Editorial
80 ANOS. Nenhuma empresa chega a esta marca sem contar com as pessoas. No setor de serviços, àquelas que lhe confiam seus bens, no âmbito do trabalho, àquelas que lhe oferecem seu conhecimento, aptidões e talentos em troca de uma carreira, de uma realização profissional. Para a família Lowndes – cujo patriarca, fundador, confiou o seu nome e emprestou os seus valores e sua ética para iniciar serviços que gostaria ele mesmo de poder dispor no ainda incipiente mercado de administração de imóveis no Rio de Janeiro da década de 30 -, o motivo de ser, visionário no lema por bem servir, bem baver. A pessoa como centro de seu negócio. Longe estavam, do ano de 1936, o Código de Defesa do Consumidor, por exemplo, ou o recente Procondo, selo de qualidade específico para as administradoras de imóveis. E, no entanto, foi e continua sendo, este o valor norteador da empresa: serviços para pessoas.
Ao alcançar tão significativa marca, a empresa as reverência como o motivo de sua existência. É na voz e na reflexão de algumas poucas destas que poderemos ver um pequeno recorte da vida que flui incessante, a partir desta pequena célula de um corpo maior que é a sociedade, o interior dos condomínios. Os desafios que clamam por soluções que só as pessoas podem encontrar, os avanços que só as pessoas podem alcançar. A evolução da cidade, de seus costumes, não está separada da vida nestas cidadelas. É lá que a empresa está presente para ajudar as pessoas a viver melhor.
Ao longo de seus 80 anos e, por muitos outros que virão, a Lowndes, quer seguir tendo esta participação ativa, seja pelo pioneirismo e qualidade de seus serviços, seja como espaço de registro, reflexão e busca de soluções a partir da troca de experiências, pois desde a sua fundação mantém espaços dirigidos a reportar, a prestar esclarecimentos e a ajudar a pensar sobre as questões de maior relevância para o mercado e a sociedade.
A trajetória destes tempos recentes tem aqui uma releitura de um urbanista, de uma psicóloga social, de um engenheiro e de uma arquiteta, de um advogado, de gerente de qualidade Lowndes. Diferentes olhares que se cruzam ao pensar a vida em condomínio ontem, hoje e para frente. O que será dela depende só da gente. A Lowndes seguirá junto.
Gratidão.
A Lowndes agradece a confiança.
Boa leitura!
Espaço Lowndes
Tecnologia e Serviços para o Futuro
É com um olho no cliente e outra nas inovações voltadas à qualidade da informação, com transparência, facilidade de acesso e rapidez, que a Lowndes, que tem o pioneirismo em seu DNA, segue antecipando-se ao mercado para prestar sempre os melhores serviços.
Foi assim, quando iniciou o escaneamento das pastas de prestação de contas, que foram transformadas em pastas digitais, gravadas em CD’s e enviadas para os clientes anualmente, ainda em 2013. Utilizado até 2015, quando muitas administradoras ainda nem ofertavam o serviço, sendo substituído pela pasta Virtual, no qual todos os documentos podem ser acessados já no dia seguinte a que dão entrada na administradora, conferidos e dentro da conta por ordem de data, como em um extrato do banco, via internet.
Vale lembrar que, ainda nos anos 90 do século passado, a Lowndes foi pioneiríssima ao utilizar o Condo Link, que, através de um sistema BBS – Bulletin Board System, permitia ligação computador a computador. E, para tanto, era preciso que a empresa colocasse um equipamento no condomínio que, via ligação telefônica, acessava a administradora para fazer consultas, download de arquivos, comunicar e agendar atividades. Na mesma época, já dispunha também do atendimento por telefone, semelhante ao dos bancos, em que através de uma ligação se podia acessar saldos e movimentação de contas, e emitir extrato e segundas vias por fax.
Muitos anos antes disso, ainda na década de 60, por meio do holerite, uma máquina mecânica que funcionava a partir de cartões perfurados, agrupando dados cadastrais e contábeis dos clientes, já disponibilizava para os clientes extratos de contas no dia seguinte.
E é com o mesmo foco que, hoje, ao completar 80 anos, a Lowndes está concluindo a implantação do Customer Relationship Management (CRM), um sistema de gestão de relacionamento com o cliente para garantir melhorias na qualidade em atendimento, pois, ao proporcionar um fluxo de trabalho mais eficiente para o tratamento e endereçamento das demandas, resulta em respostas mais rápidas às solicitações dos clientes e de quem mais procure pela empresa.
É a missão deixada pelo fundador, Donald Lowndes, de criar melhores serviços para o setor de administração de imóveis, contribuindo assim para o bem estar das pessoas, perpetuando a empresa como geradora de qualificação para o mercado e de uma vida mais tranquila para colaboradores e clientes.
Lowndes. Agora e para sempre, uma empresa à frente do seu tempo, para bem servir.
É a missão deixada pelo fundador, Donald Lowndes, de criar melhores serviços para o setor de administração de imóveis, contribuindo assim para o bem estar das pessoas.
Atualidade
Prata da Casa: Um Back Office que faz Diferença
Back office, também chamado de retaguarda, são departamentos de uma empresa que fazem serviços na parte operacional ou gerencial e na área administrativa.
Segundo dados do Sebrae e do IBGE, cerca de 90% dos negócios no Brasil são empresas familiares. Destes, 70% encerram suas atividades com a morte de seu fundador, 30% sobrevivem à segunda geração e só 5% perdura até a terceira geração. Entre os fatores que levam à sustentação de uma vida mais longa, está o modelo de gestão baseado em dois princípios: pessoas e processos. Ao ouvir um pequeno número de colaboradores da Lowndes, fica claro o motivo para a longevidade da Empresa.
Capa
A Evolução da Vida em Condomínio
Especialistas destacam que este modo de morar tornou os empreendimentos agente ativo da economia, protagonistas na sociedade
Quando a Lowndes iniciou seus negócios, as propriedades sobrepostas ainda engatinhavam. A primeira legislação dedicada a este modo de morar data de 1928 e, pelo decreto-lei 5.481, apenas permitia que prédios de 5 ou mais pavimentos pudessem ser construídos sob regime de condomínio, garantindo a um pequeno proprietário ter a posse de sua casa própria, ou melhor, de seu apartamento, sem o ônus integral do valor do terreno, fundações e cobertura.
