Editorial
Caminhamos para o final de mais um ano. Época de muita agitação nos condomínios com os preparativos para o verão, as férias e as festas. A orientação de alguns especialistas vai ajudar nos cuidados para algumas das questões mais comuns neste período.
Nos exemplos dos síndicos também há muito a ser observado com atenção. São ótimas dicas. A nossa síndica Deu Certo transformou em espaço garden uma área que antes servia apenas para acúmulo de entulho, criou um ponto de carona para os moradores na saída da garagem e empreendeu uma obra difícil, mas necessária em alguns condomínios. Não é incomum que construtoras entreguem o prédio sem que o elevador desça até as garagens. Mas ela corrigiu o problema.
Outros estão cuidando das piscinas, do controle de pragas, do para-raios. Temos a felicidade de poder saber e compartilhar com você tantos casos de sucesso. Por isto, somos a única revista especializada em condomínios a receber um prêmio Secovi Rio, Destaque de Mídia, que tem como objetivo estimular a produção de reportagens que contribuam para o desenvolvimento do segmento de comércio e serviços imobiliários.
Estas e outras informações você pode ter lendo a sua revista Lowndes Report. Ela é feita para compartilhar o máximo de conteúdo de qualidade sobre práticas de boa gestão condominial.
Boa leitura!
Espaço Lowndes
Qualidade Comprovada, Sempre
Sem parâmetros, na hora de escolher uma administradora muitos condomínios acabam optando por contratar empresas que não cumprem o compromisso de ofertar serviços com o padrão de qualidade necessário. Separar o joio do trigo é um desafio para os clientes e para o próprio mercado, que depende de credibilidade e confiabilidade para se manter.
Em todos os mercados, e especialmente nos mais ativos, há empresas de todos os portes. Desde as mais tradicionais e qualificadas até aquelas a que o povo costuma chamar de empresas “de fundo de quintal”.
Uma certificação, ou selo de qualidade que estabeleça parâmetros, indicadores para medição de resultados e de processos, ou seja, pré-requisitos mínimos que sirvam de fato, para separar as mais capacitadas das demais, será uma forma de estimular o desenvolvimento e o aprimoramento do mercado e promover a concorrência saudável entre as empresas.
No âmbito da administração condominial, a Lowndes sempre se destacou pela qualidade e confiabilidade de seus processos, pois foi com este objetivo que seu fundador, Donald Lowndes, criou a empresa.
A oferta de treinamento, tanto para público interno, quanto para público externo, é uma ação que a Lowndes vem desenvolvendo há muitos anos, com o objetivo de contribuir para profissionalização do setor.
A oferta de treinamento é uma ação que a Lowndes vem desenvolvendo há muitos anos, com o objetivo de contribuir para profissionalização do setor
Para o público externo, a Lowndes oferece os cursos de qualificação aos empregados de edifícios, como Qualidade e Serviços na Portaria, Segurança Predial – Orientações e Prática na Prevenção e Combate a Incêndios e outras, além dos Ciclos de Palestras que são específicos para síndicos clientes e não clientes. Para o público interno, o projeto Lowndes e Você S/A, é o responsável, há mais de 10 anos, por manter as equipes bem treinadas e qualificadas.
Ao longo de sua história, e tendo isto como base de seus valores, a Lowndes sempre empreendeu ações para contribuir para a qualificação do setor de administração de imóveis e condomínios e está preparada para ostentar as maiores credenciais de distinção. Pensando na valorização do mercado e, em especial, na sua capacidade de ofertar um melhor atendimento aos clientes, a Lowndes aguarda a criação de uma certificação ou um selo de qualidade para valorizar os que operam com competência no mercado de administração de imóveis e condomínios.
Atualidade
Atenção ao Controle de Pragas
Com a chegada do verão, dê maior atenção ao controle de pragas. Cuidado na seleção da empresa é fundamental
Como a maioria de nós, as pragas adoram colocar as perninhas de fora na estação mais quente do ano. Especialistas dizem que elas estão no ambiente sempre, mas que é nesta época que circulam mais e acabam por aterrorizar os condôminos, que por sua vez, cobram da administração do condomínio solução para o problema.
O maior desafio é saber o que fazer, já que não existe qualquer possibilidade de extinguirmos com as pragas.
Ação Precisa ser Frequente
Segundo a especialista Juliana Cavalcanti, que há 20 anos atua no mercado, a ANVISA mantém a resolução RDC 52 que, dentre outras coisas, lista ambientes onde devem ser realizadas desinfestações periódicas, dentre eles estão os condomínios residenciais e comerciais. “Demonstramos aos síndicos que a velha garantia de seis meses com apenas uma visita é ineficiente. Hoje, não realizamos manutenções do controle de pragas com intervalos longos, porque isto não funciona. Esta periodicidade pertence a uma visão ultrapassada, onde a empresa só atua quando o problema já está instalado e causando incômodo aos moradores”, diz.
“O controle de pragas e vetores, ou desinfestação, deve ser minimamente mensal, conforme está explícito na RDC 52. O período mais curto é necessário em função das condições climáticas e da oferta de água, alimento, abrigo e acesso, que fazem com que as pragas se proliferem”, diz Rogério Catharino Fernandez, presidente da ABCVP (Associação Brasileira de Controle de Vetores e Pragas).
O controle de pragas e vetores deve ser minimamente mensal, necessário em função das condições que fazem com que as pragas se proliferem
Rogério Catharino Fernandez, presidente da ABCVP
Uma empresa que traga eficácia ao condomínio é fundamental. No Condomínio Anita, no Leblon, a síndica Silvana Müller escolheu um biólogo, profissional que representa uma empresa de desinfestação, para atendê-la. Para a síndica, o fato dele próprio executar os serviços de maior credibilidade por se tratar de um especialista. “A escolha foi feita não só pelos valores, mas também pelas recomendações que tínhamos de seu serviço. Ele é o responsável técnico, tem conhecimento e formação, além de sua empresa ser credenciada junto aos órgãos competentes”, conta.
Silvana conta que o profissional fornece um certificado com garantia dos serviços e antes do término deste prazo entra em contato para renovar as aplicações. “Nós do condomínio, de posse desse certificado, ficamos atentos também quanto ao término da garantia.
Os funcionários do condomínio são orientados quanto a importância da limpeza nas áreas comuns e estão sempre atentos à eficácia da imunização. Além disto, normalmente é colocado um comunicado nos quadros de avisos, sugerindo a desinfestação dos apartamentos, porém a responsabilidade das unidades é do próprio condômino. Mas a não realização nas unidades não tem comprometido a eficiência dos serviços nas áreas comuns, halls, escadas, lixeiras, terraço e garagem”, assegura.
Para a síndica, é imprescindível que o serviço seja realizado ao término da garantia e por isto está muito satisfeita com o serviço contratado.
“Não é preciso que o síndico seja incomodado pelas reclamações dos condôminos devido ao aparecimento de pragas. Se o controle é efetivo, dificilmente elas vão aparecer com frequência. É uma abordagem preventiva, necessária quando se sabe que as pragas estão no ambiente e que sem o devido controle elas procriam e proliferam. É um ser vivo e o seu controle não é simples. Cada praga tem suas especificidades biológicas e comportamentais e cada ambiente possui uma necessidade com relação aos produtos e metodologias a serem utilizadas nos serviços. Conhecer as pragas e o ambiente onde elas atuam é fundamental para que possamos chegar a um controle satisfatório”, reforça a especialista Juliana.
