Editorial
Ano novo e o espírito se enche de energia positiva. É hora de planejar, selecionar projetos para ter um ano melhor do que o que ficou para trás. Nos condomínios, além de todas as atividades da agenda regular de ações para manter a casa em ordem, há os preparativos para a reeleição, ou para encontrar um novo síndico, se a transição estiver prevista para acontecer no primeiro trimestre. Planejamento é a palavra de ordem e a ajuda da administradora, através do acompanhamento do gerente de condomínio, faz toda a diferença.
Este também é um período em que o consumo de água é maior, com as temperaturas altas do verão e as férias escolares. Mas economizar é possível. Conheça casos de sucesso, com redução significativa desta que é a segunda maior despesa do condomínio. Saiba também como cuidar para que as áreas de lazer ofereçam tranquilidade e segurança para os pequenos condôminos.
Aproveite ainda as dicas e orientações para o necessário registro da convenção do condomínio.
Boa leitura e um feliz 2014!
Espaço Lowndes
Inclusão Social por Meio de Qualificação Profissional
Atenta a questões sociais, a Lowndes abre oportunidade para que jovens tenham sua primeira experiência profissional e obtenham uma qualificação, através do programa Jovem Aprendiz. A contratação é realizada com base na Lei 10.097/00 e através de uma parceria com a ONG Apostando no Futuro. Os jovens de 14 a 24 anos participam de um curso de formação no Senac e ao final recebem o certificado de auxiliar de serviços administrativos.
É uma oportunidade de aprendizado na prática, contribuindo de forma efetiva para facilitar o ingresso destes jovens no mercado de trabalho. São 16 meses, ou 1.200 horas, sendo 800 realizadas na empresa e 400 no Senac. Isto com direito a carteira assinada, pagamento de um salário, 13° salário, férias, FGTS, além de auxílio para alimentação e transporte, em uma jornada de quatro horas.
É uma oportunidade de aprendizado na prática, contribuindo de forma efetiva para facilitar o ingresso destes jovens no mercado de trabalho
A empresa que sempre primou por contribuir para a formação em excelência de sua “prata da casa”, investe na formação de futuros profissionais, tendo como base sua missão primeira, de servir com cordialidade, e os seus valores, de gostar de pessoas atendendo pessoas. E são estes predicativos que a Lowndes quer passar para estes jovens em sua primeira experiência profissional. Para a Lowndes é importante investir no desenvolvimento daqueles que são o futuro do País.
Atualidade
Cuidados com as áreas de lazer
Cada dia mais valorizados, os espaços para a diversão em condomínios exigem atenção para a correta manutenção.
Brinquedos de madeira exigem maior atenção
Poucos sabem, mas os brinquedos dos parquinhos devem ser certificados. Há todo um conjunto de normas que os fabricantes devem obedecer e os usuários precisam ficar atentos. Em condomínios, o cuidado permite poder se defender judicialmente em caso de acidente.
Considerado por alguns mais resistentes, os brinquedos em madeira são os mais perigosos. “Podem parecer robustos, mas são os que mais causam acidentes. Deve-se ter atenção para a existência de farpas e ferrugens nas correntes”, orienta Eonio Campello Júnior, diretor de uma empresa de soluções em diversão para condomínio, uma das maiores revendedoras de brinquedos para parques infantis do Brasil.
Ele diz que, de um modo geral e por pura falta de conhecimento, os condôminos não costumam dar queixa quando acontece um acidente em um parquinho de condomínio, o que é muito mais comum do que se imagina. Mas a multa prevista é a mesma para casos de acidentes em shoppings, por exemplo. “Existem as normas e elas precisam ser cumpridas. Em caso contrário, a multa prevista é de 5 a 12 mil reais”, alerta. A orientação é para que, pelo menos, uma vez por semana seja feita uma inspeção visual para verificar as condições dos brinquedos e do piso.
Sobre os pisos, Eonio chama a atenção para as gramas sintéticas. Ele explica que há modelos com proteção para quedas e também contra fogo. “Uma guimba de cigarro que caia sobre ela, sem que disponha de proteção, e os danos podem ser grandes”, diz. Outra orientação é para a utilização de um piso amortecedor de impacto sob a grama para reduzir o risco de acidentes mais graves em caso de quedas.
As gramas sintéticas também exigem higienização com produtos específicos, pois podem fazer proliferar fungos, especialmente nas instaladas em áreas com sombra, porque quando molhadas podem levar de dois a três dias para secar. Uma fuligem preta sobre elas é o sinal de que está com fungo. “Este tipo de fungo atrai gatos que urinam ali e pioram ainda mais os riscos para a saúde das crianças”, orienta.
Síndico do Garden Park se diverte com os pequenos condôminos muitas opções de lazer
Muito Além do Parquinho
Quem dispõe de mais opções, mantém um verdadeiro exército para os cuidados de manutenção e investe em obras de melhoria, além de agenda de eventos para que os espaços não sejam subutilizados. O Condomínio Garden Park, no Grajaú, acaba de reformar o Espaço Jovem, área que passou a contar com novo teto, piso e pintura, além de equipamentos e mais opções de divertimento. A sala abriga TV e DVD, mesas de pingue-pongue, totó, além de uma área cercada para jogos diversos. “Ainda nesta gestão, fizemos também uma pista de skate. É importante evitar que a garotada fique ociosa”, afirma o síndico, Paulo Roberto Fernandes Jerônimo.
Além dos novos espaços, os mais de 2 mil moradores contam com um salão de sinuca oficial, quadras poliesportivas, piscinas, parquinhos, salas de ginástica e de musculação.
Para cuidar de tantos espaços, os oito funcionários da manutenção do Condomínio são mantidos sob pressão. “Precisa ser uma atenção diferenciada, porque temos uma preocupação maior com estas áreas, especialmente as destinadas às crianças e aos idosos”, justifica. Diariamente, os empregados percorrem cada um dos locais, verificando se não há nenhum tipo de problema e alertando a administração quando há a necessidade de algum reparo.
A administração também mantém contrato com professores de educação física, recreadores e animadores, que ajudam na realização de uma agenda regular de eventos. Anualmente, o calendário de atividades inclui colônias de férias, Réveillon, Carnaval e festa junina. “É difícil encontrar outro condomínio com eventos iguais aos nossos. E o melhor, com grande participação dos moradores. Quando assumi, observava que havia grupinhos. Passamos a organizar ações de confraternização e agora todos se divertem juntos”, comemora.
