Editorial
Melhoria de processos e de atendimento. Estas são as expectativas do mercado a partir do PROCONDO, a certificação de qualidade recém lançada para as administradoras de imóveis. Avaliados departamento por departamento, saúde financeira e capacitação dos colaboradores, a Lowndes já passou, com excelência, por todas as auditorias prévias, inclusive a de estar há mais de cinco anos de atividades, estando apta a retirar a sua. Prestes a completar 80 anos no mercado, a empresa comemora a boa novidade para o setor. Enfim, é hora de selecionar o joio do trigo. Destacar quem faz diferença, as empresas que melhor atendem a seus clientes.
Diferença é o que fazem também alguns síndicos que emprestam seu tempo para o bem comum, buscando soluções para o seu lugar, a partir de cuidados e cobranças por serviços públicos para o entorno do condomínio. Vamos saber o que cada um deles já fez e como fez. Todas elas são iniciativas cidadãs e inspiradoras. Mas, para poder ir além das grades do condomínio, o síndico precisa ter a segurança e a tranquilidade de contar com uma boa retaguarda. Empregados capacitados, que só quem treina é que pode ter. Eles dizem o porquê treinar.
Falando em garantia de tranquilidade, destacamos ainda o tema seguros, com ênfase nas coberturas que promovem maior segurança para toda a edificação, inclusive para as unidades.
São muitos os assuntos relevantes nesta edição.
Aproveite e boa leitura!
Espaço Lowndes
Atualização e Aprimoramento
A crescente demanda pela profissionalização do setor de administração de condomínios vem exigindo profissionais cada vez mais preparados. E, neste cenário, informação balizada é fundamental. O mercado ainda não dispõe de cursos de formação e aperfeiçoamento na quantidade, qualidade e especificidade necessária, e os síndicos buscam nos eventos a eles destinados, informação que os mantenham, no mínimo, atualizados. Passamos por um momento de mudanças com novas leis, novas tecnologias e novos procedimentos de prestação de contas ao governo, que impactam no dia a dia do condomínio. Isto preocupa a quem responde por sua administração.
A Lowndes mantém em seu cronograma de eventos anual o Ciclo de Palestras, que busca suprir esta carência sempre com temas atuais sendo apresentados por especialistas atuantes no mercado. A estrutura do evento permite o esclarecimento de dúvidas diretamente com os especialistas.
Na agenda deste semestre, serão tratados os temas Jornada de trabalho e impostos sobre pagamentos, no dia 24 de setembro, e encargos trabalhistas e previsão orçamentária, no dia 26 de novembro. Os eventos são gratuitos e sempre realizados no período da manhã, buscando não comprometer o dia inteiro do síndico.
Em outra frente, a Lowndes oferece cursos de especialização para os profissionais de condomínio. O calendário regular inclui os temas mais relevantes para que cumpram com eficiência suas funções: Qualidade nos Serviços de Portaria, Segurança Predial – Orientação e Prática, e Prevenção e Combate a Incêndio. São oferecidos sempre em dois horários, pela manhã e à tarde, para cada um deles, a fim de que os empregados possam aproveitar o curso sem desfalcar o condomínio.
Toda esta atenção faz parte da missão da empresa de bem servir e, em cada um dos eventos, os síndicos são convidados a sugerir os temas que têm maior interesse
Toda esta atenção faz parte da missão da empresa de bem servir e, em cada um dos eventos, os síndicos são convidados a sugerir os temas que têm maior interesse, ajudando a empresa a ofertar sempre aqueles que, de fato, contribuam para as reais necessidades daqueles que administram condomínios. É um serviço que a Lowndes oferece ao público em geral com a mesma qualidade com que desenvolve soluções para seus clientes. Afinal, a empresa que iniciou o mercado de administração de condomínios no Rio de Janeiro, nos moldes que conhecemos hoje, quer que todos os síndicos tenham segurança e comodidade para atuar.
Atualidade
O Meu Lugar
“O meu lugar é sorriso, é paz e prazer. Ahhh que lugar”. O trecho da música de Arlindo Cruz é algo que todos gostaríamos de dizer de nossa rua, de nosso bairro. Todos têm problemas, mas alguns síndicos dão exemplo. Atentos e participativos, eles não medem esforços ao buscar soluções para além das grades do condomínio. Tudo para garantir não apenas a valorização dos imóveis, mas o bem viver.
Morador de uma área aprazível da Barra da Tijuca, o síndico Élcio José Figueiredo de Aguilar do condomínio Portal do Parque, foi surpreendido há cerca de um ano com a notícia de que a prefeitura havia publicado uma convocação de licitação para transformar em posto de gasolina a faixa verde que fica a menos de 100 metros do condomínio. O local, além de árvores de mais de 30 anos, abriga um ponto de ônibus e é passagem para quem vai para a estação BRT “Bosque da Barra”, muitos deles estudantes de uma escola estadual vizinha. “Fomos buscar no Diário Oficial e descobrimos que, sem qualquer consulta prévia, o prefeito estava licitando a concessão de uso do bem público para o privado, por 20 anos, com oferta mínima de 13 milhões cento e noventa mil reais. Uma decisão exclusivamente financeira, sem considerar os prejuízos aos moradores, ao meio ambiente e àqueles que circulam por este ponto da Avenida Trecho verde em perigo das Américas, já campeã no número de acidentes. Isto em um trecho que já dispõe de cinco postos de gasolinas das diferentes bandeiras”, reclama.
Trecho verde em perigo
A ação do síndico foi imediata, convocando uma assembleia para juntos pensarem o que fazer. “Rapidamente constituímos um grupo de advogados experientes nesta área e entramos com uma ação popular, anexando as assinaturas dos demais moradores dos quatro condomínios do entorno”, conta. Conseguiram uma liminar suspendendo a licitação, que foi cassada um mês depois. “Recorremos então à instância superior e a ação está tramitando”, continua.