A aplicação dos produtos de desinfestação não oferece riscos de intoxicação, segundo Juliana Cavalcanti
Confiabilidade é Fundamental para a Escolha da Empresa
Dentre os cuidados na hora de escolher uma empresa, ela recomenda checar a sua reputação no mercado e, acima de tudo, conferir se é licenciada no INEA (Instituto Estadual do Ambiente), se possui técnico responsável e atuante, seja um biólogo, engenheiro agrônomo, engenheiro florestal, engenheiro químico, farmacêutico, ou médico veterinário e se, tanto empresa, quanto o profissional, possuem registro no conselho profissional. Outro item que pode ser checado é se a empresa possui Cadastro Técnico Federal (CTF) no IBAMA e se é associada a ABCVP, entidade que congrega as empresas do setor. “Estatísticas dão conta de que há no mercado do Rio de Janeiro mais de 600 empresas atuando, mas somente em torno de 300 são licenciadas pelo INEA. O risco de contratar uma não qualificada é grande, por isso é importante pedir os documentos que comprovam que a empresa que vai cuidar do condomínio está realmente legalizada”, afirma.
A síndica Suzete Bastos, do Condomínio Solar de Vila Real, na Tijuca, utiliza uma empresa que já conhece há quase 10 anos. “Quando assumi tinha muita barata aqui. Lembro até que esta empresa era até mais cara, mas mostrou estudos, demonstrou tanta conhecimento, que optamos por ela”, diz. A síndica conta que a empresa dedetiza a cada dois meses e o condomínio não teve mais problemas. “E olha que ainda temos o duto de lixo. Mudamos o sistema e o local é mantido muito limpo. Os faxineiros até brincam dizendo que dá para dormir lá. Mas, de qualquer forma, manter as desinfestações tem permitido não enfrentarmos mais as desagradáveis visitas das baratas”, brinca.
Mudamos o sistema e o local é mantido muito limpo. Manter as desinfestações tem permitido não enfrentarmos mais as desagradáveis visitas das baratas
Suzete Bastos, síndica.
Higiene das Áreas Internas é Medida Preventiva
A empresa também se encarrega de ligar quando o prazo de manutenção está se aproximando, a fim de agendar a visita, o que representa uma tranquilidade a mais para o condomínio. “É uma forma mais organizada e que nos deixa mais seguros”, afirma.
O presidente da ABCVP destaca que outras ações preventivas devem ser tomadas ao longo de todo ano, a fim de manter o condomínio sempre livre de pragas, como evitar o acúmulo de água parada, acondicionar bem o lixo, vedar frestas e vãos de azulejos, telar janelas e portas, limpar caixas de serviço e manter uma ordenação do ambiente, sem acúmulo de materiais inservíveis e outros.
Sobre os mosquitos, Rogério diz que o que se sabe é que as condições para proliferação de mosquitos, da dengue e pernilongos, são diversificadas, tanto nas áreas comuns, como nos apartamentos. “A maioria opta acertadamente por usar um serviço próprio de combate regular, o que é fundamental. As campanhas internas para alertar sobre o combate aos criadouros são importantes, especialmente, para conscientizar as pessoas. Os síndicos devem se valer delas para manter os moradores e empregados atentos a cuidados preventivos”, orienta.
Atualmente, a preocupação é grande com os riscos de intoxicação. Sobre isto ele diz que o mais comum é que se utilizem técnicas de iscagem, gel e pulverizações localizadas e pontuais, oferecendo maior conforto e segurança para os clientes, pois estas são técnicas “limpas”. “Os tratamentos deixaram de ser invasivos e interferem o mínimo na rotina das áreas a serem controladas, e não oferecem riscos para os moradores. Isto no caso de se contar com empresas idôneas e responsáveis”, conclui.
Capa
A Piscina do Condomínio já Está Preparada para o Verão?
O presidente da ABCVP destaca que outras ações preventivas devem ser tomadas ao longo de todo ano, a fim de manter o condomínio sempre livre de pragas, como evitar o acúmulo de água parada, acondicionar bem o lixo, vedar frestas e vãos de azulejos, telar janelas e portas, limpar caixas de serviço e manter uma ordenação do ambiente, sem acúmulo de materiais inservíveis e outros.
Sobre os mosquitos, Rogério diz que o que se sabe é que as condições para proliferação de mosquitos, da dengue e pernilongos, são diversificadas, tanto nas áreas comuns, como nos apartamentos. “A maioria opta acertadamente por usar um serviço próprio de combate regular, o que é fundamental. As campanhas internas para alertar sobre o combate aos criadouros são importantes, especialmente, para conscientizar as pessoas. Os síndicos devem se valer delas para manter os moradores e empregados atentos a cuidados preventivos”, orienta.
Atualmente, a preocupação é grande com os riscos de intoxicação. Sobre isto ele diz que o mais comum é que se utilizem técnicas de iscagem, gel e pulverizações localizadas e pontuais, oferecendo maior conforto e segurança para os clientes, pois estas são técnicas “limpas”. “Os tratamentos deixaram de ser invasivos e interferem o mínimo na rotina das áreas a serem controladas, e não oferecem riscos para os moradores. Isto no caso de se contar com empresas idôneas e responsáveis”, conclui.
A síndica Andrea Carloni e o guardião Josiel Ferreira na piscina que está passando por reformas gerais
A escolha da empresa foi precedida por uma pesquisa junto a outros condomínios para saber da qualidade de atendimento, além de consulta sobre se dispunha de documentação e conhecimento técnico necessário para o seu funcionamento.
As medidas são elogiadas por Ricardo Pagani, Diretor operacional de uma empresa que atua há 23 anos no mercado de piscina, atenta especialmente a segurança do banhista, oferecendo desde mão de obra com formação específica, que são os guardiões e os tratadores de piscina, até produtos que, segundo ele, représentam riscos, se não forem manuseados e armazenados de modo adequado.
São produtos que podem intoxicar, causar queimaduras e até exigir o esvaziamento parcial, ou total, da piscina. Pagani cita um que serve para inibir os raios solares. Em certa quantidade é eficaz, em excesso pode exigir a perda de toda a água da piscina. “E é um produto que pode até ser encontrado em supermercado. Mas requer conhecimento para lidar com ele. É por isto que nos condomínios, como em qualquer outro local com piscina de uso coletivo, o tratamento deve ser de responsabilidade de um profissional químico”, afirma.
E, acrescenta, “muitos desconhecem que a piscina para estar em perfeitas condições exige o uso de agentes químicos, como ácidos. Não é trabalho para leigo. Por isto, os profissionais que atuam precisam ter o curso do Inea, do Corpo de Bombeiros, e ainda trabalhar sob a supervisão de um químico registrado no seu órgão regulador, que é o Conselho de Química”, explica.
Muitos desconhecem que a piscina para estar em perfeitas condições exige o uso de agentes químicos, como ácidos. Não é trabalho para leigo
Ricardo Pagani, diretor operacional e experiente profissional do setor de tratamento de piscina
Com a explicação ele dá a deixa para os critérios básicos que todo condomínio deve ter ao selecionar uma empresa que o atenda nos cuidados com a sua piscina.
Regras para a Segurança de Todos
Nem todos têm verba para ter um tratador e um guardião, e o mercado dispõe de empresas que dispõem de profissionais preparados, um químico que vai orientar o supervisor que, por sua vez, se responsabiliza por conduzir o trabalho daqueles que atuam na piscina fazendo os dois papéis. “O mais importante é que o condomínio verifique se a empresa dispõe de credenciamento e profissional registrado. É preciso também que tenha regras, como o horário de funcionamento da piscina, pois são necessárias, dependendo de suas dimensões, duas horas para proceder ao tratamento diário, que inclui aspecto químico, com o uso de produtos, e físico, com a limpeza local. O horário de funcionamento deve obedecer a este tempo de preparação, fundamental para a qualidade da água”, orienta Pagani.