Crianças e jovens se exercitam na quadra poliesportiva
Para tanto, planejamento e organização são essenciais, além de recursos. A festa de Réveillon exigiu investimento de 70 mil reais, com arrecadação no próprio condomínio e a partir de apoio e patrocínio conseguido junto a empresas terceirizadas. “A logística é grande, demanda trabalho, mas investimos para manter o Garden Park cada vez mais valorizado, o que a cada dia mais envolve oferecer lazer de qualidade para os moradores”, diz, acrescentando que, para 2014, já está programada a inauguração do Cine Garden, um cinema com 20 poltronas. “Estão todos na expectativa e tenho certeza que será mais um item a proporcionar divertimento sadio e valorização para o condomínio”, conclui.
Capa
Redução de gastos de água
Conta de água, uma das despesas que mais pesa na cota condominial, pode ser reduzida com manutenção constante que incluem reparos com materiais nos apartamentos e partes comuns.
260 milhões de litros de água. Este é o volume economizado em apenas dois anos nos condomínios cariocas que integram a carteira de uma das principais empresas prestadora de serviços para a redução de conta de água. Parte deste volume é o resultado de vazamentos que não causam grandes transtornos físicos ao morador e condomínio, pois a maior parte se refere a “perda invisível” a olhos leigos, que acontecem devido a descargas desreguladas, caixas acopladas desniveladas, torneiras mal fechadas ou com defeito e a banhos demorados. Facilidades, como manutenção preventiva e corretiva somada a campanhas de conscientização junto aos moradores, foram as alternativas utilizadas por aqueles que alcançaram reduções da ordem de 30% chegando até 80% na conta de água. Mônica Cobalea, síndica do Condomínio Jardim Botânico, no Jardim Botânico, ao assumir a gestão encontrou uma conta de água superior a 20 mil, a maior despesa do edifício. Isto foi há três anos. ‘’Começamos com o Condomínio em junho de 2011 e as contas de água giravam em torno de R$21.500,00. Com vistoria e os consertos nas unidades, em dois meses esta média caiu para R$11.500,00. Temos 20 lojas no térreo com hidrômetro separado dos apartamentos e ali também tivemos uma redução de R$2.500,00, em média. A conta era de R$9.000,00 e passou para R$6.500,00”, comemora a síndica.
A síndica Monica Cobalea está satisfeita: 10 mil a mais no caixa do condomínio com ações pela economia de água
As contas de água giravam em torno de R$21.500,00. Com vistoria e os consertos nas unidades, em dois meses esta média caiu para R$ 77.500,00″
Monica Cobalea, síndica do Condomínio Jardim Botânico
A economia é das mais significativas e é o resultado não apenas de correções, mas também de controles. “Existem dois tipos de desperdícios – Podemos chamar de água usada considerando banhos demorados, escovar dentes ou lavar louças com torneira aberta, “vassoura hidráulica” para limpeza de calçadas e carros com mangueiras d’água são alguns exemplos bem claros. Outra forma de desperdício, são as “águas não usadas”, que resultam de vazamentos. Neste segundo caso, a água tratada pela concessionária vai diretamente para o esgoto. Em ambos os casos é a manutenção regular, com monitoramento e pronta correção dos problemas encontrados que pode fazer toda diferença”, explica Rodrigo Azevedo, representante comercial de uma empresa que há 67 anos atua no setor de consertos hidráulicos. “A experiência permitiu constatar que, para um resultado eficaz, é necessário atender todas as unidades além das partes comuns do condomínio, eliminando de vez, todos os desperdícios e monitorando também as contas de água’’, acrescenta.
Rodrigo Azevedo orienta síndicos e moradores para sinais de perdas de água e correções
Serviço Completo com Impressão de Bônus
No condomínio San Roman, no Flamengo, a síndica Janine Oliveira viu a conta de água do prédio cair de 7 mil para 4 mil reais. A sua gestão aprovou junto aos moradores o contrato de prestação de serviços hidráulicos e a satisfação com o resultado foi a mesma. “O valor de contrato pesa pouco na cota condominial, com isto a maioria tem a impressão de que tem um bom serviço pelo qual não precisa pagar e ainda sobra dinheiro para outras necessidades do condomínio”. Como todas as peças, também estão incluídas, os moradores ficaram ainda mais satisfeitos. Atualmente buscando eles mesmos a correção dos problemas assim que eles surgem, ligando para a empresa contratada”, conta Janine.
A síndica diz que para o convencimento dos moradores foi importante a empresa oferecer um prazo para apresentar resultado, dizendo que o contrato poderia ser encerrado sem ônus caso não conseguissem.
O resultado obtido e as campanhas de conscientização causaram mudança no comportamento dos moradores. “Houve até um mutirão para encontrar vazamentos. Os técnicos ensinaram os moradores a identificar os barulhos que poderiam representar vazamento e teve quem ficasse atento aos ruídos durante a madrugada”, conta.
O serviço inclui uma vistoria em todos os pontos de entrada de entrada de água nos apartamentos, quando é feito o cadastre completa com anotação dos fabricantes de todas as descargas e torneiras, o que permitirá, em uma futura ocorrência, a execução do serviço de acordo com as especificações técnicas dos produtos, com mais agilidade e presteza. Em paralelo, são feitas campanhas de conscientização junto aos moradores para que façam contato assim que observarem qualquer vazamento, torneira pingando ou outras formas de perda de água.
O mesmo cuidado é oferecido para as áreas comuns do condomínio, para o qual também é ofertada uma consultoria para todas as questões relacionadas à água, tais como cisternas, caixas d’água, incêndio, bombas e etc. Os hidrômetros são monitorados 24 horas e a qualquer alteração um alerta é disparado. O síndico responde se houve algum fato que justifique a alteração e, em caso contrário, uma avaliação é feita a fim de encontrar o problema e corrigi-lo. “É um serviço completo que nos deixa mais tranquilos. Sou da área de saúde, não entendo nada de instalações hidráulicas. Poder contar com profissionais que entendam deste tipo de problema foi a melhor decisão que já tomamos”, avalia Mônica.