O síndico ainda recorreu aos órgãos públicos locais, a Câmara Municipal da Barra e à subprefeitura da Barra, que realizaram reunião com a Superintendência de Patrimônio Imobiliário. “A Câmara ainda encaminhou e- mail ratificando que não há necessidade de mais uma posto de gasolina nas imediações e o seu presidente buscou apoio político, enviando carta à Alerj. Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance e agora aguardamos a conclusão, mas não de braços cruzados. Descobrimos que um processo semelhante em Brasília saiu vitorioso mobilizando a opinião pública e vamos fazer o mesmo. Com a colocação de faixas no local, informaremos a todos sobre o que está acontecendo”, adianta.
Para a ação, foi feito levantamento de toda legislação e jurisprudência para sustentar a causa e foi contratado um engenheiro florestal para fazer a análise do impacto para o solo e o meio ambiente. “Tudo isto é tempo e dinheiro que poderia estar sendo empregado no condomínio, mas precisa ser feito em nossa própria defesa. Esbarramos com motivos políticos que não são facilitadores, mas não podemos esmorecer. Todas as ações possíveis foram colocadas em prática, agindo em espiral, partindo da mobilização dos moradores, seguindo com as esferas municipal e já chegamos ao Superior Tribunal. Temos que acreditar que algo será feito em nome do bom senso e da qualidade de vida. Faço como cidadão, o mesmo que acredito todos deveriam fazer diante de uma causa justa”, afirma Élcio.
O síndico Elcio mostra a área, a pouco mais de 50 metros do condomínio. onde a prefeitura quer licitar um posto de gasolina batalha de Golias contra o gigante não intimida o gestor
Batalhas e Vitórias
Pode parecer desanimador brigar com esferas superiores, mas é preciso persistir. A recomendação é de José Carvalho, síndico do Edifício Ribeiro Moreira, o primeiro arranha céu construído em Copacabana. Ele tem uma luta grande com a prefeitura e demais órgãos públicos contra bares, boates, prostituição, tráfico e abandono do entorno. O condomínio fica na Avenida Atlântica, de frente para a Praça do Lido, que está sendo revitalizada, resultado de um trabalho persistente e da união com outros moradores. “O síndico não tem obrigação para além do condomínio. Mas é o lugar onde moramos’’, argumenta Carvalho, que além de morador tem imóvel para locação por temporada no prédio e chegou a ouvir de interessados que os taxistas alertavam para o perigo do local. “As pessoas tinham medo de descer para passear com o cachorro, com suas crianças. Isto em plena Avenida Atlântica, na praia de Copacabana, um dos lugares mais famosos do mundo”, ressalta.
As lutas valeram a pena. A Praça do Lido está mais cuidada, o policiamento aumentou e o comércio que fomentava a prostituição, o tráfico e os assaltos esta na mira da polícia e da prefeitura. A boate que ficava em baixa do prédio, por exemplo, tinha licenciamento para funcionar apenas como restaurante teve seu alvará cassado, um outro bar que era um conhecido ponto de prostituição também foi fechado, ficava aberto 24 horas, o que contrariava a Lei, pois em prédios residenciais não pode funcionar de 1h às 5h da manhà, como manda o código de Posturas (decreto 29.881/2008).
O síndico José Carvalho com os calhamaços de reclamações e resultados das ações por melhorias do entorno que mereceram um diploma desenhado por um chargista e assinado em reconhecimento pelos moradores
O decreto é citado pelo síndico que mantém duas enormes pastas com todas as reclamações que já encaminhou à prefeitura, e o andamento dado a cada uma delas, todas fundamentadas com informações do código de Posturas Municipal, legislação, com artigo, parágrafo e tudo o que possa consubstanciar a demanda. “Se vejo que algo está errado, vou pesquisar para saber se está mesmo e com base em que. Também procuro saber quem responde por aquela questão para facilitar a solução do problema”. Ele tem centenas de ligações gravadas para o 1746, a central de atendimento da prefeitura, além de e-mails enviados, com reclamações e pedidos de ação. Para cada atendimento há um prazo para resposta, que acompanha e cobra. “Se a resposta é a de que o local já foi multado, vou confirmar no Diário Oficial se foi mesmo. Se não foi, volto a cobrar. Se a multa não dá jeito, sigo cobrando. Segundo a legislação, depois da quinta multa aplicada sem solução, as multas devem passar a ser diárias”, explica.
O decreto é citado pelo síndico que mantém duas enormes pastas com todas as reclamações que já encaminhou à prefeitura, e o andamento dado a cada uma delas, todas fundamentadas com informações do código de Posturas Municipal, legislação, com artigo, parágrafo e tudo o que possa consubstanciar a demanda. “Se vejo que algo está errado, vou pesquisar para saber se está mesmo e com base em que. Também procuro saber quem responde por aquela questão para facilitar a solução do problema”. Ele tem centenas de ligações gravadas para o 1746, a central de atendimento da prefeitura, além de e-mails enviados, com reclamações e pedidos de ação. Para cada atendimento há um prazo para resposta, que acompanha e cobra. “Se a resposta é a de que o local já foi multado, vou confirmar no Diário Oficial se foi mesmo. Se não foi, volto a cobrar. Se a multa não dá jeito, sigo cobrando. Segundo a legislação, depois da quinta multa aplicada sem solução, as multas devem passar a ser diárias”, explica.
Outro recurso muito utilizado pelo síndico é recorrer à mídia. Chamar a atenção da opinião pública e assim despertar o interesse político para a solução dos problemas. Foi assim que conseguiu que um trecho que minava água, fazendo sair as pedras portuguesas, abrindo buracos na calçada, fosse corrigido. “Fiz uma placa dizendo que já tinha reclamado e nada tinha sido feito e finquei no buraco, mandando foto para os jornais. Tem que ser assim. Todos ficaram impressionados com os japoneses que cataram o lixo no estádio durante a Copa no Brasil. É cultural, não temos esta cultura, mas é preciso trabalhar neste sentido, senão jamais chegaremos lá”, defende.
