Editorial
Mais um ano de vida. Comemoramos a grande vitória que é estar aqui ainda, podendo transmitir os valores impressos pelo fundador, Donald Lowndes, de ética, transparência e bem servir. Todos, atributos cada dia mais essenciais à boa gestão condominial.
Seguimos buscando as informações mais atuais e balizadas, a fim de contribuir para um mercado de práticas mais eficientes e corretas, para um habitar mais seguro e tranquilo, para uma sociedade com mais qualidade de vida.
Nesta edição, alertamos para as responsabilidades da sindicância e das soluções que hoje vêm em socorro dos condomínios assoberbados com tantas tarefas operacionais e tão poucos condôminos com tempo, disposição ou conhecimento para dividir com o síndico os cuidados necessários ao pleno funcionamento do local onde vivem.
Ouvimos especialistas para a importância do cumprimento da lei da autovistoria e de como aproveitá-la para atuar preventivamente na manutenção da edificação, o que garante previsibilidade e economia, além de segurança. Buscamos também quem pode informar sobre solução efetiva para o problema crescente, que é a falta de vagas para estacionar.
A experiência de síndicos, que estão fazendo diferença em seus condomínios, também está aqui para servir de inspiração. Se o assunto é coragem para enfrentar adversidade, ou valer-se da mobilização, para transformai eles podem ajudar.
Aproveite!
Boa leitura
Espaço Lowndes
Olimpíadas Lowndes
No dia 16 de junho, a Lowndes comemorou os seus 80 anos. As celebrações contaram com um coquetel na sede da empresa e uma exposição fotográfica, com a trajetória da empresa, em imagens do Rio antigo, de suas marcas, produtos e serviços até os dias de hoje, e ainda de objetos que compõem o acervo do Museu Lowndes.
Na ocasião, foram entregues aos colaboradores as premiações das Olimpíadas Lowndes, concurso interno comemorativo que envolveu, na primeira fase, conhecimento sobre a história, os processos, a legislação imobiliária e os negócios da empresa e, na segunda, questões sobre os Jogos Olímpicos. Os funcionários foram divididos em equipes representados pelas cores dos anéis Olímpicos e a equipe campeã foi a vermelha, com uma segunda fase em que saíram premiados os três com maior pontuação.
A alegria e o orgulho da equipe Lowndes que marcou todo o evento também teve destaque no momento especial de entrega da homenagem aos colaboradores que completaram 25, 20.15,10 e 5 anos de casa este ano.
A surpresa ficou por conta da apresentação do novo vídeo institucional da Lowndes, que conta com depoimentos de importantes representantes do setor, clientes e parceiros, já disponível no site da empresa. Outro momento que marcou a data foi a entrega de uma réplica do projeto arquitetônico original do Edifício Esplanada, há 80 anos cliente Lowndes, preparada especialmente como uma homenagem simbólica ao primeiro edifício de sua carteira, recebido pelo conselheiro do condomínio, Dr. Renato Tonini.
Chegar aos 80 anos é uma grande vitória e a Lowndes reconhece que não conseguiria sem as pessoas que acreditam e abraçam seus valores. Ao comemorar mais um aniversário, a empresa saúda o presente e o futuro, reafirmando seus propósitos de perpetuar-se fazendo melhor, sempre, no mercado de administração de imóveis e condomínios.
Capa
A sindicância e as suas responsabilidades
Administradoras oferecem novos produtos e buscam ter serviços ainda mais qualificados
O peso que recai sobre a administração condominial é cada vez maior. E a crescente complexidade faz com que muitos paguem caro. São multas por descumprimento de leis, perdas com ações trabalhistas, despesas extras com cobranças pagas em atraso, com folha de pessoal infladas por horas extras excessivas e até não realizadas, entre outros. O número de obrigações, a maioria com prazos específicos, é grande e algumas até se sobrepõem, causando mais confusão e dificultando seu cumprimento. As áreas mais visadas são a de administração de pessoal e as contábeis-fiscais que, atualmente, em nada diferem do volume de compromissos impostos às grandes empresas. Definitivamente, administrar condomínios, como se diz sobre o Brasil, não é para principiantes.
Na avaliação de Catarina de Oliveira, Gerente de Qualidade da Lowndes, parte significativa da complexidade se dá justamente pela cultura ainda viva no brasileiro, seja do “jeitinho”, de relações de informalidade entre empregadores e empregados ou prestadores de serviços, seja de descompromisso dos cidadãos, no caso os condôminos, que não têm claro e consolidado o conhecimento de que é coproprietário, ou seja: corresponsável.
Simone Ramos e Catarina de Oliveira. Supervisora de Gestão Condominial e Gerente de Qualidade da Lowndes
“Nem todos compreenderam que a administração condominial mudou, passando a exigir gestões mais profissionais nas quais não cabem mais certas práticas do passado”, diz, destacando o artigo 1.348, do Código Civil, que trata das competências do síndico, que, em outras palavras, são as suas responsabilidades. “É comum os condôminos não saberem do tamanho da responsabilidade que recai sobre ele quando assume ser síndico. Não têm o conhecimento e a experiência capazes de dar a eles a noção de que administrar condomínio não é algo simples”, afirma.
Até mesmo muitos daqueles que se oferecem para atuar como gestor contratado não têm este conhecimento, e ainda a solidez necessária, pois a lei diz que o síndico responde com seu patrimônio pessoal sobre quaisquer danos causados, por ação ou omissão, durante sua gestão.
Novas Soluções para Ajudar os Condomínios
Diante de tal cenário, as administradoras oferecem novos produtos e buscam ter serviços ainda mais qualificados. Recentemente, o mercado recebeu com grande satisfação o lançamento do PROCONDO, o Programa de Auto-regulamentação da Atividade de Administração Condominial, por exemplo. A contribuição para uma maior qualidade de serviços é enorme. Da capacidade financeira à competência para realizar o que se propõe, passando ainda pela obrigatoriedade de ter a estrutura necessária para isso, tudo é avaliado para a concessão do Certificado às empresas de administração de condomínio, avaliação esta que é repetida regularmente, a fim de garantir mais segurança aos que se valem de seus serviços.
A administradora como síndica é um dos produtos oferecidos atualmente mais procurados e é compreensível que seja assim. Com a experiência de quem administra muitos condomínios, Simone Ramos, Supervisora de Gestão Condominial da Lowndes, diz que o gestor contratado tem vantagens sobre o morador, citando a isenção e o suporte de uma infraestrutura que somente uma empresa pode dar. “Sem a relação de vizinhança, prevalece o que está estipulado em lei. E com o operacional executado com o apoio de um departamento de pessoal, contábil e jurídico, é mais garantido que as leis sejam, de fato, cumpridas”, afirma.