A síndica lembra que a princípio pensavam que a conta de água do condomínio era alta por causa de um vazamento grande em uma das tubulações e reservatórios do prédio. A descoberta de que as pequenas perdas nas unidades, uma somada à outra, é a grande vilã, e a conscientização de todos para isto, foi fundamental para que a economia fosse tão consistente e estável. “De lá para cá, nossas contas não oscilaram muito, e mantivemos a economia alcançada. Agora investimos em outras ações que podem garantir ainda mais redução. A empresa contratada já havia nos falado sobre os redutores de vazão para as torneiras e acabamos de fazer a troca das que utilizamos nas áreas comuns. Eles também nos falaram sobre as descargas com botões para vazões distintas. Mas esta troca representa um investimento maior e, por isto, será feito com mais tempo”, acrescenta.
Hidrômetros Individualizados
Um investimento ainda alto, mas que tem resultado efetivo é a individualização dos hidrômetros. O síndico Dilton Rocha, do Condomínio Vivenda das Paineiras, na Freguesia, diz que o resultado foi melhor que o esperado. “Tínhamos uma conta de 3.800 e ela caiu para 1.700″, detalha. Ele avalia que a diferença de consumo entre as unidades pode ser grande e não é justo que todos paguem igual. “Saimos de férias todos os anos e quando voltamos pagamos o mesmo que quem ficou em casa e recebeu hóspedes no período. E este é só um exemplo. Com cada um com seu medidor, a conta fica mais justa e as pessoas ainda têm mais consciência para a economia”, defende.
O serviço foi feito por uma empresa experiente, que encontrou uma maneira simples de realizar a obra. Pelas facilidades oferecidas pelas instalações e estrutura da edificação foi preciso apenas cortar as tubulações e instalar os medidores. A medição é feita a distância, por rádio. “Quem não tem este tipo de estrutura precisa realizar uma obra maior, mas acredito que a economia é tão significativa que acaba pagando o investimento”, diz.
Sistemas e Produtos Modernos Reduzem Consumo
Renato Giro, arquiteto que presta serviços de engenharia e arquitetura para condomínios, com soluções para impermeabilização, individualização de hidrômetro, captação de água de chuva, telhado verde, sistemas de irrigação, entre outros, destaca o quanto é possível economizar água com inovação. “Hoje com um pequeno investimento é possível adotar, por exemplo, um sistema automatizado de irrigação para os jardins, o que reduz as contas em duas frentes, consumo de água e mão de obra”, sugere.
Acionados de acordo com a umidade do solo, reduzem consideravelmente as perdas. “Especialmente, se pensarmos na água que vai embora sem medida com um funcionário mantendo a torneira aberta por horas para molhar os jardins”, enfatiza.
O arquiteto cita ainda os redutores de vazão para torneiras e chuveiros, e as descargas com caixas acopladas com acionamento de volumes de água distintos. “Há toda uma linha voltada para a economia de água e isto será cada dia mais comum. Algumas soluções podem exigir um investimento significativo em um primeiro momento, mas este acabará se pagando pela redução efetiva da conta de água. Depois, é uma questão de conscientização. A água é um bem finito, caro, e a tendência é que se torne mais caro ainda daqui para frente”, conclui.•
Destaque
Transição sem Sobressaltos
Com planejamento, ano novo ou passagem do cargo de síndico não alteram rotina no condomínio
Passadas as festas e com o Carnaval ainda distante, as atenções se concentram no planejamento para o ano. É assim em nossa vida pessoal, é assim também na vida do síndico. Em condomínios, de um modo geral, é o término ou o início de uma gestão que enseja preparativos. Um balanço de tudo o que foi feito, organização de documentos e arquivo, relatório de ações, prestação de contas, previsão orçamentária. Quem trabalha com planejamento não tem dúvidas: atuando desta forma, as mudanças ocorrem sem maiores impactos para a vida condominial.
Herbert Façanha, síndico há quatro anos do Condomínio do Edifício Residence Paradiso, em São Conrado, mantém a assessoria de uma empresa, o que permite que esteja sempre em dia com o que acontece e preparado para o que está por’vir. “Quando realizamos a nossa reunião anual, para a apresentação da previsão orçamentária, está tudo pronto. Não tenho nenhuma preocupação ou trabalho a mais nestes períodos”, afirma o síndico, que gosta de trabalhar com ações provisionadas. “Temos que nos planejar para ter as verbas necessárias para as muitas ações de manutenção necessárias ao longo do ano. Não posso gastar o que não temos”, diz.
Síndico Herbert Façanha conta com assessoria para manter o condomínio, a partir de um planejamento bem feito.
Provisão para Realizar Mais
Para atuar desta forma, o síndico considera essencial contar com o suporte de um gerente e de uma supervisora condominial. “Sou professor de educação física, não tenho conhecimento específico. Mas também uma pessoa do tipo que acredita que se é para fazer, melhor fazer direito. Com a experiência deles podemos fazer muito mais. Os moradores não têm ideia dos verdadeiros milagres que conseguimos para realizar tanto. Tudo é medido e, para isto, sem planejamento não dá”, acrescenta.
Catarina de Oliveira, gerente de qualidade da Lowndes, acompanha inúmeros gestores desde que assumem, muitos deles pela primeira vez. Sem conhecimento ou experiência, têm no suporte da administradora o aprendizado para organizar suas gestões sempre pautadas pelo planejamento e pela documentação pontuais de suas ações. “Isto é fundamental para que tenham previsões orçamentárias mais realistas e possam adotar ações preventivas e eficazes”, diz.
A gerente de qualidade, Catarina Oliveira, acompanha síndicos para organizar suas gestões
As descontinuidades são comuns de gestão para gestão e até de ano para ano, mas isto não é o recomendável. “Dar continuidade ao que foi feito com sucesso por gestões anteriores”, agrega. A partir daí, poderá se ater ao atendimento de pendências e dar início a novos projetos, avançando na preservação do patrimônio e da qualidade da vida no condomínio. Mas, sem precisar começar do zero. Animosidades não devem ser motivo para desconsiderar ganhos”, enfatiza.
Dar continuidade ao que foi feito com sucesso por gestões anteriores, agrega. A partir daí, poderá se ater ao atendimento de pendências e dar início a novos projetos”
Catarina de Oliveira, gerente de qualidade da Lowndes
A gerente aconselha ainda a pautar as gestões por documentação rigorosa das ações. Desde o início, é importante cuidar da aprovação e da coleta de assinatura dos conselheiros em todas as prestações de contas, proceder ao seu arquivamento, bem como guardar os documentos fiscais, contratos e demais comprovações daquilo que vai sendo feito ao longo da administração. Esta documentação é a memória do condomínio, dia a dia, mês a mês. Ferramenta fundamental para no cotidiano não perder o controle e, ainda, pensar o futuro.
