Editorial
Um novo ano de um novo tempo. Tempo de investir cada vez mais em qualidade, em ações que tornem a vida melhor, dando plenas condições às pessoas de serem mais produtivas, com segurança, conforto e serenidade. É o que esperamos, é o que todos buscam e é o que muitos síndicos fazem diariamente, mas com mais empenho nos períodos de final e início de ano. Buscam, com isto, garantir que todas as esperanças e expectativas se realizem no ano vindouro.
Vemos a questão da falta de água, do aumento de seu custo que também impulsiona o valor pago pela energia, ameaçar as contas e o sossego nos condomínios. O que os síndicos estão fazendo para minorar o problema? Eles detalham soluções que podem ser adotadas por outros, alcançando a redução do consumo e economia de despesas.
Três sindicatos que se destacam por sua capacidade de organização também contam o que fazem nesta época do ano. Suas realizações estão aqui apresentadas em fotos para que sirvam como dicas para quem quer começar o ano com a “casa” arrumada. Um meio de ter e oferecer conforto e serenidade e, ainda, o tempo e o espaço, antes perdido com retrabalho, livre para novas realizações.
Conforto e segurança são objetivos também daqueles que já investiram e dos que intentam somar forças aos organismos sociais e públicos que estarão até as Paraolimpíadas de 2016 preparando a cidade para oferecer livre acesso a todos. portadores, ou não, de necessidades especiais. Quem já fez a adequação do condomínio para garantir a acessibilidade conta detalhes de como fez.
Esta primeira edição do ano da sua Lowndes Report está recheada de inspiradoras ideias e soluções para fazer do novo ano um ano de oportunidades de realizar tudo o que queremos de melhor para as nossas vidas e a vida dos que nos cercam.
Boa leitura e um ótimo 2015!
ESPAÇO LOWNDES
Marketing Cultural e o Valor de uma Marca
A Lowndes, com sua história marcada pela busca em oferecer bem estar aos seus clientes e confiabilidade a um mercado que está sempre oscilando, vem convertendo lucro em patrocínio a projetos culturais, mais especificamente em livros
Praticar responsabilidade social e investir em cultura. Esta é uma realidade que ainda engatinha no país e há mesmo quem acredite que somente as grandes empresas dedicam-se a isto. A Lowndes, com sua atuação pautada no bem servir, com sua história marcada pela busca em oferecer bem estar aos seus clientes e confiabilidade a um mercado que está sempre oscilando, vem convertendo lucro em patrocínio a projetos culturais, mais especificamente em livros.
O fomento se dá a partir das Leis de Incentivos fiscais, dentro de suas ações de marketing, e a escolha é por publicações que ampliem o conhecimento sobre o país e a cidade, seus costumes, suas práticas e sua arte, garantindo visibilidade ao nome da Empresa e associando-o a projetos de valor artístico e de difusão da identidade brasileira e de suas belezas.
Dentre as publicações patrocinadas pela Empresa estão Brasil de Lembranças, que além de mostrar o que os principais estados brasileiros têm de mais interessante, revela hábitos e características culturais de cada região. O primeiro deles, Empresas mais que Centenárias, apresenta as razões da longevidade de empresas que ultrapassaram os 100 anos na economia brasileira. O Mobiliário Urbano mostra o conjunto de mobílias instaladas nos logradouros públicos da cidade do Rio de Janeiro, apresentando um pouco desses itens que fazem parte do cenário carioca. Há ainda o livro de fotografias Paraísos Secretos, com o que há de mais extraordinário nas belezas naturais país afora. E o mais recente, Orgulho Brasileiro, os nossos maiores patrimônios, desde o Rio de Janeiro e a Amazônia, ao Carnaval e à Bossa Nova.
Assim, a Lowndes segue fortalecendo sua missão e empenho em estar na economia de sua cidade e do seu país, contribuindo para que avancem, aprimorando princípios sólidos de qualidade.
Atualidade
Para começar bem o ano
Síndicos aproveitam para organizar
seus condomínios para o ano que se inicia
Nada como começar um novo ano de trabalho em um ambiente organizado, limpo e acessível. E os inícios trazem em si esperança renovada de que tudo será melhor. Para que seja assim, muitos síndicos começam antes, ainda no final do ano anterior, a “arrumar a casa”. Documentos que podem seguir para o arquivo morto ou serem descartados, pendências que ficaram do planejamento anual, áreas do condomínio que poderiam ser mais bem aproveitadas, móveis, objetos e utensílios que pedem renovação.
Quem trabalha com organização tem uma regra básica: não deixe para jogar fora amanhã o que pode ser jogado fora hoje. Mas esta não é a única. Não há cantinhos de bagunça que resistam a uma demarcação de área, ao uso de suportes de armazenamento e identificadores. Ou seja, a um ordenamento que dê vida útil ao local.
Se começar é o grande problema, a dica é não pensar muito. Paciência e disciplina são sempre importantes, mas cada síndico tem a sua forma de agir. “Começo pela área que considero a mais importante do condomínio, a de manutenção, serviços gerais, administração e por último a portaria e a parte estética”. “Eu faço uma varredura, percorrendo todo o condomínio, com atenção a tudo o que pode ser renovado. Repasso o que ficou esquecido para não deixar nada para trás”.
No Mare Vita, no Royal Barravaí e no Canova, condomínios administrados por sindicatos que se destacam pela organização, o que chama a atenção é o aproveitamento de cada espaço, que viram cantinhos úteis. E, mais que isto, convidativos. Márcia Rocha, Paola Polezel, e Andrea Caloni, dão estas e outras dicas para um ano novo mais ordenado.
“Revejo o planejamento anual de manutenção e de coisas que gostaria de mudar. Todo ano, o período de janeiro a março é utilizado para completar tarefas e arrumar tudo para a nova gestão. Entre as ações que não podem faltar está a atualização do cadastro dos moradores, inclusive o de veículos. E, antes, nos meses de outubro e novembro, mando pintar tudo, laquear móveis, compro novos. Ou seja, redecoro o que posso nas áreas comuns para as festas de final do ano. É como um ritual de passagem, o mesmo que fazemos em nossa casa, dando ao condomínio a mesma atenção. Tudo bonito, organizado e, na medida do possível, renovado para o ano novo”, detalha Márcia Rocha. A síndica anuncia os bens patrimoniais, quadros, vasos de plantas, mobiliários, junto aos moradores. “Sempre tem alguém que precisa, ou quer presentear, doar. E, com isto, entra um dinheiro extra para o condomínio”, completa.