Os condomínios precisam ter claras e de conhecimento de todos, as regras estabelecidas sobre o uso da piscina. Vale o que está no regimento interno, mas caso este seja omisso é importante que se estabeleçam em assembleia as formas de funcionamento, as obrigações e os limites de uso, para a segurança de todos. “Não basta contar com o bom senso dos condôminos. Gradeamento, guardião habilitado, horário de funcionamento, todos estes são pré-requisitos fundamentais aos condomínios que dispõe de piscinas”, orienta Gerson Costa, gerente de condomínios da Lowndes.
O gerente diz que nem todos têm conhecimento acerca de que as piscinas em condomínios possuem uma Norma Técnica Especial que regulamenta seu uso, que é o Decreto Estadual 13.166, de 1979, onde estão contidas questões disciplinares e as que abrangem as obras de instalação, incluindo desde o tipo de piso ao controle da água, a exigência de exame médico periódico a ser apresentado pelo usuário a cada 6 meses, o registro de usuários, entre outros.
Ele alerta que por força desta legislação, os condomínios estão sujeitos à fiscalização por parte da Vigilância Sanitária, a qual pode impor penas pecuniárias caso não esteja sendo cumprido o que ela determina. “É essencial que se esteja atento ao que ela diz, e dentre as suas exigências atentar especialmente para o exame médico, que deve estar entre as regras para o uso da piscina, como forma de prevenção de doenças para os usuários, e de despesas indesejadas para o condomínio”, afirma.
Além desta Norma Técnica, há um conjunto de leis que regulam o uso das piscinas e a mais recente diz respeito à instalação de dispositivo anti sucção. Ela é de 2010, mas muitos ainda a desconhecem. Talvez por isto, só no primeiro mês do ano três pessoas morreram em acidentes no ralo de piscinas. “Uma tampa de ralo dentro das especificações custa 65 reais. Há uma série de dispositivos de proteção, mas a maioria desconhece. O condomínio deve estar atento a isto”, acrescenta Pagani.
O especialista diz que o risco maior está nas piscinas grandes, pois têm bombas de maior poder de sucção. “Tramita no Congresso uma nova lei para proibir o uso de um único ralo, a fim de contrabalançar a força das bombas em piscinas maiores”, informa.
Atenção Máxima à Qualidade da Água
O Condomínio Novo Leblon, que dispõe de um verdadeiro parque aquático, com quatro piscinas, a maior com 25 metros, além de outra de 11 metros e mais duas de seis metros cada, foi alertado sobre a lei pela empresa que, semestralmente, faz a avaliação da qualidade de suas águas. “Na ocasião, ela era recente, mas fizemos logo a instalação do que chamam de botão de pânico. Um dispositivo acessível ao guardião e a qualquer um, para que, em caso de acidente, seja interrompido o funcionamento da bomba de sucção”, conta Anna Regina Degering Ribeiro, Superintendente Executivo da Associação dos Condôminos do Novo Leblon.
Minenique Gonçalves Rego, subsíndico administrative) e Anna Regina Degering Ribeiro, superintendente executiva capricho com o parque aquático do Novo Leblon.
Com um funcionamento que vai das sete da manhã às 22h30, todos os dias, com uma frequência grande por parte de seus quase seis mil moradores, em atividades livres e escolas de natação, hidroginástica e pólo aquático, as piscinas do Novo Leblon recebem um atendimento especial para o cuidado com a água. “O pH é medido três vezes ao dia e ajustado sempre que necessário. Temos as avaliações que mandamos fazer a cada seis meses e anualmente somos fiscalizados pela Vigilância Sanitária, sem qualquer tipo de problema, que é uma preocupação que temos com a saúde dos que utilizam as piscinas. Algumas escolinhas atendem à crianças muito pequenas e todo cuidado é pouco para garantir a sua segurança”, diz Anna.
O Condomínio tem dois guardiões terceirizados e um operador contratado. Além disto, dispõe de pessoal que está sempre atento ao funcionamento dos aquecedores, bombas e filtros. “Às vezes, precisamos chamar uma empresa para resolver uma questão qualquer com um dos aquecedores, mas temos empregados qualificados para trocar um rolamento, um selo mecânico da bomba, por exemplo, e avaliar as condições dos filtros”, acrescenta.
Quanto maior o movimento, maiores os cuidados necessários para manter a qualidade da água da piscina
“Estes cuidados são fundamentais”, diz Ricardo Pagani, que sabe por experiência que muitos dizem não gostar de piscina por não acreditarem que uma água em que tantos se banham possa ter qualidade. “O próprio brasileiro tem a consciência de sua falta de cultura para a prevenção. E, de uma certa forma, ainda que sem os recursos de um conhecimento técnico, sabe que o fato de olhar e ver uma piscina azul não significa que isto basta para que seja seguro banhar-se ali”, afirma.
Mas há os que não sabem e não se preocupam. Segundo Pagani, são muitos os problemas de saúde que podem ser adquiridos em uma piscina mal cuidada. “A gente que trabalha com isto sabe dos riscos. Mas, de um modo geral, uma pessoa pega uma doença, uma otite, uma conjuntivite, ou mesmo hepatite, e só vai se dar conta muito tempo depois e, raramente vai pensar que pode ter pego em um banho de piscina”, diz.
Por isto, é importante ter todo um cuidado com o tratamento da água. E nisto, o uso do cloro é fundamental. “Onde não há cloro, há a presença de contaminante”, diz, explicando que há
uma dosagem específica para o volume de água e esta varia até mesmo ao longo de um dia, dependendo se choveu, se teve excesso de sol, ou falta dele, se a piscina foi muito usada, ou não, pois quanto maior o volume de pessoas, maior a carga orgânica, o que aumenta o risco de contaminantes na piscina.
“É por isto que o tratador precisa fazer um ajuste frequente. E, neste quesito, muitos pecam por fazer economia onde não deve. Há quem diga que só tem dinheiro para tantos quilos de cloro por período. E não é por aí. É preciso um profissional com conhecimento para avaliar e o produto em quantidade e especificidade adequada para fazer os ajustes necessários, a fim de manter a qualidade da água”, destaca.
O custo de manutenção da piscina também envolve orientação técnica e conhecimento, pois há soluções em produtos e equipamentos modernos que geram economia. “O mercado brasileiro caminha com a lentidão do desconhecimento. Há equipamentos que existem nos Estados Unidos, por exemplo, há 30 anos, e que só agora começam a ser utilizados no Brasil. São tecnologias que permitem uma economia significativa. Procurar saber mais, buscando orientação técnica vai, certamente, fazer toda a diferença”, conclui.
Destaque
Para-raios: O seu Condomínio está Protegido?
País é líder em incidência de raios
O uso de para-raios, ou SPDA (Sistema de Proteção de Descargas Atmosféricas), é obrigatório para prédios com mais de 30 metros de altura, conforme o Código de Segurança contra Incêndios e Pânico, do Decreta Estadual 897, de 21 de setembro de 1976, artigo 168. Mais que uma obrigatoriedade, ele é fundamental para a proteção da edificação e de seus ocupantes. O Brasil é considerado o país com maior incidência de raios e quando a descarga atinge o SPDA e este não a conduz de forma segura para o solo, gera pequenas descargas elétricas que podem causar choques, incêndios ou queima de equipamentos eletroeletrônicos. Apesar disto, é comum que o condomínio não saiba quais as condições do seu SPDA.