Como incorporadora muito atuante naquela ocasião, viu uma verdadeira revolução acontecer. Revolução esta que, mais recentemente, tem sido percebida mais como uma avalanche. É Marcelo Borges, diretor jurídico da ABADI, quem chama a atenção para o sentimento de muitos de que estamos sendo soterrados por um número cada vez maior de leis. “Há esta sensação, mas não é verdade. Primeiro, os fatos existem, as confusões acontecem, depois é que se faz um freio de arrumação, que é a criação de uma lei para normatizar aquilo tudo. A sociedade é sempre mais veloz que o Direito. Ele apenas se adequa a uma realidade social”, explica.
Edifício da Lowndes na década de 40
Desde que o condomínio se tornou a opção de moradia de boa parte das pessoas, especialmente em centros urbanos, ele passou a ser um desafio de conduta, exigindo o estabelecimento de deveres e pactos de convivência. “Uma consciência de copropriedade, que não existia, de que não basta olhar só para o meu imóvel. De que é preciso pensar que as necessidades têm que estar coligadas e convergentes com as das outras pessoas, e, quando não convergentes, que tipo de pacto mediano vamos traçar para tentar estabelecer certa diretriz, que não seja aquela que eu quero, mas que, pelo menos, as nossas vontades cheguem a uma situação média que atenda às duas partes”, acrescenta.
Cidadãos Compartilhando Infraestrutura e Recursos
Para o arquiteto urbanista Ricardo Esteves, da FAU/UFRJ e PUC-RIO, a forma como a espécie humana buscou resolver suas necessidades de abrigo e proteção evoluiu muito, junto com mudanças sociais, pessoais e das cidades em direção a uma maior complexidade. A oferta de produtos básicos, como alimento, água e energia, serviços como a coleta de esgotos e o imperativo da mobilidade, tudo isto demanda soluções de gestão onde a economia de escala deve, obrigatoriamente, estar relacionada à qualidade da vida urbana e acesso às oportunidades.
“Os modelos urbanísticos foram se ajustando nesta direção e, já nas primeiras décadas do século XX as densificações, com mais prédios, com mais andares, próximos uns dos outros, passaram a permitir o uso mais racional destas infraestruturas e de recursos, tornando menos dispendiosas a sua implantação e manutenção, permitindo que mais cidadãos tenham acesso aos benefícios produzidos por elas. Mais edifícios, mais condomínios, uma cidade mais coletiva”, considera, acrescentando que, porém, é nesta que está a valorização da vida comunitária, única que produz a verdadeira Política, aquela que nasce na “Polis”, a cidade e seus espaços de encontros entre cidadãos. “No condomínio, o exercício para o tratamento mais coletivos da cidade tem um lugar privilegiado. Seja de prédio, conjunto de prédios, de usos urbanos diversos, ou de unidades unifamiliares, a gestão coletiva de recursos e necessidades, a partir da organização condominial, mostra-se sempre mais eficiente e barata, tanto pelos ganhos de escala quanto pela adesão maior às soluções discutidas e aprovadas coletivamente”, completa.
Mais Serviços, Mais Legislações, Mais complexidade para Gerir
O fluxo crescente da vida social em direção aos condomínios exigiu transformações. Se a lei de 1928 foi incipiente, a legislação que veio a seguir, já em 1964, foi de fôlego. A Lei 4.591, estabeleceu a convenção condominial, regulamentos internos, como o condômino deve se comportar nas assembleias, competências e poderes das assembleias, forma de contribuição para as despesas de condomínio. E foi até visionária, criando com ineditismo a obrigatoriedade do seguro condominial. “Se pensarmos que isto foi estabelecido há mais de 50 anos, ela foi atemporal, tanto que regula a vida em condomínio até hoje naquilo que não foi traçado pelo Código Civil, de 2002. Este que já enxergou o condomínio como sendo um instituto a ser normatizado dentro do maior diploma civil do Brasil”, destaca Marcelo Borges.
Neste meio tempo, surgiu, em 1974, a Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis – ABADI, tendo a Lowndes como uma das co-fundadoras. Já se fazia necessária uma profissionalização maior da administração para fazer frente a mais serviços, novas exigências de todos os lados e a um condomínio que faz girar muitos negócios. “É um exemplo de como o condomínio passou a ser visto como um agente vivo na sociedade e, neste caso, na economia do País, são as exigências tributárias. Ao celebrar contratos diariamente, com pessoas jurídicas e físicas, em atividades formais e informais, inclusive, com pessoas semiqualificadas, como pedreiros, bombeiros, eletricistas, ele faz a economia girar e isto chamou a atenção. Quem é esta figura que está fazendo girar tanto dinheiro, eu quero esta pessoa junto comigo, eu também quero um percentual deste movimento. E aí estão as normas que tornaram o condomínio responsável por retenções e recolhimentos nas várias contratações que celebra”, comenta.
Registro histórico: discurso do fundador, Donald Lowndes, no lançamento da pedra fundamental do Edifício Lowndes, atual sede
Borges vê o aspecto positivo disto. “O condomínio exercendo este papel, de recolher pela pessoa que, eventualmente, pode não fazê-lo, está sendo protagonista, está ajudando a sociedade. As reclamações se devem mais em razão do desapontamento com a forma que o dinheiro público é gerido, mas isto é outra história. Nós estamos fazendo a nossa parte. É o caso das legislações recentes que obrigam os condomínios a cuidarem da manutenção dos imóveis, que vêm neste movimento crescente de imputar cada vez mais responsabilidade à administração do condomínio, especialmente, a de manter íntegra a edificação” afirma, destacando a Lei de Autovistoria, que é o fim da linha de várias leis que surgiram para dar mais subsídios ao síndico para cumprir com um dever que já era dele, de guardar as partes comuns.
“Está no Código Civil que o síndico diante de uma obra necessária, urgente, tem o dever jurídico de contratá-la, independente de autorização, revelando todo o caráter de preocupação que a legislação teve de dotar a administração de condomínio de ferramentas para que não se mantenha inerte diante de um evento que possa causar ameaça à edificação”, ressalta.
E é neste sentido que surgiram também as recentes NBR 5.674, de 2012, e a NBR 16.280, de 2015. “Para os profissionais do ramo, seria impraticável a eficiência exigida nestas edificações, sem a observação constante da 5.674”, destaca Antero Parahyba. “É preciso destacar que a 16.280, ao estabelecer que todo profissional (legalizado) responsável por obras de modificações em unidades condominiais informe ao seu contratante a necessidade de comunicar à administração condominial sobre a obra pretendida, é uma ferramenta normativa que facilita o atendimento a uma das principais responsabilidades do síndico, a de zelar pelo patrimônio comum”, completa a arquiteta Adriana Roxo.
