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Os Propósitos Da Nossa Organização Sob O Aspecto Da Economia E Previdência
A INICIATIVA do “Noticiário Lowndes”, cujo primeiro número ora é publicado, objetiva-se, principalmente, como órgão informativo das atividades que se operam numa organização a serviço das classes conservadoras e sociais do país.
Lowndes & Sons Ltda., Banco Lowndes, Cia. Geral de Administração e Incorporações, Cia. de Seguros SAGRES, Cia. de Seguros CRUZEIRO DO SUL, The London & Lancashire Ins. Co. e The London Assurance formam o monumental alicerce em que se apoia a grandeza e a prosperidade dessa organização, num permanente contato com os essenciais setores da atividade humana.
Fruto de periódicos estudos, acuradas observações e larga experiência, árdua tarefa em que se empenha um punhado de administradores e colaboradores especializados, as atividades da organização desdobram-se cada dia, numa crescente preferência de serviços que nesta Capital e de todos os recantos do país, testemunha a sua vasta clientela. Milhares de pessoas ali confiam seus interesses, centenas de milhares de Cruzeiros transitam mensalmente nessa organização; benefícios em prol da coletividade são assiduamente estudados; diariamente difundem-se e são executadas novas iniciativas em favor da Previdência e da Economia Social; estreita colaboração aos interesses nacionais são objetivados permanentemente e o contato diário com as altas camadas bancárias, industriais e comerciais do país, por si falam do vasto patrimônio que enfeixa essa organização.
Dentro deste vasto programa de trabalho, avultam as transações bancárias em todas as suas múltiplas modalidades: administração de bens com modelar serviço de locações de prédios, apartamentos, escritórios e lojas; assistência judiciária, serviços de repartições públicas; fiscalização de obras e conservação de imóveis; departamento de seguros, através de quatro poderosas Cias., abrangendo toda a vasta rede de seguros contra incêndio, aluguéis em caso de incêndio, lucros cessantes, transportes marítimos, aéreos, rodoviários e ferroviários, cascos de navios e embarcações, roubo e furtos em residências e casas comerciais, seguro de dinheiro e valores em trânsito, acidentes pessoais e acidentes de automóveis; responsabilidade civil contra terceiros e riscos de guerra em transportes; departamento de compra e venda de imóveis com ampla organização de anúncios e informações; incorporações e financiamentos de imóveis e, finalmente, hipotecas de imóveis.
São benefícios que, diariamente, a organização vem prestando à causa da Previdência e da Economia, distribuídos a estabelecimentos comerciais e industriais, a milhares de pessoas e de lares, num expressivo ritmo de profícuo labor.
O “Noticiário Lowndes”, a par do contato que manterá com a sua seleta clientela, publicando informações úteis e interessantes, espera fornecer elementos e facilidades para que os seus leitores possam consultar à organização sobre todos os assuntos de suas várias especialidades.
Com tais propósitos, a organização, enriquecendo ainda mais o patrimônio das suas iniciativas, deixará também pautada a sua colaboração e os seus esforços pelo desenvolvimento econômico do País.
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Brasileiros!
Olhae atentamente o mapa ao lado, meditae sobre vosso território, que é cubiçado pela sua grandeza, pelas suas riquezas, pelas suas belezas, pelo seu cavalheirismo e pelo seu espírito pacifista, isto porque:
O Brasil é o mais vasto país da raça latina; o mais vasto do Novo Mundo, à exceção dos Estados Unidos; é pouco menor que toda a Europa; representa uma décima quinta parte do orbe terráqueo; só a Rússia, a China e os Estados Unidos o excedem em extensão; é quatorze vezes maior que a França, trezentas vezes maior que a Bélgica. Sergipe, o nosso pequeno Estado em extensão, é maior que a Holanda, Dinamarca, Suíça, Haiti e Salvador; cada município em que se subdivide o nosso Amazonas, equivale a países como Portugal, Bulgária e Grécia. Pará, Goiás e Mato Grosso, ultrapassam qualquer nação europeia, exceto a Rússia. Se a população do Brasil igualar a densidade da população belga, calcula-se que será superior à que existe hoje na terra inteira; basta que essa densidade seja igual à de Portugal para a população ascender a 400 milhões.
A riqueza do Brasil é extraordinária; abundam em todas as regiões brasileiras jazidas e minas de todas as preciosidades minerais em proporções gigantescas! Há zonas que, até a poeira das campinas é aurífera! A fertilidade do solo brasileiro é exuberante; é um país que está em condições de se tornar o celeiro do mundo! Abundantes plantas são aplicadas na alimentação, na indústria, no comércio e na medicina; árvores preciosas fornecem material para embarcações, fibras para tecidos, óleos, resinas, borracha e um incalculável número de aplicações; é proverbial a fertilidade do solo para cereais em todas as regiões; os rios são piscosos, os campos são indicados para qualquer pastagem, as florestas são abundantes em caças, enfim, o nosso subsolo, solo, selvas, águas, estão cheios de vida e vida é riqueza. As nossas belezas são incomparáveis; a bacia do rio Amazonas é igual a 5/6 da Europa; uma de suas ilhas, a de Marajó, excede em tamanho à Suíça!
Todo o seu trajeto é um cenário grandioso de pitorescos recantos. Além do Amazonas, temos o São Francisco, o Paraná, o Tocantins, todos colossais, formando uma inigualável rede fluvial. Temos a maravilha da cachoeira de Paulo Afonso, igual senão superior à catarata de Niagara; outras semelhantes contam-se no nosso país como sejam o salto do Avanhangava, Santa Maria, as Cataratas do Iguaçu, a de Itapura, as Sete Quedas, a de Pirapóra, a de Jequitinhonha, a do Itu, todas assombrosas de majestade, força e beleza. A baía do Rio de Janeiro, em situação invejável na parte central da América do Sul, é uma baía vasta, segura, profunda, piscosa, formosa de panoramas, ilhas, praias e enseadas. Montanhas majestosas molduram o seu panorama, como sejam o Corcovado, Pão de Açúcar, Pico de Santa Cruz, Gigante de Pedra, a Serra dos Órgãos onde se destaca o Dedo de Deus, o Garrafão e a Cabeça de Negro.