“Já vínhamos com uma questão com relação ao nosso para-raio, sem saber se estava de fato atendendo às exigências. Com o advento da autovistoria, tivemos acesso a NBR que orienta para o equipamento correto”, conta o síndico Edmilson Franco Fraga, do condomínio San Remo. A iniciativa permitiu corrigir um outro problema. Depois de concluída a reforma da fachada, descobriu-se que sumiram com os fios de aterramento do SPDA, parte fundamental do equipamento.
Não estamos fazendo esta correção apenas porque foi uma pendência apontada pela autovistoria. A aprovação em assembleia foi unânime, pois todos têm consciência de que este é um perigo real”, completa.
No Condomínio Queluz, no Catete, foi a vistoria realizada no início da gestão profissional, que assumiu em 2013, que descobriu que o equipamento existente não era o correto. Ao buscarem uma empresa para realizar o serviço, pesou a apresentação de orçamento detalhado, destacando item por item o que compõe a qualidade técnica do equipamento e outras explicações que demonstraram o conhecimento e a experiência da empresa. “Além do serviço em si, contratamos também um seguro específico para a obra. Era importante garantir a segurança de um equipamento dentro dos padrões estabelecidos para a edificação e também a tranquilidade durante o processo”, detalha Keila Oliveira, gestora do Queluz.
As empresas instaladoras realizam manutenção anual dos equipamentos e é em conformidade com a ABNT/NBR 5419 que o Corpo de Bombeiros realiza a fiscalização dos SPDA. “O CBMERJ analisa e aprova os projetos de sistema de proteção contra descargas atmosféricas” , diz o Coronel Roberto Fontenelle, Diretor Geral de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros. Segundo o Coronel não é incomum se observar SPDAs com falhas, vulnerabilidades e sem manutenção nos condomínios.
O CBMERJ analisa e aprova os projetos de sistema de proteção contra descargas atmosféricas
Coronel Roberto Fontenelle, Diretor Geral de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros
Para as empresas instaladoras, a maioria não funcionam ou estão instalados de forma inadequada, representando perigos reais aos condôminos. Através de um laudo do SPDA, pode-se identificar as vulnerabilidades a que estão sujeitos os condomínios de receber descargas atmosféricas. Elas alertam que um sistema inadequado de SPDA pode gerar problemas na hora de receber a cobertura do seguro, sob a alegação de que os danos aconteceram por falta de manutenção do equipamento. “Um ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) atualizado, informando que o sistema está dentro dos procedimentos da Norma 5419, evita problemas”, recomenda Francisco Coelho Cotta, engenheiro responsável por uma empresa que há 36 anos atua com para-raios.
E segundo ele não é apenas a seguradora que exige o laudo feito pelas empresas credenciadas pelas firmas instaladoras. A autovistoria da Prefeitura do Rio considera uma não conformidade, abrindo uma pendência para o condomínio realizar, quando este não apresenta a ART referente ao SPDA.
“Neste laudo, a parte mais importante é o sistema de aterramento do sistema, que faz com que a descarga suma no solo. Ele atesta que o que a norma técnica e o Corpo de Bombeiros especifica está sendo respeitado. Este laudo é fundamental para o condomínio. Sem ele, corre um tríplice risco, com a Prefeitura, o Corpo de Bombeiros e a segurança do prédio”, afirma.
O engenheiro alerta ainda que a maioria dos prédios está caindo em não conformidade também porque tanto norma quanto o Corpo de Bombeiros exigem que os sistemas atuais tenham dois condutores de descidas, e no passado os sistemas tinham um somente um condutor.
Na manutenção anual inspeciona-se o cabo, se tem algum pedaço partido, por exemplo, todas conexões, e as partes metálicas são escovadas e pintadas a fim de se manter a durabilidade do sistema.
O Corpo de Bombeiros disponibiliza informações sobre os cuidados com estes equipamentos no site da Diretoria Geral de Serviços Técnicos: www.dgst. cbmerj.rj.gov.br.
Saiba Mais
Prédio está no documentário sobre os arquitetos MMM Roberto
Edifício em destaque: Condomínio Sambaíba
Detalhe da fachada com reforma já concluída
O documentário “Os Irmãos Roberto”, de Ivana Mendes e Tiago Arakilian, é uma verdadeira aula de arquitetura para os que se interessam em saber mais sobre a obra de Marcelo, Milton e Maurício Roberto, ícones da arquitetura modernista brasileira, integrantes do grupo responsável por projetar a nossa arquitetura para o mundo.
Os irmãos Roberto realizaram 187 projetos. Desses, 30 são edifícios residenciais, sendo 21 deles na cidade do Rio. Um deles é o Edifício Sambaíba, no Alto Leblon, que aparece em destaque no filme. O arquiteto Luiz Felipe Machado, cuja tese de mestrado na Sorbonne foi sobre os Irmãos Roberto, considera fachada sinuosa e os brie-soleils, ou venezianas, nas cores verde e azul, como a mais bela dos prédios residenciais concebidos pelos Roberto. Ela se integra e se harmoniza com a paisagem, como num jogo cromático. Construção dos anos 50, o Sambaíba foi uma incorporação Lowndes, que é a empresa que o administra até os dias de hoje.
A fachada sinuosa e os brie-soleils, ou venezianas, nas cores verde e azul, do Edifício Sambaíba, faz com que seja considerado um dos mais belos dos prédios residenciais concebidos pelos irmãos Roberto
O condomínio passa por reformas de fachada, o que exige todo um cuidado para a preservação dos materiais originais. A cineasta é moradora do Sambaíba e conta que ele fomentou a sua pesquisa e que é a origem mesmo do documentário. “Muitas vezes, me peguei corrigindo pessoas que me perguntavam se eu morava no prédio feito pelo Lúcio Costa. Isso ficou martelando na minha cabeça e comecei a pesquisar a obra dos arquitetos. Constatei que os projetos deles estavam aprisionados na Academia, restrito aos estudantes e que uma retrospectiva era necessária e oportuna”, explica Ivana Mendes, que dividiu a direção do filme com Tiago Arakilian.
Reforma Delicada
Ivana está auxiliando na realização da obra de reforma, assim como o arquiteto João Calafate, que além de morar num edifício dos mesmos arquitetos, também dá seu depoimento no filme. Por coincidência ele está trabalhando na reforma de uma unidade do condomínio e suas observações são valiosas. “Os Irmãos Roberto se dedicaram a soluções nada óbvias, buscando adequar seus projetos às condições climáticas locais e as inovações tecnológicas de então, a fim de assegurar um clima agradável em todos os pavimentos, controlando a entrada da luz do sol e facilitando a ventilação, como acontece em nosso prédio. Eles prezavam a qualidade estética, construtiva e muito a qualidade de vida. Precisamos preservar isto”, observa Ivana.
“A gente está tentando resgatar as cores e os materiais originais. A fachada do Sambaíba é praticamente toda em venezianas de madeira, e as janelas são acionadas a partir de um sistema de molas que foi importado do Canadá na ocasião da construção do edifício. Estamos tendo muito trabalho para reformá-las”, diz Adriano Amorim, administrador do Condomínio, que tem todo o apoio da Síndica, Maria Lilia Campello. “Está sendo muito difícil encontrar mão de obra especializada e similares das molas originais”. Outra dificuldade é encontrar uma madeira que substitua a contento as originais que já estão danificadas. “As primeiras foram feitas de Ipê e hoje não podemos mais trabalhar com este tipo de madeira. Estamos procurando outra para substituir, mas tudo é feito de modo muito artesanal”, detalha Ivana.