Dentre os muitos exemplos do que acontece quando o condomínio é gerido por quem não detém o conhecimento necessário, estão a utilização das horas extras, os desvios de função e do cargo de chefia para complementar o salário dos funcionários. “O cargo de chefia sequer pode ser concedido a quem não tem curso de formação de porteiro chefe, ou a quem não dispõe de, pelo menos, três subordinados no seu turno de trabalho”, alerta Simone.
Para ela, é a cultura de que “porque sempre se fez assim, é correto fazer” que é ainda muito forte, associada à falta de conhecimento dos desdobramentos possíveis desta prática. “O síndico pensa nas facilidades – afinal, o funcionário já está ali, é de confiança, sai mais barato solicitar que ele faça determinado serviço ou obra que contratar uma empresa ou profissional e ele ainda estará sendo ajudado financeiramente. Mas faz isso sem dimensionar as consequências”, cita.
A Gerente de Qualidade da Lowndes afirma que uma pesquisa rápida na Justiça do Trabalho demonstra os riscos da prática. “Estas são as principais causas às quais os condomínios respondem na Justiça, a maioria perdida, causando enormes prejuízos financeiros para o conjunto dos condôminos”, diz Catarina.
O condomínio deve estar atento, pois o síndico responde com o seu patrimônio pessoal pelos prejuízos causados ao condomínio e, por vezes, ele até pode não fazer frente aos valores que uma administração desta natureza faz girar
Catarina Oliveira, gerente de Qualidade da Lowndes
É por isso que ao assumir um condomínio, a Lowndes faz toda uma avaliação das despesas com a folha de pessoal. “É quando fica clara a incoerência da prática. Vemos casos em que as despesas só com o item horas extras permitiriam pagar outros funcionários, dois, três, e já encontramos até um que poderia com este dinheiro contratar seis empregados. O tipo mais exemplar de condomínio caro por má gestão”, acrescenta Simone.
Outro problema destacado pela Supervisora é o quanto, por falta de tempo, os síndicos permitem que os próprios empregados se auto regulam, trocando folga entre eles e estabelecendo número de horas extras no mês, por exemplo. O síndico assina a planilha autorizando a administradora a pagar a folha. “Ao fazer isso, concorda com o que está escrito ali”, alerta. Para os empregados, a mudança necessária para corrigir este tipo de irregularidade é um momento difícil, tanto para ele, quanto para o condomínio, pois é comum que se rebelem e se tornem muito reativos. “Neste, como em todos os casos, a melhor solução é fazer um estudo da rotina do condomínio e de suas necessidades, a reorganização dos quadros de funcionários e de escala de trabalho, e até mesmo a redução ou a ampliação do número de empregados”, explica Simone.
Além do suporte de sua infraestrutura e de atender o condomínio como síndica, na falta de condôminos que queiram assumir, a administradora também pode colocar um funcionário dedicado, um gerente local ou com visitas previamente combinadas. Há ainda a opção de um conjunto de todas estas opções juntas. Isto, sem contar com acesso online a informações contábeis, financeiras e gerenciais, o que garante transparência e agilidade na tomada de decisão sob qualquer forma de gestão.
Presidente da ABADI Alerta para Cuidados na Seleção do Gestor
Neste quesito, como em muitos, ter uma administradora é fundamental, pois é fonte de informação direta, tem responsabilidade objetiva e, por isso, está entre as suas ações a orientação aos síndicos para a forma correta de proceder e o alerta para erros que devem ser corrigidos, antes que causem maiores prejuízos.
A gestão profissional é altamente eficaz quando as necessidades são bem definidas, a partir de um objetivo comum, e quando a empresa contratada apresenta uma proposta de trabalho baseada numa metodologia eficiente
Deborah O’Dena Mendonça, presidente da ABADI
“É também a melhor maneira de ter acesso a serviços diversos e de qualidade, prestados por empresas com infraestrutura, conhecimento e pessoal com formação específica para o setor. Desde os departamentos de contabilidade e pessoal, até os consultores condominiais, profissionais com especialização em gestão de condomínios e direito imobiliário, há muito mais segurança”, afirma.
“O mais importante ao buscar serviços que ajudem o condomínio é pesquisar o que o mercado oferece de melhor”, destaca a Presidente da Associação de Administradoras de Imóveis do Rio de Janeiro, Deborah O’Dena Mendonça, que afirma que a escolha da melhor forma de gestão é algo que deve ser bem avaliado porque é isto o que determinará a sua eficiência e eficácia. Portanto, a escolha deve ser baseada em objetivos como atender às necessidades financeiras e funcionais do condomínio, levando em consideração seu tamanho, categoria, disponibilidade de tempo dos condôminos, conhecimentos técnicos e poder aquisitivo dos mesmos. “Tudo isso são fatores que devem influenciar no momento da tomada de decisão”, orienta.
Deborah destaca que a opção por buscar um síndico não condômino ocorre, geralmente, quando já há um desgaste entre as demandas dos moradores e os resultados alcançados pela gestão em serviços, finanças, qualidade de vida e, muitas vezes, até mesmo problemas com arbitrariedades praticadas. “Ao longo dos últimos anos percebemos um incremento nas demandas de condomínios interessados em melhorar sua gestão, levando à contratação de gestores mais profissionais. E a gestão profissional é altamente eficaz quando as necessidades são bem definidas, a partir de um objetivo comum, e quando a empresa contratada apresenta uma proposta de trabalho baseada numa metodologia eficiente”, explica.
A sua orientação é a de que o condomínio sempre tome os devidos cuidados e precauções contratuais, observando previamente o tempo e a solidez da empresa para assumir os riscos e responsabilidades envolvidas na administração condominial. “É fundamental procurar por empresas com a certificação PROCONDO, garantindo que seus processos, procedimentos e conduta estejam em conformidade com as exigências para administração e gestão de condomínios”, conclui.
Entrevista
Mais Vagas na Garagem
Alexandre Kabarite
Representante da maior fábrica brasileira de multiplicadores de vagas
Com o aumento da frota de automóveis no Rio, cidade com edifícios antigos, muitos deles sem garagem, ou construídos com um número menor de vagas do que unidades, é fácil entender porque carro é um dos Cs do condomínio. Ou seja, motivo de problemas constantes. Mas não precisa mais ser assim. Alexandre Kabarite, representante da maior fábrica brasileira de multiplicadores de vagas, assegura que os equipamentos duplicam e até quadriplicam o número de vagas em garagem já construídas. E o melhor, sem obras, autorização de qualquer órgão público ou o pagamento de mais valia adicional. E eles ainda podem ser adquiridos através de financiamento do BNDES para a instalação desses sistemas que são considerados uma solução para o grande problema que é a falta de vagas para estacionamento.