Carvalho agradece ao Subsecretário de Ordem Pública, Dr. Marcelo Maywald, que teve um papel fundamental para o atendimento das solicitações, tendo inclusive participado de uma reunião com os moradores, e também ao Subprefeito Bruno Ramos, a Dra. Pollyanna da 12ª Delegacia de Polícia e ao Comando do 19 Batalhão da PM, ao Administrador Regional, Raphael Cardoso, e ao Polo Lido + Leme. E, é claro, aos demais moradores que unem forças com ele. “Tenho certeza que, com a saída do bar, das boates, das drogas e o fim do abandono geral da Praça do Lido os imóveis valorizaram, no mínimo, 30%. São unidades que chegam a milhões e com um entorno mal cuidado? E não é só pela valorização. É o bem viver. Só de saber que você pode descer a qualquer hora com segurança e tranquilidade, vale a pena”, garante.
A união costuma ser o caminho mais fácil. Sem uma maior participação dos cidadãos, alguns problemas sequer chegam aos órgãos públicos responsáveis. E mesmo se não respondem quando acionados, é a partir da união que as coisas acontecem. É assim que as síndicas da rua Vilhena de Morais, na Barra da Tijuca, mantêm o entorno sempre cuidado. Regina Laginestra, Lourdes Monclar e o conselheiro Levy Lessa, estão sempre atentos, fazendo reuniões regulares e buscando soluções seja para a poda de árvores, que impede a passagem da iluminação da rua, trazendo riscos para a segurança, seja para o estacionamento irregular. Juntos, repintaram eles mesmos os quebramolas. Foi assim que também decidiram pela retirada de uma antena de uma empresa telefônica instalada em um dos condomínios. “Uma moradora que é médica apresentou um estudo e os vizinhos pediram a retirada. O prédio cancelou o contrato, apesar da perda da renda. Mas o objetivo é o bem comum”, destaca Regina.
No momento, eles estão de olho na construção de uma escola no local. “Vimos a derrubada de uma casa e a construção de algo maior, com dois andares. A retirada de uma árvore imensa que havia no terreno chegou a fazer com que o caminhão afundasse parte da calçada. Isto sem uma placa dos responsáveis pela obra. Reclamamos e soubemos da compra de mais três casas ao lado. Estamos atentos e mobilizados para agir, a fim de evitar os transtornos que uma escola desse porte trará para uma rua que já é pequena, estreita e de mão dupla, em um local estritamente residencial “, afirma.
As síndicas Regina Laginestra, Lourdes Monclar e o conselheiro Levy Lessa: zelando em parceria com os demais síndicos do entorno por mais segurança, limpeza e ordenamento para o lugar
Colocando a Boca no Mundo
A Central 1746, da prefeitura, funciona 24 horas para reclamações e pedidos para os diversos serviços do município do Rio, ao custo de uma ligação local. O canal também pode ser acionado pelo site (www.1746.rio.gov.br) ou através de aplicativo para o celular. Lá estão informações sobre tudo o que cabe ser solicitado e o que não diz respeito à prefeitura. Não é necessário se identificar para fazer a reclamação.
Uma segunda instância de relacionamento da prefeitura com o cidadão é a ouvidoria. Lá é possível reclamar do que foi solicitado e não foi feito ou foi mal feito. É preciso colocar o número do protocolo fornecido pela Central 1746 para concluir a reclamação.
O Disque Denúncia é um canal a que também se pode recorrer quando o assunto é ordem pública, segurança, tráfico, meio ambiente e violência doméstica, pelo telefone 2253-1177 ou pelo site (www.disquedenuncia.org.br). A exemplo da Central 1746, funciona 24 horas e não exige identificação. As reclamações são registradas e encaminhadas aos órgãos competentes. Este registro entra para as estatísticas e serve para dar um panorama da situação, o que ajuda a identificar e dar visibilidade aos problemas que requerem maior atenção e investimentos.
As associações de moradores e as câmaras comunitárias são outros locais a se recorrer. Atuantes, reúnem grande número de condomínios, comerciantes e empresários que, através dos seus presidentes, conseguem pressionar por melhorias para os bairros. São conhecidas as ações da Câmara Comunitária da Barra, por exemplo, para soluções como o metrô, o esgotamento sanitário e o controle de voo do aeroporto de Jacarepaguá. O mesmo ocorre com a Associação de Moradores e Amigos de São Conrado, Amasco, com sua luta para evitar o crescimento desgovernado e a destruição de área verde na Rocinha. Cada uma atenta ao que ocorre ao redor, alertando, cobrando e buscando soluções, dependem do maior número de moradores juntos para ter mais força política.
“Espaços urbanos bem cuidados geram dignidade, que, por sua vez, geram cidadania. Estimulam as pessoas a cuidar mais de seu espaço. É um círculo. Os moradores devem adotar a sua rua, o seu bairro. E nós, como síndicos, podemos dar o exemplo”, conclui Carvalho.•
Capa
Para a conquista do PROCONDO é necessário passar por auditorias sobre os principais itens que garantem excelência na prestação do serviço
A ABADI apresentou, no dia 25 de agosto, o Programa de Autorregulamentação da Atividade de Administração Condominial, PROCONDO. Segundo a presidente da entidade, Deborah O’Dena Mendonça, a intenção do Programa é criar normas e parâmetros que orientem as empresas sobre procedimentos desejáveis para o bom exercício da atividade, garantindo a qualidade na prestação de serviços, tendo como base um código de conduta e um certificado que ateste a excelência dos serviços. “O processo de certificação beneficia o consumidor final, os condomínios, que terão acesso a um melhor atendimento, e o mercado, ao fomentar o desenvolvimento do setor”, diz.
O processo de certificação beneficia o consumidor final, os condomínios, que terão acesso a um melhor atendimento, e o mercado, ao fomentar o desenvolvimento do setor”
Deborah O‘Dena Mendonça, presidente da ABADI
Algumas empresas, como a Lowndes, já estão certificadas, tendo passado com excelência por todas as auditorias previstas. Os critérios para a conquista do PROCONDO incluem estar há mais de cinco anos no mercado e passar por auditorias sobre os principais itens que garantem excelência na prestação do serviço. São auditadas as operações de RH, de contabilidade, são avaliadas a saúde financeira da empresa, o nível de conhecimento dos empregados, se passam por treinamentos, por exemplo. Todo este processo é realizado por uma empresa idônea, líder mundial em certificações. A certificação conta com revisão anual e tem validade de três anos. Após esse período, uma nova auditoria deverá ser realizada para a manutenção do certificado.