Desenho peculiar dos Irmãos Roberto
Detalhe da fachada ainda em reforma
A parte de reboco e pintura não ofereceu dificuldade e a obra está sendo realizada e já permite antever a beleza do projeto original. Madeiras e molas seguem como um desafio.
No documentário é possível entender o problema, quando os arquitetos explicam que o modernismo se insere em um período de efervescência, de novidades e soluções inovadoras para a época que se transformaram em problema para épocas futuras, pois os mecanismos se tornam obsoletos com o tempo.
Mas, aos poucos a administração atual está avançando. Os jardins, projetados por Burle Marx, também estão sendo reformados. A expectativa é ter o prédio o mais próximo do que foi projetado pelos Roberto de volta, com toda a sua beleza plástica.
Qualidade Arquitetônica para a Classe Média
O documentário apresenta como os arquitetos encaravam as novas tecnologias e as utilizavam em suas obras, que uniam materiais inovadores, pureza estética e qualidade construtiva. Suas ideias já incluíam conceitos de sustentabilidade. Ainda na década de 1940 já utilizavam o telhado verde e a integração da construção com obras de arte. Elas mesmas eram concebidas como arte. Eles pensavam a partir do modelo modernista, que foi um movimento utópico, que propunha e tinha a intenção de contribuir para uma vida coletiva, com habitações de qualidade para a classe média.
Entre as suas obras mais emblemáticas estão prédios como o da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), do Instituto de Resseguros do Brasil e do Aeroporto Santos Dumont, o Edifício das Seguradoras e parte do conjunto do Parque Guinle. Estes e muitos outros, como o Edifício Sambaíba, estão no documentário, que ajuda na divulgação da importância que os irmãos Roberto tiveram e têm na arquitetura brasileira. Além de exibir as imagens, arquitetos de renome, estudiosos e admiradores do trabalho dos Roberto, explicam os princípios que nortearam cada construção.
O documentário foi escolhido para participar da mostra competitiva do “Festival É Tudo Verdade” em 2012, assim como da mostra Retratos do “Festival do Rio”, e está na grade do Canal Brasil e agora também disponível no Canal Now, da Net. Em breve os DVDs estarão disponíveis.
Entrevista
Por uma Conta de Água mais Justa
Rômulo Cavalcante Mota – Advogado especializado na área imobiliária
Autor da cartilha “Xeque-mate, a Cedae enquadrada pela Justiça”, o advogado Rômulo Cavalcante Mota defende a conta de água com transparência, isto com todo o embasamento jurídico de modo a não permitir defesa à Companhia. O resultado é que, a partir de seus estudos e atuação, muitos condomínios estão se beneficiando, através de ações na Justiça, ao conseguir que suas contas sejam cobradas pelo consumo medido pelo hidrômetro. Há mais de 50 anos atuando como advogado especializado na área imobiliária, Mota já foi presidente da ABADI e vice-presidente do Secovi-Rio e é profundo conhecedor dos problemas que afligem os síndicos. Ele mostra o caminho das pedras para que os condomínios possam buscar corrigir distorções em suas cobranças de água.
LOWNDES REPORT – Temos visto muitos condomínios ganhando causas na Justiça contra a Cedae. Que tipo de ação estão movendo?
RÔMULO CAVALCANTE – As ações movidas, atualmente, contra a CEDAE são, principalmente, a cobrança de consumo mínimo de 20m3 por economia comercial (salas e lojas de prédios comerciais). A Justiça, o Tribunal de Justiça e o Superior Tribunal de Justiça tem decidido reiteradamente que a CEDAE só pode cobrar o consumo medido pelo hidrômetro e não pode multiplicar o número de economias existentes por 20m3, como tem feito e continua fazendo. Todos os condomínios comerciais, com lojas, sobrelojas e salas, têm igual direito e podem requerer que ela cobre pelo consumo real, medido, e podem pedir restituição de 10 anos, com juros e correção monetária.
A Justiça, o Tribunal de Justiça e o Superior Tribunal de Justiça têm decidido reiteradamente que a CEDAE só pode cobrar o consumo medido pelo hidrômetro
O advogado Rômulo cavalcante Mota defende uma conta de água com transparência
LOWNDES REPORT – Qual o embasamento para que a Justiça dê ganho de causa aos condomínios?
RÔMULO CAVALCANTE – O Entendimento da Jurisprudência é de que o consumidor é obrigado a pagar pelo que consome e esse consumo é medido pelo hidrômetro, objeto da leitura atual menos a leitura do mês anterior. A CEDAE não pode cobrar por estimativa, consumo mínimo de 20m3 x número de economias.
LOWNDES REPORT – O que está levando os condomínios a buscarem à Justiça?
RÔMULO CAVALCANTE – A conta de água e esgoto tem sido muito elevada e têm levado os condôminos a pedir socorro à Justiça, já que a CEDAE não atende aos pedidos dos condomínios consumidores.
LOWNDES REPORT – Como os condomínios podem se preparar para iniciar uma ação deste tipo?
RÔMULO CAVALCANTE – É preciso estudar o assunto e propor a ação com o embasamento jurídico adequado. Nada de aventuras. A Jurisprudência está aí, nos tribunais, para ajudar a quem quiser mover ação.
LOWNDES REPORT – Os valores indenizatórios são bastante expressivos. Quanto, em média, uma ação deste tipo pode gerar? O que é levado em consideração para se chegar ao valor indenizatório?
RÔMULO CAVALCANTE – Os valores dependem das contas de cada condomínio. Existem os pequenos e os maiores. No momento, os condomínios comerciais podem exigir pagar pelo consumo medido e não o estimado, isto é, número de economias multiplicado por 20m3. Os condomínios residenciais pagam, em geral e na maioria, Tarifa Progressiva. Ela é considerada legal porque a Lei 11.445 de 2007 permite. Mas, acho que essa tarifa deve ser revista para não ferir o Código de Defesa do Consumidor.
Porteiros
Liderança para um trabalho de equipe
Daniel Dias Ferreira Junior
Porteiro-chefe do Edifício Lowndes
Daniel Dias Ferreira Junior é porteiro-chefe do Edifício Lowndes há oito anos. Um profissional diferenciado, com experiências anteriores em bancos e escritórios de administração e contabilidade. Isto permitiu que se tornasse, logo que chegou ao prédio, o braço direito do chefe, o Sr. Manoel, que foi o porteiro-chefe do edifício por quase 40 anos. “Foi o meu professor, um homem sério e inteligente que assumia seu trabalho com grande compromisso, mas que aceitava algumas das minhas ideias e confiou em mim desde o início”, lembra.
A ênfase dada à confiança do chefe pode ser entendida quando conta que a equipe de profissionais do edifício estava junto há muito tempo e que houve resistência do grupo para aquele estranho que chegava com conhecimento e experiência profissional diferente da deles. Daniel, mal chegou, e já assumia tarefas de confiança e isto criou desconforto.
Em 2008, com o falecimento do Sr. Manoel, Daniel assumiu a chefia do edifício e passou a coordenar a equipe de 10 funcionários, entre porteiro, faxineiro, ascensorista e vigia. Foi então que o grande desafio, para ele o maior de toda a sua experiência profissional, precisou ser vencido de vez. Era preciso conquistar em definitivo a aceitação dos colegas. “Fui quebrando o gelo mostrando que todos fazíamos parte de um único time. Sempre entendi a chefia não como uma questão de mandar, mas de liderar. Tem que saber o que é da função de cada um, não ser arrogante e, acima de tudo, demonstrar que se quer o melhor para a equipe”, diz. Depois de algumas conquistas, pedidos encaminhados e aceitos pelo síndico e condôminos, como auxílio-alimentação, a troca de piso do alojamento, e outras pequenas ações que garantiram mais conforto para os empregados, o clima foi mudando.