Em consequência de sua enorme extensão, há no Brasil grande variedade de climas, atingindo mesmo temperaturas extremas em certos pontos, sendo a média a excelência do nosso clima; nenhum problema sanitário se apresenta insolúvel nem de difícil solução. No Brasil não há calamidades, não há ciclones, não há pestes, não há nevoeiros persistentes, não há furacões, nem correntes traiçoeiras e até mesmo nas florestas não há grande quantidade de animais ferozes, e, enfim, a natureza brasileira não é áspera, pode o habitante confiar nela com segurança, pois não o trai, não o maltrata, não o aflige, dá-lhe tudo, mostrando-se meiga, amiga e maternal.
O Brasil jamais provocou, jamais agrediu, jamais humilhou outras nações; revelou-se sempre digno e de rara e elevada abnegação. BRASILEIRO! A dignidade e a honra inspiram o respeito instintivo! Apoiemo-nos na força moral e na elevação do procedimento para continuar a fazer valer indivisa a herança recebida; cerremos fileiras, cerremos os dentes, de armas em punho, sedentos de força, tentando o impossível para legar aos nossos filhos, à posteridade, esse Mundo que é o Brasil. (Colaboração de “porque me ufano do meu país”).
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Companhia De Seguros Sagres
TRATA-SE de uma Cia. seguradora constituída por Assembleia Geral de 29 de Fevereiro de 1924, sendo incorporadores a firma SOTTO MAIOR & CIA., por procuração da Companhia de Seguros LUZO-BRASILEIRA “SAGRES”, com sede em Lisboa. A aprovação para o seu funcionamento foi dada pelo Decreto 16.576, de 24 de Agosto de 1924. Orientada pelos dirigentes da citada firma à qual se achava à frente um dos nomes de maior destaque do nosso alto comércio, José Antônio de Souza, não tardou que a Cia. assumisse uma posição de “leader” no nosso país.
Outros nomes de real valor marcaram suas épocas em diversos períodos, tais como sejam Olinto Bernardi, Nilo Goulart, Gastão da Cruz Ferreira, Bernardo José de Figueiredo, Antonio Monteiro Valente e outros, nomes todos que até hoje os dirigentes da “SAGRES” tributam homenagens. Atualmente a diretoria da Cia. é composta dos Srs. Vivian Lowndes, Donald Lowndes e Nestor Ribas Carneiro, fazendo parte do Conselho Fiscal Johannes Maria Francisco Xavierius Drolshagen, Mario Silvério Arnau da Paixão Metello e Paul J. Christoph e como suplentes do mesmo Conselho os Srs. Eric Botelho Pullen e Joaquim Martins Catharino. Sempre crescente tem sido o desenvolvimento da Cia., bastando citar as seguintes cifras do seu movimento: Responsabilidades assumidas até 1942, 11.683.827.114,00 (Onze bilhões seiscentos e oitenta e três milhões oitocentos vinte e sete mil e cento e quatorze cruzeiros). Prêmios recolhidos: 52.527.000,00; (Cinquenta e dois milhões e quinhentos e vinte e sete mil Cruzeiros) Sinistros pagos: 18.024.000,00. (Dezoito milhões e vinte e quatro mil Cruzeiros).
O capital da Cia. é de 2 milhões de Cruzeiros, dividido em 10.000 ações de Cr$ 200,00 cada uma, sendo a última cotação em bolsa, em Agosto deste ano, Cr$ 800,00 por ação!
As reservas da Cia., inteligentemente aplicadas em Títulos da Dívida Pública, Bônus de Guerra, Ações, Imóveis e disponibilidades bancárias atingiram pelo último balanço de 1942, a expressiva cifra de SEIS MILHÕES DE CRUZEIROS!
Tais cifras por si falam da envergadura desta Empresa seguradora que, não desmentindo sua tradição, sempre manteve bem alto o nível de suas operações, como índice de confiança que lhe testemunham todas as classes do país.
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Lowndes & Sons, Ltda. Comemora Mais Um Aniversário
No dia 1º de setembro, a firma Lowndes & Sons, Ltda, celebrou o 7º aniversário de sua fundação. Nessa data, os sócios da firma receberam em seus escritórios um grande número de amigos que foram lhes dar os parabéns. Os funcionários da firma presentearam seus chefes com uma bela “corbeille” de flores. Em contrapartida, a firma ofereceu um almoço requintado aos diretores das empresas que compõem a Organização Lowndes, no qual também estiveram presentes alguns amigos que colaboraram com seu apoio no início das atividades da firma.
O desenvolvimento grandioso que se vem verificando de ano para ano nos negócios da firma, diz bem do conceito que a mesma goza nos nossos meios comerciais pelas diretrizes traçadas pelos seus sócios.
Na fotografia acima, vemos o grupo dos participantes do almoço, durante o qual muitos brindes foram levantados pela continuação da crescente prosperidade dessa organização.
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Soldados De Chumbo
O que era em 1932, seis anos antes da guerra, na Alemanha a Associação dos “Colecionadores de Soldados de Chumbo”
J. PENALVA SANTOS
FOLHEANDO, na minha biblioteca, antigas revistas, deparei numa delas, o Magazini Bertrand, de Fevereiro de 1932, isto é SEIS ANOS ANTES do início da guerra europeia, a curiosa crônica em que o autor, J. de M. P., narrava suas impressões sobre certa visita que fizera a uma organização, então existente na Alemanha, intitulada DEUTSCHER ZINN-FIGURENSAMMLERBUNDKLIO (ASSOCIAÇÃO DOS COLECIONADORES ALEMÃES DE SOLDADOS DE CHUMBO).
“É uma associação legal”, disse ele, “com estatutos aprovados oficialmente e com um número de sócios fantástico, espalhados por toda a Alemanha e que, em cada cidade e mesmo em cada bairro, possuía diferentes agrupamentos”.