Para ambos, o seu objetivo deveria ser melhor divulgado, já que é assegurar a cada edificação, que seu estado de solidez está preservado, que suas condições construtivas não são propensas a acidentes internos, ou a acidentes às edificações vizinhas, ou aos transeuntes nos logradouros públicos. “Mas, para tal, é imprescindível que a edificação seja vistoriada em todos os seus espaços. O que, entretanto, ainda encontra resistências, o que impede que a vistoria se realize na sua totalidade”, reclama.
É todo um cuidado com a qualidade, a técnica e a eficiência o que vemos crescer. Borges cita o Código de Defesa do Consumidor, de 1990, que revolucionou a relação entre prestador e tomador de serviço ao definir parâmetros para o fornecimento de serviços. “Para quem administra condomínios, esta evolução tem ajudado demais porque dá conteúdo de valor à atividade. Diferente do que acontece com médicos, advogados e contadores, sem uma regulamentação, qualquer um pode abrir uma administradora de condomínio e se aventurar a administrar uma série de responsabilidades para o cliente. E como fica a garantia da qualidade?” destaca, destacando a importância da criação do selo de qualidade Procondo – Programa de Autorregulamentação da Atividade de Administração Condominial, como uma forma de dar segurança para que os condomínios possam contratar empresas que foram auditadas e atestadas na qualidade de atendimento que ela possui. Mais uma vez, a Lowndes foi uma das pioneiras, estando no primeiro grupo de administradoras a conquistar a certificação.
Construção da Av. Presidente Vargas no início dos anos 40
Futuro Promete Consolidação do Papel Essencial da Qualidade nos Serviços
Ainda com relação à evolução no âmbito do direito, vale citar a recente inclusão no Código de Processo Civil da dívida condominial como título executivo extrajudicial, que faz com que o condomínio agora possa entrar com uma ação executiva direta, determinando o seu pagamento, sob pena de penhora de um bem do condômino devedor. “Se não há este imediatismo que se tem propagado, o instrumento por si só já permite cortar um caminho enorme. É o benefício da lei, a Legislação a favor dos condomínios e do síndico no cumprimento de seus deveres”, diz Borges.
Para ele, o futuro trará o rateio das cotas condominiais, pois já há decisões judiciais que demonstram haver um entendimento de que ele se dê a partir de uma divisão mais igualitária, rompendo com a ideia de que quem tem um imóvel maior deve contribuir com uma maior parte, até porque os serviços prestados são os mesmos. O mais provável, porém, é que vejamos, primeiro, a regulamentação da atividade do síndico não condômino, em resposta ao crescimento da figura do síndico externo. “Será mais uma demonstração da evolução legislativa para o atendimento à necessidade de gestões mais qualificadas. Porque ser síndico não é mais exercer uma função de representação pura e simples. É um grande desafio”, afirma.
Os desafios estão colocados. Na visão do urbanista Ricardo Esteves, do ponto de vista econômico, as vantagens da densificação e da opção de morar em condomínio deverão perdurar ainda por muito tempo, produzindo ganhos sob a forma de economias de escala e na busca por custos menores de gestão e manutenção.
Detalhe de máquina de datilografia e outros itens do acervo do Museu Lowndes
“Do ponto de vista urbanístico e ambiental, este modelo de gestão e organização urbana apresenta vantagens que serão sempre consideradas, desde que se respeite a inserção dos edifícios nos contextos paisagisticos”, destaca, chamando a atenção ainda para a convivência. “Do ponto de vista social, o reforço dos laços entre vizinhos e cidadãos só tendem a gerar uma sociedade mais organizada e estruturada, até mesmo politicamente, com mais capacidade de busca de soluções melhores, desde que as diversidades sejam valorizadas. A palavra “compartilhar” estará cada vez mais no centro das atenções. Compartilhar recursos e espaços, além de possibilidades e oportunidades de trabalho e racionalização de esforços”, completa.
Para Antero, uma maior conscientização para a importância fundamental da segurança nas edificações estará consolidado. “Será o resultado de um aprendizado a mais neste caminho que trilhamos do necessário exercício diário de cidadania. O meu patrimônio e o patrimônio que é a nossa vida e cidade são bens indissociáveis. Cuidar que sejam preservados é um dever de todos.
Para a Lowndes, a sua contribuição continuará sendo dada, seja a partir de soluções em serviços e produtos, seja nos cursos e eventos em que informa e atualiza os síndicos, seja ainda no seu atendimento único, feito por consultores condominiais pós graduados em gestão imobiliária e por sua gerência de qualidade, que recepciona e prepara os síndicos de primeira viagem, acompanhando-os em toda a sua trajetória. O mesmo princípio de bem servir que a trouxe até os dias atuais, caminhando junto com a sociedade na busca por melhores soluções para seus imóveis, a guiará por muitos outros anos, contribuindo sempre.
Artigo
Tradição e Pioneirismo, o que Está por Trás da Marca Lowndes
Por Catarina de Oliveira
Consultora de Condomínios e Gerente de Qualidade da Lowndes
Criada para oferecer serviços até então inéditos, o objetivo da Lowndes era e ainda é, o de garantir maior comodidade e segurança para as pessoas que buscam imóveis, seja para comprar, vender, locar, habitar, colocando-se ela mesma no papel daquele que tem a compreensão do valor do imóvel para a vida das pessoas. Porque Donald Lowndes fundou a empresa depois de ter passado pela experiência de precisar de um lugar para sua estada na Inglaterra e depois de volta ao País, uma moradia para a sua família. Então, tudo o que gostaria que a ele fosse ofertado, procurou meios de poder, como empresa, ofertar. E criar e manter serviços implica em ter um olhar muito atento ao cliente.
A possibilidade de se antecipar, ou, ao menos, estar atualizado, pronto para responder às demandas, exige esta atenção. Quando olhamos toda a trajetória da empresa, percebemos que há um foco muito grande na prontidão em dar respostas. Internamente, participando dos esforços para atender os clientes, vemos a disponibilidade de buscar os meios. Lá atrás, participei do projeto pioneiro que instalava computadores nos condomínios para que, através ainda de linha discada, tivesse um canal de comunicação mais rápido com o cliente. Não foi fácil, era tudo novo, os acessos remotos eram uma novidade absoluta.