Tem que saber o que é da função de cada um, não ser arrogante e, acima de tudo, demonstrar que se quer o melhor para a equipe
Daniel Dias Ferreira Junior, porteiro-chefe
“Quando você se coloca na posição de quem está junto, não precisa nem mandar, cada um tem o seu papel, sabe que deve ter atitude e iniciativa, e, acima de tudo, compromisso e responsabilidade”, defende o porteiro-chefe, dizendo que aprendeu isto no tempo em que trabalhou prestando serviço em um banco estatal. Os chefes eram concursados e nem sempre estavam lá. “O clima criado e a orientação precisa aos terceirizados permitia que todos continuassem a realizar suas tarefas, da mesma forma, com ou sem a presença dos chefes”, lembra. Para Daniel, chefe é aquele que permite e contribui para que a equipe se torne autossuficiente e ganhe autonomia. Desta forma, tudo funciona, não importa quem esteja a frente do grupo. “Comprometimento é o que faz com que não faltem, não cheguem atrasados e se coloquem sempre disponíveis. E isto precisa ser conquistado, ninguém tem compromisso com aquele que o trata mal”, completa.
Quando você se coloca na posição de quem está junto, não precisa nem mandar, cada um tem o seu papel, sabe que deve ter atitude e iniciativa, e, acima de tudo, compromisso e responsabilidade
Daniel Dias Ferreira Junior, porteiro-chefe
Superar o primeiro desafio, de ter encontrado um grupo muito coeso, incluiu a percepção de que, longe de ser um problema, isto poderia ser utilizado pelo que tem de bom. A qualidade dos serviços de cada empregado do edifício poderia ser ampliada com esta união revertida para um fim comum, que é o bom atendimento às necessidades do prédio. Ele orienta os ascensoristas para que tenham uma abordagem de recepção, contribuindo também para o controle de acesso no prédio. “Eles conhecem todos os que trabalham no edifício, prestadores de serviços que circulam com mais frequência e têm até experiência para perceber quando tem alguém perdido, sem saber direito para onde vai. Então, o trabalho deles somando com o dos porteiros é fundamental”, detalha.
Parte da equipe que com o porteiro forma um time campeão no Edifício Lowndes
A mesma orientação é passada para vigias e faxineiros, pois qualquer um pode ser abordado por alguém pedindo uma informação, ou pode agir, quando percebe alguém com atitude estranha na entrada do prédio.
Iniciativa Valorizada
O endereço do edifício torna os cuidados com a segurança maiores. De frente para a Candelária, está exposto às grandes aglomerações que ali se formam para a maioria das passeatas e arruaças realizadas no Centro da Cidade. É também início da Presidente Vargas, e é comum que muitas pessoas entrem apenas para pedir uma informação sobre endereços e empresas da avenida. “Saber receber a todos com cordialidade, mas com atenção à segurança do prédio, é algo que todos devem estar preparados para fazer e investimos muito nisto”, completa.
São funcionários, a maioria, com tempo longo na “casa”. O mais novo com dois anos, mas o mais antigo 34 anos e Daniel defende que esta orientação permite que o conhecimento seja igual, com todos podendo atender bem, com o mesmo padrão. A frase bom dia, como posso ajudar, faz parte do dia a dia de todos eles.
Mas este não foi o único desafio que o porteiro-chefe enfrentou. Ele lembra de quando quase foi mandado embora, porque mudou a sistemática do funcionamento dos elevadores. “Foi um período bem difícil”, recorda. Mas se teve quem não gostasse, a iniciativa foi bem vista por outros e, no final, o novo funcionamento foi mantido, pois revelou-se benéfico às necessidades diferenciadas do movimento ao longo do dia.
O movimento é grande e o pleno funcionamento do prédio é fundamental. Não pode haver problema que venha a atrapalhar a rotina. O pronto atendimento a qualquer necessidade é ponto fundamental para o porteiro-chefe e sua equipe. O Edifício Lowndes tem como peculiaridade condôminos antigos e participativos, e eles são os primeiros a comunicar qualquer problema, o que Daniel considera de grande ajuda.
Vitória Contra um Preconceito
Daniel confessa que, de início, o seu objetivo não era ficar nesse emprego por muito tempo, mas descobriu que o que havia por trás disso era puro preconceito contra a profissão que, na prática, é muito mais complexa do que imaginava. “Quando falam que porteiro é fofoqueiro, que quer saber de tudo, não percebem que este é o bom porteiro, o mal é o displicente. Saber os horários, o funcionamento, as rotinas é o que permite que a qualquer situação diferente consiga intervir, sendo muitas vezes fundamental para evitar uma situação de risco para a segurança de todos, por exemplo”, defende, acrescentando ainda outra crítica equivocada. “Há quem diga que pensamos ser o dono do prédio, porque dizemos o que pode e o que não pode. Os mais arrogantes querem logo falar com o síndico. Não sabem que muitas vezes, o síndico sabe muito pouco das rotinas, regras e normas de funcionamento do prédio, ao contrário dos porteiros, que por obrigação da função tem domínio sobre o tema e estão apenas cumprindo com o seu dever de manter as regras estabelecidas pelos próprios condôminos”, completa.
Daniel diz que pensava na função como de menor valor, mas que hoje vê diferente. Se no trabalho no banco, nos escritórios, cumpria com as minhas tarefas e estava encerrado, na portaria percebe que há uma complexidade maior. “Ela está numa compreensão necessária da comunicação interpessoal, das relações humanas e na articulação de diferentes conhecimentos”, avalia.
Sem Perda de Tempo
Casado, sem filhos, Daniel aproveita as horas vagas para ouvir música, e gosta de preparar um churrasco para os amigos e a família. Ele quer estudar mais e lamenta não ter o hábito da leitura, o que vem tentando mudar. “Estou me esforçando para ter isto como prática, até por uma questão de exercício de memória, de melhora da escrita, do vocabulário e da cultura geral”, diz. Seu lema é “antes tarde, do que mais tarde”. Não lamenta o que não fez e procura fazer o que pode, pois diz que mais tarde pode não dar mais tempo.
Assim, além do trabalho e das metas do dia a dia, prepara a realização de um sonho, que é o de ter um bar, onde possa desfrutar de um ambiente de amizades e boa conversa quando vier a aposentadoria. “Ter o convívio das pessoas e ser uma extensão da minha casa, unindo o útil ao agradável, é isto o que quero”, detalha.
Para os colegas, insiste que leiam mais, estudem mais, para que tenham uma abertura para o mundo. “A gente tem direito ao Sesc, sugiro que viajem, passeiam, divirtam-se, conheçam outros lugares, outras pessoas”, diz.
Para quem quer trabalhar na área, alerta para a grande responsabilidade que a função exige. “O serviço já é estigmatizado e vejo que muitos continuam a seguir e manter este perfil ultrapassado, o que não é bom. Portaria não é mais o que já foi no passado”, conclui.
Ações Positivas
Casa longe de casa
As mulheres que moram fora do Rio e estão em tratamento no INCA, Hemorio e Hospital do Fundão, têm na Associação de Apoio à Mulher Portadora de Neoplasia (AAMN) um abrigo. A missão da AAMN é fornecer gratuitamente hospedagem, alimentação, transporte e assistência psicológica para as pacientes, durante o período de tratamento ambulatorial, mediante convênio celebrado com estas entidades.