Saída Também Requer Planejamento
Uma atenção especial deve ser dada à troca de gestão, se o síndico já começa o ano ciente de que não pretende continuar. Nestas situações, é preciso procurar saber se há pretendentes, caso contrário terá que se manter no cargo ou indicar que o subsidiário cumpra um mandato tampão enquanto se promove a escolha de um novo síndico. É importante ainda sondar os moradores sobre a possibilidade de contratar um síndico extremo. “A administradora já oferece a alternativa de assumir como síndica através de um consultor capacitado e toda sua infraestrutura para gerir o condomínio, ou um administrador para dar todo o suporte necessário a quem quer que venha a ser escolhido como síndico”, afirma Catarina.
A gerente alerta para o fato de que até que o novo mandato se inicie, o comando do condomínio continue na mão do síndico. “Deixar tudo organizado ajuda mais facilmente a passar o comando para o sucessor”, completa.
Documentação em Dia Facilita Prever Ações
Se a decisão é prosseguir, o importante é ter a “casa arrumada” para definir os rumos das ações para o ano que se inicia. Para isso, é importante ter a documentação em dia. “Esta organização não é feita por mim, mas sei que tendo-a à mão podemos visualizar e pensar melhor o que é preciso, o que queremos e o que poderemos fazer”, avalia o síndico do Résidence Paradiso.
Esta guarda e a organização de documentos é de responsabilidade do síndico. São as apólices de seguro, as folhas de ponto dos funcionários, os laudos do PCMSO/PPRA e os técnicos de vistorias, os livros de atas de assembleia, as plantas do condomínio, pastas de prestação de contas (de cinco anos, mais o ano exercício), previsão orçamentária, certificados operacionais, contratos de serviços e manutenção, entre outros. “No caso de renúncia, é preciso entregar toda esta papelada para quem o suceder e estando organizado, é muito melhor. Se a opção é por seguir no comando do condomínio, eles servirão na preparação do relatório de prestação de contas. Em ambos os casos, tê-los à mão é garantia de gestão tranquila”, completa Catarina.•
Saiba Mais
Convenção: Registrar é preciso
O condomínio está cada vez mais ativo dentro do cenário econômico do país, praticando relações jurídicas, celebrando contratos, entre outras atividades que exigem documentação completa e atualizada. Apesar disto, muitos não têm a convenção registrada junto ao cartório de Registro de Imóveis. Desta forma, ela tem validade apenas internamente, conforme prevê o artigo 1333, do Código Civil, que informa que a convenção só terá eficácia perante terceiros, estando registrada no cartório de registro de imóveis, na matrícula de cada unidade autônoma.
A falta de registro torna-se cada vez mais um problema. “Tudo revela a importância do condomínio possuir uma Convenção registrada, desde a exigência do Banco Central, às instituições financeiras, só permitindo a abertura de contas para condomínios com convenção registrada, até a exigência da Receita Federal de estatuto e registro para a inscrição no CNPJ”, destaca o advogado Marcelo Borges, diretor jurídico da ABADI. Borges acrescenta a necessidade do CNPJ. “O condomínio sem CNPJ fica inseguro, pois por orientação da SUSEP, que exige CNPJ nas apólices, fica impossibilitado de contratar seguros. E, com o advento do eSocial, ficará impedido de cumprir também com obrigações tributárias e previdenciárias”, alerta. Tanto CNPJ, quanto convenção registrada, são fundamentais ainda para a expedição da certificação digital.
O condomínio sem CNPJ fica impossibilitado de contratar seguros e de cumprir também com obrigações tributárias e previdenciárias
Marcelo Borges, diretor jurídico da ABADI
Adequada ao Perfil do Condomínio e à Legislação Atual
Entre as alegações para adiar o registro da convenção está o quorum de 2/3 dos proprietários, e não, da assembleia, elevado para a maioria dos condomínios, a redação do texto, que exige conhecimentos diversos, e o próprio procedimento, com a exigência de firma reconhecida de cada um dos condôminos, por exemplo. “Se contratar uma administradora experiente, que já elaborou convenções de modo a responder a todas as demandas e não cair em exigência, o processo pode ser em muito reduzido”, orienta.
O mais importante é elaborar uma convenção sucinta, com o que se exige na legislação competente, de forma a evitar exigências, o que acarretará aumento de prazo ainda maior para a conclusão do registro.
Vale lembrar que cada exigência leva a um reexame do texto. De acordo com os termos da Lei de Registros Públicos, o prazo para cada etapa, de análise e de registro é de 15 dias. Outra fase demorada é a de coleta de assinaturas e rubricas no texto, pela dificuldade de consegui-las junto aos condôminos. A cada mudança no texto, é preciso refazer a impressão e colar as assinaturas.
Outro fator que costuma desanimar é o custo do profissional e do próprio registro. “Pode-se propor uma cota extra ou um fundo de reserva próprio para a execução do serviço, o que não se pode é ficar parado. Tem que manter o tema em pauta”, aconselha Marcelo Borges.
“A administradora pode ajudar a elaborar o texto ideal, de acordo com o perfil e as demandas de cada condomínio”, acrescenta Marcelo Ribeiro, gerente de condomínio da Lowndes. Segundo ele, ganha-se tempo quando os condôminos recebem uma minuta com uma proposta de texto. Outra ação importante é a apresentação de uma espécie de cartilha com orientações para exigências e etapas do processo de registro da convenção. “Uma etapa sempre difícil é a de levantamento de firma reconhecida e registro de imóvel. É um processo demorado e o quanto antes souberem desta exigência, melhor”, diz.
Mesmo aqueles que tenham a sua convenção registrada, devem avaliar a necessidade de adequá-la às diversas modificações que foram moldadas com o advento do novo Código Civil em 2002, atualizando-a para melhor normatizar as relações entre os condôminos. Para estes casos, os procedimentos serão os mesmos.
Para Enfrentar a Complexidade
No Condomínio do Edifício Redentor, no Jardim Botânico, o síndico Antonio Gameiro assumiu o desafio e está passando pelo processo de registro da convenção. “Na verdade, não dispúnhamos de uma convenção ou regimento interno. Desta forma, não tínhamos representação jurídica, o que nos levaria a constantes dificuldades, inclusive na vinculação pessoal do síndico perante contratos e obrigações”, diz.