A visita foi, entretanto, feita à sede da organização em Berlim e, por coincidência ou não, justamente na noite em que se organizara uma grande parada… com revista às tropas de cada sócio.
Numa enorme mesa, ao comprido, alinhavam-se os exércitos, cabendo a cada sócio, com o seu contingente, o título de “capitão”. A ordem era irrepreensível e um boletim intitulado “ordem da noite” destinava-se às censuras das irregularidades. Observei então o orgulho com que a parada se desenvolvia, sendo primeiro exibido o contingente de obuses pesados, de grande calibre, cabendo a serventes especializados, com perfeito conhecimento de causa, manobrar os exércitos. Mais adiante achavam-se os sapadores mineiros, equipados com material moderno e aperfeiçoado.
Este regimento era organizado por um cavalheiro alto e magro, tipo de quem já fora coronel, e vários sócios tinham a incumbência de organizar os combatentes. Mais adiante achava-se a cavalaria com minúsculos soldados montados e de aparato muito interessante.
A este clube de apaixonados colecionadores de soldados de chumbo, não faltava a mais insignificante característica da complicada organização militar e, o curioso, é que cada associado fundia e pintava os seus soldados, criava as suas armas, estabelecia as suas táticas e exibia todo o seu material guerreiro! Às tantas, dirigi-me a um deles: “Que ótimo trabalho, o seu contingente já está completo?” “Creio que sim”, respondeu ele, “ainda me faltam alguns obuses de calibre maior, mas espero apresentá-los na próxima reunião.”
“E, se não é indiscrição, qual é o verdadeiro fim deste clube”, perguntei.
“Passar o tempo, meu amigo, passar o tempo… Há quem colecione cachimbos, selos, papagaios, caixas de fósforos… nós colecionamos soldados… de chumbo, está bem de ver… assim entretemos os nossos sócios, que, em lugar de se distraírem em tabernas, distraem-se aqui discutindo batalhas e táticas de campanha… E também, meu amigo, constitui para nós um prazer ir UM POUCO CONTRA O TRATADO DE VERSALHES…
Não compreendi bem… disse-lhe eu.
Este tratado só permite à Alemanha ter uns tantos mil soldados, temos então os nossos soldados de chumbo, que, ao que me consta, poderemos ter os que quisermos!”
Nessa altura preferi não insistir para não levar a conversa a pontos políticos e mesmo porque o cavalheiro acabava de asseverar que aquilo era para “matar tempo”.
A caminho de casa, apesar de encantado com o que via, muito pensei na teimosia daqueles colecionadores a discutirem táticas e batalhas… para distrair as horas vagas e não irem para tabernas…
Enfim, concluí, enquanto a coisa for para passar o tempo, não haverá razão para sustos… o pior será se eles derem para transformar esses soldados de chumbo em soldados de “carne e osso”!
E de fato, foi o que se verificou: SEIS ANOS DEPOIS, aqueles mesmos soldados e talvez, os mesmos homens que ali se encontravam, que discutiam táticas e treinavam soldados, desafiavam o mundo com o seu “passatempo”!
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The London Assurance
A história da The London Assurance daria para encher um grande volume. Realmente ela está intimamente ligada à história do nascimento do seguro como o conhecemos na época atual. Quando a rainha Elizabeth da Inglaterra expulsou os mercadores alemães de sua terra em Fevereiro de 1597, cogitou-se iniciar naquele país o seguro de navios e mercadorias neles embarcados, para as viagens mais remotas. O processo utilizado na época era o mais primitivo: as apólices eram levadas de um lado para outro e as coberturas eram dadas por banqueiros, mercadores e agiotas, que faziam do negócio de seguro um aditamento ao seu próprio negócio. Esse método precário durou quase 100 anos, até que surgiu a era do “Coffee House” (Café). Nestes locais, onde se tomava café, reuniam-se todas as classes de pessoas e grupos foram se formando de acordo com seu ramo de negócio, até que em 1688 surgiu o “Lloyd’s Coffee House”. Deste modesto começo nasceu o que hoje conhecemos como “Lloyd’s”, a expressão mais completa do seguro em todas as partes do mundo.
Com o desenvolvimento do comércio inglês no início do século XVIII, os antiquados métodos de seguro exigiam uma nova orientação e em 1719, em meio a um verdadeiro boom de subscrições de companhias de seguros, surgiram a The Royal Exchange Assurance e a The London Assurance.
Em 22 de Julho de 1710, há mais de 220 anos, a THE LONDON ASSURANCE obteve do Governo Inglês sua Real Carta Patente, ou seja, a autorização para iniciar suas operações, constituindo-se assim um monopólio para efetuar seguros na Inglaterra.
Durante esse longo período de tempo, em que muitas guerras foram travadas, o negócio de seguro evoluiu até chegar ao grau de progresso atual. A The London Assurance sempre se manteve na vanguarda do mercado internacional de seguros e sua reputação como uma seguradora esplêndida só aumentou ao longo do tempo, até chegar ao movimento de negócios atual.
A primeira apólice foi emitida em 1720 para um seguro marítimo, ocasião em que foi constituído seu próprio corpo de bombeiros, bem como o escudo peculiar para distinguir seus bombeiros e os imóveis que estavam segurados na Companhia.
Também foi criada a primeira carreta para extinguir incêndios, puxada à mão e cujo principal apetrecho era composto por quatro baldes d’água. A primeira proposta de seguro contra incêndio foi emitida em 1826.
As operações no Brasil da The Assurance foram iniciadas em 1855, tendo havido uma interrupção para serem reiniciadas em 1920. Desde então, a empresa opera em quase todos os pontos do território brasileiro, atualmente sob a representação de Lowndes & Sons, Ltda.