“O ordenamento em condomínio é um processo, o que demanda reforço, prazos por vezes ampliados. É a identificação das bicicletas, no bicicletário, nem tudo é feito no tempo estimado. Este tempo de repassar é importante. A
criação de planilhas de controle e ajuda. Hoje temos o agendamento do serviço de manutenção na parte hidráulica gratuito para os moradores. Antes, cada um pedia quando precisava, ou queria. É uma descarga disparada ou o pinga pinga de uma torneira. Priorizando, temos o tempo do empregado melhor aplicado. Na churrasqueira, um funcionário tinha que se deslocar antes e no final de cada festa para a entrega de material e utensílios. Hoje temos tudo no próprio local e uma planilha de conferência apenas. Para isto, é necessário primeiro identificar cada setor para ter uma visão geral, mas a partir da necessidade de cada uma. O local está adequado? Os equipamentos que os empregados utilizam estão em bom estado? E os uniformes? O que, como moradora, sinto falta? Um interfone na garagem porque o sinal de celular ali não é bom? Em resumo, detalhes que revistos nos permitem aprimorar processos. Desta forma, temos a certeza que no próximo ano as coisas estão mais organizadas ”, explica Andrea Caloni.
“Com o lema ‘sem parar’, a ordenação de espaços, rotinas e tarefas é uma constante, mas se intensificam neste período de virada. A revisão de partes vitais no condomínio como bombas, cisternas e caixas d’água ganham destaque para que na chegada do verão, que coincide com a elevação da tarifa e do consumo, não pese demais na conta. Reforçamos as campanhas anti-vazamento, com a informação de que fazemos os reparos imediatamente e sem custo. A revisão de elevadores, instalações elétricas, piscinas, academia, home office e demais áreas comuns têm cuidados preventivos reforçados para evitar surpresas e custos não programados no próximo ano. E o mesmo vale para o controle das contas, para garantir uma programação mais próxima da realidade. Da mesma forma, investimos naquele cafezinho gostoso na administração que estimula as conversações sobre o condomínio, revelando os anseios do morador e auxiliando a gestão no planejamento. No final, restam apenas retoques finais e a decoração de natal, que dá início ao clima positivo e envolvente das reuniões de Natal e Réveillon, fechando o ciclo de eventos anuais no Condomínio. A boa ambiência gera a integração do que chamo “Família Royal” e dá o tom para o início do ano. Neste ano, não houve a necessidade de cobrança do décimo terceiro, o que desanimou e surpreendeu positivamente os moradores. São iniciativas para iniciar bem o ano”, conclui Paola.
Capa
A questão da água e da energia nos condomínios
A água da chuva garante rega e limpeza: uma das muitas iniciativas do Condomínio Paul Cézanne para a economia de água
Estamos diante de um quadro que já se anunciava há tempos: o de falta de água, com energia cara. O Brasil é um país que tem a sua matriz energética baseada, principalmente, nas hidrelétricas, que são abastecidas pelas águas dos rios e das chuvas e produzem uma energia mais barata. Com as mudanças climâticas que têm levado a periodos maiores de seca, o pais précisa recorrer às termoelétricas, cujos custos de produçâo sâo mais elevados.
No dia a dia, podemos entender melhor a relaçâo entre água e energia, pois, para se ter água, é preciso acionar bombas de sucção, que exigem o consumo de energia. E que consumo! Em edificações, elas são responsáveis por 30%, em média, da conta de luz, segundo o engenheiro David Gurevitz, com longa experiência em check up predial e soluções para edifícios. “Ou seja, um consumo elevado de água, aumenta exponencialmente as duas contas”, alerta, chamando a atenção ainda para o fato de que a cobrança da água se dá por degraus tarifários – ou método progressive, como denomina a CEDAE -, o que faz com que o consumo mensal de 15m3 por unidade faça a tarifa dobrar de valor.
Sabe-se que aproximadamente 40% da energia dos países é gasto na construção e na manutenção de edificações. Eles são constituídos de inúmeras instalações, sistemas e aparelhos eletrônicos semelhantes em sua funcionalidade, mas muito diversos em sua eficiência energética. Edifícios mais modernos são lançados com novas tecnologias baseadas em conceitos de sustentabilidade. Algumas delas chegam a garantir até 50% de economia dos recursos naturais e energéticos. Em sua maioria são sistemas automatizados que otimizam o uso da energia e reduzem tanto o consumo de água quanto o de luz. E estima-se que as construções antigas podem alcançar uma redução de 30%, se promoverem reformas que contemplem os conceitos de eficiência energética para edificações.
“Os novos edifícios já vêm sendo projetados com visão ecológica. Existem, inclusive, normas técnicas e certificações internacionais que norteiam e fomentam o surgimento destas edificações, baseadas em conceitos de proteção ao meio ambiente e sustentabilidade”, afirma Orlando Sodré, engenheiro e professor, com experiência na orientação para soluções construtivas sustentáveis.
Sodré destaca que, entre as inovações, destacam-se justamente os sistemas para a redução do consumo de energia e água. E muitas delas aplicáveis sem maiores complexidades nas edificações antigas. “São medidas que podem e devem ser implementadas nos prédios construídos antes do surgimento dos conceitos de sustentabilidade. Os custos de implantação, que nem sempre são altos, são recuperados no pequeno e médio prazo, resultando em economia real para os condomínios”, afirma.
E O QUE FEZ QUEM JÁ COMEMORA A REDUÇÃO DAS DESPESAS
O sistema de reuso de água de chuva e água servida é uma delas. No Condomínio Paul Cézanne, no Méier, o síndico Hélio Breder optou por trabalhar com planejamento, avançando passo a passo para medir capacidade de captação com necessidade de consumo. “Começamos com uma caixa de 6.000 litros pequena, aproveitando uma área sem uso no canto da garagem. O investimento feito foi apenas com conexões e tubos, reservatório e bomba. Com o uso, vimos que poderíamos ter xxxx xxxx caixa, mas xxxnais que xxxx. Se tivéssemos optado por construir uma cisterna sairia mais caro e seria um desperdício, pois captaríamos mais água do que utilizaríamos e a água de chuva parada apodrece”, detalha.
A tubulação de saída foi colocada em um nível que mantém a sujeira assentada no fundo, até a limpeza semestral feita nos reservatórios do Condomínio, o que reduziu também o investimento em filtragens desta água. O sistema criado pelo síndico, além de captar a água da chuva, capta também a água que antes era desperdiçada no processo de lavagem do filtro da piscina e eventual aspiração ao esgoto do fundo da mesma. Todo o volume captado é preservado nos reservatórios com pastilhas de cloro e é utilizado para a rega de uma extensa área de plantas, lavagens das garagens e um amplo playground.
Para maior conscientização dos moradores, a solução integra um conjunto de ações que inclui o programa “Vazamento Zero”, que consiste na substituição gratuita dos reparos das descargas, torneiras das pias e lavatórios e dos registros dos chuveiros, a adoção de reguladores de fluxo de vazão de água nos 12 pontos existentes nas áreas comuns e torneiras com fechamento automático nas pias do playground.