Mas a vontade de fazer move a empresa em direção à resposta que o cliente necessita. Antes ainda, quando o Sr. José Carlos, diretor por longos anos da empresa, entrou como mecanógrafo, ele também teve participação na implantação de máquinas, mecânicas na ocasião, capazes de agilizar, de dar mais confiabilidade ao processamento dos registros contábeis para uma transparência que nem era ainda uma questão, mas que era um ganho ao garantir dados processados, impressos e entregues ao cliente com mais rapidez. Isto nos anos 40 e por aí.
Mais recentemente, foi assim com a pasta digital, a prestação de contas arquivada em CD, que evoluiu para um arquivo online, semelhante aos acessos a extratos bancários, porém mais capazes ainda, ao possibilitar destacar cada entrada podendo visualizar o documento físico que gerou aquela entrada. A mesma preocupação com o cumprimento não apenas a leis, mas antes delas ainda, daquilo que toma como sua obrigação, a de ofertar um serviço que faça diferença na qualidade da gestão, na possibilidade de um funcionamento pleno e tranquilo do condomínio para o conforto e a segurança de seus usuários.
Há uma evolução permanente das demandas em condomínio porque a sociedade mesmo está em movimenlo constante. Vemos as dificuldades na convivência, fruto de uma sociedade cada vez mais imediatista, individualista, baseada em valores como ter bens e não viver o bem, na concorrência e não na convivência. E tudo isto deixa ao gestor uma dificuldade maior em cumprir com o seu dever de fazer com que as normas internas, que são os instrumentos para dar equilíbrio à vida daquela coletividade, sejam respeitadas.
E a empresa, desde a formação de seus quadros de funcionários, em treinamentos internos e ajuda para cursos externos, passando pela valorização do profissional da casa, investindo para ter pessoas comprometidas, que crescem com os seus valores, disponibiliza uma audição, uma presença ativa, uma relação íntima com os problemas cotidianos de cada cliente. Isto permite que suas questões sejam tratadas com atenção aos diversos aspectos que envolvem.
E para propor soluções, nossos especialistas consideram leis, funcionalidade e rotina, expectativas, e a troca de opinião entre eles – os supervisores da área contábil, de pessoal, de RH, os advogados. Isso antes do consultor condominial voltar ao cliente, o que gera uma satisfação pela percepção do quanto o seu problema é importante. É esta relação de uma verdadeira parceria que está na base da confiança, que por sua vez resulta na solidez da empresa. São clientes que estão conosco desde o lançamento do empreendimento, uma média de 40 anos de permanência na carteira, mas com casos de quase 80 anos. Ninguém fica com um prestador de serviço por tanto tempo sem o elo da confiança.
E não estou falando nem no acompanhamento das novas legislações que se avolumam e envolvem demandas crescentes para a administração do condomínio, que é um trabalho de bastidores enorme, não apenas de acompanhar, mas de informar, de instruir e, muitas vezes, até conscientizar para a obrigação e os benefícios do cumprimento da lei.
As exigências por qualificação, profissionalismo e agilidade no tempo de resposta, com todo o aparato que as novas ferramentas tecnológicas, de comunicação em rede, de processos automatizados permitem, serão ainda maiores no futuro.
Catarina de Oliveira é Gerente de Qualidade da Lowndes
Mas o que posso supor é que, no futuro, tudo isto valorizará ainda mais o diferencial dado pelo fator humano na administração condominial. Porque será na relação com o cliente, no que diz respeito à sensibilidade de entender aquilo que, muitas vezes, ainda nem sabe exprimir o que é, que estará a qualidade do atendimento. Aí estará a diferença entre bons e excelentes serviços. Até porque, menos que isto não será mais aceito.
Destaque
A Vida Condominial em Revista
A Lowndes Report – A revista do Condomínio é um registro da dinâmica da vida social que se dá no interior dos condomínios e das práticas que buscam enfrentar os problemas. Relatos de um aprendizado para a civilidade e a cidadania, lugar por excelência da pessoa na sociedade.
Na capa da edição 16, de Set/Out de 1997, da revista Lowndes Report, vemos o título Família e Condomínio. Ela destacava mudanças na sociedade e na família que se caracterizaram pela perda de um núcleo de convivência, comunhão e amor fraterno, e o consequente aumento do sentimento de insegurança, de perda de um lugar e de pessoas em quem confiar. Sinalizava que os condomínios, cujos moradores constituem uma espécie de família condominial, conhecem bem o problema, pois têm que conciliar os desejos individuais para a tranquilidade e o bem de todos. Os entrevistados chamaram a atenção para a importância de se estimular os condôminos a um convívio com mais calor humano. “É preciso investir para que reconheçam que a conciliação e a cordialidade garantem melhores resultados que as divergências”.
O tema convivência, item fundamental dentre os muitos aspectos a que um síndico deve estar atento, teve papel de destaque em muitas outras edições da publicação, ciosa da responsabilidade social que assume e de que são as pessoas os agentes de toda mudança que se queira promover. Não se furtou nem mesmo de tratar de assuntos delicados. Ao contrário, trouxe-os à tona. Pois, para se buscar soluções para os problemas, é necessário, primeiro, aceitar que eles existem.
Na edição 21, por exemplo, a chamada foi para a questão dos tóxicos. Além de casos com ações para manter as drogas longe dos condomínios, os diferentes tipos de entorpecentes, seus efeitos e riscos, e as orientações de um renomado psiquiatra com larga experiência no tratamento de dependentes, e ainda uma lista de centros de atendimento. E na 76, o tema foi violência juvenil, com a preocupação dos síndicos e seus esforços para colaborar com as famílias na proteção dos jovens condôminos. Estatísticas, casos de prevenção e serviços de auxílio. Em ambos os casos, serviço útil para divulgação nos condomínios.
Foi assim também na edição 42, que alertava para a doença que ficou conhecida como o mal do século, a depressão. O número de suicídios resultantes do problema é alarmante e poucos sabem sobre isso. Os principais sintomas e o importante alerta para a necessidade das pessoas próximas aos doentes ofereçam ajuda. “Nos condomínios, não é difícil empregados e vizinhos observarem quando um morador, sem motivo aparente, está ficando cada dia mais triste. Atenção: é hora de aproximar-se e oferecer apoio”.