LOWNDES REPORT – O que são os multiplicadores de vagas?
ALEXANDRE KABARITE – Multiplicadores de vagas são equipamentos desenvolvidos para verticalizar as vagas de estacionamento utilizando o mesmo espaço físico ocupado por um único carro. Eles podem duplicar, triplicar ou até mesmo quadruplicar uma vaga. Produzidos com tecnologia eletro-hidráulica, são extremamente seguros. O equipamento movimenta-se por um sistema de transmissão por pistões e cabos de aço, tracionados por uma unidade hidráulica. E ainda dispõe de um sistema de segurança exclusivo que, em caso de pane, todo ele é ancorado em travas. Tanto a estrutura quanto as pranchas são 100% galvanizadas e, por isso, podem ficar expostas ao tempo, para aqueles que são instalados em áreas externas, sem perderem a qualidade de seu revestimento superficial. Estas plataformas de chapas inteiras possuem frisos antiderrapantes e protegem o veículo que está embaixo contra vazamentos de óleo e quedas de objetos. E, apesar de muito eficientes, exigem baixo investimento, não exigindo ainda qualquer obra para sua instalação.
LOWNDES REPORT – O que, então, é preciso para se adotar esta solução?
ALEXANDRE KABARITE – Os multiplicadores podem ser usados por qualquer pessoa, física ou jurídica, que tenha necessidade de ampliar a capacidade de vagas de estacionamento. Geralmente, são usadas em prédios comerciais, residenciais, empresas com sede própria, estacionamentos rotativos, hospitais, hotéis, concessionárias de automóveis, shopping centers, etc. Para instalar, basta ter um espaço com, no mínimo 2,90 metros de altura, piso piano e uma tomada 220v trifásica. Por serem de fácil manuseio, podem ser operados por qualquer pessoa.
LOWNDES REPORT – Como é este manuseio?
ALEXANDRE KABARITE – Todo o acionamento é realizado por um painel de controle de fácil localização e a operação é simples. Para o triplicador, por exemplo: o operador entra com o primeiro veículo na plataforma e ao erguê-la o sistema libera a segunda posição e por fim o piso. A retirada segue os passos invertidos. A operação dos duplicadores é ainda mais simples e segura, feita a partir apenas do acionamento de botões de subida e descida e chave de proteção.
LOWNDES REPORT – Além destas características necessárias ao espaço construído da garagem, existe alguma dificuldade para se adotar os multiplicadores?
ALEXANDRE KABARITE – Não há dificuldades ou restrições para adoção, exceto a altura de 2,90. Isto se for para uma área fechada. Vale destacar que, por ser um equipamento e não ser tripulado, não há necessidade de autorização por órgão específico. Também não há necessidade de qualquer obra ou o pagamento de IPTU adicional (mais valia).
LOWNDES REPORT – Quais as soluções possíveis para os diferentes tipos de garagem?
ALEXANDRE KABARITE – Os equipamentos multiplicadores são muito versáteis e há um tipo para cada necessidade. São duplicadores, triplicadores, quadruplicadores, plataformas giratórias, mezaninos metálicos, pallets que deslizam nos eixos X e Y. Há modelos mecânicos e ainda uma solução totalmente computadorizada, que opera com um software que elimina a necessidade de manobras para a retirada dos carros. Como a altura da plataforma é variável, adapta-se aos mais variados tamanhos de veículos e à grande maioria das vagas e limitações que elas apresentem, tanto em comprimento, largura ou altura. E, por serem modulares, podem ser instalados gradativamente, na medida em que a necessidade de mais vagas for aumentando. Ainda devido a sua característica versátil e modular, valores como consumo, motor, tempo de elevação, dentre outros, variam de acordo com o projeto e características escolhidos para o mesmo.
LOWNDES REPORT – Como é a sua instalação?
ALEXANDRE KABARITE – As pranchas de acomodação dos veículos são facilmente montáveis e desmontáveis, pois sua fixação é realizada com parafusos. A instalação é muito rápida e não causa qualquer transtorno. Vale destacar que para quem não tem disponibilidade de espaço vertical, como em garagens subterrâneas ou em construções que possuem pé direito muito baixo, há a opção do sistema deslizável para otimização de espaço em estacionamento horizontal. O equipamento permite o deslocamento lateral de veículos, eliminando a necessidade de manobras e permitindo o adensamento das vagas através da diminuição do espaçamento lateral entre elas. Este dispensa qualquer tipo de força elétrica, não gerando despesas ou necessidade de novas instalações, e garantindo ainda facilidade e segurança na sua operação.
Destaque
Mobilize!
Campanhas internas melhoram relacionamento e são importantes ferramentas para a sua gestão
Campanha interna mobilizou moradores para permitir que empregados e terceirizados alcancem novo olhar para o mundo
Ainda é cedo para medir resultados, mas a expectativa é a de que condôminos, seus empregados e a equipe do Condomínio Flamengo Park Towers contribuam efetivamente para o combate ao mosquito Aedes aegypti e a prevenção da dengue, da zika e da chikungunya.
É que a administração está fazendo uma campanha interna que mobiliza a todos para participar das ações de prevenção. O Condomínio também faz o mesmo para incrementar e consolidar a realização da coleta seletiva e, assim, atender corretamente a legislação de descarte dos resíduos sólidos que determina que empresas e condomínios, deem destinação correta a seus resíduos.
“A lei veio nos ajudar, pois quando se pensava em coleta seletiva logo vinha a mente aquela fileira de contentores coloridos que as pessoas tinham dificuldade de identificar e acabavam jogando o resíduo em qualquer uma delas. Com a nova legislação temos o saco preto e o azul, o que é reciclável e o que não é. Simplificou muito, mas para que realmente funcione, é preciso conscientizar, incentivar e mobilizar as pessoas. Uma mudança de comportamento exige uma reeducação e é nisto que trabalhamos”, afirma Carlos Kronemberger, Gerente Predial do Condomínio.
Carlos Kronemberger, gestor predial, com parte do material das campanhas internas
O processo foi dividido em três etapas: diagnóstico, projeto executivo e implantação e este último incluiu um trabalho de educação continuada, que inclui palestras, comunicados e ações de conscientização para condôminos e funcionários nas quais são orientados a separarem o material em recicláveis e rejeitos.
Parte importante do processo foi criar grupos gestores para dar continuidade aos projetos. Formados por funcionários dos condôminos e prestadores de serviços ligados à administração, eles têm como objetivo a constante conscientização de todos, inclusive visitantes, realizando visitas periódicas às salas e a distribuição de material informativo.