Hélio também investiu em ações para reduzir o consumo de energia. Automatizou o tratamento da água da piscina, reduziu a perda de carga nas saídas das bombas de elevação da água, substituiu 23 lâmpadas incandescentes de 100w por eletrônicas de 15w, e 72 reatores e lâmpadas de 20w por lâmpadas eletrônicas de 15w. Reprogramou os elevadores para evitar viagens vazias e instalou sensores de presença nas garagens, corredores e elevadores, e ainda lâmpadas LED nas escadarias e jardins. A automatização do trato da piscina foi feita por ele, que é engenheiro, através de um sistema simples, mas eficiente. “Sem ele, o consumo de energia era 24 horas por dia, o que não é necessário”, diz.
Ainda atento à conscientização dos moradores, ele elaborou um relatório com curvas de redução de consumo, que dá uma visão clara da economia alcançada. O consumo de energia passou de 5.373 Kwh/mês, em 2009 para 3.097 kwh/mês, em 2014, o que representou uma redução de 42,5%, ou R$13.647,00 ao ano. No mesmo período a redução do consumo de água foi de 10,2%, ou R$14.437,00 ao ano. “São números muito significativos”, comemora o síndico que já foi citado em matérias de revistas, jornais e programas de televisão por suas iniciativas.
O gráfico produzido pelo gestor do Paul Cézanne nos dá a percepção do quanto a água é cara. E, é por isto, que a opção do Condomínio Porto Romazzino, em São Conrado, foi a de investir pesado contra as chamadas perdas invisíveis, maior responsável pelo alto consumo de água nos condomínios, segundo David Gurevitz. “Reformamos e impermeabilizamos as cisternas, as caixas de água e barrilete, trocamos hidrômetros, válvulas de retenção e várias tubulações”, conta Jair de Medeiros Chagas, administrador do Condomínio.
A administração também executou um rígido controle do consumo de água no prédio. “De hora em hora medimos o nível do consumo e, com isso, conseguimos formar uma base de dados que nos permitiu definir margens aceitáveis, por dia da semana. Caso o consumo ultrapasse este limite, nosso funcionário, responsável pela manutenção, percorre todos os apartamentos para identificar vazamentos. Foi um longo aprendizado, mas conseguimos controlar melhor a conta de água”, comemora. A redução da conta de água depois de todas estas ações foi de 45%.
O Condomínio também investiu na redução da economia de energia, com a modernização dos elevadores, que passaram a ter chamada inteligente, e a substituição das lâmpadas comuns por LED. O resultado foi uma economia de 50% na conta de luz. A substituição dos elevadores foi fundamental para este resultado. Jair conta que os antigos exigiam que um gerador funcionasse 24 horas por dia. “Isso acabou com a adoção dos novos equipamentos”, afirma.
No Condomínio Basiléia, na Tijuca, a síndica Helena Ferreira de Alencar implementou uma verdadeira revolução contra os gastos com água e luz. Depois de três anos de iniciadas as ações, moradores comemoram a redução, somente na conta de água, que chegou a 9 mil e hoje está na média de 4 mil, o que somado à economia na conta de luz, tem permitido manter a cota condominial sem aumentos por todo este período. E todas as soluções foram minuciosamente estudadas e planejadas. A Síndica conta que um check up predial foi o divisor de águas. “Ali todos soubemos que para diminuir a conta de luz era preciso diminuir o consumo de água e o que era preciso fazer para alcançar este resultado”, lembra.
A cada iniciativa, o resultado alcançado estimulava novas ações. “Somente com a troca das bombas, reduzimos de forma extraordinária a conta de luz”, destaca. Outro assombro foi causado pela troca das descargas. “Os modelos antigos consumem um grande volume de água, acima de 15 litros, contra os 6 litros das descargas atuais”, diz. A síndica criou um termo de parcelamento de serviço, fazendo a substituição para o morador, que pode pagar em 10 prestações inseridas no boleto bancário da cota condominial.
Através da cota condominial, a síndica também mantém a campanha “Desperdício Zero”, grampeando ao documento folheteria com mensagens e informações sobre ações e resultados alcançados, além de alertas para a necessidade de todos colaborarem para a redução do consumo de água e luz.
Entre estas ações estão a substituição de todos os aparelhos elétricos por novos classe A Procel (geladeira, micro-ondas, bombas d’água, ventiladores e demais aparelhos que atendem às áreas comuns do prédio), a renovação da fiação da área social, a troca da minuteria por sensores de presença e das lâmpadas fluorescentes tubulares e dicroicas por LED. “A experiência com as LEDs iniciou pelos corredores em 5 andares, o que significou substituir 40 lâmpadas e uma redução no consumo de R$100,00. Com a certeza da economia, ampliamos para o restante dos corredores e escadas”, detalha.
A síndica Helena substituiu 40 lâmpadas antigas pelas LEDs e diminuiu a conta de luz
A experiência com as LEDs iniciou pelos corredores em 5 andares, o que significou substituir 40 lâmpadas e uma redução no consumo de R$100,00. Com a certeza da economia, ampliamos para o restante dos corredores e escadas
Helena Ferreira de Alencar, síndica
A mesma solução foi levada também para a garagem, onde foram instaladas 2 luminárias de fita de LED. “Elas superaram as expectativas, iluminando muito mais do que as lâmpadas eletrônicas”, diz. A portaria social foi a última etapa e, desde novembro, conta com iluminação especial, também de LED, amarela para a noite, para garantir a sensação de aconchego, e branca durante o dia.
A síndica também utiliza para pintar os tetos do prédio uma tinta especial na cor branco absoluto e com tecnologia “Lumitec” que provoca sensação de maior luminosidade e espaço, pois apresenta partículas que refletem até o dobro de luminosidade com relação às tintas convencionais. Com esta tecnologia, a potência das lâmpadas pode ser reduzida, sem que ninguém note, como foi nos corredores do Basiléia, onde as lâmpadas eram de 60W (equivale à LED de 9W) e hoje são LEDs de 7W, equivalentes às lâmpadas incandescentes de 40W.
No quesito consumo de água, o consumo que era entre 30 e 26 metros cúbicos ao dia caiu para 21, e a meta é manter um teto que não ultrapasse os 24. “Queremos chegar ao consumo de 500 litros por unidade, pois assim a conta ficaria na faixa 1 de cobrança da CEDAE. Para tanto, ainda falta trocar mais válvulas de descarga antigas. E, é claro, manter os moradores conscientizados para a importância da economia, o que podem constatar quando apresentamos o resultado de cada iniciativa”, diz.
Jair Chagas, do Condomínio Porto Romazzino, junto à nova tubulação: economia de água garantida
Helena comemora com os funcionários o sucesso das ações pela economia
A síndica mantém uma planilha de controle e análise dos gastos com as duas contas com o histórico dos últimos 10 anos, onde são inseridos diariamente o consumo atual. “Sempre às 22 horas, o funcionário da noite anota o consumo do hidrômetro e computa o resultado do dia. Se ultrapassa o teto de 24 metros cúbicos, me comunica para que possamos iniciar ações de correção”, diz.
