas para dentro dos veículos públicos, como a capacitação de motoristas e cobradores para lidarem com casos de assédio, além da melhoria na qualidade e quantidade da frota, priorizando a oferta para as áreas de periferia. A moradia também entra, pois as mulheres precisam ter segurança em suas casas.

A segurança também é foco da campanha. Menos de 10% dos municípios brasileiros possuem delegacia da mulher e somente 8% têm unidade de acolhimento para mulheres vítimas de violência. O documento entende que a capacitação de policiais para realizar um atendimento humanizado às vítimas de violência de gênero é fundamental. Por fim, a educação, pois, muitas vezes, ela acaba reforçando padrões e comportamentos tanto na escola como dentro de casa. A carta pede uma educação pública de qualidade, inclusiva, igualitária e não sexista, não homofóbica.

Em uma das ações, realizada no dia 20 de junho, Dia Internacional de Cidades Seguras para as Mulheres, data celebrada pela ActionAid nos países onde está presente, ativistas organizaram um Flash mob no qual todas as mulheres deitaram no chão simultaneamente, simbolizando o imenso número de assassinatos de mulheres no país. E foi aberto um fórum para apresentar os resultados da pesquisa “Percepção da Mulher sobre Violência e Segurança”, onde fica claro que a sensação de medo é uma limitação muito maior para o exercício livre do ir e vir do que o próprio número de assaltos e estupros.

Um estudo lançado pela organização na mesma data mostrou que 86% das mulheres brasileiras ouvidas já sofreram assédio em público em suas cidades. Metade das mulheres entrevistadas disse que já foi seguida nas ruas, 44% tiveram seus corpos tocados, 37% disseram que homens se exibiram para elas e 8% foram estupradas em espaços públicos. Um cenário que causa indignação não só ao universo feminino, mas a qualquer um que tenha o mínimo de senso de cidadania.

Além de lanternas em diversas cidades espalhadas pelo país, a campanha também tem formado gestoras e gestores públicos sobre planejamento urbano sensível a gênero. Neste momento, os esforços estão concentrados nas reuniões preparatórias para a Conferência da ONU Habitat, que será realizada este ano, em outubro, em Quito, no Equador. O evento acontece a cada 20 anos e é importante que a declaração final, que apresentará a nova agenda urbana, abra espaços para as mulheres participarem do planejamento urbano e dos processos de decisão que ocorrem dentro das cidades, além de politicas e medidas que promovam o fim da violência contra as mulheres em espaços públicos. A luta é pela melhoria dos serviços públicos, para que atendam às necessidades das mulheres. Na prática, significa que o serviço deve ser promovido de forma a coibir qualquer assédio ou violência, e de forma a transformar as relações de gênero

“O objetivo inicial da campanha é chamar a atenção das autoridades para os problemas de violência que as mulheres enfrentam nos espaços públicos”

Além disso, a ONG está preparando as ações de mobilização para os 16 Dias de Ativismo contra a Violência contra a Mulher, que acontecerão entre 25 de novembro e 10 de dezembro. No dia 25, será lançada a pesquisa Freedom to Move, que vai comparar três países (Brasil, Bangladesh e Nigéria) sobre quanto custa o transporte público sensível a gênero. Os vagões específicos para as mulheres não podem ser a única ação de combate ao assédio e violência. É preciso que esteja aliada a outras ações mais estruturantes, como capacitação dos agentes, campanhas educativas, etc. Caso contrário, o vagão feminino somente segrega e não erradica o problema. A pesquisa é assinada pela ActionAid Internacional.

Como participar e ajudar?

A principal arma da campanha é a informação e a mobilização. Todas as pessoas podem participar postando fotos e mensagens com a hashtag #cidadessegurasporque. A ONG mantém um site que reúne as mensagens dos ativistas do mundo todo por Cidades Seguras. A importância destas mensagens é conscientizar, lançar luz sobre os problemas, a fim de mobilizar para buscar por soluções efetivas no âmbito das políticas das cidades.

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