“Para a coleta seletiva, os resíduos devem ser separados dentro das salas e é importante que a campanha atinja o público certo. Quem lida diretamente com a coleta seletiva são os funcionários das empresas, como as secretárias de consultórios médicos e dentários que lidam com material infectante o tempo todo. É fundamental que esses profissionais estejam bem orientados e que saibam como separar corretamente seus resíduos”, explica Elias José de Souza, gestor responsável pelo comitê formado por oito funcionários de todas as áreas, inclusive os terceirizados.
Quem lida diretamente com a coleta seletiva são os funcionários das empresas, como as secretárias de consultórios médicos e dentários. É fundamental que esses profissionais estejam bem orientados e que saibam como separar corretamente seus resíduos
Elias José de Souza, gestor predial
Os eletro-eletrônicos não são recolhidos pelo condomínio e tiveram uma campanha específica, na qual todos os condôminos puderam zerar esses materiais. Ao todo, o Condomínio descarta, em média, 1 tonelada de material reciclável por mês.
“Tínhamos uma ideia, a lei, a nossa vontade e a dos condôminos. Mas isto não bastava. Foi a partir da contratação de uma ONG especializada neste tipo de ação que foi feita toda a campanha, porque o funcionário tem que saber porque aquilo está sendo feito, entender que estamos cumprindo com uma responsabilidade social e ambiental. Sem isto nenhuma coleta seletiva é bem-sucedida”, completa Kronemberger.
Xô Zika!
Já o outro grupo gestor do Flamengo Park Towers foca suas ações no combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti, adaptando e adequando a campanha “Xô Zika”, do Ministério e da Secretaria Estadual de Saúde ao edifício. A ação principal é a de identificar focos de criadouro no prédio e foi precedida da distribuição de cartilhas e informativos para os funcionários e visitantes, que, com isso, podem identificar um foco e notificar à administração.
Na campanha interna foram utilizados todos os meios de comunicação disponíveis no Flamengo Park Towers, com material impresso, na TV corporativa, no site, através de Newsletter via e-mail e nos elevadores. Criou ainda botons para todos os integrantes do comitê gestor.
“Sabemos que o Rio está em uma área crítica, temos funcionários com afastamento por doenças transmitidas pelo mosquito e pensamos o que poderíamos fazer. Além de criar o comitê gestor, passamos a conscientizar as pessoas, buscando informação técnica, pois engana-se quem pensa que em um prédio da Zona Sul não tem criadouro”, argumenta Kronemberger, que contatou a Secretaria Estadual de Saúde pedindo ajuda.
Com isto, o Condomínio pode apresentar em seu auditório, para todos os interessados, uma palestra ministrada por técnicos da Divisão de Controle de Vetores, órgão que faz parte da Vigilância Ambiental em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, que trouxe com ele ainda um técnico do Ministério da Saúde. “Foi uma oportunidade de conhecer dados da epidemia das três doenças e também sobre a campanha “10 minutos Salvam Vidas”, que indica medidas necessárias para eliminar os possíveis criadouros do mosquito”, conta. Uma iniciativa elogiada por incentivar os funcionários a serem multiplicadores, levando informações importantes para sua residência, familiares e amigos. “Eles enalteceram o nosso trabalho dizendo que se todos tivessem essa iniciativa os índices diminuíram bastante”, conta Elias.
Os técnicos ainda percorreram todo o edifício junto com o comitê gestor auxiliando na compreensão de como encontrar criadouros. “Nos estamos fazendo a nossa parte. E qualquer um pode fazer o mesmo. Basta ligar para a Secretaria, pois a palestra é gratuita”, afirma Kronemberger.
Baixo Custo para Grandes Resultados
O gerente predial ressalta que as campanhas têm custo baixo e alcançam grande resultado, podendo ser mais exploradas, especialmente quando o objetivo é conscientizar e mobilizar a boa vontade de todos para que uma ação dê certo. “O fato de só haver continuação nas assembleias, que já é tida como reunião chata e que só acontece quando lia um problema, dificulta. Não pode ficar só nisso”, diz.
Kronemberger também destaca a mudança no comportamento das pessoas que sentem orgulho de participar de algo importante e para o bem de todos. “Há mais comunicação e integração entre eles, as pessoas passam a criar laços, melhorar as relações e o trabalho flui melhor”, afirma.
Para dimensionar o alcance e os resultados que podem ser atingidos pelas campanhas, basta ver o que está conseguindo um condomínio na Barra da Tijuca, junto com os funcionários terceirizados e os empregados dos condôminos. Tudo começou com um desabafo da então gerente predial Eliana Amaral em uma conversa de elevador com a moradora, Maria Elizabeth Gouvêa Arouca, Professora de Língua Portuguesa, Psicóloga, pós-graduada em psicanálise e psicopedagogia. Ela estava angustiada por não saber como ajudar a uma empregada da equipe de limpeza e conservação com dificuldades para abrir uma conta bancária por ser analfabeta.
Ambas acabaram dando início a um belíssimo projeto que está alfabetizando em língua portuguesa e inglesa, 15 adultos. A turma inteira, que começou com apenas dois funcionários da equipe de conservação e limpeza e foi ganhando adesão, com três meses de aulas já estava lendo e escrevendo. Diferenciado em tudo, já no final permitirá que realizem uma prova que os certificará, dando a eles, além do conhecimento, documentação oficial de alfabetização.
A moradora já atuava como professora, psicóloga e psicopedagoga, e pesquisou um método que permitisse usar a função do psicanalista. Para além de alfabetizar, objetivava permitir aos alunos trocar experiências, ampliar conhecimentos e pontos de vista sobre emoções, atenta à promoção de inclusão social e à diversidade cultural. “A maioria teve histórias de vida que foram empecilhos para a aprendizagem. Me emociono, pois estão lendo e escrevendo e, aos poucos, mudando o sentido da vida”, diz.
Sérgio Henrique Monteiro, síndico na época, apoiou completamente a sugestão e em parceria montaram o projeto, ampliando-o aos terceirizados e às funcionárias domésticas. Ele também permitiu o uso do salão de festas para as aulas e ofereceu a colaboração total do condomínio. “Ele frisou que fazia questão que fosse um projeto com continuidade e seriedade, sabedor de que traria benefícios a estas pessoas. Inclusive, profissionalmente, pois certamente atuarão de outra forma alfabetizadas”, conta. O projeto tomou corpo, ganhou logo e nome “Viver e Construir um novo olhar para o mundo”, e hoje tem até uniforme.