“Foram 154 questões atendidas, sendo nove itens eliminatórios que incluíam, por exemplo, ter profissionais capacitados no quadro diretivo, não ter ações na justiça contra a empresa e não prestar serviços que ferem a legislação. Noventa e cinco por cento das questões são relativas à parte trabalhista e fiscal. Quem não atende a 85% delas não passa na auditoria e precisa esperar seis meses para tentar o processo novamente. Atendemos a todos os quesitos e tivemos nossos processos elogiados pelos auditores”, conta Francisco Castel-Branco, diretor executivo da Lowndes.
A presidente da ABADI destaca que, dessa forma, a certificação servirá como um norte às administradoras que poderão organizar e padronizar seus processos. “Com o PROCONDO, a ABADI promove a concorrência saudável entre as empresas, pois com base nos critérios da autorregulamentação, têm a oportunidade de ver o que falta aos seus clientes e recriar os padrões de procedimentos, tornando os serviços entregues ainda mais eficazes”, explica.
Atualmente, é grande a responsabilidade que recai sobre os condomínios e as administradoras precisam corresponder, prestando um atendimento que esteja à altura das demandas, garantindo segurança e tranquilidade para os síndicos. “Cumprir com os acordos trabalhistas, fazer o pagamento dos funcionários, analisar com atenção os contratos das prestadoras de serviços, saber quando é melhor manter um serviço preventivo e treinar funcionários são os principais desafios a serem cumpridos pelo administrador condominial”, acrescenta Marcelo Borges, Diretor Jurídico da ABADI.
Passamos por todos os critérios avaliativos com tranquilidade e festejamos esta iniciativa, pois elevará o padrão de atendimento de todo o mercado, algo pelo qual sempre trabalhamos”
Francisco Castel-Branco, diretor executivo da Lowndes
A Lowndes, ao longo de sua história, sempre primou por ações que contribuam para a qualificação do setor de administração de imóveis e condomínios. Isto na base de sua missão, impressa ainda por seu fundador, Donald Lowndes, em 1936. A certificação chancela esta prática, o que é desde já comemorado pela empresa. “Passamos por todos os critérios avaliativos com tranquilidade e festejamos esta iniciativa, pois elevará o padrão de atendimento de todo o mercado, algo pelo qual sempre trabalhamos”, conclui Francisco Castel-Branco, diretor executivo da Lowndes.
Destaque
Qualificação Profissional
Capacitar os empregados é a saída para responder às demandas atuais dos condomínios
O diferencial em qualquer empreendimento na atualidade é a qualidade de atendimento. Gentileza associada à boa formação e versatilidade para lidar com diferentes situações e novos sistemas. Mas, os profissionais nem sempre encontram-se prontos e investir na preparação dos empregados é a saída para os gestores mais atentos. E isto acontece também em condomínios que buscam acompanhar as rápidas mudanças impostas à administração e à vida condominial.
Ao selecionar uma funcionária cujo perfil se adequa às necessidades do condomínio Rubilite, em Copacabana, o síndico Pierino de Angelis verificou que ela não dispunha de um curso importante para exercer a função. No lugar de dispensá-la e reiniciar o processo de seleção, propôs dividir o custo do curso com ela, mantendo-a em outra função enquanto isso. “O empregado de condomínio, de um modo geral, não tem esta mentalidade de que necessita ampliar o seu universo de conhecimento e hoje há cursos técnicos, que permitem a pessoa trabalhar e estudar, mantendo-se atualizado. É uma visão que procuro sempre passar, e quando compreendem, faço o que posso para ajudar, pois ajudando a eles estou também ajudando o condomínio e a mim mesmo”, afirma o síndico.
O síndico Pierino e o porteiro chefe do Edifício Rubilite: estímulo ao constante aprimoramento dos empregados
O síndico não está sozinho. Paola Polezel, síndica do condomínio Royal Barravaí, na Barra da Tijuca, considera os serviços disponíveis atualmente ao dizer que a preocupação com a formação e o preparo dos empregados em Edifício deve ser constante. “O condomínio está cada dia mais automatizado e isto requer empregados que tenham conhecimento não apenas para manusear, mas senso crítico para saber para que serve aquilo. Não adianta ter circuito interno de TV se não estão atentos e não sabem que situações sinalizam para riscos e merecem alguma ação, por exemplo”, considera.
Reuniões e Manual para Uniformizar Conhecimento
A síndica inscreve os empregados em cursos e chega a levar ao prédio profissionais para dar treinamento no local. “Um oficial da polícia veio à paisana. Chegou com um buquê de flores dizendo que era uma surpresa para mim. Não deixaram entrar. Ele elogiou. Depois se apresentou e mostrou que dentro do buquê havia uma arma. Falou de outras situações e deixou claro para eles a importância do trabalho com a segurança”, conta. Paola defende os investimentos, dizendo que não dá para esperar que eles busquem este conhecimento sozinhos. “Não têm ainda esta cultura. só com a experiência percebem a importância de aprender sempre”, diz.
Síndica Paola e parte da sua equipe: programa anual de treinamento para unificar linguagem e comportamento de todos os empregados
Ela realiza reuniões mensais para uniformizar a linguagem e os procedimentos. “O pessoal antigo tem mais dificuldade para acompanhar as novas demandas e juntos conseguem se ajudar mutuamente”, detalha. Estas reuniões têm como subsídio o treinamento formatado pela moradora Ana Maria Massa, com os procedimentos estabelecidos pelo condomínio. “O treinamento foi aplicado pela primeira vez com muito sucesso e o material é utilizado constantemente para treinar todos os colaboradores, em especial os recém chegados”, adianta.