O síndico defende que condomínio sem convenção fica inexequível e, por isto, realizou uma assembleia para a aprovação do texto. Um sucesso! De 16 unidades, faltando apenas uma. Corajoso, Gameiro, que é advogado militante na área cível, está preparando a convenção, para posterior registro, ao mesmo tempo que aprovando o regulamento intemo e ainda realizando várias reformas e manutenções hidráulicas e elétricas, além da contratação de empresa habilitada para a realização autovistoria no prédio. “Conhecimento é importante. Mas, a contratação de um profissional experiente para a execução do trabalho faz toda a diferença. E temos ainda todo o suporte da administradora, o que tem nos ajudado muito”, destaca.
Conhecimento é importante. Mas, a contratação de um profissional experiente para a execução do trabalho faz toda a diferença. E temos ainda todo o suporte da administradora, o que tem nos ajudado muito
Antonio Gameiro, síndico
O síndico conta que começou alertando os moradores para os riscos de permanecerem sem convenção. Depois aprovou a contratação de um escritório de advocacia experiente na composição de convenções, que elaborou o texto básico, de acordo com a legislação atual. Eles já apresentaram o texto pronto na assembleia para as pessoas opinarem. E estamos trabalhando nele, pois há temas que exigem maior detalhamento, como fachada, uso de área comum, garagem, assim como a manutenção das regras de sociabilidade entre os condôminos, conforme cita o art. 1337 do Código Civil, que prevê aplicação de multa àqueles que mantiverem reiteradamente comportamento anti-social, ou gerarem incompatibilidade de convivência com os demais condôminos, por exemplo”, detalha.
Entre as inclusões que defende esta a obrigatoriedade do fundo de reserva, a manutenção da fachada, que deve se adequar às normas e legislação, como a ABNT e o código de posturas do município, além de cuidados para a homogeneidade estética de mangueiras para drenagem as águas dos ar-condicionados e etc.
“A convenção é a compilação de todas as normas vigentes, mas adequada à realidade de cada condomínio, visando a uniformização dos procedimentos comuns, sendo direitos ou deveres dos condôminos, quer individualmente quer em condomínio ou perante a sociedade”, diz.
Da elaboração até à expedição da certidão de registro da convenção condominial, junto ao Registro de Imóveis, há um lapso temporal que compreende uma gama de providências necessárias, que não podem ser suprimidas perante as dificuldades decorrentes à sua conclusão. “Dá trabalho, mas é fundamental e necessário. Depois, realizá-la é um grande exercício de cidadania. É preciso medir o que pode e o que não pode ser feito, trabalhando com a noção de prevenção e bom senso”, defende.
Marcelo Ribeiro concorda com o síndico. “Uma coisa é a necessidade de atender a tantas obrigações que o condomínio já tem, outra é a unidade da vida condominial passada pelo crivo dos próprios condôminos. É um momento de união, de trabalho em equipe para uma finalidade comum, que é o bem estar e a valorização do patrimônio de todos”, conclui.
Entrevista
Muito a Fazer
Primeiros resultados dos laudos técnicos apontam risco maior de incêndio
David Gurevitz,Engenheiro
Na reta final para o primeiro prazo dado pela Prefeitura para a entrega dos resultados das autovistorias. O escritório de David Gurevitz conclui 20 laudos, em média, por dia, e pode nos dar uma ideia dos principais problemas encontrados na maioria dos edifícios da cidade: as instalações elétricas e as de combate a incêndio. Gurevitz dividiu os problemas em dois grupos, os que acarretam e os que não acarretam riscos à edificação e a seus usuários e fala um pouco da situação geral dos prédios, exposta pelas vistorias técnicas obrigatórias e da reação dos condomínios ao receberam os laudos.
LOWNDES REPORT – Como está a procura dos condomínios pela contratação do serviço de autovistoria?
DAVID GUREVITZ – Tivemos um aumento considerável nesta reta final, tanto que foi preciso contratar mais profissionais e formatar um novo programa para tratar as informações, que era um gargalo pelas tantas demandas para entender os problemas encontrados, examinar cada um e preparar os laudos.
LOWNDES REPORT – O que pode dizer dos laudos já realizados, muitos edifícios com problemas?
DAVID GUREVITZ – Dos que vimos até agora, 45% não apresentaram problemas que representam riscos.
LOWNDES REPORT – Com 55% com problemas, a situação parece grave. Que problemas foram encontrados?
DAVID GUREVITZ – Separo os problemas encontrados em dois grupos, os que acarretam risco e os que não acarretam risco. A maior parte, cerca de 40%, apresenta problemas que representam deficiências para combater possíveis incêndios. Já 30% apresenta desgastes na estrutura, com ferro aparente, o que significa que já está corroído. Foi esta deterioração das ferragens que quebrou o concreto. Nestes, há desde o risco de queda de reboco, até a degradação estrutural que pode até chegar à queda do prédio se nada for feito a médio prazo. De um modo geral, 95% ainda não são graves, mas se deixar ficar como está um dia cai.
LOWNDES REPORT – E quanto às deficiências de combate a incêndio?
DAVID GUREVITZ – São problemas nas instalações elétricas e hidráulicas, especificamente nas de combate a incêndio, com rede de hidrantes, mangueiras, extintores e outros em péssimo estado. Mas são, em grande parte, questões de fácil solução.
LOWNDES REPORT – Qual tem sido a reação dos síndicos ao receber os laudos?
DAVID GUREVITZ – Seja por uma questão cultural, seja por limitações orçamentárias, a primeira resposta é uma pergunta: preciso fazer as correções logo? Chegamos a mudar o texto, substituindo recomendamos por é preciso fazer para que entendam melhor o objetivo da autovistoria e do laudo técnico. Com o termo recomendamos, entendiam que não era preciso fazer, o que não é o caso. As vistorias técnicas periódicas foram criadas para verificar as condições de conservação, estabilidade e segurança, mas também para garantir, quando necessário, a execução das medidas reparadoras.
LOWNDES REPORT – Qual a sua opinião sobre a eficácia da autovistoria?