Esta proposta de união em prol do bem comum, foi subtítulo na capa da edição 34. Com o título Participação no Condomínio, destaque para a charge e as dicas do box, ainda válidas: “Condomínios são como o Brasil em escala menor – Um rápido perfil da grande maioria dos condôminos é exatamente igual ao dos brasileiros em geral, para quem cidadania é apenas uma palavra recentemente incorporada a seu vocabulário e o significado do que é comum, do que é público, é obscuro. Público, comum, é tudo aquilo que pertence a todos. Os condomínios dispõem de áreas comuns, mas poucos condôminos se dão conta de que estes são espaços seus também, uma extensão de sua casa”.
“Eu não posso reclamar de nada, pois não participo das assembleias, nem sei nada do que se passa da minha porta para fora”, dizia um morador, que alegava não reconhecer como seu o hall de elevadores, assim como os próprios elevadores, as escadas, a portaria etc. Como tantos outros, ele não participa das reuniões confiando que outros o façam. “Tem sempre alguém que gosta mais dessas coisas”, argumenta.
Este é o mesmo raciocínio que leva a uma decisão de não votar nas eleições, deixando que outros elejam os políticos que vão legislar sobre a cidade que é sua, que irão decidir sobre a vida que é sua. O comportamento do morador é o mais comum entre os brasileiros, condôminos ou não, e é o mais representativo da falta de cidadania, que significa participar ativamente nos rumos da sociedade. Mas, felizmente, as coisas estão mudando.”
O condomínio tem muito a ensinar. Nele, a vida social, em menor escala, colabora para uma maior compreensão de que as soluções para uma sociedade melhor dependem da união e da participação das pessoas
Esta percepção é o que enseja a publicação ao prosseguir estimulando que as gestões chamem os condôminos a participar cada vez mais da vida condominial. O condomínio tem muito a ensinar. Nele, a vida social, em menor escala, colabora para uma maior compreensão de que as soluções para uma sociedade melhor dependem da união e da participação das pessoas.
Saiba Mais
Energia Solar para Condomínios
Solução cada dia mais acessível garante economia de até 90%
O condomínio do Edifício Augusto César Cantinho, em Botafogo, foi o primeiro na América Latina a utilizar energia solar. A iniciativa pioneira, empreendida em 2008, resultou em uma economia de R$12 mil mensais. Ela também valeu ao condomínio o primeiro lugar no Prêmio Secovi Rio, de 2009, um título e um cheque de 10 mil reais para ser usado em melhorias no edifício. Ao trocar o sistema de aquecimento feito por caldeiras a gás por uma nova matriz energética, baseada em painéis solares e bombas de calor, conquistou ainda uma bandeira, a da sustentabilidade, cada dia mais valorizada.
A síndica Henriette e o sistema de aquecimento de água adotado pelo Condomínio Augusto César Cantinho, pioneiro na América Latina
Com isto, além dos ganhos financeiros e de eficiência para o condomínio, os imóveis viram seus preços aumentar. “Só para se ter uma ideia da qualidade desta solução, passaram-se oito anos e, lá atrás, já proporcionou tal economia. A tecnologia evoluiu e a atual já é de 6 a 8 vezes mais eficiente que aquela”, assegura Mauro Haratz, um dos sócios da empresa responsável pelo projeto.
A empresa, que há 30 anos atua com obras prediais e, nos últimos 10 anos com soluções de eficiência energética, diz que é a hora dos condomínios, soterrados em despesas cada vez maiores e sem meios de aumentar sua renda, buscarem formas mais eficazes de economizar. “São muitas as opções e a energia solar, apesar de algumas restrições, é das mais rentáveis”, afirma Mauro.
“Nossa conta era altíssima e a economia foi tão extraordinária que passei a recomendar o sistema para todos”, afirma a síndica do condomínio pioneiro, Henriette Krutman, que já está atualizando a tecnologia, de olho em melhores resultados.
O exemplo permite destacar que, quando se fala em energia solar, há soluções distintas.
“A energia solar pode ser dividida em solar térmica e fotovoltaica. O sistema térmico usa a energia solar para aquecer água e é formado basicamente pelo coletor solar e o reservatório térmico. A água fria é aquecida pelo sol no coletor solar e retorna ao reservatório térmico, de onde sai a tubulação para abastecer os pontos de consumo. Caso não haja sol, o sistema térmico prevê um aquecedor auxiliar para que sempre se tenha água quente disponível. Também existem sistemas solares térmicos que transformam a energia do sol em ar frio e assim podem acionar um sistema de ar condicionado.
Já o sistema fotovoltaico usa a energia solar para gerar energia elétrica. O sistema é formado basicamente por painéis fotovoltaicos, que geram a eletricidade quando são iluminados pelo sol. O painel é composto por células fotovoltaicas que, ao serem atingidas pela luz do sol, liberam eletricidade através de uma reação física. Caso não haja sol, você recebe a eletricidade da rede pública local. Um estudo permite avaliar a possibilidade de setorizar o uso, com opções que podem ir dos postes de praça solar, a aquecimento de piscina, utilizando a solução possível para a configuração de cada prédio.
Vantagens
E para quem pensa que esta é uma solução cara demais, a boa notícia é que a implantação pode ser paga, desde a primeira parcela, com a economia gerada.
Credenciada e homologada pela Companhia de Gás Natural Fenosa, sua parceira em soluções energéticas, a empresa realiza um estudo detalhado da edificação, propondo medidas de eficiência para reduzir o consumo, com contratos a longo prazo e garantia de um acompanhamento contínuo.
“A eficiência energética é um dos projetos da Companhia para qual tem um modelo de negócio diferenciado. Ela assume certo risco econômico nos contratos, já que o pagamento dos serviços prestados se baseia, em parte ou totalmente, na obtenção de melhorias prometidas e no cumprimento dos outros requisitos de rendimento acordados com o cliente, mas, com isto, está investindo em soluções tecnológicas de sustentabilidade”, acrescenta o sócio Guilherme Haratz.
“Assim, o projeto e a execução são nossos, mas o contrato e a fiscalização são deles. Eles acompanham de perto todo o nosso trabalho. Por exemplo, já estamos sendo chamados para renovar soluções implantadas há mais tempo. Isto significa que, a partir do momento em que se começa a contar com uma solução como esta, passa-se a ter uma assistência permanente, inclusive para as inovações tecnológicas”, completa Mauro.