É interessante observar o escudo da Companhia, que possui um significado especial. O escudo propriamente dito é muito semelhante ao da Cidade de Londres, mas com duas espadas em vez de uma. A parte superior do escudo possui três âncoras, que denotam a conexão marítima da Companhia. O cabeçalho é semelhante ao usado nos escudos de seus antigos bombeiros, que também eram fixados nos prédios segurados pela Companhia. Apollo e Netuno representam, respectivamente, a natureza marítima original da Companhia e a indicação de seu poderio financeiro. A base do escudo e o lema “Mercantium salus”, em latim, significam simplesmente “A salvaguarda dos Mercadores”.
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Avião Affonso Vizeu
Realizou-se a 17 de Setembro no aeroporto desta Capital o batismo do avião de caça “Affonso Vizeu” destinado ao treinamento de nossos pilotos.
Trata-se do mais moderno aparelho da Campanha Nacional de Aviação e o primeiro para essa classe de instrução, constituindo, por isso, um acontecimento de real valor para nossa aviação.
O caça “Affonso Vizeu” foi doado ao Aéreo Clube do Brasil pela “Cruzeiro do Sul”, sendo o patrono do aparelho o Dr. Oswaldo Costa, elemento de grande destaque nos meios bancários desta Capital. A cerimônia teve um invulgar aspecto, quer pelo grande número de pessoas, representantes de todas as classes sociais, comerciais, bancárias, industriais desta Capital e dos Estados, como altas autoridades do Governo.
Perante o Ministro da Aeronáutica, Dr. Salgado Filho, usaram da palavra o Dr. Assis Chateaubriand pela Campanha Nacional de Aviação, o Dr. Bento Ribeiro, oferecendo a chave do avião em nome da “Cruzeiro do Sul”, o Dr. Dault de Oliveira, em nome da Associação Comercial e de todas as Associações do País, o Dr. Oswaldo Costa, como patrono do avião, o Dr. Otto Gil, em nome da Família Affonso Vizeu e outros oradores.
A cerimônia foi um hino de exaltação à figura de Affonso Vizeu, como um dos expoentes máximos que foi do nosso comércio e indústria, onde deixou pautados serviços inestimáveis que culminaram com o ato da Associação Comercial, conferindo-lhe o título de Presidente de Honra, até então só conferido a D. Pedro II, bem como de todas as Associações Comerciais do País, conferindo-lhe o título de Presidente Honorário.
A organização Lowndes fez-se representar por uma comissão de Diretores, associando-se assim à justa homenagem que o comércio e a indústria prestaram àquele “leader” e que a Aviação também homenageou como fundador que foi, juntamente com Pedro Lessa e Olavo Bilac, da Liga de Defesa Nacional.
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Expressiva Tradição Comercial Luso-brasileira No Nosso Paiz
DATA de 1863, que no Brasil estabeleceu-se a firma SOTTO MAIOR & CIA., portadora de credenciais que, desde logo, era uma afirmação do brilhante futuro que estava reservado. Não se tratava de uma aventura; era uma organização de sólidos alicerces, um grupo de mentalidades empreendedoras, com preciosa bagagem de iniciativas nos meios bancários, comerciais e industriais lusitanos; era o esforço e a bravura peculiar dos filhos de Portugal, na tradição que tanto lhes glorificam; não eram especuladores que aqui aportavam; eram homens capacitados de um vasto programa a realizar.
E a essas realizações devemos o grande surto do comércio de tecidos em todo o país. Indústrias têxteis tiveram sempre o seu apoio integral, quer como proprietários de fábricas, quer prestando apoio financeiro a esta indústria. Agentes que foram de Bancos de Portugal muito contribuíram no desenvolvimento da nossa balança comercial; seguradores que foram, criando a Cia. de Seguros “Sagres”, até hoje um dos baluartes do nosso mercado segurador, muito fizeram pela indústria de seguros, e, finalmente, como bons portugueses, aqui permaneceram com as suas fortunas, constituíram seus patrimônios e uniram-se à família brasileira, num enlace que tanto contribuiu para tornar PORTUGAL e BRASIL, uma única Pátria!
Não há recanto do país onde não se conheça SOTTO MAIOR & CIA.! Não há nesta Capital e nas principais capitais do país quem não tenha conhecido ou ouvido falar em nomes de seus chefes e sócios, como sejam: ANTONIO LINO DA CUNHA SOTTO MAIOR, JOSE LINO DA CUNHA SOTTO MAIOR, ALBINO FERNANDES GOMES, JOSE FELISBERTO SOTTO MAIOR, ALBINO MAGNO TEIXEIRA QUEIROZ, ANTONIO BERNARDO ALMEIDA, CANDIDO SOTTO MAIOR, JOAQUIM ALVES MOREIRA, JOSE ANTONIO DE SOUZA, JAIME LINO DA CUNHA SOTTO MAIOR, ALBERTO ALVES FERREIRA CARDOSO, CARLOS ALVES FERREIRA CARDOSO, EVARISTO MARIA NOVAIS, MANOEL DA ROCHA MELLO E ABILIO FONTOURA.
Foram criaturas cujas qualidades e atividades pautaram na sua trajetória pelo nosso comércio, largos empreendimentos, muito especialmente às obras de benemerência e filantropia. Essa orientação se vem sucedendo sistematicamente, através de séculos, pelas centenas de administrações da firma. E a isto se deve, não a um espírito de vaidade, mas à velha e já tradicional escola de trabalho onde se fizeram a quase totalidade dos chefes e sócios, que, iniciados como simples caixeiros, alcançaram a culminância da sociedade pelos seus esforços, sua capacidade e exemplos dos seus superiores.
Todos esses motivos fizeram com que o “Noticiário Lowndes” publicando estas leves notas sobre os seus grandes Amigos, preste uma justa homenagem àqueles antecessores da firma pelo progresso que trouxeram ao nosso comércio de tecidos, augurando aos atuais componentes da firma, Srs.: Dr. CANDIDO SOTTO MAIOR, CANDIDO SOTTO MAIOR TEIXEIRA, NESTOR AUGUSTO IGREJAS, ANTHERO AFFONSO SIMOES, MARIO METELLO, FRANCISCO CORREA BARBOSA, HORACIO CEPAS, JOAQUIM DUARTE OLIVEIRA e AUGUSTO CARNEIRO PACHECO, UM CRESCENTE ÊXITO DE SUAS ATIVIDADES.