A opção de acrescentar a língua inglesa ao curso de alfabetização veio da compreensão da professora de que para ampliar a visão de mundo é preciso ir além da língua portuguesa. No segundo bimestre, foram incluídas ainda as disciplinas de matemática, história e geografia, como cultura geral.
Campanha Boca a Boca Evoluiu para as Redes Sociais
Para começar, Eliana falou com cada um dos moradores, apresentando a ideia e perguntando se não conheciam alguém que tivesse a necessidade e quisesse ser alfabetizado. “A campanha era toda pessoal e a mobilização foi imediata. Desde a administração até os moradores, todos se engajaram, pois o encorajamento e incentivo foi importante para trazer os alunos”, conta.
A partir do conhecimento de todos, a ação foi apresentada em assembleia, teve a aprovação dos condôminos e consta, inclusive, em Ata.
A babá Débora Monteiro é um exemplo de que sem o engajamento de todos os resultados alcançados não seriam o mesmo. “Comecei a trabalhar com 11 anos no Mato Grosso. Hoje, babá da segunda geração da mesma família, tive esta oportunidade que me deixa muito feliz porque é a realização de um sonho. Mas ele só está sendo possível com ajuda e a compreensão dos patrões, pois preciso trazer a criança que cuido para não perder as aulas”, conta.
Entre os alunos, o entusiasmo é grande: “Eu já sabia ler e escrever, mas trocava Ietras e falava errado. Sentia dificuldades e hoje encaro como desafio a superar. Até os meus filhos me veem de modo diferente. Está todo mundo feliz e aqui tem gente que ainda vai encarar uma faculdade. Esperem para ver”, garante a aluna Marta Ghedim.
“Eu também estou diferente com as pessoas e estou até ensinando o filho do patrão, porque ele estudou, mas às vezes é muito grosseiro. Digo que não é assim que se fala com as pessoas e ele entende e já me vê de outra forma. Todos estamos ficando melhor”, afirma Conceição Veloso.
Mais recentemente, a turma ganhou uma página no Facebook e passou a ter vídeos das aulas acessíveis no youtube, com o nome Projeto Viver e Construir um Novo Olhar para o Mundo.
Saiba Mais
Autovistoria
Quem Já fez comemora segurança e tranquilidade conquistadas
A Prefeitura do Rio já está multando quem não cumpriu com a obrigatoriedade de fazer a autovistoria. Para especialistas, eles correm três riscos básicos: o de pagar multas altíssimas pelo descumprimento da lei, o de pagar mais caro por correções de problemas agravados pelo tempo e o de arcar com os pesados custos de acidentes que venham a ocorrer. Isto porque os laudos técnicos da Lei da Autovistoria não apenas atestam as condições de conservação, estabilidade e segurança das edificações. Se bem feitos, representam uma garantia de que as manutenções são realizadas com regularidade e, a partir de verificações técnicas, o que resulta em mais tranquilidade para os seus usuários e, principalmente, o síndico.
É importante destacar que o Laudo de Autovistoria não tem o poder de isentar o condomínio ou o síndico de suas responsabilidades de zelar pela conservação e a guarda das partes comuns e pela prestação dos serviços de interesse de seus possuidores. E a legislação vem auxiliá-los neste sentido. Na Cidade do Rio existem leis para edificações que tratam de vistorias preventivas específicas, que não apenas a de Autovistoria, como é o caso das de marquises e os relatórios anuais de inspeção de elevadores e escadas rolantes, além das inspeções que devem ser realizadas pelo Corpo de Bombeiros. Há ainda a legislação estadual que estabeleceu a vistoria obrigatória das instalações de gás.
O engenheiro Antero Parahyba considera importante destacar que na Autovistoria não serão realizados os procedimentos inerentes a estas outras legislações. E que, apesar do formulário eletrônico no site da Prefeitura possuir um único campo para a indicação de profissional responsável pela Autovistoria, isso não quer dizer que os laudos tenham de ser realizados, ou tenham que ter como responsáveis apenas um profissional. “Poderão ser vários os responsáveis, dependendo das condições e das complexidades da edificação. O documento será assinado por todos aqueles que participaram das vistorias inerentes à Autovistoria e deverão ser feitos registros e anotações de responsabilidade técnica para todos”, explica.
Com o planejamento, é só seguir as prioridades. Quem tem manutenção em dia não faz obras emergenciais
Antero Parahyba, engenheiro
O Olhar de Quem Entende
Detalhando os aspectos positivos do cumprimento da lei da Autovistoria, Antero cita o mais relevante deles que é a possibilidade de uma verificação feita por quem entende do assunto. “Granito dura para sempre, certo? Errado. Os descolamentos em revestimentos de fachada são um dos problemas mais comuns detectados nas vistorias”, exemplifica, acrescentando que mesmo rachaduras passam despercebidas aos olhos de um leigo. “E ambos podem estar sinalizando a dilatação de ferragens e consequente comprometimento da estrutura, um risco gravíssimo para a edificação”, completa.
Antero tem larga experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em projetos, consultorias e perícias, atuando especialmente com patologias e vícios de construção e em suas vistorias. Além dos problemas já citados, estão as modificações realizadas por não profissionais. “Isto é facilmente verificado quando encontramos disjuntores, fiações e quadros de luz incompatíveis com o PC – o que pode levar a incêndios e modificações feitas sem projeto – deixando o condomínio sem memória das alterações realizadas ao longo do tempo e dificultando realizar mais fácil e rapidamente correções. Contratar pessoa não especializada é o que o síndico pode fazer de mais arriscado”, afirma.
Ele destaca ainda que um profissional experiente pode elaborar um programa de manutenção, ferramenta que torna mais eficiente os cuidados com este item que é um dos mais importantes para as administrações condominiais. “Quando a lei de Autovistoria surgiu, os administradores dos shoppings riram porque têm as vistorias como prática em períodos menores. Sempre fizeram assim porque não podem ter problemas que afetem o movimento, o que seria perda financeira certa. Os edifícios residenciais não sofrem a mesma pressão por funcionalidade, mas também têm muito a ganhar criando essa cultura de prevenção. Basta ter um levantamento de desgastes. Toda edificação tem itens que, por norma, têm periodicidade de avaliação prevista e o planejamento saberá incluí-las. Com ele, é só seguir as prioridades. Quem tem manutenção em dia não faz obras emergenciais”, explica.