A AAMN é uma instituição sem fins lucrativos e tem como objetivo, além de apoiar o tratamento ambulatorial, promover as condições necessárias para o bem estar destas mulheres durante o seu tratamento do câncer. Este consiste, na maioria das vezes, em cirurgia seguida de tratamento ambulatorial de quimioterapia ou radioterapia, o que pode aumentar em até 99% a sobrevida da paciente em dez anos. Na quimioterapia, a paciente submete-se a uma aplicação de droga injetável a cada três semanas, por seis meses; e na radioterapia, uma média de vinte e cinco sessões, de radiação, por cinco semanas seguidas.
Fundada em junho de 2004, como uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), a AAMN é a primeira instituição vinculada ao INCA, e aos outros dois hospitais, a atuar neste segmento de serviços sociais no Rio de Janeiro. Tudo começou quando a sua fundadora, Elisabeth Batalha, durante seu tratamento de câncer de mama, observou que a maioria das pessoas morava longe, o que dificultava que fizessem o acompanhamento necessário em busca da cura da doença. Foi quando ela comprou uma casa espaçosa em Jacarepaguá e firmou os convênios para que, desde 2005, a AAMN pudesse servir de lar temporário a mulheres de diversos estados do país.
Para Conhecer e Ajuda
O Instituto Nacional do Câncer atende a mulheres de todo o Brasil. Porém, centenas de pacientes não complementam o tratamento ambulatorial porque não moram no Rio de Janeiro, não têm condições financeiras para se hospedarem na cidade, ou por estarem debilitadas para fazer viagens longas.
A AAMN conta com suporte técnico especializado, espaço físico adequado sem ônus para as entidades, e um quadro de profissionais voluntários.
Pacientes encontram acolhida carinhosa na AAMN
Para dar continuidade a este projeto, e ainda ampliar o atendimento às pacientes carentes portadoras de neoplasia, é vital ampliar o quadro de doadores, pessoas físicas e jurídicas, que garantam recursos para manutenção da Casa. As doações para a AAMN podem ser feitas através de:
a) Contribuição financeira mensal
Com carnê de guia de depósito, com data e valor a ser doado em branco, para que o doador preencha conforme suas possibilidades e seu interesse.
b) Contribuição financeira pontual
Doação de um valor mediante depósito em conta, ou entrega de cheque ou espécie a um representante autorizado da AAMN. Os depósitos em conta devem ser feitos em nome da AAMN no Banco Itaú – Agência 0387 – conta-corrente 65050-0.
A Associação é uma OSCIP e como tal fornece recibo de qualquer tipo de contribuição. As empresas doadoras podem utilizar, para tal fim, o equivalente a até 2% do seu lucro operacional, de acordo com o art. 13 §2° item III a, b e c da Lei n° 9249 de 26 de dezembro de 1995. O nome da empresa doadora será vinculado em qualquer anúncio ou matéria publicada na mídia, caso seja de interesse.
No caso de empresas ou pessoas físicas no exterior, as doações poderão ser encaminhadas através da Inter American Foundation, que está apta a gerar recibo através de seguintes contatos: E-mail: [email protected] – Site: InterAmerican Foundation – vwwv.iaf.gov -Telefone: 1-212-2443663 (Srª Patricia Lobaccaro / Srª Juliana Luppi) – Endereço: 345 – 7ª avenida – suite 1.401 – Zip 10.001.
Deu Certo
Gestão vitoriosa
Condomínio Royal Barravaí
Ao contar de seus feitos, a síndica Paola Polezel, do Condomínio Royal Barravaí, na Barra da Tijuca, se ilumina. Ela tem os seus motivos. Tentou algumas vezes ser síndica mas perdeu eleições sucessivas. Eleita, enfim, em 2011, pode colocar em prática seus conhecimentos de administração, finanças, decoração e paisagismo, além de sua enorme vontade de realizar, tudo pela valorização do edifício. Enfrentou grandes desafios e até agora venceu todos.
Queria assumir para realizar. Seu foco era a manutenção e a conservação do prédio, que andavam mal. Gestões anteriores dispunham de recursos aplicados de uma ação ganha contra a Cedae, que foi boa parte utilizado para modernização dos elevadores, revitalização dos sub-solos e o restante ficou aplicado com os juros sendo utilizados para cobrir parte das contas ordinárias proporcionando o congelamento da conta condominial por anos. Mas, uma decisão posterior repartiu o dinheiro restante entre os moradores e, então, o condomínio ficou sem caixa. “Chegou um momento que não tínhamos dinheiro e a administradora alertou que seria necessário aumentar a cota em 45%. Nesta época eu era conselheira e na ocasião disse ao síndico: espera aí, vai quebrar todo mundo. Não pode ser! Foi um enxuga daqui e dali. As contas básicas representam 50%, a folha mais 40% e o resto faz com o que?”. No ano seguinte, o síndico não quis mais o cargo e então ela se candidatou e, desta vez, venceu.
Sem Medo
Mas ela assumiu com toda a manutenção para fazer, os funcionários com postura em desalinho com os anseios dos moradores e sem dinheiro para corrigir os problemas. Na véspera do Dia das Mães, um mês depois, duas e meia de uma madrugada chuvosa, o porteiro interfonou dizendo que estava com um problema na portaria; “Abriu um buraco aqui”. A frente do prédio tinha afundado. “A tampa inteira da fossa séptica ruiu”. Mas ali a união fez a força, esquecemos as diferenças, todo mundo ajudou. Foi preciso acionar uma série de órgãos públicos para atestar que o problema não interditaria o prédio. Um início de mandato bem complicado. Foi uma obra que demorou seis meses, mas ficou tudo bem, porque aproveitamos para fazer tudo melhor”, relata.
Sem se intimidar, logo em seguida a síndica decidiu resolver um problema antigo com os elevadores. “Temos cinco elevadores e só os dois deles – os de serviço – atendiam as garagens, o que trazia muitos transtornos. O primeiro passo seria descer com os sociais até as garagens. O desafio era convencer a todos que seria uma obra segura. Fizemos um estudo de engenharia e descobrimos que dois dos três elevadores sociais poderiam atender pelo menos ao primeiro subsolo. Negociamos com as empresas para conseguir as melhores condições a fim de minimizar o peso das cotas extras. Foi o maior voto de confiança que recebi, principalmente porque a obra já havia sido discutida em assembleia por outro síndico e foi considerada impossível de ser realizada. Foi o nosso maior desafio e conseguimos realizar o impossível”, comemora.
Canal Aberto com o Morador
Muitas de suas realizações demandaram carinho e dedicação, já outras exigiram coragem e pulso firme, o que a síndica tem de sobra. “Nunca vi problema se não como desafio”, brinca.
A síndica tem orgulho de ter levado muitos moradores a participarem mais da vida condominial. Para tanto, sua primeira medida foi criar o e-mail “sindicaroyal24horas”, um canal de comunicação direta. “Com isto as pessoas se sentem mais à vontade para reportarem situações e trocarem ideias. Virou a marca da administração. São muitos os vizinhos colaboradores. Afinal, todo mundo quer ver seu “lar” cada vez melhor. Por minha parte, uso para informar, sempre com uma abordagem didática, transparente e próxima”, detalha.