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Companhia De Seguros Cruzeiro Do Sul
A FUNDAÇÃO desta nova organização seguradora verificou-se em Junho de 1941 e o início de suas operações em Junho de 1942, nos ramos de FOGO, TRANSPORTES MARÍTIMOS, FERROVIÁRIOS, RODOVIÁRIOS E AÉREOS, bem como ACIDENTES PESSOAIS. O capital de DOIS MILHÕES DE CRUZEIROS foi imediatamente subscrito, ficando a Diretoria composta dos Srs.: Vivian Lowndes, presidente; Donald Lowndes, vice-presidente e Nestor Ribas Carneiro e Jorge Santos Lima, Diretores Gerentes e J. Penalva Santos, Superintendente. No Conselho Fiscal figuram os Srs. Othon Bezerra de Mello, Manoel Ferreira Guimarães e Anthero Affonso Simões e como Suplentes do mesmo Conselho os Srs. Joaquim Martins Catharino, Eric Botelho Pullen e Carlos Guisard Aguiar.
Comquanto seja uma Cia. relativamente nova, isto é, com apenas um ano de existência, a sua expansão tem sido notória, o que se deve, não só às diretrizes traçadas e habilmente executadas pela administração, seus colaboradores e produtores, como pela confiança que desde logo mereceu no mercado segurador a idoneidade dos componentes da Companhia.
Assim é que, neste curto espaço de tempo, o seu movimento de prêmios até julho de 1943 alcançou a expressiva cifra de Cr$ 3.200.000,00 (três milhões e duzentos mil cruzeiros).
Entre os acionistas figuram pessoas do nosso mais alto comércio e indústria, meios bancários, engenheiros, médicos, advogados e proprietários como sejam Othon Bezerra de Mello, Jayme Sotto Maior, Jael de Oliveira Lima, Vivian Lowndes, Julius Arp, Manoel Ferreira Guimarães, Angelo Mario Cerne, Silvio Guedes de Carvalho, Donald Lowndes, Benjamin Ferreira Guimarães, Nestor Ribas Carneiro, Carlos Guisard Aguiar, John Lowndes, Mario Paixão Metello, Jorge Felix Meghe, Affonso Gonzalez Soares, Horacio Ceppas, Walter Niemayer, Jorge Santos Lima, Frederico Taves, Anthero Affonso Simões e muitos outros.
A denominação de “CRUZEIRO DO SUL”, já muito sugestiva por se tratar da moeda brasileira, foi instituída, entretanto, muito antes daquela medida governamental e inspirada no desejo de dar à nova organização um cunho bem brasileiro na miragem da constelação que, por tantos modos, representa a grandeza da nossa Pátria.
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Um Gesto Nobre Da Companhia De Seguros Sagres
Carta dirigida à Exma. Sra. D. Lola Ribeiro de Souza pela Cia. de Seguros “Sagres” ofertando um retrato a óleo do seu falecido esposo e grande amigo da Companhia, Sr. José Antonio de Souza.
Carta da Exma. Sra. D. Lola Ribeiro de Souza à Companhia de Seguros “Sagres”, agradecendo a oferta do retrato a óleo do Sr. José Antonio de Souza.
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Fator De Progresso
Assim como os grandes comandantes e pilotos e os velhos lobos do mar têm necessidade do auxílio dos “práticos da barra”, no momento de alcançarem os portos a que se destinam, também as grandes organizações, mesmo contando com elementos de real valor, sentem a necessidade da propaganda bem organizada, tecnicamente orientada, para um maior sucesso de seus negócios, com o objetivo de manter um maior contato com o público em geral.
Assim pensaram e agiram sólidas organizações nacionais como a Companhia de Seguros SAGRES, Companhia de Seguros CRUZEIRO DO SUL e LOWNDES & SONS, LTDA., cuja propaganda tem sido feita de uma maneira eficaz e de grande repercussão, conforme demonstram alguns fac-símiles que damos nestas páginas.
São Companhias que mantêm muito vivos os seus desígnios de bem servir à pátria e que assim o fazem, de uma maneira inabalável e definitiva.
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The London And Lancashire Insurance Company Limited
A GRANDE seguradora Inglesa “The London & Lancashire Insurance Company Limited, cuja sede é em Londres, 7 Chancery Lane, foi constituída em 10 de Dezembro de 1861, e é representada no Brasil pela firma Lowndes & Sons, Limitada.
Deve em grande parte ao seu extraordinário desenvolvimento e magnífica orientação que a ela lhe imprimiu o atual presidente, em Londres, Sir Frederick Pascoe Rutter, que, cercando-se de um grupo de dedicados auxiliares, conseguiu imprimir um cunho altamente progressista à Companhia, que, num período de menos de um século de existência, conseguiu se tornar uma das líderes no mundo internacional de seguros.
Durante este período, absorveu diversas seguradoras e conta entre as mesmas grandes nomes como o da Law Union & Rock, a The Marine Insurance Co. Ltd., Orient Insurance Co. de Hartford (EE. UU. da América), Standard Marine, Sydney Fire Office e muitas outras, que por si próprias representam verdadeiras potências no meio segurador.
Constituída em 1861 em Londres, sob o nome de London & Lancashire Fire Insurance Co. Ltda., em 29 de Fevereiro de 1872, por Carta Patente datada de 17 de Abril do mesmo ano, assinada pelo Imperador do Brasil D. Pedro II de Orleans, obteve a necessária autorização para iniciar no Brasil, sendo uma das primeiras seguradoras inglesas a operar em nosso país, quando o seguro entre nós estava em sua verdadeira infância.
Assim é que a London & Lancashire opera no Brasil há mais de setenta anos, e talvez bem poucas companhias brasileiras tenham hoje esta vida e a folha de serviços prestados ao país.