Laudos Incompatíveis com a Lei
Tão arriscado quanto não cumprir a lei é contratar o serviço de feitura de um laudo que desrespeita o estabelecido e ainda não acrescenta em nada nas ações pela manutenção da edificação. “A lei diz o que tem que constar do relatório e são muitos itens, com fotos e informações completas, inclusive com gradação dos riscos e prioridade para executar soluções. Alguém conhece o edifício sem problemas? Também sou síndico e posso dizer que isto não existe. Então, só pelo tamanho de alguns laudos temos uma ideia da qualidade da vistoria feita”, afirma David Gurevitz, outro especialista de peso a destacar a importância da lei da Autovistoria. Engenheiro mecânico, consultor de medicina e segurança do trabalho e perito judicial, experiente na realização de check-up predial, em engenharia de manutenção e em racionalização de energia, ele também é síndico.
Sem a autovistoria, no lugar de passar 3, 4 anos despreocupado, o condomínio pode, a qualquer momento, ser surpreendido por um acidente
David Gurevitz, engenheiro
Para Gurevitz, estes laudos acontecem por uma falta de visão dos próprios profissionais que viram surgir um mercado amplo de atuação, mas que, por fragilidades de formação e inexperiência, apresentam propostas por valores que os impossibilita de cumprir com a lei de forma correta. “Uma vistoria criteriosa, compatível com as exigências legais, é um processo que demanda tempo e profissionais experientes”, diz, acrescentando que, para os síndicos, é uma oportunidade perdida de criar uma cultura de prevenção, de manutenções que, de fato, garantam a tranquilidade de todos até a realização da próxima autovistoria. “Ou seja, no lugar de passar 3, 4 anos, dependendo das pendências apontadas na primeira autovistoria, despreocupado, o condomînio pode, a qualquer momento, ser surpreendido por um acidente ou um problema que exija recursos altos, isto sem um caixa planejado para tal. Todos reclamam da falta de cultura de prevenção, mas como ela poderá ser criada sem o exercício necessário?”, questiona.
Entre os problemas mais graves que têm detectado nas vistorias que realiza estão instalações de gás desgastadas e correções inadequadas, especialmente por ocasião de substituição de conexões. Se o condomínio contrata a autovistoria com as unidades incluídas, estas inadequações são verificadas também nas instalações dos aquecedores. “As unidades são 85% do prédio e é lá que estão a maioria dos problemas. É por isso que esta inclusão é importante”, complementa.
As instalações elétricas com alterações e componentes incompatíveis são igualmente frequentes. “E ambos têm poder de causar prejuízos, inclusive com a perda de vidas”, alerta Gurevitz, acrescentando que um laudo que não informe possíveis anomalias e não indique quais as medidas reparadoras ou preventivas a serem adotadas é nulo. “Por menor que seja o valor pago por ele, este será caríssimo”, avalia.
Mais Benefícios que Perdas
Ambos especialistas relatam que a autovistoria foi muito positiva para as edificações. “Todos os que lidam com condomínios têm acompanhando os benefícios que a autovistoria vem trazendo. É o caso de um que descobriu que o pararraios existente não estava em conformidade com as normas da ABNT e corrigiu o problema depois de alertado pelo laudo; e o de outro que ficou sabendo que as instalações de gás estão corroídas, ou que as de incêndio estão de tal forma comprometidas que, em caso de incêndio, não funcionarão. E, mais: se há resistência à aprovação de obras no condomínio, elas são vencidas pela eloquência que só um laudo técnico é capaz”, diz Antero. “Longe de representar um problema a mais para o síndico, a autovistoria tem se revelado uma excelente ferramenta para sua administração, resultando em uma gestão sem surpresas, sem despesas extras, sem acidentes”, completa Gurevitz.
Eles recomendam, no entanto, uma pesquisa criteriosa antes da escolha da empresa ou profissional para executar o serviço. E será sempre a experiência o fator mais relevante a se considerar. Ouvir quem já fez a auto vistoria com a empresa, se ela responde a processos, buscar saber há quanto tempo atua no mercado e, especialmente, se estão habilitadas nos órgãos responsáveis, é fundamental.
Deu Certo
Foco na Solução
Sem se prender a problemas, síndico cria oasis na Vila do Pan
O Condomínio Golfo do México, na Barra da Tijuca, faz parte da Vila Pan-Americana, construída para os Jogos Pan-Americanos de 2007. É um dos 17 prédios construídos para abrigar os 5.500 atletas dos 42 países participantes do evento esportivo realizado no Rio. A Vila foi um sucesso absoluto de vendas, com todos os imóveis vendidos em um dia, e também um exemplo ímpar de danos aos proprietários, que chegaram até a afetar a venda das unidades da Vila Olímpica, também na Barra da Tijuca, construída agora para as Olimpíadas do Rio. Por falta de estaqueamento correto das ruas do entorno, o asfalto cedeu. Inspeções mostraram que os prédios estão intactos e seguros, mas a má impressão continua a produzir prejuízos. O embate entre construtora e prefeitura se arrastou e os problemas só devem estar completamente resolvidos no final do ano, segundo promessa da Prefeitura. Para piorar, os preços ofertados não foram respeitados, o que resultou na devolução de muitos dos imóveis.
Seu síndico é Iberê Cézar da Silva, que foi voluntário na Vila do Pan e é proprietário de um dos imóveis no Golfo do México desde a planta e morador desde 2008. No lugar de abandonar o barco como muitos fizeram, assumiu a administração com a meta de valorizar os imóveis e ajudar os proprietários. À frente da administração desde 2010, quando foi realizada a primeira eleição – a própria construtora administrou o prédio por dois anos -, ele transformou o condomínio em um verdadeiro oásis.
A base do trabalho são investimentos que resultam em economia e valorização. A individualização dos hidrômetros reduziu as despesas com água em 30% e a troca das das lâmpadas eletrônicas por led, representou 25% de economia de luz
Iberê Cézar da Silva, síndico
Com vista para parte dos 90 mil metros de áreas verdes protegidas e um lago com 3 mil metros de espelho d’água, os dois edifícios têm fachadas recém pintadas, hidrômetros individualizados, iluminação toda em led e jardins impecáveis. Tudo em quatro gestões. A base do trabalho são investimentos que resultam em economia e valorização. A individualização dos hidrômetros reduziu as despesas com água em 30%, a trocas das lâmpadas eletrônicas por led, representou 25% de economia na conta de luz.
O síndico também investiu no bem estar dos moradores. Transferiu a academia para uma área maior, ampliando a oferta de atividades e incluindo o serviço de um professor de educação física. Entre outras obras, também trocou a tubulação de incêndio, impermeabilizou as caixas d’água, reformou sauna, salão de festas e churrasqueira, comprou mobiliário novo e robô de limpeza para a piscina de borda infinita. Com a aquisição, a bela área de lazer teve redução dos custos de manutenção em número de aspirações e no uso de cloro.