A expectativa de Helena para um futuro breve é o resultado que alcançará na captação da água da chuva, próxima iniciativa para a economia de água. O estudo de viabilidade foi desenvolvido por uma empresa Júnior da UFRJ, que projetou uma planilha que compara o índice pluviométrico da área da Tijuca dos últimos anos com a área total do edifício para captação da chuva, dimensionando assim o custo benefício do projeto. “São jovens formandos muito entusiasmados e com eles pudemos pensar muitas outras ações de forma balizada”, afirma a síndica.
A solução é inovadora, os acadêmicos projetaram em desenho toda a área de captação da chuva do prédio e mais o telhado da garagem, que receberá os coletores e os reservatórios e, com auxílio da planilha, comprovaram quantas caixas d’água serão necessárias para captar a média de chuva local, quanto poderá ser utilizado diariamente desta reserva, a média da economia e o tempo para retomo financeiro, que inclui as despesas da obra de preparação da infraestrutura.
A síndica utiliza sempre serviços especializados e gosta de buscar na internet fabricantes de soluções com tecnologias agregadas. As luminárias LED para a área externa, por exemplo, contam com sensores de presença embutidos nelas mesmas. “São refletores com 60 Leds de Alto Brilho e com Sensor de Presença e Fotocélula”, diz.
SEMPRE HÁ UMA SOLUÇÃO POSSÍVEL
Os condomínios podem implantar estas e outras medidas de redução e eficiência energética mais facilmente buscando a consultoria de empresas especializadas. Cada caso é um caso e análises de consumo e de prazo de retorno podem ajudar na avaliação da viabilidade e na resposta que se quer ter para definir as soluções mais adequadas. A maioria das empresas estabelece um piano de trabalho que inclui a análise de consumo, com a realização de medições, a proposta de ações para diretrizes econômicas e tarifárias, com a redução do consumo, e a identificação de novas possibilidades.
E entre as soluções propostas estão as já adotadas com sucesso nos condomínios, como a troca de dispositivos de iluminação por outros mais eficientes (LED, lâmpadas T5/PL, luminárias com melhor refletância luminosa, reatores eletrônicos); a adoção da captação de chuvas para utilização em jardins e na limpeza das áreas comuns; a utilização de sistemas de automação para os elevadores; e educação ambiental dos moradores, divulgando conhecimento e práticas para um consumo mais consciente.
O engenheiro David Gurevitz costuma indicar como primeira medida a medição do consumo através de controles diários. Isto permite identificar perdas e agir rapidamente. Ele também destaca a importância das campanhas de conscientização junto aos moradores. “Sem a participação dos moradores, que devem ser incentivados a, por exemplo, só usar a máquina de lavar roupa e louça na capacidade máxima, os investimentos podem não ter o mesmo resultado”, conclui.
Destaque
Prevenção contra incêndio
Falhas em instalações elétricas podem causar incêndio
Sobrecarga, instalações antigas e falta de manutenção regular do sistema de prevenção contra incêndio são sinais de alerta. O Tenente-Coronel do Corpo de Bombeiros, Ricardo Meneguci, diz que o quadro não é novidade. “É um cenário comum a maioria dos condomínios, muitos deles construções com 40, 50 ou mais anos de vida, que não tiveram uma atenção ao redimensionamento ou renovação de suas instalações elétricas, apesar das grandes mudanças sociais que hoje demandam um uso da energia elétrica muito maior. O resultado são falhas elétricas, geradas a partir de fiação mal conectada ou com muitas emendas (as famosas gambiarras), e os curto-circuitos provocados por super aquecimento, devido a erros quanto ao dimensionamento das cargas”, afirma.
Dados estatísticos demonstram que a maior parte dos incêndios em edificações acontece por causa de curto-circuitos e falhas elétricas em aparelhos domésticos, como os de ar-condicionado. E se é na instalação e manutenção dos aparelhos que grande parte dos acidentes acontecem, pode-se pensar que isto não é com o síndico, afinal, estão instalados nas unidades. Mas um incêndio em edifício costuma ter danos que não ficam restritos apenas à unidade. E as dimensões que ele pode tomar tem tudo a ver com o sistema de prevenção contra incêndio do prédio.
“O usuário deve escolher uma assistência técnica de confiança, que saiba realizar os procedimentos de acordo com o especificado pelas marcas dos aparelhos de ar condicionado, por exemplo. Entretanto, cabe ao síndico zelar para que o todo o sistema funcione e isto inclui desde as recargas regulares dos extintores, à manutenção das mangueiras e demais acessórios, além do treinamento de pessoal para que, ao menos um funcionário por turno, saiba manusear estes dispositivos e como agir corretamente no momento de uma ocorrência. Se o empregado não sabe nem segurar um extintor, ele de nada servirá como elemento preventivo”, alerta Meneguci.
Para evitar que tomem proporções trágicas é preciso saber o que fazer para controlar com segurança a situação, o que só pode ser feito por pessoas devidamente treinadas. O conhecimento também evita o pânico que, algumas vezes, faz mais vítimas que o próprio acidente. “Procedimentos operacionais padrão devem ser distribuídos para todos os usuários do edifício, inclusive. Há moradores que nem sabem que o condomínio tem sistema de proteção e a maioria não sabe onde ficam, como utilizá-los, noção de práticas de combate e retirada. De um modo geral, os prédios não têm um planejamento de como atuar na hora do abandono do local”, diz.
O tenente-coronel acredita que o mais correto é que todos, empregados e usuários da edificação, saibam colocar em prática as normas estabelecidas sobre os cuidados preventivos e o comportamento diante do incidente. E isto se faz promovendo exercícios, simulações de incêndio, que são obtidos em treinamentos ministrados por pessoal habilitado do Corpo de Bombeiros.
Quem treina regularmente seu pessoal e ainda mantém os equipamentos destinados ao combate a incêndios em perfeito estado de uso e conservação está sempre tranquilo. É o caso de Ivany Pinto Tancredo, síndico do Condomínio Alfa Classic. Tanto o porteiro chefe quanto o seu pessoal de manutenção têm curso de prevenção contra incêndio. “Os demais têm noções, porque o prestador de serviço que faz a recarga dos extintores já ensinou a todos como manuseá-los. A intenção é que todos tenham treinamento”, afirma.
O prédio já registrou dois incidentes. Em um deles, quatro unidades sofreram danos. O outro ficou restrito a área da cozinha. Ambos foram causados por eletrodomésticos, um ventilador e uma geladeira. “O atendimento rápido foi fundamental para que não assumissem maiores proporções”, diz o síndico acrescentando que o empregado na ocasião realizou todos os procedimentos necessários, como acionar o Corpo de Bombeiros, desligar energia e gás, além de utilizar os extintores de forma correta.
“Nosso sistema tem um ponto de água no portão e em todos os andares, além da garagem e registro inclusive dos splinklers que temos em todas as áreas. As mangueiras também ficam no ponto de serem usadas”.