Por se tratar de um documento bastante expressivo, registramos aqui a íntegra da Carta Patente da Companhia para operar no Brasil:
“Don Pedro por Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos. Imperador “Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, Faço saber aos que esta Minha Carta virem que, Atendendo ao que requer a Companhia Inglesa London And Lancashire Fire Insurance Company, devidamente representada e conformando-lhe por Minha imediata Resolução de 29 de Fevereiro próximo findo com o parecer da Secção de Negócios do Império do Conselho de Estado, exarada em Consulta de dezenove de Outubro de mil oitocentos e setenta e um, Hei por bem Conceder-lhe a necessária autorização para estender suas operações à Fraça do Rio de Janeiro, sob as condições constantes do Decreto número quatro mil novecentos e um de dezesseis de Março de mil oitocentos e setenta e dois. E, para firmeza de tudo lhe Mandei passar a presente Carta por Mim assinada e selada com o Selo das Armas Imperiais. Dada no Palácio do Rio de Janeiro em dezessete de Abril de mil oitocentos e setenta e dois, quinquagésimo primeiro da Independência e do Império”, (a) Imperador Pedro II de Orleans.
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Originais usos, em 1726, em Londres, das Companhias Seguradoras
INTERESSANTES e originais escudos eram pregados na fachada do prédio pela Companhia que cobria o seguro de fogo desse prédio. Cada companhia tinha também o seu corpo de bombeiro exclusivo e em caso de incêndio, só a companhia que tinha o escudo pregado na fachada do prédio e os seus bombeiros, cabia o direito de agir na extinção do incêndio.
Durante estes trabalhos, os concorrentes e o povo observavam então o desenvolvimento dos mesmos, resultando daí o maior reclame para a companhia, pelas suas aptidões, adestramento do pessoal, aparelhamento etc.
As Companhias possuíam carretas, puxadas à mão, com 4 baldes d’água e, na ocasião em que demandavam ao local do incêndio, tocavam trombetas, sinetas e levavam tochas acesas, sinal de alarme. Em 1828 foi então introduzida a carreta com tração animal.
Outro fato interessante era que não havia assinatura de documentos para cobertura do seguro: a proposta do seguro de fogo era aceita em nome de “DEUS, Amen,” pelo Governador da Companhia seguradora, em ato de solenidade especial.
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The London & Lancashire
Sir Frederick Pascoe Rutter
Em agosto passado, verificou-se na sede da London & Lancashire, em Londres, a cerimônia presidida pela companhia ao Sir Frederick Pascoe Rutter, na qual foi inaugurada uma placa de bronze com a reprodução, em tamanho natural, de sua cabeça, como homenagem ao seu trabalho durante 70 anos na companhia, tornando-se diretor em 1899 e presidente desde 1921. Na ocasião, um dos oradores, Sir Peter Rylands, ressaltou que se tratava de um “recorde” de chefe de serviços e que poucas pessoas existem que, em um período de 70 anos, pudessem exibir tantas aptidões para o trabalho como tem sido a vida de negócios do homenageado. Respondendo, disse Sir Frederick Pascoe Rutter que não se despedia, mas sentia que não poderia por muitos anos continuar associado à companhia, mas esperava reter a amizade daqueles que trabalhavam sob sua direção, sua camaradagem e seu auxílio nos anos futuros.
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Felicitações A…
GENERAL FRANCISCO GIL CASTELO BRANCO, pelo seu aniversário natalício a 10 de setembro.
Sra. D. MARIA VIRGINIA CARVALHO DE MENDONÇA, esposa do Dr. Adelmar Carvalho de Mendonça, diretor da Tecelagem Santa Margarida S/A., que comemorou o seu aniversário no dia 28 de setembro.
Sr. RAUL CARVALHO, diretor do Banco Andrade Arnaud, pelo seu aniversário no dia 30 de setembro.
Prof. Dr. RIBAS CARNEIRO, pelo seu aniversário no dia 30 de setembro.
Sra. D. MARINA VIZEU PENALVA, esposa do Dr. José Penalva Santos, pelo seu aniversário no dia 9 de setembro.
Sr. NESTOR RIBAS CARNEIRO, pela sua nova residência na rua Dr. Satamini, 39.
Dr. JOSÉ PENALVA SANTOS, pelo seu aniversário no dia 27 de setembro.
Sr. ARLINDO BARROSO, diretor da Cia. de Seguros Guanabara, pelo seu aniversário no dia 20 de setembro.
Sr. VIVIAN LOWNDES e Exma. esposa, pelo aniversário de casamento no dia 6 de outubro.
Sr. DONALD LOWNDES e exma. família, com votos de boa estadia em Poços de Caldas, para onde seguiram no dia 18 de setembro.
Sr. ÁLVARO CHAVES e Exma. esposa, pelo casamento de sua filha, celebrado no dia 14 de setembro.
FERREIRA DA SILVA & CIA., de Manaus, OTHON BEZERRA DE MELLO & CIA. LTDA., de Recife, ARP & CIA., de Joinville e F. REIS & CIA., de João Pessoa, pela atuação que tiveram na produção da Cia. de Seguros Cruzeiro do Sul, no último semestre.
SOTTO MAIOR & CIA., pela inauguração da Casa Bancária SOMACO e da Agência da Cia. de Seguros Porto Alegrense, nesta Capital.
Sr. ADRIANO GONÇALVES FERNANDES, diretor do Cetonificio Gávea S/A., e Confeções Fernandes & Chaves, pelo seu aniversário natalício no dia 5 de outubro.
Dr. OTTO GIL, pelo seu aniversário no dia 13 de outubro.
Sr. MIGUEL ARAÚJO, pelo seu aniversário no dia 5 de outubro.
Sr. SAMUEL COLLIER, sócio da Firma Wilsons Jeans Cia., pelo seu aniversário no dia 17 de outubro.
Sr. ORLANDO GRAÇA, nosso distinto colaborador, pelo seu aniversário no dia 26 de outubro.
Sr. HORÁCIO F. G. SALVADOR, sócio de Ferreira Balthazar & Cia., pelo seu aniversário no dia 30 de outubro.