Para o sistema fotovoltaico, o custo é elevado e os impostos altíssimos. A tecnologia atual ainda exige placas grandes, que demandam muito espaço e os edifícios, especialmente os da Zona Sul, têm pouca área livre de telhado. A matemática é a seguinte: com durabilidade de 25 anos, mas custo elevado, o investimento é de até 10 anos para 15 anos de economia. “Exige visão de longo prazo”, conclui Mauro.
Deu Certo
Reforma Espetacular
Condomínio Maria dos Anjos
Energia de uma criança, paixão de uma adolescente e a maturidade de quem aprendeu, na prática, a administrar um condomínio. Assim se descreve a síndica Ana Lúcia Pires Ferreira Fortes, que vem colaborando na gestão de condomínios há 16 anos. No atual, eleita e reeleita por seis vezes consecutivas, é a responsável pelas obras que mudaram radicalmente o Condomínio Maria dos Anjos, no Flamengo. Ela imaginou um prédio que fizesse frente à beleza de um dos cartões postais mais bonitos do Rio, o Parque do Flamengo, e mudou tudo.
A transformação da fachada foi tão grande que fez parecer que o endereço havia sumido da rua e surgido ali outro prédio. A criação de uma rampa de acessibilidade, de perfeição técnica e beleza arquitetônica, elogiada pelo Crea-RJ, pela Prefeitura e por socorristas do Samu, tudo integrado e com identidade visual desde o projeto até os acabamentos. Nas partes comuns, não fez por menos.
O condomínio também ganhou nova decoração
Criou mais 10 vagas para automóveis, ambientes mais amplos, integração de áreas, um bicicletário maior, mais dois banheiros, novas jardineiras, novos e maiores espaços para os empregados.
Bicicletário antes e depois da reforma
O resultado é um imóvel com aparência moderna, organizado e funcional, oferecendo conforto interno e visão externa, ao permitir trazer a beleza do Aterro do Flamengo para dentro do prédio. Nas paredes que dão para fora, vidro cristal e tijolos de vidro, nas internas, obras de arte exclusivas. Um dos quadros reúne Pão de Açúcar e Cristo Redentor. O outro, centenas de borboletas que voam para diferentes direções, cercadas por uma moldura. Ana Lúcia explica que as borboletas representam os condôminos, que têm a liberdade de ir e vir, e usufruir do seu imóvel. A moldura representa o condomínio, com suas regras e Convenções. “Eles podem tudo, desde que respeitem os limites deste espaço”, traduz a síndica, que foi até Tiradentes, em Minas Gerais, encomendá-los. “Os quadros, assim como os móveis novos da portaria, custaram muito menos do que se fossem comprados aqui, no Rio. E todos eles são confeccionados em madeira de demolição, feito por artesãos, um trabalho realmente diferenciado”, completa.
O impacto é enorme, parece uma mágica e quem vê se pergunta, o que aconteceu? Os vizinhos já tentam acompanhar a renovação do Maria dos Anjos, que passou a ser considerado o condomínio residencial mais bonito da Praia do Flamengo. Mas não apenas pela beleza. Os imóveis ali tiveram valorização acima de 30%.
Conhecimento de Arquitetura
O maior deles foi resultado da transformação de uma área antes ociosa na solução de um problema que só fazia aumentar a cada ano. Devido ao formato da garagem e a quantidade de carros maiores, toda vez que precisava manobrar um automóvel para a saída de outro, tinham que deslocar oito para a rua. “Era uma loucura porque a guarda municipal vinha e multava, e o condomínio tinha que assumir e pagar”, conta a síndica. Mediu e remediu, propôs a realocação da moradia do porteiro chefe e o aproveitamento do espaço para ganhar novas vagas. Alguns moradores foram contra porque, como aquela era também uma área de ventilação para os apartamentos, temiam que o escapamento dos veículos fosse levado para cima. Ana Lúcia garantiu que a criação de uma passagem, feita em gesso acartonado, faria o ar circular naturalmente de fora para a área interna. E assim foi feito. “Ele entra limpo e com uma velocidade que todos adoraram. Hoje até agradecem porque as roupas do varal secam mais rápido”, brinca, acrescentando que dispor de mais 10 vagas não levou a ganhos com aluguel ou venda. “Com a modificação, a gente remaneja os carros com facilidade “, conta.
Esta dedicação e o conhecimento de arquitetura e decoração, apesar de ser advogada atuante, fizeram toda a diferença. Foi ela quem pensou em todas as soluções para cada ambiente. Na escada da portaria social, que é toda em mármore, sugeriu um corte, criando uma espécie de tabeira, uma borda.
Antes, os visitantes que iam para a coluna três achavam que estava indo para a área de serviço. Com a modificação, conseguimos integrar tudo em um só ambiente
Ana Lúcia, síndica
Acompanhamento Constante Garantiu Custos Menores
Com as mudanças, trocou o local onde fica o balcão de trabalho do porteiro, abrindo um caminho da porta principal para todas as outras áreas internas. Adotou uma porta pivotante, em madeira de demolição, que dá passagem para a área de serviço, sem deixar ver o seu interior, e ainda garante ventilação constante para os porteiros. “Antes, os visitantes que iam para a coluna três achavam que seguiam para a área de serviço. Com a modificação, conseguimos integrar tudo em um só ambiente”, acrescenta.
Foi o maior sucesso! Os moradores também adoraram a criação de um chuveirão e lava pés. Afinal, o condomínio fica em frente à praia. O local ganhou ainda uma jardineira, um bicicletário maior e com teto de vidro cristal, como os da portaria, que trouxe claridade ao ambiente e ainda é autolimpante.
No corredor, onde ficava a antiga moradia do porteiro chefe, foi criado um lavabo para os condôminos e convidados, sugestão de um morador que é engenheiro, agradece Ana Lúcia. Também foi adquirido um bebedouro para a área de serviço, no mesmo modelo dos aeroportos. E parte da lixeira, que antes ficava dentro da casa do porteiro, hoje fica ao lado do elevador de serviço, totalmente modernizado.
Agora a casa do porteiro, que antes era no meio da garagem, local escuro e sem ventilação, tem dois quartos, cozinha, banheiro e área de serviço, tudo compacto, mas bem distribuído, feito com acabamento de primeira e janelas que possibilitam uma ventilação cruzada – para a rua e para a área interna. “A esposa dele contou que a vida mudou muito depois da obra, e que, às vezes, sente até frio, mesmo sem ligar o ventilador”, relata a síndica.