Nosso sistema tem um ponto de água no portão e em todos os andares, além da garagem e registro inclusive dos splinklers que temos em todas as áreas
Ivany Pinto Tancredo, síndico
O Alfa Classic tem duas cisternas de 200 mil litros cada, metade para uso em caso de incêndio, acabou de fazer a recarga de todos os extintores, 30 ao todo, e investiu em novas bombas. “Temos três, para o caso de uma dar defeito e, por azar, outra também. É fundamental que ao menos uma esteja sempre funcionando’, diz.
O síndico também mantém a todos informados, colocando na portaria social, na guarita, no alojamento dos funcionários, com o pessoal de manutenção e o de limpeza. um folheto do Corpo de Bombeiros com todas as instruções e telefones para o caso de incêndio. Outro cuidado é o de sinalizar de forma contundente todos os pontos onde estão os equipamentos.
“Qualquer instalação predial deve funcionar conforme as condições de segurança estabelecidas por lei, que vão desde a obrigatoriedade de extintores de incêndios, hidrantes, mangueiras, registros, chuveiros automáticos (sprinklers) e escadas com corrimão, portas corta fogo, etc. E o nosso papel é contribuir para que tudo funcione plenamente pela segurança de todos”, conclui.
Instalações bem cuidadas, sinalizadas, recargas de extintores regulares e treinamento de pessoal compõem o conjunto de ações preventivas no Alfa Classic
Orientação aos Moradores
Verão à toda e uso dos aparelhos de ar condicionado é mais que bem vindo. Mas, eles podem representar um risco. As informações que seguem são úteis para todos os usuários:
• A instalação elétrica está diretamente relacionada com a durabilidade e desempenho dos condicionadores de ar, sejam eles tipo split ou janela. Por isso, na hora de instalar um aparelho, o profissional técnico deve avaliar itens como tensão da rede, voltagem do equipamento e localização das unidades. Isto é trabalho para um profissional habilitado.
• Todo ar-condicionado deve ser ligado a um disjuntor, pequena caixa com um interruptor que fica próximo do aparelho ou no quadro de luz. O disjuntor serve para proteger os circuitos. Quando a intensidade da corrente elétrica ultrapassa o limite ele desarma automaticamente. Isto evita curto circuitos e super aquecimentos.
• Por puxarem muita energia, cada ar-condicionado deve ser instalado a um disjuntor exclusivo. Esta segmentaçâo de disjuntores por eletrodomésticos e ambientes serve para protéger o circuito elétrico do imóvel. Profissionais recomendam que quanto mais segmentado for o sistema elétrico, mantendo cada equipamento em um circuito individual, melhor.
• Cada disjuntor tem uma amperagem que deve ser definida de acordo com a potência do eletrodoméstico a ser ligado. No caso dos condicionadores de ar, os próprios fabricantes indicam no manual ou na etiqueta da condensadora quai a amperagem necessária. Mas em média, para aparelhos de 9 mil BTUs usa-se disjuntores de 10 a 15A. Num modelo de 18 mil BTU, 20A atende com tranquilidade a tensão necessária.
• É recomendado nunca ligar ar-condicionado em transformadores, pois isto implica na perda de garantia do fabricante. Quando feito isso, o consumidor está confiando única e exclusivamente no transformador. Por isso, se houver alguma falha no transformador, automaticamente o ar-condicionado será danificado.
• Os splits só podem ser instalados em redes bifásicas ou trifásicas, por isso não existem splits de 110v (exceto alguns modelos de window split). Então, quem tem imóvel monofásico (110v) precisa solicitar junto à concessionária de energia, através de técnico habilitado, a liberação de mais uma fase, tornando assim sua residência bifásica (220v). Assim que liberado, o morador deve contratar um eletricista para preparar as esperas que receberão o split. Somente a partir daí o técnico em climatização tem o sinal verde para instalar o aparelho split.
Fonte: http://www.webarcondicionado.com.br/category/dicas.
Acessibilidade é para todos
Três de dezembro é o Dia Internacional do Deficiente Físico. Nesta data, fomos até a exposição Cidade Acessível que a Casa da Ciência, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, realizou para experimentar os desafios dos portadores de deficiência. Uma experiência marcante, pois como destacou uma deficiente visual, é difícil para quem enxerga entender as dificuldades de um cego. Como é estar na posição de um cadeirante tentando se locomover pela cidade? Neste dia, o evento abriu espaço para um debate sobre os avanços e desafios no atendimento à questão da acessibilidade para todos e o que ficou claro é que há muito ainda a fazer. E isto até os Jogos Paraolímpicos de 2016.
Ou seja, estamos muito próximo de uma data limite, sem que políticas públicas e legislação específica tenham saído do papel. E o Brasil é um dos países mais avançados em termos de legislação para a acessibilidade. Mas ela de nada adianta se não for cumprida. Segundo dados do IBGE, das vias urbanas, por exemplo, pouco mais de 4% está adaptado para garantir mobilidade plena. E o pior é que a população está envelhecendo, mais e mais portadores de deficiência ingressam no mercado de trabalho e a pressão aumenta. Mas este é o momento para o Rio de Janeiro. Com as Olimpíadas, a cidade tem a obrigação de receber bem a todos. Com isso, espera-se um movimento conjunto de todos os segmentos em torno desta meta: garantir universalidade de acesso. E isto inclui os condomínios.
Para o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro, Sydnei Resende, mais que necessário, é obrigatório garantir uma cidade acessível e os arquitetos têm obrigação profissional de atender à norma técnica e à legislação específica. “Está dentro do código de ética da profissão”, diz. E estes são os profissionais a quem se deve recorrer para buscar uma solução para os prédios já construídos, visto que os novos já vem com o item garantido por força de lei. “Não é preciso que se construam rampas, por vezes, criminosas pelo alto risco que representam para o usuário, se há parâmetros, construídos dentro de uma norma técnica, a serem seguidos”, diz.
Ele destaca ainda, que é preciso uma nova visão do problema, pois nem sempre uma adaptação, tentando-se preservar o projeto arquitetônico da edificação, é melhor. “Tenho visto em outros países soluções muito interessantes que descartam a tentativa de incorporar o acesso universal, mas que claramente colocam a rampa na edificação como um corpo estranho mesmo, pela sua função. De um modo geral, tem-se uma visão distorcida dos direitos universais. Não é favor que se faz ao deficiente, mas um direito. E para atendê-lo é preciso encontrar uma solução”, afirma.
A questão para os prédios antigos é difícil, pois nem sempre contam com espaço para viabilizar este tipo de obra. E a legislação não obriga que todos se adequem, segundo informa Marcelo Borges, diretor jurídico da ABADI. “O que acontece é uma análise mediante requerimento. Se não tiver no prédio alguém solicitando, ele não está ilegal. E mesmo que exista, o condomínio pode, provando a impossibilidade de realizar a obra, não realizá-la. Quando há a necessidade, mas sem a possibilidade, não há o dever jurídico. A legislação cria esta flexibilidade”, explica.