Sr. EDUARDO ALEXANDER, nosso grande amigo, sócio da firma E. Alexander & Cia., que comemora seu aniversário no dia 30 de outubro.
Sr. ANTONIO FERREIRA, pelo seu aniversário no dia 4 de outubro.
Sr. PAUL J. CHRISTOPH, pelo seu casamento realizado no dia 16 de setembro, com votos de boa estadia em São Paulo.
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A Voz Dos Sinos
Como é sugestiva a voz dos sinos! Quantas evocações felizes ou tristes nos transmitem as badaladas de um sino! Por vezes nos transporta às remotas plagas que nos sorriu na infância; o que não sentimos ao ouvir às tardes o ANGELUS, tão fielmente interpretado por Millet naquela tela melancólica, com a capelinha ao fundo, dobrando os sinos, e, o casal provinciano, em meio à planície cultivada, fazendo sua oração! Como nos arrepiamos aos sons dos sinos que tangem no quarto ato dos HUGUENOTES, evocando a bárbara noitada de São Bartolomeu? Disse alguém “para as almas sensíveis os sinos tanto exprimem a voz exterior como a do interior de um templo, numa significação mística dos pregadores, cujas vozes são o eco da voz divina”.
Como nos sentimos felizes em ouvir o crepitar dos sinos com a Páscoa da Ressurreição após aqueles dias de grave mutismo em sinal de luto pela morte de Jesus! Como é significativo termos oportunidade de ouvir o repicar dos sinos longínquos numa noite feliz de Natal! E como é triste o dobre a finados, balançando no ar os gemidos daqueles que sofrem!
Victor Hugo ao desenhar a monstruosa figura de Quasimodo e ao conceber Paris num dia de Páscoa perguntava se no mundo conheciam “alguma coisa de mais rico, de mais alegre, de mais dourado, de mais deslumbrante, do que este tumulto de sinos e de repiques; do que esta fornalha de música; do que essas dez mil vozes de bronze cantando a um tempo em flautas de pedras de trezentos pés de altura; do que esta cidade que não é mais do que uma orquestra; do que esta sinfonia que faz ruído de uma tempestade”!
Ele tinha razão; o ressoar dos sinos está intimamente unido ao nosso coração compartilhando conosco nas horas amargas ou nos alegrando nas horas de festividades, de alegrias e de recordações gratas.
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Piadas Do Z.K.
Conta-se que certo advogado de cor preta defendendo no júri um caso, notou que se faziam comentários no auditório sobre a sua cor, inclusive o Juiz que sorria maliciosamente. Às tantas, queimou-se com o fato dizendo: “Neste processo tudo é negro… negro é o crime… negro é o réu… negro é o advogado… e V. Ex. Snr. Juiz…” Faz uma pausa, observa bem o Juiz que é muito moreno e prossegue: “V. Excia. também não está muito longe de o ser!”
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Decisão de Ministros, antigos jogadores de “Voleyball”.
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Um boêmio ainda pensava na Celeste, uma linda jovem que acabara casando com outro, pela guerra que a movera a mãe da moça. Às vezes, alta noite, nas rodas da boemia, entristecia-se de repente, levantando-se da mesa. Aonde vais? Indagavam. E ele, soturno, respondia “na mãe da Celeste! Vou pensar na mãe da Celeste!” E metia-se em casa, até o dia seguinte.
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NO “GOLF”
“Coisas do entusiasmo!
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BANCÁRIO APOSENTADO
-Nunca me deram a presidência daquele Banco, mas também, agora, vou presidir este toda a vida…!
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A patroa:
Pedro, bebendo o vinho branco: Não sabes que não gosto?
-Sim, patroa. Sei que prefere sempre o parati.
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MÃE ESTREMOSA
-Seu BRUTO! Esmagou a banana que o garoto deixou cair!
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A “GRÃ-FINA”
-Que página tão bela acaba de tocar, que clareza, que execução tão sensível! É a sua nova composição? -Nada, minha senhora, estava colocando a corda no violino!
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Lowndes Atlético Clube
Integrando a organização Landes cerco de 250 funcionários, acaba de ser criado o Lowndes Atlético Clube (“LAC”) destinado a proporcionar aos seus associados a prática de diversos esportes, bem como criar um ambiente de distrações e alegrias a todos aqueles que dedicam seus esforços à organização. O programa traçado é dos mais completos, destacando-se desde logo a prática do futebol, vôlei (masculino e feminino) e basquete, esportes em que a organização conta com elementos de real valor. O programa social é também interessante, salientando-se o projeto de uma sede, aparelhada com distrações apropriadas e onde serão realizadas festas dançantes semanais. O uniforme que defenderá o LAC ficou assim constituído: calção branco e camisa azul com o distintivo LAC; a bandeira é azul com letras grandes LAC em branco, e a flâmula triangular, com os dizeres “Lowndes Atlético Club”. Uma comissão de destacados elementos da firma está estudando cuidadosamente a elaboração das diretrizes do clube.
O início das atividades esportivas será imediato, esperando-se que sejam preparados conjuntos adestrados para no próximo ano inscrever os seus vários quadros em competições oficiais da Cidade. O tênis, natação e iatismo, esportes que contam com fortes elementos entre os associados, serão também apresentados.
Trata-se, portanto, de uma notícia auspiciosa para os esportes que, em breve, terão no LAC mais um colaborador em suas competições.
LAC X LUX Jornal
No match realizado no dia 18 de setembro no campo do SAMPAIO F. C., entre as equipes de futebol do LAC e do LUX JORNAL, sagrou-se vencedor o time do LAC pela contagem de 4 a 1. A partida, sob grande torcida, transcorreu bastante movimentada, sendo a equipe do LAC assim representada:
Egidio; Armando e Nariz; Moraes, Ruy e Silveira; Sergio (depois Walmir), Torres Homem, Diniz, Fonseca e Carlos.
Foram autores dos 4 gols Silveira, Ruy, Diniz e Torres Homem, atuando como juiz o Sr. Silvio Alves de Souza, cuja arbitragem foi muito elogiada.