Desde as primeiras obras empreendidas, a substituição dos tijolos vazados dos corredores que deixavam passar a água da chuva, a criação da rampa, a reforma da fachada, tudo foi feito com o mesmo capricho e com materiais de qualidade. Em paralelo, adquiriu novo para-raios, trocou a fiação elétrica e as tubulações de água e gás.
Antes o prédio sequer tinha nome na fachada. A síndica mandou fazer letras com aço e destacou, com iluminação definida, permitindo que até mesmo quem passa do outro lado da pista do aterro consiga ver. Para completar, contratou um calceteiro para aumentar a faixa de pedras portuguesas pretas que margeiam o prédio, destacando ainda mais o branco e cinza da nova fachada. Na época, também mobilizou os moradores para trocarem suas janelas, o que contribuiu para um melhor resultado geral.
Fachada antiga e nova
Toda obra de grande porte tem seus infortúnios e Ana Lúcia também enfrentou problemas. “Foram 54 mil reais de porcelanato que deixaram de ser entregues. O dinheiro era a conta, tudo planejado e a obra esperava apenas os acabamentos para ser concluida”, lembra, acrescentando que foi preciso suspender o pagamento e entrar na Justiça contra a empresa. Como se não bastasse, a loja transferiu para terceiros (factoring), levando tanto o condomínio quanto a síndica a ficaram com o nome negativado. “Os advogados já entraram em juízo requerendo que limpem o nosso nome. Vocês imaginam uma advogada com o nome sujo pela primeira vez na vida?”, reclama. E logo ela, que preza tanto por fazer tudo correto, legalizado e com autorização da prefeitura.
Todas as obras foram muito negociadas, a cada centavo, fosse para um mármore, o envelopamento das portas dos elevadores, o cimento e até a areia. “Eu sou uma síndica chata, vejo cada detalhe e se não está bom mando fazer de novo”, diz. Foram muitas as discussões diretamente com fabricantes. “Na cidade de Tiradentes, onde fui comprar móveis e objetos de decoração, o vendedor se surpreendeu por ver tanto empenho de uma síndica. Respondi que por ser dinheiro dos outros é que estava tendo tanto cuidado. O País está passando por um momento especial e acredito que cabe a cada um de nós essa mudança. Não basta criticarmos, temos que dar exemplos”, afirma.
“Foi um trabalho árduo, de dedicação e negociações sem fim e que, sem o apoio dos conselheiros, dos empregados do prédio e dos condôminos, não teria conseguido chegar ao final, e com resultado tão positivo. Como bem disse Henry Ford: Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso e trabalhar em conjunto é a vitória”, conclui.
Porteiros
Orgulho de Ser a Primeira
Elizângela Pereira Gomes
Porteira-chefe do Edifício Esplanada
Elizângela Pereira Gomes é a porteira-chefe do Edifício Esplanada, no Centro, cargo conquistado há dois meses, depois de passar sete meses na função de porteira, mais cinco anos como zeladora. É a primeira mulher a trabalhar como porteira no edifício, de 80 anos, e a administração, condôminos e visitantes, e a própria Elizângela, aprovaram a novidade. “Já tinha sido convidada para o cargo na gestão anterior, mas recusei porque não queria trabalhar aos sábados. Quando a atual subsíndica ofereceu o cargo, achei que a oportunidade poderia não aparecer de novo e aceitei. O maior desafio seria lidar com os colegas, todos homens e há mais tempo no prédio. Além, é claro, dos outros tantos que chegam ao prédio, prestadores de serviço, carteiros etc. Como me fazer respeitar?”, conta.
O síndico Renato Neves Tonini, destaca a tranquilidade e a educação de Elizângela e diz que quer seguir contando com o trabalho dela. “Ela tem a nossa confiança e sabemos que tem todas as condições para exercer bem a função. Esperamos que tenha sempre sucesso no novo cargo”, enseja.
Com o reconhecimento e a receptividade, além das primeiras experiências, a porteira já lamenta ter recusado o cargo no passado. “É um trabalho que envolve ajuda mútua, há muita solidariedade, e não só entre os colegas. Você está sempre prestando ou buscando informação, ajudando e sendo ajudada. No final, gostei tanto da função que se pudesse voltar no tempo teria aceito antes”, afirma.
Tranquilidade e Simpatia
No edifício comercial, com escritórios, um consulado e uma agência de empregos, entre outras, a dinâmica do trabalho é intensa. Do balcão, em semicírculo, ela fica atenta a quem chega, quando aproveita para entregar uma correspondência para um condômino, ou outra, de olho no elevador para segurar um pouco para que um a niais entre, ou impedir que o limite máximo de pessoas por viagem seja desrespeitado, atenta ainda às câmeras para saber se quem pediu um andar foi mesmo para lá. Isto, ao mesmo tempo em que responde às perguntas de quem chega, muitas vezes, sem saber para onde vai. O telefone e o interfone também não param. Mas, o sorriso, a fala tranquila e o ouvido atento de Elizângela, responsáveis pela admiração que a porteira-chefe desperta, seguem impassíveis. “A mulher tem esta facilidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo”, diz.
O expediente vai das 6h às 14h20 e para conseguir chegar na hora, saindo de Queimados, onde mora, tem que pular da cama às 3h30 da madrugada. “Tem que ser muito determinada, mas isto eu sou”, afirma.
Sobre o relacionamento com os colegas de trabalho, ela conta que a resistência inicial foi superada com muito diálogo e que em seu trabalho de coordenação da equipe não precisa nem mandar: “Não há criança aqui e todos sabem de sua responsabilidade. Como em um time, cada um faz o seu, mas todos querendo o reconhecimento por um trabalho bem feito. O meu papel é o de manter o espírito de equipe, o entendimento de que um sozinho não pode dar conta de todo o prédio. É preciso que estejamos todos juntos para que tudo funcione da melhor forma”, defende.
Mãe de três filhos, um de 21, outro de 19 e um temporão de 8 anos, ganhou primeira neta na mesma época da promoção e é só alegria. O filho menor ainda reclama sua presença e quando chega em casa quer que brinque com ele. Reclama pelo fato de que todos os amiguinhos vão para a escola com suas mães, só ele vai com o pai. É por isso que, trabalhando de segunda a sábado, o domingo é inteiro da família. Ela faz questão de elogiar o marido, Sebastião, que é portador de uma doença crônica e não pode mais trabalhar fora. “Tenho esta sorte de contar com a ajuda dele. Desde levar o pequeno à escola, até preparar o jantar, quando chego muito cansada e preciso dormir um pouco. Ele sempre me deu todo o apoio. Estamos satisfeitos com o novo cargo e ele está tão orgulhoso quanto eu”, completa.