A questão do custo pesa. Seja a solução uma obra estrutural, ou uma solução tecnológica, como um elevador externo, elas gerarão um custo. “Não posso impor a toda a comunidade um investimento além da capacidade contributiva das pessoas, quando o prédio não foi dotado para isto. Então é preciso provar que a adoção é impossível. Mas, mais uma vez, a prova cabe ao condomínio. O proprietário pode contratar outro profissional e apresentar uma contraprova, o que vai desaguar em uma questão judicial e o juiz vai avaliar os estudos para decidir”, completa.
Segundo Borges, ao comprar o imóvel em um edifício, é preciso que se tenha isto como item a avaliar. A edificação é dotada de acessibilidade? “Já escutei muita gente que compra imóvel em edifício sem elevador dizer que é até bom porque o obriga a fazer exercício. Mas e amanhã, quando não tiver mais o mesmo vigor físico?”, questiona.
Já escutei quem compra imóvel em edifício sem elevador dizer que é até bom porque o obriga a fazer exercício. Mas quando não tiver mais o mesmo vigor físico?
Marcelo Borges, diretor jurídico da ABADI
A questão vale de alerta, pois o livre acesso não se restringe apenas aos deficientes físicos. Todos podemos ter em um momento ou outro problemas de mobilidade. A consultora da exposição Cidade Acessível, Stella Savelli, especialista em desenho universal, conta que sofreu quando seus filhos gêmeos eram pequenos. “Toda vez que entrava ou saia do prédio com o carrinho dos bebês, precisava de ajuda”, conta.
Foi pensando nisso, que a síndica Ana Lúcia Pires Ferreira Fortes, do Condomínio Maria dos Anjos, no Flamengo, convenceu a todos da necessidade de construir uma rampa no edifício, dando acessibilidade à entrada social. “Em assembleia, ouvi argumentos de que a pessoa poderia entrar pelos fundos. Mas, pediria a um cadeirante para dividir espaço com a saída de entulho?”, argumenta. E sua obra não foi pequena, porém o resultado foi excepcional. Elogiada pelo Crea-RJ, pela Prefeitura e pelos socorristas que atenderam uma moradora que precisou ser retirada de maca do prédio, ela é o orgulho da síndica. “Eles disseram que se todos tivessem uma rampa como a nossa, mais vidas poderiam ser salvas, pois a agilidade no socorro é fundamental”, diz.
A rampa é o orgulho da síndica Ana Lúcia
Construída em três níveis, com caimento dentro das especificações da legislação, ela foi muito estudada. “Eu mesma fui com a fita métrica medir e remedir e vendo que tinha metragem suficiente, insisti”, detalha. O Crea-RJ e a Prefeitura conheceram a obra porque ela foi denunciada por um morador. A suspeita é que se temia a retirada de uma pré-laje. “O que não sabiam é que tinha um projeto de um engenheiro civil, o de um calculista e o de um arquiteto e estavam absolutamente dentro dos parâmetros especificados. E ela não foi retirada, foi substituída por uma nova, pré-moldada e sustentada por colunas de aço. E isto com o desenho que propus, aproveitando a área para não descartar totalmente o jardim, melhorá-lo, adequando ainda o local a nova fachada do prédio”, conta. Ana Lúcia considerou a necessidade da sustentação atenta à questão do lençol freático da região do Aterro.
Mais que perfeita: em três níveis, rampa garante beleza e funcionalidade com segurança para cadeira de rodas, maca, malas, carrinhos de compra e de bebê.
É surpreendente ver a foto do antes e do depois da obra. O que antes era uma área acanhada, com algumas plantas, garantiu não apenas acessibilidade, mas beleza e valorização para o imóvel. “E acreditem, foi muito rápido. A execução não durou mais que dois meses, o pagamento foi parcelado, e ela ficou linda. É toda em porcelanato antiderrapante, com guarda corpo em aço, e com dois corrimãos, seguindo o que determina a legislação: o de cima para pessoas sem necessidades especiais e o de baixo para os cadeirantes. Fez tanto sucesso, que por muito tempo vinham pedir para fotografar. É uma questão de vontade. É preciso querer fazer, e buscar uma solução, porque ela existe e pode sair melhor do que se imagina”, conclui.
Mas, aos poucos a administração atual está avançando. Os jardins, projetados por Burle Marx, também estão sendo reformados. A expectativa é ter o prédio o mais próximo do que foi projetado pelo Roberto de volta, com toda sua beleza plástica.
Qualidade Arquitetônica Cidade Acessível para a Classe Média
O documentário apresenta como os arquitetos encaravam as novas tecnologias e as utilizavam em suas obras, que uniam materiais inovadores, pureza estética e qualidade construtiva. Suas ideias já incluíam conceitos de sustentabilidade. Ainda na década de 1940 já utilizavam o telhado verde e a integração da construção com obras de arte. Elas mesmas eram concebidas como arte. Eles pensavam a partir do modelo modernista, que foi um movimento utópico, que propunha e tinha a intenção de contribuir para uma vida coletiva, com habitações de qualidade para a classe média.
Entre as suas obras mais emblemáticas estão prédios como o da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), do Instituto de Resseguros do Brasil e do Aeroporto Santos Dumont, o prédio do IRB, o Edifício das Seguradoras e parte do conjunto do Parque Guinle. Estes e muitos outros, como o Edifício Sambaíba, estão no documentário, que ajuda na divulgação da importância que os irmãos Roberto tiveram e têm na arquitetura brasileira. Além de exibir as imagens, arquitetos de renome, estudiosos e admiradores do trabalho dos Roberto, explicam os princípios que nortearam cada construção.
O documentário foi escolhido para participar da mostra competitiva do festival “É Tudo Verdade” em 2012, assim como da mostra Retratos do “Festival do Rio”, e está na grade do Canal Brasil e agora também disponível no Canal Now, da Net. Em breve os DVDs estarão disponíveis.
Deu Certo
Mudança de Perfil
Condomínio Comércio do Bosque
Bem próximo ao Parque Natural Municipal Bosque da Barra, existe um condomínio comercial que por muito tempo foi confundido com o prédio de uma empresa. Tanto que ainda hoje é referência para quem quer encontrar a rua onde está localizado, pequena, arborizada, residencial, tranquila apesar de paralela à Avenida das Américas, na altura de uma estação do BRT – o Condomínio Comércio do Bosque.
Foi somente a partir de 2009, que a gestão do atual síndico, Rogério Duarte Carneiro Monteiro, começou a mudar a feição do Condomínio, visando não apenas dar fim a esta imagem, mas, principalmente, promover e valorizar o empreendimento e as suas unidades. Para Rogério, era importante corrigir uma série de distorções cometidas ao longo de anos: uma rampa de acessibilidade fora do padrão, a indistinção da entrada de pedestres e veículos, a não cobrança pelo estacionamento. O síndico defende que o Condomínio sobrevive sem essa cobrança, que se tornou um comércio à parte para serviços administrativos.