Virou a marca da administação. São muitos os vizinhos colaboradores. Afinal, todo mundo quer ver seu ‘lar’ cada vez melhor
Paola Polezel, síndica
Paola acredita que esta ferramenta abriu uma audição, um meio de saber o que de fato o conjunto dos moradores deseja e também fazer com que saibam o outro lado das questões. “Muitas vezes, com a explicação de quem está de dentro, as coisas se resolvem. As pessoas têm muitas vontades, tem quem queira ciclovia aqui dentro, uma pista de skate, envidraçar varanda, fazer churrasqueira nas varandas, tanta coisa. E a administração nem sempre pode atender a tudo por força de uma legislação, limitações que a maioria nem sabe que existe”, diz.
Fachada do Edifício Royal Barravaí
Por um Ambiente que Aumente a Qualidade de Vida do Morador
Com as realizações, o condomínio ficou visivelmente mais bonito, com fachada, corredores, por dentro e por fora, todo renovado. A síndica busca oferecer comodidade. O morador além do sistema de transporte de ônibus, passou a contar com balsa, academia com equipamentos modernos, restaurante com comodatários preocupados em bem servir, espaço de beleza, home Office, brinquedoteca, salão de festas equipado. E ela está sempre atenta para que os serviços sejam de ótima qualidade.
Além disto, criou espaços de convivência, visando melhorar a qualidade de vida dos que vivem ali, e até criou um slogan para o condomínio: mais que um lugar para morar, um local para viver. O espaço Garden é um exemplo. Projetado por ela quando ainda era do conselho, está onde antes havia apenas entulho, local que atraia insetos e ratos. Agora, sob um enorme arvoredo, há uma churrasqueira com forno a lenha e um jardim com pomar e horta. Um lugar bonito e agradável que valorizou ainda mais o prédio.
Seu capricho está até na implementação de ideias simples, mas inovadoras. Com uma garagem semelhante a dos shoppings do bairro, criou um espaço próximo à rampa de saída de veículos, o ponto do carona. Um banco, algumas plantas, placas sinalizadoras e lá está mais diferencial no condomínio. Um espaço que oferece beleza e conforto para que o morador aguarde que alguém, solidariamente, compartilhe o carro. O condomínio já foi matéria de jornal por ser pioneiro na adoção da coleta de lixo reciclável e pela coleta de água de chuva e ela quer que ele seja modelo neste tipo de ação. “O ponto de carona ainda não é muito usual aqui no Rio, mas precisa ser. Especialmente neste bairro, onde o perto é longe, com um trânsito intenso no meio”, enseja.
Ponto de Carona é uma das ideias implementadas pela síndica
A síndica ainda investe em ações de integração. A cada data significativa realiza comemoração com o objetivo de maior integração e interação. Dia das crianças, Páscoa, Natal, Réveillon, dia das mães, até mesmo o Halloween foi incorporado às celebrações. Com isto, muitos vizinhos que antes moravam no mesmo andar mas não tinham muita aproximação, hoje interagem mais.
A equipe de profissionais foi em parte refeita. Novos e antigos passam por treinamento e têm o celular da síndica para a qualquer momento mandar um whatsapp, encaminhar uma foto de algo que está acontecendo do prédio, comunicar ou pedir orientação para algum problema. “No dia a dia, vou conversando, corrigindo. É importante que a equipe saiba que a síndica trabalha sério, que está junto com eles e que é alguém que procura transformar dificuldades em resultados. Eles devolvem em confiança, em comprometimento, em um atendimento melhor ao morador”, afirma.
Atenta a detalhes, tudo que envolve grandes somas é repensado por ela para não onerar os moradores. “Eu tenho um lema na minha empresa de decoração: pequenas mudanças, grandes diferenças. E o utilizo também para o condomínio. Não tenho paciência para quebrar tudo, começar do zero. Penso em aproveitamento, em soluções menos onerosas e de resultados mais rápidos”, diz.
Subserviência não é para Síndico
Paola é crítica com as exigências que recaem atualmente sobre o síndico. “Veja esta questão da autovistoria, quando o síndico é injustamente responsabilizado na sua pessoa física por muita coisa que não depende só dele. Imagina uma construção desta com 20 anos. Eu que estou síndica há pouco mais de dois é quem tenho que responder civil e criminalmente por desmandos do construtor ou até mesmo por obras feitas sem o conhecimento da administração dentro da unidade?”, exemplifica.
Dedicação e rigor andam de mãos dadas na sua gestão. Mas a maioria a apoia e elogia. ‘Temos as questões de todo condomínio, mas digo a todos que temos que fazer tudo andar redondinho, porque se mesmo fazendo assim ainda dá problema. Imagina se no dia a dia não formos cuidadosos com nossos afazeres, se formos relapso com a conduta do funcionário e com as regras do regimento. É papel do síndico fazer as pessoas conhecerem e cumprirem as regras para evitar problema, principalmente financeiro, para o condomínio”, diz.
Como resposta a seu empenho, tem o apoio da maioria e há até quem a chame carinhosamente de prefeita, porque seus cuidados se estendem para além das grades do condomínio buscando soluções junto à associação do bairro para a rua, para a melhoria do entorno do prédio. Duas vezes reeleita, ela viu o comportamento das pessoas mudar, ao mesmo tempo em que ia realizando e, mudando as feições do condomínio por dentro e por fora.
“O que vejo é que a criatura humana é de construir mais muralhas que pontes e há sempre aquelas pessoas que querem que suas vontades passem a valer imediatamente, e se você não as atende é porque é incompetente. Síndico não faz o que quer e sim o que pode. Colocar em votação é sempre o melhor caminho. É claro que já perdi algumas amizades, mas eu tenho consciência de que sou uma boa cidadã. O regimento diz que devo fazer assim, se tenho o apoio, faço. Se tiver que multar, multo. Subserviência não se aplica a um cargo como este, principalmente para aqueles que se comportam na administração como se este espaço fosse um anexo da área de serviço da sua unidade, tratando os colaboradores como seus empregados particulares quando estes estão a serviço do prédio”, diz.
Para a síndica, a pior conduta do morador é quando: estou na minha casa e aqui eu faço o que quero. “Não faz, não. O direito de cada um é limitado pelo direito do outro e, acima de tudo, pelo bem estar de todos. A música está alta? Pode multar que eu pago! Este é outro argumento péssimo de quem não sabe conviver com mais outras famílias. São muitas cabeças que podem pensar igual em uma situação e completamente diferente em outra. Hoje temos câmeras nos corredores e áreas comuns. Com elas, muitos problemas foram minimizados. Pulamos de pouco mais de 30 em todo o condomínio, para mais de 160, cobrindo quase toda a área comum. É preciso tomar as medidas necessárias para que, diante do que nos permite a Convenção e o Regimento Interno, cumprir com o nosso dever”, diz.
Paola agradece ter gente muito séria auxiliando-a diariamente, seja no conselho, seja na administradora. “Sei muito, mas não sei tudo e quando não sei, peço ajuda. Falo com o gerente que nos atende, com o pessoal do jurídico e do recursos humanos, pergunto o que pode e o que não pode ser feito em cada situação”, diz, acrescentando que as contas online dão a transparência necessária. “Não me preocupo com exames médicos periódicos, legislação, tributos, pois a administradora é competente. Eles sabem mais do que eu e estão atentos a tudo. No que diz respeito as contas, pagou hoje, amanhã está exposto no site e isto é um conforta enorme para o síndico. Só não acessa quem não quer”, afirma.
Paola ouve muito os moradores e considera que o bom síndico hoje precisa, acima de tudo, ter esta escuta, além de conhecimentos sólidos para atuar sem esquecer que, como diz, neste campo sucesso só vem antes de trabalho no dicionário”, conclui.