DAVID GUREVITZ – Se for bem feita, a autovistoria pode ser uma ferramenta definitiva para que o síndico mantenha o condomínio em bom estado de conservação. Depende da qualidade do serviço, porque a intenção é boa e benéfica no longo prazo. Tenho encontrado de 70% a 80% de prédio com laudos de não conformidade e da forma como o processo é informado à Prefeitura, é possível que ela mesma emita um comunicado aos responsáveis pelas obras, quando esgotar o prazo dado para a correção dos problemas. E, se tudo for corrigido, passaremos a um outro estágio de condomínios em melhor estado e um cenário de menos insegurança para a cidade. Para os síndicos pode ser uma ferramenta de planejamento de ações, pois terá com os laudos não apenas os problemas, como o que é prioritário fazer e como fazer. O síndico também fica com uma “arma” para realizar as manutenções para as quais, por vezes, não consegue aprovar.
“Se for bem feita, a autovistoria pode ser uma ferramenta definitiva para que o síndico mantenha o condomínio em bom estado de conservação“
LOWNDES REPORT – De qualquer forma, para os condomínios é muito trabalho.
DAVID GUREVITZ – A prefeitura não tem ideia do trabalho que dá para fazer direito, o que, sem mais, nem menos, tornou obrigatório. Esta ampliação de prazo é absolutamente necessária. Ninguém pensou na responsabilidade do condomínio que tem verba aprovada para 12 meses, como queriam que fosse feito em três meses? Os síndicos reclamam com toda razão.
LOWNDES REPORT – Mesmo para os síndicos que se anteciparam e começaram a cuidar do prédio para ter bom resultado na autovistoria, o prazo para as correções ainda é pequeno? DAVID GUREVITZ – Para resolver as questões, o prazo precisa passar de seis meses para um ano, especialmente para os problemas mais graves. Há que se levar em conta a falta de mão de obra, seja para execução, seja para preparar o escopo da obra e acompanhá-la. Estas duas últimas etapas são essenciais para os síndicos que, de um modo geral, não têm conhecimento. A demanda por profissionais é muito grande e falta mão de obra qualificada.
LOWNDES REPORT – O que os síndicos devem fazer quando recebem os laudos? DAVID GUREVITZ – Devem começar a orçar. Pedir, pelo menos, três, mas somente tendo o escopo da obra já delineado por profissional experiente, permitindo assim uma concorrência mais leal e que facilite a decisão do condomínio. Se não estiver bem especificado, o serviço pode ser executado, cobrado, mas não atender à necessidade revelada pelo laudo, gerando um outro problema. Os síndicos precisam estar assessorados para executar estas correções.
LOWNDES REPORT – Quais os cuidados que devem ter ao contratar uma empresa para fazer a autovistoria? DAVID GUREVITZ – O mais importante é verificar a idoneidade e a experiência, seja do profissional, seja da empresa. O CREA-RJ está orientando que seja escolhida uma empresa que tenha profissionais das áreas fundamentais para a elaboração do laudo: engenheiros civil, mecânico, elétrico e de segurança, e que sejam habilitados pelo CREA-RJ. Depois, confirmar informações, pedindo ARTs de laudos realizados, consultar síndicos e ouvir suas opiniões sobre a qualidade do serviço executado. É um trabalho necessário porque o mercado está cheio de gente oferecendo um serviço que não passa de um pedaço de papel, sem qualquer valor efetivo para o condomínio, pois, se a autovistoria não for bem feita, a edificação continuará sem diagnóstico de problemas e, portanto, sem possibilidade de corrigi-los, o que só fará com que se agravem.
LOWNDES REPORT – Se o condomínio não fizer a autovistoria, ou se fizer com alguém que não cumpra as exigências da Lei, qual a penalidade prevista e de quem será a responsabilidade? DAVID GUREVITZ – A primeira e mais grave consequência é a de manter a edificação com problemas. Mas, é claro que fiscalizado, sem o laudo ou diante de um acidente, há multa prevista na Lei e ela é pesadíssima. Pode chegar ao valor do imóvel. Quanto à responsabilidade, ela será maior ou menor de acordo com o processo. O síndico levou para aprovação em assembleia empresas capazes e idôneas e foi opção dos condôminos aprovar algo diferente disto? Será feita a apuração das responsabilidades. No caso do profissional responsável, ele também poderá responder a processo e poderá, certamente, perder o seu registro profissional.
Deu Certo
Com a casa em ordem
Condomínio San Filippo
O bom relacionamento entre síndico, subsíndico e conselheiros tem feito diferença na administração do Condomínio San Filippo, na Barra da Tijuca. Com o resultado da autovistoria, recém realizada, comemoram a comprovação de que estão no caminho certo. O edifício não teve nenhuma pendência. “Temos realizado muito e os imóveis dobraram de preço. Este laudo é como um atestado de que estamos acertando”, diz o síndico Domingos Filho. Domingos, o subsíndico Robson Miranda e os conselheiros Rubem Pimenta, Fátima José Maria e Raul Longras realizam uma gestão participativa, todos com mais ou menos experiência, mas muito atentos aos cuidados com o edifício.
Condomínio San Filippo, na Barra da Tijuca
Síndico há 5 anos, Domingos já havia gerido outro condomínio onde residiu e também foi presidente da Associação Bosque Marapendi. A experiência permitiu adotar práticas bem sucedidas, como a feitura de um relatório distribuído aos condôminos a cada final de gestão, a fim de detalhar realizações. A lista é longa, mas dá a exata dimensão do empenho do síndico pelos cuidados com o edifício e, especialmente, com a qualidade de vida dos moradores. As áreas de lazer têm tanta atenção quanto às ações pela segurança da edificação. E as ações pela sustentabilidade são as meninas dos olhos, principal motivo de orgulho da equipe, como gostam de se intitular.
O síndico, Domingos Filho, entre o gerente Luiz André Nascimento e o zelador Glaucio Barbosa: trabalho em equipe, sempre.
Iniciativas Elogiadas na Mídia
O San Filippo tem coleta seletiva, captação de água de chuva e está fazendo consultas técnicas para saber sobre a possibilidade de adotar uma fonte alternativa de energia, a solar, e a aquisição de créditos de carbono. ‘‘Estamos atentos às novidades tecnológicas que nos permitam consumo consciente, com redução de gastos, em uma equação que entra também a valorização do imóvel, visto o alto valor dado atualmente a este tipo de iniciativa”, afirma Robson.