A meta vem sendo alcançada por inúmeras obras de melhoria que, para começar, deram unidade ao conjunto de dois grandes blocos baixos, de três andares cada, mais largos e com extensa área comum que abriga dois estacionamentos, um restaurante, jardins e, mais recentemente, uma área aprazível para descanso e contemplação. Cercada de árvores, ganhou bancos e ventiladores aqua climatizadores, que são aqueles de parede que borrifam água refrescando o ambiente de modo natural. Caminhos foram desenhados em granito e cerâmica para guiar usuários e visitantes na extensa área interna, de 1.300 m2. Os espaços com plantas ornamentais ganharam deque de madeira ao redor, compondo nichos entre os caminhos. “O piso, em placas de concreto, expunha vãos que prendiam os saltos dos sapatos das mulheres, ofereciam risco e não era nada bonito”, explica.
Na área externa, delimitando todo o terreno, onde antes haviam plantas mal cuidadas de Coroa de Cristo, há hoje um muro baixo, revestido de pastilhas verde água, que se harmonizam com a vegetação do entorno, e acabamento com gradil de alumínio fosco. “Criamos um anel que une todo o conjunto e, ao mesmo tempo, valoriza a beleza ao redor, integrando o Condomínio nesta paisagem”, detalha Rogério.
Criamos um anel que une todo o conjunto e, ao mesmo tempo, valoriza a beleza ao redor, integrando o Condomínio nesta paisagem
Rogério Duarte, síndico
Toda a calçada ao redor também foi recuperada e o síndico ainda criou desníveis que, sem oferecer riscos aos pedestres, respeitam as raízes das árvores. Um portão com cobertura em vidro, com o nome do Comércio do Bosque também em alumínio fosco, foi criado, dando uma identidade ao Condomínio e com ele foi possível separar a entrada de pedestres e de veículos e ainda eliminar as cabines e a cobrança pelo estacionamento. “Não sou a favor, pois isso afugenta quem vem buscar o comércio e os serviços. Vejo empreendimentos comerciais em que a pessoa vai comprar um pão e paga 10,15 reais para estacionar o carro. Se ela tem outra padaria onde ir, não vai ali”, defende. O síndico reconhece que a tranquilidade do local e o fato de haver vagas na rua permite a iniciativa. “So cobraria se fosse para coibir abusos. Mas, por enquanto, não temos este tipo de problema”, diz.
Muros e gradeamento novos valorizaram o condomínio e seu entorno
O controle de acesso é feito na entrada por controle remoto para os lojistas e condôminos em geral, do estacionamento privativo, é por um botão que abre uma cancela para os demais frequentadores. Na saída, o controle é feito por um sensor instalado no chão. Para garantir segurança a todo o perímetro, o Condomínio também investiu na instalação de sistema de câmeras de segurança CFTV em todas as dependências.
Controle de Despesas Permitiu Melhorias
E para fazer estas e outras melhorias, o síndico utilizou apenas os recursos, como os conseguidos com a economia na conta de água, obtida depois da adoção de hidrômetros individuais. Um funcionário da manutenção participou da construção do Condomínio e conhece bem toda a estrutura e instalações. “Ele conhece cada artéria do ser vivo que é uma edificação e com isto ficamos tranquilos para realizar as benfeitorias necessárias, sem maiores transtornos”, diz o síndico, que é engenheiro e elabora todos os projetos que o empreendimento demanda, o que também garante economia. Outra atitude tomada foi melhorar a administração de pessoal, redução dos gastos com energia, com a substituição de lâmpadas e a renegociação de contratos com prestadores de serviços.
“Hoje o condomínio tem caixa, antes não saímos do zero à zero”, comemora. E o síndico quer mais. Em breve, o Condomínio aumentará sua central de monitoramento de câmeras CFTV , melhorando a vigilância, e ainda uma nova área para os empregados, com refeitório e banheiros. Outra meta do síndico é a colocação de uma marquise com cobertura em vidro na entrada do bloco 2, mantendo o mesmo padrão do bloco 1. Também existe projeto de recuperação do pavimento do estacionamento externo e de acesso à garagem interna.
“A Barra é um bairro valorizado e tudo o que foi feito foi para por o Condomínio no mercado, em pé de igualdade com os demais empreendimentos, mas com bom preço. Temos grandes espaços comerciais que podem ter aproveitamento total ou parcial, espaços semi nobres, pois somos vizinhos da Avenida das Américas, mas em um local que não perderá sua qualidade, porque está no entorno de uma área de proteção ambiental, que é o Parque. É investimento no patrimônio dos proprietários dos imóveis”, conclui Rogério.
Rogério e Sidnei. síndico e administrador satisfeitos com as mudanças empreendidas
Ações Positivas
Piscinas mais seguras
No Brasil, 20 pessoas morrem, por dia, vítimas de afogamento. Entre as crianças de 1 e 9 anos de idade, é a principal causa de morte, e a terceira entre os que estão na faixa entre os 10 e os 19 anos. No verão, os casos de afogamento aumentam e é por isto que a Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático) criou a Campanha Piscina + Segura, que realiza anualmente, sempre no mês de novembro, em todo o Brasil. O objetivo é alertar profissionais, médicos, bombeiros, guarda-vidas e professores de natação, além da população em geral, para a importância da prevenção como o método mais eficaz contra 0 afogamento.
As campanhas incluem informações sobre prevenção de afogamento no mar, nas piscinas e, mais recentemente, nas inundações.
A Sobrasa é uma organização sem fins lucrativos, que funciona como um conselho profissional com a missão de estabelecer as melhores técnicas, uniformizar e difundir conhecimento, além de organizar em uma única sociedade brasileira os profissionais e amadores da área de salvamento aquático. Sua atuação, que alcança os 24 estados brasileiros, ganhou destaque internacional colocando o país na liderança das ações de prevenção contra afogamento. Ela é a única entidade brasileira filiada à Federação Internacional de Salvamento Aquático, grupo que reúne mais de 64 países. Através desta parceria, o projeto tem sido levado a diversos países como Portugal, Alemanha, França, Equador e Argentina.
Para Saber Mais e Ajudar
Todos os profissionais da Sobrasa atuam como voluntários em palestras, cursos e eventos, sempre gratuitos, em clubes, academias e escolas, para estudantes, professores e ainda para os profissionais que trabalham com salvamento aquático.
E, para seguir com as suas ações, a Sobrasa necessita de recursos para a realização das campanhas e dos eventos e também para cobrir despesas administrativas, como telefone, contador, hospedagem na web e elaboração e impressão de informativos e demais folheteria das campanhas.
A ajuda pode ser dada diretamente no site, com a compra de kits de divulgação das ações de combate ao afogamento. São camisetas, bonés, vídeos, manuais, gibis, quebra-cabeças, todos com orientações para a prevenção de afogamentos. Basta tornar-se um associado através do endereço: http://wvvw. sobrasa.org/cadastre-de-como-associado-da-sobrasa/
Folheteria e muita informação para reduzir o número de afogamentos
Mais informações sobre a Organização e suas ações também podem ser vistas na página da Sobrasa no facebook: https://pt-br.facebook.com/SobrasaBrasil.