Compartilhamento, Transparência e Atenção às Soluções Modernas
Atualmente, está pintando as áreas internas dos dois prédios e, em um futuro próximo, colocará um gerador a gás. Iberê também já tem tudo pesquisado, orçado e planejado para levar aprovação dos moradores a adoção da energia solar fotovoltaica no condomínio. “É como tenho aprovado tudo que é de interesse do condomínio. Faço o máximo de pesquisa e planejamento e já levo para a reunião estudo e orçamentos. Quando o morador vai para a assembleia quer saber quanto custará a proposta e qual a parte dele, benefícios e complexidades. Apresentando o máximo de informação, eles podem avaliar e decidir com mais facilidade”, conta o síndico, acrescentando ainda que procura levar para a assembleia medidas para as quais já tenha recursos em caixa. “E, antes de tudo, escutar os anseios dos moradores para buscar as soluções que sejam de interesse geral”, completa.
Estar atento às novidades é outra prática que diz ter contribuído muito para o sucesso de suas gestões. Negociar e fazer parcerias também, além de compartilhar ideias, responsabilidades, e dar o máximo de transparência às ações da administração. O resultado são reeleições sucessivas e a aprovação de toda a comunidade. Tanto que Iberê foi eleito este ano para cuidar também do Parque Norte, área comum que atende a cinco condomínios da Vila do Pan. São 45 mil metros de área verde, mais lago e jardins, com demandas de serviço permanente de ordenamento, iluminação, limpeza e jardinagem. E ele não perdeu tempo. Já está trocando iluminação, recuperando deques e criando horta e pomar. O local também ganhou atividades, como as aulas de ginástica funcional e de dança de salão. “Com a nova iluminação e atividades, os moradores poderão aproveitar mais”, diz.
Detalhe da fachada com área onde está sendo plantada a horta e o pomar
Negociação para Reduzir Maior Desafio: A Inadimplência
No Golfo do México, a primeira ação foi atacar a inadimplência que, na época, era de 25%. E, em paralelo, cortar custos, o que ele entende ser também uma iniciativa contra a inadimplência. “Quanto mais alta a cota, mais probabilidade, em momentos de crise especialmente, de as pessoas não poderem arcar com a conta. Para as finanças do condomínio, é muito mais interessante fazer uma reengenharia financeira, revisar contratos e cortar custos, conseguindo assim equilibrar as contas”, defende, acrescentando que usou cota extra somente duas vezes, para individualizar hidrômetros e pintar fachada. “Tudo mais foi feito com recursos próprios, a partir de ações de cobrança de inadimplentes e de redução de despesas”.
O síndico conta que procura primeiro conversar com os inadimplentes. “É claro que se o sujeito viaja, mantém uma BMW na garagem e vive dando festas, a conversa é outra. Quando assumi, contratamos um escritório de advogados para fazer as cobranças. Mas negociamos com inadimplentes, facilitando ao máximo, antes de partirmos para uma ação judicial de cobrança que pode levar uma pessoa que está em dificuldades porque perdeu o emprego, por exemplo, a perder também seu imóvel”, afirma.
Na expectativa de alcançar ainda melhores resultados com estas iniciativas, o síndico estabeleceu um teto para o fundo de reserva que, quando alcançado, reverterá para a redução das cotas condominiais.
Área verde com lago e jardins
Para Iberê, o mais importante é investir sempre em um bom ambiente, com um relacionamento amigável com os moradores. O síndico que se diz festeiro realiza eventos datados como oportunidades de confraternizações. Já se tornaram tradicionais as testas de Natal e a Julina. Ele também deu outro uso à rede social. Utiliza a página do Facebook para transmitir informações, receber sugestões e contribuições. Presta contas de ações, serviços para ajuda mútua e abre espaço até para receber críticas. “E muitas soluções têm surgido daí. Faço questão que a minha administração seja compartilhada. O meu trabalho é fundamentado na participação deles e também na de todos os funcionários. Desde o que recolhe o lixo até o gerente, todos vestem a camisa e sem eles eu não teria êxito na minha administração”, conclui.
Porteiros
Boas Parcerias
José Romero do Nascimento
Porteira-chefe do Edifício Itatupan
José Romero do Nascimento é porteiro-chefe do Edifício Itatupan, em Copacabana, onde trabalha desde 1992, quase ao mesmo tempo em que o síndico, Paulo Alvarenga, está à frente da administração do prédio. Juntos, formam uma dobradinha de sucesso. Foi o síndico que, vendo o seu trabalho no condomínio em frente, convidou-o para ocupar a vaga do vigia noturno, cargo em que atuou até 1997, quando passou a porteiro-chefe. Mas, desde o início, por seu interesse e facilidade para aprender, tomou-se o braço direito do síndico que reconhece o porteiro como um bom parceiro. “É dinâmico, prestativo e de fácil comunicação, sendo de total confiança, não apenas para mim, mas para todos os moradores”, elogia Alvarenga. “É um síndico muito bom. Basta ver que o trabalho maior aqui é o de manobra de carros na garagem. Nem lembro quando tivemos algum problema no edifício”, devolve José Romero.
José Romero do Nascimento é porteiro-chefe do Edifício itatupan
Seu jeito sempre bem humorado, meio paraibano e meio carioca, como diz, é responsável também pelo bom relacionamento com porteiros de prédios vizinhos. Romero conta que esta camaradagem permite uma ajuda mútua, especialmente nos cuidados com a segurança da rua, e que a tranquilidade do local faz com que os apartamentos sejam muito procurados, com gente sempre perguntando sobre imóvel à venda. “Mas o que acontece é que, geralmente, acabam ficando com conhecidos dos moradores mesmo. Os outros nem chegam a ter chance”, explica, destacando que a manutenção em dia do Itatupan é outro fator que contribui para atrair interessados em morar no condomínio.
Aprender e Ensinar, Sempre
O porteiro-chefe coordena o trabalho do faxineiro e do vigia, e não se nega a compartilhar com eles conhecimento algum, por lembrar-se dos seus primeiros tempos, quando chegou ao Rio, vindo do interior da Paraíba, tendo experiência apenas no trabalho da roça. “No outro prédio, comecei sem saber nada. Entregaram uma lista com o nome dos moradores e número dos apartamentos e eu passava o dia olhando para ela. Foi apenas vendo o serviço dos outros que aprendi. Não sei, acho que tinham medo de perder o emprego. Mas eu não sou assim”, conta.
Ele diz que a lembrança dele próprio, que chegou com medo de não conseguir emprego, porque sem experiência sabia que só conseguiria trabalho se fosse indicado por alguém, faz ver-se no outro. “Muitos chegam sem nem saber falar direito, precisam aprender tudo e não vou ensinar?’’, afirma, acrescentando que se não fosse a ajuda do irmão mais velho, José Paiva do Nascimento, que já trabalhava no edifício, talvez não tivesse conseguido.