Aprender Sempre Mais
Elizângela fez o curso de qualidade nos serviços de portaria e diz que ele foi de extrema importância para que se sentisse mais segura na função. “Me permitiu entender melhor o trabalho e esclareceu muitas dúvidas que tinha antes. Quero seguir me aprimorando”, afirma. Ela quer fazer o curso de primeiros socorros e reclama um de noções básicas de elétrica e hidráulica, específico para mulheres. “Para os homens é mais fácil. Geralmente, já entendem um pouco do assunto. Eu quero poder responder a um condômino explicando o que aconteceu, o que pode ter acontecido, assim como quem trabalha com isso faz”, diz.
Para quem pensa em trabalhar em portaria, ela aconselha saber se portar, falar e ter tranquilidade para lidar com todo tipo de pessoa. Ser uma pessoa dinâmica, ter responsabilidade e compromisso são outras orientações da chefe de portaria. “É preciso também ser simpática, atenciosa e se preparar, buscar conhecer tudo o que está envolvido com o trabalho com um edifício. Para Elizângela, lidar com o público é o maior desafio e também a maior das compensações. “Se a pessoa gosta de conhecer gente nova, fazer novas amizades, trocar experiência, esta é uma ótima profissão”, afirma.
O prazer de conhecer faz com que aproveite o horário de almoço para ir até os pontos turísticos da cidade, quando leva sempre um celular para tirar dúvidas e não se perder. Da mesma forma, ela aproveita todo contato com as pessoas para buscar saber mais sobre tudo. “Faz com que a gente entenda que estamos todos juntos. Um entregador, os carteiros, o pessoal que está sempre aqui e outros que estão só de passagem. Esta convivência faz com que a gente entenda que tanto o trabalho deles depende da gente, quanto o da gente depende deles”, diz.
Ela se emociona com os elogios e diz que ser a primeira mulher a trabalhar no prédio, e fazer o seu trabalho bem feito, é uma honra. “Sou muito grata pela oportunidade, pela confiança que depositaram em mim. O que posso dizer é que tenham a certeza de farei sempre o melhor para que este reconhecimento seja sempre justo”, conclui.
Ações Positivas
Mostrando um Caminho
Abrir a oportunidade para que crianças e suas famílias, em situação de vulnerabilidade, vejam um caminho à sua frente. Esta é a proposta do trabalho da ONG Alfa, instituição sem fins lucrativos, que atua com centenas de famílias nas regiões de São Gonçalo, Magé e Rio de Janeiro, nas comunidades de Santo Amaro, Tavares Bastos, Providência e Dona Marta. São quatro projetos distintos: Creche escola, Escolinha de futebol, Assistência Social e Projetas Culturais, e, além destes, anualmente, a ONG realiza quatre grandes campanhas para arrecadação e distribuição de donativos: Páscoa, Inverno, Dia das Crianças e Natal.
Localizada em São Gonçalo, a Creche Escola Alfa atende a 120 crianças de 2 a 6 anos, com todas as refeições do dia, atividades recreativas e alfabetização. Elas passam o dia na creche e saem jantadas e de banho tomado
Creche Escola
Localizada em São Gonçalo, a Creche Escola Alfa atende a 120 crianças de 2 a 6 anos, com todas as refeições do dia, atividades recreativas e psicomotoras e alfabetização. Elas passam o dia na creche e no final da tarde já saem jantadas e de banho tomado. A cada ano são abertas 25 vagas, quando a criança completa 6 anos e já é alfabetizada. Mas a fila de espera supera as 900 crianças. São 16 funcionários e seis voluntários, maioria com formação reconhecida pelo MEC, e toda a estrutura depende de ajuda para funcionar. Cada criança custa RS 500 reais por mês. O projeto recebe leite e legumes através de parcerias, mas necessita de carnes para as refeições, passagens para o transporte dos funcionários e ajuda financeira para o pagamento de salários. A ONG pede, através da campanha “Adote uma criança”, ajuda para seguir com as ações da Creche.
Escola Alfa de Futebol
Funcionando no Morro Dona Marta desde 2006, a Escola de Futebol é um projeto pioneiro da ONG e atende 140 crianças entre 6 e 17 anos de idade, ensinando-as e acompanhando-as, inclusive, em campeonatos fora da comunidade. Para este projeto, as necessidades são de uniformes, chuteiras, bolas e verba para as passagens das crianças quando participam de eventos externos.
Assistência Social
São mais de 450 famílias, ex-catadores de lixo, do antigo lixão de Magé, atualmente fechado. Um galpão no local ainda permite que prensem e vendam algum material reciclável, mas a atividade emprega apenas 150 pessoas que tenham alguma escolaridade. São 780 crianças e todos necessitam do básico. O projeto oferece cestas básicas, roupas pessoais, de cama e de banho, calçados e produtos de higiene pessoal, dependendo de donativos para esta distribuição.
Através de parcerias, oferecem ainda curso de inglês, bolsa de estudo integral para escola particular e atendimento dentário para cárie.
O projeto busca mais parcerias para ampliar o atendimento, através do apadrinhamento das famílias, de um voluntário especialista em ortodontia e, ainda, a de equipamentos para os deficientes: doação de cadeira de roda, cama hospitalar, cadeira higiênica, bengalas e muletas.
Novos Projetos
A ONG já está ampliando suas ações para o atendimento a 120 moradores de rua, com um banho, troca de roupa e um jantar, uma vez por semana. E para este, as necessidades são as de alimentas, roupas usadas e produtos de higiene pessoal. A escola de música é o projeto mais recente e necessita de violões.
Projeto Permite Desconto no imposto de Renda
Sempre buscando a ajuda financeira fundamental para dar continuidade às suas ações, a Ong criou um produto cultural, o Grupo Teatral Ilana e a Banda dos Bichos, aprovado pelo Ministério da Cultura, que reverte parte da bilheteria para os projetos Alfa. As doações permitem o desconto de 4% no Imposto de Renda das pessoas jurídicas e 6% para as pessoas físicas.
Treino na Escola de Futebol do Morro Dona Marta
Festa do Dia das Crianças
Mais Informações
Para saber mais sobre cada um dos projetos Alfa e participar, acesse: www.projetoalfa.org.br/doações.