Porteiros
Versatilidade e alegria no zelo pelo condomínio
Valdeci Santos da Silva
Zelador do Condomínio Almenara
Valdeci Santos da Silva é zelador do Condomínio Almenara, em Copacabana, há oito anos. Contratado por suas muitas habilidades, se tornou um funcionário de destaque também na rua sem saída onde fica o prédio e onde é conhecido pela simpatia com todos e atenção com os mais idosos. Quanto às suas habilidades, elas envolvem conhecimento e prática como eletricista, bombeiro hidráulico, pintor e vigia. “O síndico queria alguém que fizesse mais que apenas abrir a porta e então eu disse, é comigo”, afirma.
Desde que começou a trabalhar no edifício, ele já fez vários cursos, alguns encaminhados pelo Condomínio, outros feitos por conta própria, mas todos eles voltados para o atendimento às exigências de sua função. Um lugar que por muito tempo quis ocupar, mas que chegou a temer jamais conseguir por causa da sua origem. “Minha mãe trabalhou como babá aqui na Zona Sul e desde pequeno queria trabalhar nesses edifícios por aqui. Mas as tentativas esbarravam na falta de ter alguém que indicasse, pois quando batia à porta ela sempre se fechava para dar lugar para outro que vinha, muitas vezes, da família do próprio porteiro”, lembra. E foi por indicação que ele chegou até o Almenara, através de um amigo do síndico. “É um funcionário versátil. Além de entender as várias áreas que um condomínio necessita, é muito ativo e interessado. Está sempre procurando se aprimorar, aprender mais”, elogia o síndico Marcos Menezes.
E Valdeci é versátil mesmo. Dentre as experiências anteriores, estão o ofício de padeiro e de metalúrgico. Ele também trabalhou na construção civil por cinco anos. “Não gosto de ficar parado e estou sempre me oferecendo para fazer mais, e com isto aprendo. Sempre procurei ser um empregado diferenciado. Sou assim, bato escanteio, vou para a área e cabeceio e depois corro para o gol para defender”, brinca. A alegria é uma das suas principais características, o que conquista os moradores. “O senhor Marcos diz que é porque eu dou assistência, atenção. Mas é também porque sou uma pessoa feliz. Sou grato por este trabalho, que gosto muito e ainda dei a sorte de encontrar um síndico que incentiva os estudos. Não poderia estar em outro lugar melhor. Então, tenho que retribuir. As pessoas veem isto e ficam satisfeitas também”, avalia.
Visando valorizar o empregado e o edifício, o síndico está preparando um quadro para colocar na portaria com todos os diplomas de conclusão de curso do zelador. “Sempre que vejo um curso que pode contribuir, vou lá e faço. Acho que vai ser bom as pessoas ficarem sabendo. Especialmente as de fora. Quem está mal intencionado, procura facilidade, quando virem que o zelador daqui tem curso de segurança reconhecido pela Polícia Federal, pensarão duas vezes”, diz.
Ele mora no prédio e faz serviços extras em seus horários de folga, garantindo mais uma renda, necessária para ajudar nas despesas. Valdeci está em seu terceiro casamento e tem um bebê de um mês e mais dois filhos, um de 15 e outro de 17 anos. “Casei pela primeira vez com 16 anos. Na época, trabalhava na padaria de 10h às 6h da manhã e depois ia para a construção civil, onde pegava às 8h e saia às 17h”, conta, acrescentando que com 12 anos já gostava de trabalhar. “Ficava de olho, se faltava gás na casa de um vizinho, me oferecia para ir buscar. Se chegava um caminhão de areia para a obra de outro, eu já aparecia com o carrinho de mão para dentro do quintal”, lembra. De tão popular, ele é conhecido no bairro onde nasceu pelo nome de um político.
E voltar ao bairro é o seu programa preferido nas horas de folga. “Gosto de rever os amigos, a família, o meu lugar. Fora isto, procuro dar atenção à esposa, especialmente agora por causa do bebê”, diz, acrescentando que não perde uma partida do Flamengo, seu time do coração.
Sempre fui muito comunicativo e respeitoso com as pessoas, atento às diferenças
Valdeci Santos da Silva, zelador
A rotina no prédio é programada para que possa dar conta de tudo com tranquilidade. Pela manhã, dedica-se à limpeza e organização geral. À tarde, a atenção volta-se para a portaria e para a recepção e entrega de correspondência. Valdeci diz que não teve nenhuma dificuldade, nem enfrentou maiores desafios ao começar a trabalhar como zelador, pois a parte mais delicada, que é a de lidar com pessoas, veio com ele. “Sempre fui muito comunicativo e respeitoso com as pessoas, atento às diferenças culturais, de padrão de vida, de religião, sabedor que cada um tem sua maneira de ser. Isso ajuda muito. Tudo o que um empregado de condomínio não pode ser é desrespeitoso com as pessoas e eu nunca fui”, conclui.
Tome Nota
Fim dos Fumódromos
Os condomínios têm que se adequar à Lei Federal Antifumo (Lei 12.546). aprovada em 2011, mas regulamentada em 2014 e em vigor desde o dia 3 de dezembro. Entre suas determinações, ela elimina os chamados fumódromos e o fumo em locais públicos total ou parcialmente fechados de todo o país, incluídas áreas como hall de entrada, salão de festas, salão de jogos ou em garagens cobertas, em condomínios. É preciso reforçar que a lei federal se sobrepõe às decisões das assembleias, ou quaisquer outras determinações em regimento interno, ou convenção. A multa é aplicada em nome do condomínio, e rateada entre todos os condôminos. O valor varia entre R$2 mil e R$1,5 milhão.
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MAIS UM ENTRAVE AO FIADOR
O fiador pode perder o único bem. Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que, caso o inquilino não pague o aluguel, o fiador pode ter seu único bem penhorado para pagar a dívida. A possibilidade já era prevista desde 1991, quando a Lei do Inquilinato foi promulgada, mas até esta determinação muitos casos iam parar na Justiça, questionando a constitucionalidade da lei. Com a atual decisão do STJ, outras cidades do país devem seguir a jurisprudência, negando novos recursos.
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CARTEIRA DE TRABALHO DIGITAL
Já está em vigor, desde o dia primeiro de Janeiro, a CTPS digital, a Carteira de Trabalho e Previdência Social Digital. Válida em todos os estados da federação, permitirá realizar, de forma online, consultas a respeito da vida profissional do trabalhador, como saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS, a contagem de tempo de serviço, pagamento de abono salarial. Além disso, todo trabalhador terá seus dados profissionais registrados em um banco de dados do governo, onde estarão disponíveis as informações acerca dos contratos de trabalho, feito que permitirá maior rapidez no pagamento de benefícios previdenciários e trabalhistas. A CTPS antiga permanece válida. Só no caso de uma segunda via ou emissão de primeira via é que ocorrerá a impressão e validação pelo novo sistema.