O síndico Sérgio Antônio Pitanga de Freitas Lopes, considera que o Residencial Sunshine, na Barra da Tijuca, teve um salto de qualidade na gestão dos empregados depois da criação do Manual de Procedimentos do condomínio. A administração queria definir melhor cargos e funções e evitar problemas, como as substituições em caso de ausências. “A gente sentiu a necessidade de fazer uma reengenharia, discriminar com mais detalhes todos os processos. Com isto, vamos reforçar as palestras regulares para aperfeiçoar o atendimento das rotinas”, adianta, dizendo ter consciência de que é preciso acompanhar de perto a atuação e trabalhar para a melhoria constante do quadro de empregados. O síndico também mantém um livro online para o registro de todas as ocorrências em cada setor. “Assim, quando cada um passa o seu turno para outro cria um contínuo do trabalho, garantindo melhor controle e a mesma qualidade do serviço. Mas para que tudo funcione, é preciso mantê-los treinados e motivados, fortalecendo o conhecimento a responsabilidade de cada um e a sua importância para o resultado geral”, completa.
Treinamentos para Oferecer Serviços Próprios
No condomínio Flamengo Park Towers, os empregados são treinados através de reuniões periódicas, assim como os terceirizados, com o objetivo de unificar conhecimento sobre os procedimentos. “Incentivamos também que as empresas invistam em treinamento para os empregados que nos atendem, isto quando não custeamos o curso para podermos contar com um melhor atendimento”, conta o gerente predial Carlos Kronenberger. Primeiros socorros, combate a incêndio, tudo o que diz respeito a conhecimentos fundamentais para quem trabalha em uma edificação, merece a atenção do condomínio. “Buscamos cursos no mercado para que possamos estar sempre preparados”, acrescenta.
O síndico Sérgio com parte de sua equipe comemora evolução na gestão dos funcionários, a partir da criação de um manual de procedimentos
Através de cursos específicos, o condomínio prepara empregados para cuidar dos equipamentos do sistema de TV corporativa, sistema de controle de acesso de veículos e pessoas, CFTV digital, bem como todos demais sistemas existentes. “Queremos ter mais controle sobre a manutenção e controle dos equipamentos, com redução de custos.” O Edifício comercial de grande porte tem uma gestão profissional e o gerente predial está sempre indo a feiras tecnológicas em busca de soluções e inovações que ajudem a melhorar as instalações prediais e ainda reduzir custos. O condomínio já tem experiência, pois fizeram o mesmo com o sistema de telefonia, comprando equipamento próprio e capacitando o pessoal interno para mantê-Io. “Os investimentos em pessoal geram rapidez no atendimento a pedidos de manutenção. Todos estes sistemas precisam de mão de obra qualificada para serem mantidos em funcionamento e é uma vantagem ter uma equipe interna treinada para isto”, diz.
O gerente predial Carlos com parte de seu time: treinamento externo e manual para elevar a qualidade dos serviços no Condomínio Flamengo Park Towers
Victória R. L. Werneck, psicóloga organizacional, é professora do curso de qualidade nos serviços de portaria, da Lowndes, e Ana Couto, a especialista em RH da Lowndes, elogiam as iniciativas e reforçam a relevância dos investimentos feitos pelos síndicos na capacitação dos empregados. “Os serviços de condomínio sofreram transformações. A portaria mudou, os equipamentos que encontramos hoje nos Edifícios são de tecnologia por vezes complexa, as gestões se modernizaram, mas o que temos são empregados sem preparo para enfrentar estas mudanças”, analisa Vitória. “Há uma banalização histórica da função que não ajuda. E o que vemos é um descompasso. A cobrança por bom desempenho aumentou, mas o que pode ser banal para um síndico, ou um morador, pode não ser para estes empregados que não tiveram acesso seja a educação formal de qualidade, seja a equipamentos mais modernos. A realidade deles é outra”, completa Ana.
Opções Diversas para Quem Quer Treinar os Empregados
A Lowndes mantém uma programação regular e focada no atendimento às necessidades dos profissionais que atuam em edifícios. O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, o Senac e entidades representativas do setor de administração de imóveis também oferecem cursos específicos para os empregados de domínios. E há ainda os cursos à distância que são uma boa opção, especialmente pela variedade. Pode-se aprender de línguas, a técnicas de memorização, liderança e excelência no atendimento. Mas eles exigem que o empregado disponha de acesso à internet.
“Buscamos incluir o máximo de informação atual em nossos cursos, dando ainda a oportunidade para que troquem experiências, o que ajuda muito no desenvolvimento profissional de cada um. Os colegas de outros edifícios enfrentam desafios semelhantes e também distintos, são de condomínios de portes e tipos diferentes: residencial, comercial, mistos, e esta diversidade é importante”, destaca Vitória. Para Ana, estas oportunidades devem ser aproveitadas pelos síndicos para nivelar o comportamento dos empregados. ‘‘Não adianta um morador ser bem atendido por um empregado e mal atendido por outro. Um visitante vê a educação do porteiro, mas perceber o desleixo com a limpeza do ambiente. Hoje é fundamental entender o cenário, personalizar o atendimento, elevando ao máximo a sua qualidade. Quem chega buscando um imóvel vê as instalações, mas também considera como são os serviços, o comportamento dos empregados. Tudo isto conta. Depois, empregado treinado tem outro comprometimento, sente-se seguro para realizar a sua função e valorizado”, conclui Ana.
Saiba Mais
Seguro Condominial
A responsabilidade de cada um na prevenção e na garantia da tranquilidade de todos
A falta de conhecimento e cultura do brasileiro com relação ao uso dos seguros leva a equívocos. Há quem acredite que o seguro obrigatório do condomínio cobre tudo. Um engano que, muitas vezes, só depois de um acidente com perdas significativas, vai ser descoberto. Segundo a consultora Heloísa Nogueira Goulart, com mais de 20 anos de experiência como corretora de seguros, ninguém pode ser responsabilizado por algo que não pode evitar.
A informação está no artigo 393 do código Civil e há até jurisprudência para o assunto, a partir de uma ação contra um condomínio que teve danos causados pela queda de telhas durante uma ventania. Mas foi a explosão de gás em um apartamento em São Conrado o exemplo mais contundente. Ele causou grandes prejuízos aos demais apartamentos do prédio e ao Edifício vizinho.