Mas Romero, ao mesmo tempo, diz que se adapta fácil a coisas novas e é muito atento, aprendendo até com o que vê na TV. Foi assim que antes mesmo de vir para o Rio foi trabalhando o sotaque para chegar “não dando tanta pinta” de ser paraibano. E é desta forma que vê no trabalho como porteiro. “É uma excelente oportunidade de estar sempre aprendendo. A gente conversa com muita gente e todo mundo ensina uma coisa nova a cada conversa que tem com você”, garante.
É por isso que o porteiro-chefe do Itatupan recomenda aos novatos não apenas ser educado, saber falar com as pessoas e ajudar as pessoas de mais idade – ações pelas quais é conhecido. “Não basta ser solícito e manter sempre um sorriso no rosto. Isto é importante, mas é preciso também trabalhar de tal forma que os outros tenham em você um parceiro, alguém em quem pode confiar”, ensina o porteiro-chefe, para quem é sempre preferível ser parceiro das pessoas que fazer inimizadas. “Para quê fazer inimigos de graça, se se pode fazer novos amigos?”, pergunta.
Não basta ser solícito e manter sempre um sorriso no rosto. É Preciso também trabalhar de tal forma que tenham em você um parceiro, alguém em quem podem confiar
José Romero do Nascimento, porteiro-chefe
Apaixonado Pelo Rio
Romero conta que, recentemente, o elevador do condomínio passou por reformas, uma obra que poderia causar muito estresse, mas que tudo correu com tranquilidade. Uma situação diferente da vivida em um período mais distante, quando depois de um incêndio em uma das unidades, com consequente obra de recuperação, ouviu muitas reclamações. “Por vezes, apenas um elevador ficava disponível e, inexperiente, tinha até vergonha de falar, explicando melhor a situação e pedindo a compreensão de todos. Agora, foi bem diferente”, conta, dizendo que o morador não quer saber se você é novo e não sabe. Acha que se está ali tem conhecimento e chama sua atenção, quer um trabalho bem feito. “Se você constrói um relacionamento de parceria com o morador, ele entende que está fazendo tudo o que pode para contornar as dificuldades”, considera.
Esta noção de vida em coletividade, o porteiro-chefe trouxe de casa. Filho de uma família grande, de 12 filhos, seis mulheres e seis homens, aprendeu desde cedo a ser solidário. Hoje, com apenas dois dos irmãos no Rio, Romero passa as férias, a cada dois anos, na Paraíba, para poder rever todos os seus.
Apesar disto, é um apaixonado pelo Rio, cidade que levou algum tempo para conhecer, pelo fato de morar com o irmão em Itaboraí no período do primeiro emprego até passar a porteiro-chefe do Itatupan. “Quando pude conhecer achei impressionante, tão bonita que você se apaixona de cara”, comenta o porteiro que hoje mora no prédio e aproveita as horas vagas para correr na praia e malhar. “Comecei por prevenção, pois sou filho de uma família com histórico de doenças cardíacas, mas gostei tanto que hoje faço como um hobby. A musculação também virou uma paixão”, completa, falando que em todos os momentos é a esposa Marlene Cavalcante do Nascimento sua parceira de vida. “Tenho muita sorte e muitos motivos para ser uma pessoa feliz”, conclui.
Excelência no Atendimento ao Idoso
A Sociedade Beneficente das Damas Israelitas do Rio de Janeiro – Froien Farain foi fundada em 1923, com o objetivo de prestar assistência aos imigrantes oriundos da Europa, ajudando-os a encontrar moradia e trabalho, fornecendo alimentos, roupas e medicamentos. Nove décadas após, a entidade não só mantém as atividades assistenciais, como também uma Casa Geriátrica para idosos fragilizados e um Centro de Recuperação.
O Centro de Recuperação atende aqueles que precisam de cuidados em fase pós-operatória, ou passam por algum procedimento que necessite de atenção permanente na fase de recuperação. Mais informações podem ser obtidas através do e-mail [email protected] ou do telefone (21) 2254-8295, inclusive para agendar uma visita.
O atendimento é realizado por médico e equipe multidisciplinar. Uma excelência profissional reconhecida por certificados de utilidade pública nos níveis municipal, estadual e federal. Desde 1959, o Froien Farain funciona na Tijuca, sendo referência em atendimento digno aos idosos com a saúde comprometida.
Atendimento sempre carinhoso e foco na dignidade da pessoa
Como Participar e Ajudar
O Froien Farain mantém-se através das contribuições dos associados, da renda de eventos beneficentes, da venda do seu bazar, de doações pontuais e campanhas de financiamento coletivo. As contribuições podem ser quitadas na periodicidade escolhida pelo associado: mensal, trimestral, semestral ou anual, sob a forma de boleto ou cartão de crédito.
Associando-se, a partir de R$30,00 mensais, é possível ajudar o Froien Farain a manter o seu trabalho assistencial. Há ainda as contribuições pontuais e o apoio a projetos específicos, além da doação de roupas (novas e usadas), calçados, móveis, acessórios, obras de arte etc. para o Bazar. Mais detalhes através do site: https://froienfarain.org.br/faca-uma-doacao-recorrente/.
É possível também ser um voluntário. Para tanto, é preciso ser maior de 18 anos, ter disponibilidade de três (ou mais) horas semanais, ser pontual e responsável em relação ao cumprimento de tarefas, sentir empatia com a causa dos idosos, aceitar as normas e seguir as orientações institucionais, ter espírito cooperativo e boa capacidade de relacionamento interpessoal.
Diretoria com alguns pacientes no jardim: sossego para recuperação
Dentre os trabalhos que pode realizar estão:
- Participar das campanhas de captação e divulgação, contatando pessoas por telefone;
- Participar do planejamento e execução de eventos internos: programação, divulgação, convites, apoio durante o evento, agradecimentos;
- Participar do planejamento e execução de eventos externos: identificar possíveis eventos, fazer contatos com entidades e pessoas das áreas culturais, vender ingressos, providenciar apoio logístico, ajudar nos controles administrativos;
- Atuar na área administrativa: conferir/selecionar/arquivar documentos, inventariar bens, supervisionar estoques, conferir rouparia;
- Atuar no Bazar: receber e conferir doações, separar produtos para uso interno dos residentes e para a venda, fixar preços, controlar estoque, efetuar vendas;
- Entreter os idosos: conversar, ler, cantar etc.;
- Atuar na cozinha e no refeitório: colaborar com a nutricionista com sugestões para o cardápio, acompanhar a preparação das refeições, preparar o refeitório, estar presente durante as refeições.