O subsíndico é um dos mais entusiasmados com as iniciativas. “O jornal de maior circulação no país, em seu caderno para o bairro, e a publicação da região Bosque Marapendi já destacaram as experiências com elogios. Realmente, tivemos ótimos resultados com estas duas ações e elas servem de exemplo para outros condomínios”, diz Robson. “É importante divulgarmos o sucesso que tivemos com a captação da água de chuva para que outros saibam dos beneficios”, acrescenta Domingos.
A captação da água de chuva é feita a partir de parte do terreno do jardim. Desta forma a água já chega ao reservatório com uma filtragem. Mas o sistema inclui ainda, além das bombas, um filtro que garante água sempre limpa, especialmente para as plantas. “Com a utilização das ETEs, antigas estações de tratamento de esgoto, ficamos com um enorme reservatório e nossa capacidade dâ de sobra para abastecer os oito banheiros das áreas comuns, além da rega dos jardins e a Iimpeza. Estamos atentos à preservação ambiental, mas também focados em ações que garantam economia”, detalha.
A iniciativa permitiu reduzir a conta de água e a contratação de carro-pipa. “A nossa localização era final de rede de abastecimento e, sem força, a água custava a entrar”, detalha. Para melhorar ainda mais esta conta, foi feita a troca de local para a entrada de água, através de negociação com a Cedae, da rua Mário Covas Jr., para a Prefeito Dulcídio Cardoso. “Com isto, acabamos de forma definitiva com o problema”.
A conselheira Fátima Maria diz que o síndico é muito bem relacionado e um grande negociador. “Gosto de caminhar e as ruas ao longo do Canal Marapendi viviam cheias de folhas, precisando de uma limpeza mais constante. Bastou ele falar com o pessoal que cuida das ruas e pronto”, brinca. O síndico desconversa, dizendo que não é bem assim, mas reconhece que estar em contato constante com associação, prefeitura e concessionários ajuda.
Em Conjunto Realizam Mais
Listadas ano a ano, as ações da “equipe” enchem muitas páginas, mas vamos por parte. O relatório é dividido em quatro temas: obras e benfeitorias, pessoal, resultado financeiro e processos judiciais. Para não precisar recorrer a cota extra, a administração cuida muito bem das contas do condomínio com o máximo controle sobre horas extras e a cobrança de inadimplentes, além das ações pela redução de despesas. Para melhor atendimento ao condomínio, investimentos nos funcionários, com reajuste do valor do vale alimentação, a aquisição de piano de saúde e a adoção do café da manhã.
Entre as benfeitorias, destaque para a segurança, com a aquisição de mais caméras, a construção de uma segunda guarita, porque a entrada da garagem fica distante da entrada social, troca do portão eletrônico e de sinaleiras, além da colocação de corrimão na piscina e na escada da área de lazer.
Guarita recém construída para aumentar controle de acesso ao condomínio.
As obras ocupam um espaço maior, com construção de cobertura e banheiros para a churrasqueira, mais aquisição de mobiliário, utensílios e eletrodomésticos para a área, recuperação de fachada, reforma de quadra poliesportiva, construção de local para guardar pranchas, recuperação das juntas de dilatação, eliminação das trincas do contrapiso, nivelamento e pintura epóxi de alta resistência com nova demarcação das vagas de garagens, entre várias outras.
Morador aproveita a moderna academia do San Filippo.
No ano passado, foi concluída a sala de ginástica. Uma mudança estratégica privilegiou um dos serviços mais requisitados pelos moradores, mantendo em uma sala menor o salão de jogos, que conta com mesas de sinuca, totó e pingue-pongue. “São 264 unidades, quase mil moradores que aproveitam toda a infraestrutura de lazer.
São 264 unidades, quase mil moradores que aproveitam toda a infraestrutura de lazer, que precisa estar em boas condições para a valorização do imóvel
Domingos Filho, síndico
Temos também um home office e uma lan house, uma cantina e uma praça de leitura. Tudo isto precisa estar em boas condições para a valorização do imóvel e é muita coisa. O trabalho em equipe evita deixar brecha para a degradação das áreas”, conclui o síndico.
Porteiros
Como um Administrador
Jair de Medeiros Chagas
Condomínio Porto Romazzino
Simpatia que conquista moradores e visitantes.
De sua sala envidraçada, ele tem uma visão do movimento intenso da entrada de serviço. Dos monitores, as imagens das câmeras de segurança da entrada de veículos, social, garagem e corredores. Em sua mão um rádio, por vezes, substituído pelos telefones ou pelo teclado do computador. Com sua camisa social branca e gravata, ambos impecáveis, Jair de Medeiros Chagas, o porteiro-chefe do Condominio Porto Romazzino, em São Conrado, é um exemplo dos novos profissionais de portaria. Função de porteiro-chefe, atitude e responsabilidades de quem administra uma organização de grande porte.
Além das tarefas tradicionais, como a de percorrer os 26 andares todas as manhãs, checando se está tudo em ordem, Jair coordena todo o serviço: a atuação de 14 funcionários, as relações com a administradora para as providências necessárias, a organização de documentos e a coleta de assinaturas da síndica. Uma atividade intensa, que não deixa o dia a dia do porteiro cair na rotina jamais. E ele gosta. “Eu adoro este trabalho”, afirma Jair.
Nascido no Maranhão, sua experiência na Cidade do Rio foi como mensageiro em um hotel, o que lhe deu a dinâmica necessária para o trabalho em um condomínio da dimensão do Porto Romazzino. Ainda assim, conta que sentiu grande dificuldade, pois a portaria não dispunha da organização que tem hoje e encontrar um contrato, um documento fiscal ou outro quando necessário, na maioria das vezes com urgência, desafio. Hoje, mantém tudo facilmente acessível, em pastas identificadas e gaveteiros impecavelmente organizados. “Apanhei muito, mas aprendi na prática, fazendo e aprendendo. E a cada dia aprendo mais”, conta, reconhecendo que teve muita ajuda do gerente de condomínio da administradora a quem recorria sempre que precisava.
Bom Também como Relações Públicas
Dentre as lembranças mais difíceis da época estão também os apuros por não ter na ponta da língua o Regimento Interno e uma perda de água significativa, a princípio, inexplicável. “Como porteiro você até pode consultar o Regimento, mas como porteiro-chefe tem que saber tudo de cor para poder orientar os moradores. E se, como porteiro, precisa acompanhar o consumo de água, como porteiro-chefe precisa encontrar uma solução quando um problema se apresenta”, explica.