O seguro condominial não cobriu os danos do prédio vizinho, nem todas as perdas dos moradores. “Cada um tem que ter o seu seguro pessoal para poder se resguardar”, explica Heloísa, acrescentando que a lei do condomínio obriga a garantir a edificação e áreas comuns contra incêndio, raio e explosão , e mesmo assim considerando o que foi entregue pelas construtoras. Piso de madeira encerada, papel de parede, armários embutidos, aquecedores e vidros especiais, por exemplo, não estão incluídos. “O que está dentro dos apartamentos é de responsabilidade de cada unidade. Nos danos causados aos apartamentos e seu conteúdo, é verificado se não foi possível evitar ou impedir, pois os prejuízos resultantes de caso fortuito, ou de força maior, não estão cobertos. Os síndicos devem levar esta informação aos moradores, deixando claro o que é de responsabilidade de cada um”, diz.
Os síndicos devem levar a informação aos moradores que o seguro obrigatório não cobre conteúdo das unidades, deixando claro o que é de responsabilidade de cada um”
Heloísa Nogueira Goulart, consultora
As seguradoras permitem contratar coberturas para perdas dos condôminos por incêndio, raio e explosão , estabelecendo verba única. Em caso de sinistro, ela é dividida, garantindo também as unidades. “O seguro condominial hoje é um seguro compreensivo, permite em uma única apólice diversas coberturas. Isto ajuda a dar maior segurança ao condomínio como um todo”, explica Heloísa.
Seguro Conteúdo
O Seguro Conteúdo cobre danos aos bens móveis e utensílios causados por incêndio, raio e explosão. A maioria das seguradoras ainda inclui atendimento 24 horas para amparar os segurados com serviços como chaveiro, eletricista, encanador, vidraceiro, limpeza da residência, hospedagem, mudança e guarda-móveis.
No seguro do condomínio, pode ser incluído seguro para o conteúdo das unidades autônomas contra incêndio, queda de raio e explosão, garantindo assim reposição dos bens e benfeitorias de cada condômino em caso de sinistro. Foi o que fez a síndica do condomínio Tour de Nice, por sugestão da corretora que atende ao prédio há mais de 10 anos. Ela incluiu a cobertura contra incêndio do seguro conteúdo na apólice do condomínio. “Nunca tivemos nenhum sinistro. Estamos garantidos e eu com a consciência tranquila de quem fez a sua parte”, afirma Marli Rodrigues Guarniere.
Caso diferente é o da síndica Semita Abadi, que incluiu a cobertura depois que um incêndio fez com que um morador perdesse tudo. “É de muita utilidade. Não é brincadeira perder todos os móveis e utensílios. E a maioria das pessoas pensa que o seguro do prédio cobre. Mas não cobre”, diz, acrescentando que foi preciso acontecer algo grave para alertar a todos para a necessidade e a importância de se ter as melhores coberturas. “Falta-nos o conhecimento, a cultura de se fazer seguro. O que em outros países é muito comum, aqui é algo em que só se pensa depois do acidente acontecido”, conclui Semita.
Deu Certo
Sem medo de desafios e confusões
Condomínio Celestia
Sônia Maria Rosa Malagrici é síndica do condomínio Celestial, no Flamengo, há 18 anos. Ela recebeu o Edifício de 1961, um prédio de muitas unidades de conjugados, em estado de abandono. Faltava o básico e o que tinha estava sem conservação. Depois de um curto período como subsíndica, mas na prática assumindo cada vez mais os problemas para resolver, acabou sendo eleita e, a partir daí, estabeleceu como prioridade de suas gestões as manutenções e o rigoroso cumprimento do que diz a convenção e o regimento interno. Às vésperas de iniciar o que seria uma obra para melhorar o visual do prédio, a troca dos basculantes, recebeu a visita do Corpo de Bombeiros e um novo desafio. Depois de ter trocado o PC, toda a fiação elétrica, tubulações de água, barriletes, instalar para-raios, individualizar as instalações de gás, está às voltas com a instalação de sistemas sprinklers. Mais uma vez, foi com energia e decisão que encarou o problema que, em breve, estará resolvido.
Condomínio Celestial
A síndica sequer era moradora quando foi convidada para ser subsíndica. “Em uma assembleia em que vim substituir a minha mãe, que não deixamos participar porque o clima era de muito estresse, uma vizinha dela me disse: se vier como síndica eu serei a subsíndica. Respondi que não poderia. Morava em outro prédio na mesma rua, mas tinha duas filhas pequenas para cuidar. Então, disse que ela viria como síndica se eu aceitasse ser subsíndica. E assim comecei. Sem saber nada e ela também não. Contávamos com a ajuda da administradora que contratamos na mesma ocasião em que substituímos o síndico”, lembra, dizendo que recebia a prestação de contas e não entendia nada. “Colocava a pasta debaixo do braço e ia para a administradora aprender. E aos poucos fui entendendo disso e daquilo, de tudo um pouco e fazendo o que era preciso. E era muita coisa”, completa .
Formando parcerias de longa data com prestadores de serviços, estabelecendo contratos de manutenção e cobrando um serviço de qualidade, foi colocando a casa em ordem. “Não sou do tipo que gosta de arriscar. Mas tiguidade para mim é posto desde que o atendimento seja bom. Se uma bomba dá problema, não posso esperar que agendem uma visita para não sei que dia. Tem que funcionar e a base é a confiança”, diz.
Foi assim que estabeleceu uma relação com a corretora de seguros que a ajudou logo no início da gestão, quando descobriu que o Edifício não tinha o seguro obrigatório. “O síndico é responsabilizado criminalmente por qualquer problema. O prédio daquele jeito e a gente sem seguro. Fiquei desesperada. Mas a corretora fez tudo, mandou carta para todos os condôminos, foi exemplar. Estamos com ela até hoje. Para mim, sem este time de empresas e profissionais de confiança não é possível administrar um condomínio com o universo de problemas que a toda hora enfrentamos”, diz a síndica que gosta de ver as coisas resolvidas de uma vez. Ao trocar toda a fiação do prédio, substituiu o sistema de minuteria pelo de sensor de presença. Além de reduzir em muito as manutenções, a conta de luz diminuiu 50%. Ao trocar as tubulações de água, colocou-as correndo pelo lado de fora do prédio. “Antes, além dos constantes vazamentos eram muitas brigas para saber de quem era a responsabilidade. Com esta obra, conquistamos paz e economia de água”, comemora.
Mas aborrecimentos não a intimidam. Foram muitas as obras de grande porte que envolveram transtornos. “É uma fase que a gente tem que passar. Mas, sem a individualizaçâo do gás, por exemplo, se um queria trocar o fogâo, tinha que fechar o gás de todo mundo, e era uma grita geral. Melhor resolver de uma vez”, defende. Sônia também trocou as caixas d’água, extintores e mangueiras. Por ocasião da autovistoria, tinha pouco a fazer.
Sem a individualização do gás, por exemplo, se um queria trocar o fogão, tinha que fechar o gás de todo mundo, e era uma grita geral. Melhor resolver de uma vez
Sônia Malagrici, síndica do Edifício Celestial
Paralelo às grandes obras que foram necessárias realizar, enfrentava com o mesmo destemor as confusões entre condôminos, algumas situações por vezes difíceis como a de abandono de idosos, de uma criança, um bebê que sofria agressões da mãe, um marido violento. Mais de uma vez recorreu à delegacia do bairro. Em todas as vezes conseguiu se impor e fazer cessar o problema. “Sou descendente de portugueses e de italianos, não sou uma pessoa passiva, de deixar as coisas para depois. Quando os vizinhos começaram a reclamar de um bebê que não parava de chorar, um choro estranho à noite depois que os pais chegavam, vi um dia a criança cheia de manchas roxas. Fui direto para o conselho tutelar. Em outra ocasião, encontrei uma menina de uns seis anos sentada na portaria muito cedo e o porteiro explicou que ela chorava pelas escadas e tinha as chaves dizendo que a mãe tinha saldo e não voltou. No conselho tutelar para onde a levei, a mãe explicou que tinha ido namorar”, conta.
Obra fora de hora, mas necessária, a instalação de sistema sprinklers está em fase de conclusão
Em ambos os casos as pessoas saíram do prédio, mas soube pelo próprio conselho que o bebê passou para a guarda da avó e a menina ficou com o pai biológico que há tempos procurava pela filha, que a mãe não deixava ver. “Sem querer me envolver, acabo envolvida. Quando vizinhos falavam que uma moradora apanhava do marido, não cabia me meter porque não sabia de nada e a esposa não procurara ajuda. O dia que interfonou para mim pedindo socorro, chamei a polícia e mandei fechar a portaria. Ele quis sair, mas só saiu depois que a polícia chegou”, afirma.
São situações delicadas que a síndica assume com pulso firme para ajudar, como aconteceu com, pelo menos, três pessoas de idade que moravam sozinhas. Em uma delas, socorreu, levou para o hospital e depois acionou a família, deixando claro que recorreria ao Estatuto do Idoso. “Somos todos muito próximos e acabamos sendo a pessoa que procuram buscando ajuda”, diz. Ela conta também situações que são até engraçadas. No prédio, há também muitos estudantes e os pais ligam para saber dos filhos, reclamam que não atendem o celular, perguntam se está comendo. “É o síndico para tudo”, ri.
É com a mesma firmeza que mantém os empregados atentos ao cumprimento das regras do condomínio para auxiliá-la. Ela exige também que tenham iniciativa, cobrando dos mais antigos e orientando os mais novos para que não precisem procurar por ela a todo o momento. Ela conta que antes, o morador colocava placa para divulgar o aluguel de sua unidade na portaria, deixava a chave com o porteiro para entregar a qualquer um que chegasse interessado em ver o imóvel, trazendo riscos à segurança. Mas ela pôs fim à prática, assim como ordenou a vida condominial. E é com humor que diz que uns a chamam de general, outros de sargento. “Eu nem ligo. Desde que minha mãe faleceu moro aqui, e ainda que não morasse, sou a síndica e é minha obrigação manter tudo funcionando, com segurança e sem confusões. Se sou reeleita, deve ser porque há quem não ache tão ruim assim”, conclui.
Ações Positivas
Costurando um Futuro Melhor
Alunos mostram suas obras no evento de formatura
Desde abril de 2011, a Onda Carioca realiza na comunidade do Terreirão, Recreio dos Bandeirantes, o projeto Costurando, que começou como uma simples oficina de corte e costura de lonas e hoje se tomou um programa de educação continuada em moda, costura e design de lonas, reconhecido pela Secretaria de Cultura. Nesses mais de cinco anos de atividades, a ONG capacitou mais de 100 pessoas e reaproveitou em torno de 15 toneladas de lonas vinílicas, que foram transformadas em mais de 30 mil produtos sustentáveis, como bolsas, acessórios e eco guarda-sóis de lona.
Ainda dentro do projeto Costurando, a ONG oferece para aqueles que precisam descartar suas lonas de maneira responsável os serviços de coleta, transporte, pesagem, emissão de relatórios, limpeza, armazenamento, corte, gestão de marcas e desenvolvimento de produtos exclusivos através da costura. Pela legislação brasileira, é crime incinerar lonas vinílicas sem os equipamentos e condições adequadas, pois o processo libera substâncias tóxicas, como o ácido clorídrico, que oferecem risco à saúde e ao meio ambiente. O reúso da lona é a solução indicada pela legislação, já que a lona tem um enorme potencial de reaproveitamento.
Cursos e Eventos Gratuitos
Os cursos são gratuitos, duram três meses, e são realizados em parceria com o SENAI/Cetiqt. No mês de julho, mais de 25 pessoas concluíram a formação em moda, costura e design de lonas, além de empreendedorismo aplicado. A formatura aconteceu na Praça do Futuro Terreirão, local onde são realizadas as atividades do projeto.