Como porteiro você até pode consultar o Regimento, mas como porteiro-chefe tem que saber tudo de cor para poder orientar os moradores
Jair de Medeiros Chagas, porteiro-chefe
A perda de água foi descoberta através de um teste que, com os conhecimentos sobre as instalações do prédio, pode dispor. Um vazamento no reservatório foi consertado e pronto. O domínio sobre as regras do Regimento veio com o tempo e o uso prático, nos desafios de todos os dias. “Gosto de tudo no meu trabalho, mas lidar com as pessoas é de longe a parte mais delicada”, avalia. Nesta linha, uma dificuldade é a de fazer com que um ou outro funcionário, menos comprometido, por vezes, apenas por estar mais interessado em ser demitido, entenda que com este tipo de comportamento só prejudica os colegas de trabalho. “Nunca mando, peço. Tenho uma relação a mais respeitosa e educada. Mas, este momento é sempre difícil. Procuro fazê-los compreender que nada do que fazem prejudica o patrão, mas os que estão junto dele, aqueles que são seus amigos”. Para Jair, o seu papel não é o de defender um ou outro, mas o condomínio, respeitando o bom senso e também as regras.
Pai Orgulhoso, Marido Dedicado
Nas horas de lazer Jair acompanha atentamente a cobertura esportiva. “A idade já não permite jogar bola, mas ver pela TV, é a minha praia”, brinca. E não é só futebol que o flamenguista apaixonado, como se identifica, acompanha. Seu filho, é o campeão brasileiro de futevôlei, Rodrigo “ET”, o segundo filho, Alex, um seminarista. “Não tenho motivos para me queixar, pelo contrário. Como pai, sou só orgulho”, afirma.
Se não está assistindo a programas de esporte, está preparando as refeições para a esposa Adriana. “Todos os dias ela acorda e encontra o seu café da manhã preparado. Mas ela merece”, diz. Farras estão fora de cogitação. Divertimento para Jair é somente em família. “No dia a dia, ou estou vendo esportes, ou saio para levar a patroa para comer fora. Nada mais”, completa.
Nas férias, a coisa muda um pouco. Filho de uma família de 11 irmãos, com pais vivos, as viagens fazem parte de um planejamento anual. “Lá mesmo, começamos as organizações e planos para a próxima. A deste ano está planejada há cinco anos, mas há um bom motivo para isto. Em dezembro último, Jair e os 10 irmãos, cunhadas, filhos e netos ocuparam boa parte dos assentos de um único voo para as comemorações dos 80 anos do patriarca, o senhor Chagas.
“Sou uma pessoa feliz. Tenho o meu trabalho, que realizo com dedicação, e uma família bonita demais. O que mais se pode querer?”, pergunta.
Aos que pretendem se aventurar pela nova profissão de porteiro, Jair sentencia. “Sejam pessoas boas primeiro, depois, profissionais corretos, honestos e generosos, consigo mesmo e com os demais”, conclui.
Ações Positivas
Apoio a crianças com câncer
Doar solidariedade. Foi com este objetivo que teve início, em 2000, a Casa de Apoio à Criança com Câncer Santa Teresa – CACCST. A organização não governamental oferece hospedagem, alimentação e transporte até os hospitais de tratamento, com retorno à Instituição. Além deste apoio, as mais de 70 famílias assistidas contam ainda com serviço de assistência social, orientação psicológica, odontológica, pedagógica, recreação e outras atividades de cunho social.
Iniciado em Bangú com pouco mais de cinco crianças, hoje o trabalho da CACCST é realizado no bairro do Estácio e todas as famílias são encaminhadas pelos hospitais que atendem a crianças com câncer, como o Hemorio, o Hospital da Lagoa, dos Servidores, o Pedro Ernesto e o Inca.
Ao chegarem à Instituição, é feito um mapeamento de suas principais carências e os voluntários da área de serviço social e a equipe interdisciplinar se encarregam de orientá-las quanto a garantias e direitos, como transporte público, benefício concedido pelo governo, entre outras informações referentes à seguridade social e previdenciária, com base na Constituição.
As famílias assistidas contam com serviço de assistência social, orientação psicológica, odontológica, pedagógica, recreação e outras atividades.
O foco da Instituição é cada vez maior na qualidade de vida das famílias das crianças portadoras de Neoplasia (câncer infantil), por reconhecerem as enormes dificuldades que têm para iniciar e dar continuidade ao tratamento da doença, tanto por questões relacionadas ao elevado custo, principalmente dos medicamentos, quanto à permanência do acompanhante e do transporte, geralmente de longa duração.
Como Ajudar
Para realizar todo o trabalho, a CACCST conta com doações diversas que contribuem muito, mas não chegam a atender a todos os anseios, como a construção de uma casa maior, em terreno já doado pela Prefeitura, para a ampliação do número de atendidos e especialmente para poder contar com uma área para transplantados, que hoje a Instituição não tem condições de receber.
A CACCST procura um parceiro na área de construção civil para ajudar na execução da obra da nova sede e, permanentemente, necessita de recursos financeiros, de pessoas físicas ou jurídicas, para auxiliá-la na manutenção do projeto e até mesmo para itens de alimentação, vestuário e medicamentos.
A CACCST necessita de recursos financeiros, de pessoas jurídicas, para auxiliá-la na manutenção do projeto e até mesmo para itens de alimentação, vestuário e medicamentos
As doações de origem corporativa deve ser feitas no banco Bradesco:
Agência: 0445
conta corrente: 0142134-4
Titular: Casa de Apoio à Criança com Câncer Santa Teresa
CNPJ: 04.158.233/0001-78
Telefone: 21 2220-2668
Email: [email protected].
Pelas pessoas físicas, as doações devem ser feitas através do Banco Itaú:
Agência: 8159
Conta corrente: 11043-9
Titular: Casa de Apoio à Criança com Câncer Santa Teresa
CNPJ: 04.158.233/0001-78
Telefone: 213984-3050.
Para saber mais sobre o trabalho da CACCST, visite a Instituição na Rua Santos Rodrigues, 60 – Estácio, Rio de Janeiro/RJ, ou através de seu site http://www.caccst.org.br/site. Mais detalhes pelos telefones (21) 2502-8343 / 2293-2210.