A Onda Carioca adotou na Prefeitura do Rio a praça Eurico Alencastro Massot e desde setembro de 2013 trabalha para transformá-la na Praça do Futuro Terreirão, um novo conceito de praça pública na cidade que transcende o aspecto estético e recreativo. O que antes era um terreno abandonado, hoje abriga a sede da ONG e um conjunto de iniciativas culturais e socioeducativas, como horta vertical, roda cultural de Hip Hop, festival de rock, feira orgânica e a primeira Escola de Moda, Costura e Design de Lonas do país. O objetivo é a ocupação permanente e efetiva da praça como ferramenta de integração com a comunidade, uma praça viva, orgânica e inteligente, que conversa com o entorno para construção de uma nova visão de sustentabilidade do território da favela.
Como Participar Reforma de Fachada
Para manter as suas atividades, a ONG conta com a ajuda, seja na forma do voluntariado, doação, parcerias, patrocínio ou, em breve, na venda de produtos. A Onda Carioca recebe doações através de depósitos feitos na conta Banco Bradesco, Agência 3176-3, Conta 3000-7, CNPJ 08945210/0001-64. Para saber mais e participar, confira informações disponíveis no site: www.ondacarioca.org.br, ou ligue pelo telefone: 2490-7398.
ONG, alunos e comunidade comemoram mais uma formatura do Costurando
Onda carioca: adoção e ocupação de praça com ações socioeducativas e culturais como a horta vertical
Porteiros
Tranquilidade para uma Portaria Agitada
Jerônimo Passos Porteiro
chefe do Edifício Costa Reis
Jerônimo Passos é porteiro chefe do Edifício Costa Reis há 20 anos. Em todo este tempo, tem sido um profissional zeloso com o prédio e inventivo na busca de soluções para melhorar as condições gerais de funcionamento, as medidas de economia e de bom atendimento.
Jerônimo. Tranquilidade a frente da portaria do Edifício Costa Reis na movimentada esquina da Rio Branco com a Presidente Vargas
É dele a solução para o pinga-pinga dos aparelhos de ar condicionado, água que não incomoda mais, nem é desperdiçada, servindo para os serviços de limpeza e também na obra do elevador. O desenho do projeto de melhoria do sistema, muito simples, fácil e barato de ser adotado, está fixado na parede onde fica clara a sua habilidade com desenhos e projetos. Ele visa ampliar o sistema para também aproveitar a água da chuva.
Ê de Jerônimo o desenho do sistema de captação de água dos aparelhos de ar condicionado, uma ideia dada por ele e que já reduz as despesas do condomínio
Para a síndica Dirce Arisi, é um funcionário que vai além das expectativas e de suas funções. “É responsável e comprometido. Tem sempre uma solução para melhor resolver as questões do condomínio, o que me deixa muito tranquila”, afirma Dirce.
Ele chegou ao prédio depois de trabalhar muitos anos como marceneiro. “Até que a empresa faliu. Tentei seguir por conta própria, mas com o Plano Collor as coisas ficaram dificeis”, conta. O irmão, que já trabalhava no Costa Reis, o indicou para a vaga de vigia diurno e assim ele começou uma nova trajetória.
E foi fazendo pequenas manutenções, nas horas vagas, que passou a conhecer melhor o prédio. Quando o irmão faleceu e pediram que assumisse o seu lugar, já conhecia todo o serviço, condôminos e colegas. São sete funcionários e o relacionamento é tranquilo. A bagagem que trouxe do atendimento a clientes, quando precisa ir à casa deles para fazer medições, montar móveis, e até fazer modificações no projeto, é colocada em prática constantemente, e passada para os colegas. “Um atendimento respeitoso e atento a todos, indistintamente, é o mais importante”, ensina.
Um atendimento respeitoso e atento a todos, indistintamente, é o mais importante
Jerônimo Passos, porteiro chefe
Sem Perder o Bom Humor
O Costa Reis é um Edifício comercial que abriga salas de consertos de aparelhos celulares e também lojas de material esportivo. próximo a um ponto de ônibus e da movimentada esquina da Rio Branco com a Presidente Vargas, a circulação de pessoas é muito grande. “Se colocasse uma plaquinha cobrando 50 centavos por pergunta, daria um bom dinheiro. Muitos chegam apenas para pedir informação, seja sobre localização das lojas, seja como chegar aqui ou ali. E isto é o dia inteiro”, brinca.
O prédio funciona das 7 horas às 21 horas e este movimento intenso requer atenção redobrada na recepção a quem de fato procura o prédio, uma atividade que inclui rondas nas escadas e corredores. “Há quem chegue pedindo uma sala que está desocupada, então já sabemos que tem outras intenções. Mas há também quem chegue com um destino e depois passe a circular, a vender coisas, por exemplo. Os próprios condôminos nos comunicam quando veem algo suspeito. Esta atenção é fundamental porque é a segurança que está em jogo”, explica.
Jerônimo trabalha das 7 às 14 horas e depois retorna às 17 horas seguindo até às 21 horas. Para o intervalo de repouso, orienta para que prestem a atenção a quem entra e a quem sai, e a conferir se não tem ninguém nas escadas fazendo besteira. “Todos são muito responsáveis. A pior coisa é ter que mandar alguém fazer o que já sabe que tem que ser feito, mas não é o caso aqui. O meu trabalho é mais de supervisão . Se tiver necessidade, pego junto. Somos uma equipe e todos estamos aqui para nos ajudar”, diz.
Tranquilo no falar e no agir, sorridente, Jerônimo transmite a todos a serenidade necessária para quebrar a tensão do dia a dia. A vida fora do trabalho permite a paz de espírito, segundo o porteiro-chefe. Pai de seis filhos, três do primeiro casamento e três do segundo, com 10 netos, e uma esposa amorosa, a rotina em família é só motivo de alegria. “Gosto de ler e leio qualquer coisa até a hora de dormir, e agora também desenho porque a minha mulher inventou que é importante para tirar o estresse”, ri, dizendo que com filhos encaminhados, e neta já fazendo medicina, se sente feliz e realizado. “Eles são o motivo da minha alegria de viver”, completa .
Ele tem moradia no prédio, mas nos finais de semana vai para casa. “A gente também tem que descansar. Apesar de que em casa o tempo é passado na beira do fogão. Gosto de cozinhar e a família gosta da minha comida, então é um prazer. Não tem lazer ou hobby melhor que este”, conclui.