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Lá Vai
O Santos Lima entrou na sala do Walter Niemeyer dizendo:
-Que “barbada” o MACAE’…
-O Walter deu um pulo da cadeira. -Em que páreo, Jorge?
-Nada disso, Walter, pegamos o seguro do edifício Macaé…
–
-Sim senhor… relógio de ponto… contínuos fardados… sinetas… zelador… entrada às 9… meia hora para café… saída às 5…
-Escuta, quem é aquele camarada ali?….
-Aquele… é verdade… como está diferente, ficou careca ao todo… É o Roberto, coitado!…
–
O Ferraz, na cadeira do barbeiro, sofria com uma violenta fricção na cabeça.
-Que é isso, Ferraz?
-Meu velho… plantando cabelos…
—
NO BALCÃO
-Quero tratar de negócios com o Sr. com quem falei ontem ao telefone, de voz doce… maviosa… todo sensível…
-????
Os funcionários entreolharam-se.
-Minha senhora… na sobreloja… o Sr. Peres.
–
O cavalheiro “ronca” com gregos e troianos, mas… volta e meia, diz que está doente.
-Será possível?… assim tão disposto…tão forte… tão atlético?
-É verdade, veja isto… receita médica… óleo de fígado de bacalhau… leite… papinhas… veja bem… PAPINHAS… Quem o ouve se compadece… mas conjectura: ainda bem que ele tem dieta!
–
NO TELEFONE
-Seu Souza? Aqui fala o Galo…
-Ora, não me aborreça, se quer “galo vá a minha rinha….
-Não é isso, é o Galo… corretor… Olha, vendi aquele edifício…
-Ah!… sim… desculpe… parabéns, que ótimo, seu…seu… Pinto…
E deixou o telefone satisfeito “cantando de galo” mas resmungando: – É o diabo a gente ter rinha…
–
-Shuback, você agora aqui?
-É verdade, meu amigo, vigésima transferência de sala…
-Mas… façamos justiça, Schuback, então não é você o “homem das Repartições Públicas?…
–
Surgiu na contabilidade,
Essa especialidade
De gente “gran-fina”;
Do Mario a novidade,
O Casaco tonalidade,
Da “manteiga Argentina”!
–
CINELANDIA EM DESFILE…
REI DA ALEGRIA: Ernesto Silva.
Filhinho do papai: Carlos Augusto.
Cuidado com as salas: Georgete Fontoura.
O “gran-fino” de Oxford: Jorge Dick.
O Furacão: Djalma Barbalho.
Caminho do Céu: Carneiro.
Sargento York: Fleming Machado.
O grande ditador: – Graça.
O rei se diverte: – Egidio Castiglioni.
Loura sem açúcar: Miriam.
Gavião do mar: Alvaro Comunale.
Ainda serás minha: Raul Leão.
Quero-te como és: João Fernandes.
Sempre em meu coração: Maria Maturo.
Sedução em Marrocos: Vieira.
Coquetel de estrelas: 15 horas – No bar.
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Lágrimas De Noiva
COELHO NETTO
Alba, a boa fada protetora das noivas Alba, que mora na pupila azul das virgens sem pecado, passando, certa manhã, junto de uma camélia, ouviu o seu nome pronunciado por três gotas trémulas. Aproximou-se e, pousando no coração da flor, perguntou carinhosamente:
-Que quereis de mim, gotas brilhantes?
-Que venhas decidir uma questão – disse a primeira.
-Propõe-na.
-Somos três gotas diferentes, originárias de diversos pontos; queremos que nos digas qual de nós vale mais, qual é a mais pura?
-Pois sim. Fala tu mesma.
E a primeira gota trêmula falou:
– Eu venho das nuvens altas, sou filha dos grandes mares. Nasci no largo oceano antigo e forte. Depois de visitar praias e praias, depois de andar envolta em mil procelas, uma nuvem sorveu-me. Fui às alturas onde brilha a estrela, e, rolando de lá por entre raios, caí na flor em que descanso agora. Eu represento o oceano.
– Agora é a tua vez, gota brilhante – disse a fada à segunda.
– Eu sou o orvalho que alimenta os lírios; sou irmã dos luzeiros opalinos, filha das névoas que se desenrolam quando a noite escurece a natureza. Eu represento a madrugada.
– E tu? – perguntou Alba à mais pequena.
– Eu nada valho.
– Fala: de onde vens?
– Dos olhos de uma noiva. Fui sorriso, fui crença, fui esperança; mais tarde fui amor. Hoje sou lágrima.
As outras riram da pequena gota. Alba, porém, abrindo as asas, tomou-a consigo e disse:
– Esta é a de mais valor! Esta é a mais pura.
– Mas eu fui oceano!
– E eu fui atmosfera!
– Sim, trémulas gotas, mas esta foi CORAÇÃO.
E desapareceu no azul levando a gota humilde.
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História Antiga
No meu grande otimismo de inocente,
Eu nunca soube por que foi… um dia,
Ela me olhou indiferentemente,
Perguntei-lhe por que era… Não sabia…
Desde então, transformou-se, de repente,
A nossa intimidade corriqueira
Em saudações de simples cortesia
E a vida foi andando para a frente…
Nunca mais nos falamos… vai distante…
Mas, quando a vejo, há sempre um vago instante
Em que seu mudo olhar no meu repousa,
E eu sinto, sem no entanto compreendê-la,
Que ela tenta dizer-me qualquer coisa,
Mas que é tarde demais para dizê-la…
Raul de Leoni
Cortes e Fricotes
Certo dia, o discípulo Ananda perguntou a Buddha, seu venerado mestre: – -Como devemos nos comportar diante de uma mulher?
-Evitar seu semblante, disse Buddha.
-E se a olharmos, mestre?
-Não lhe falar.
-Mas se lhe falarmos, senhor, o que devemos fazer?
-Então… então… meu filho, valei por vós!
–
Assim disse Fabre d’Olivet sobre o amor: “A tendência do homem é desfrutar a mulher antes de legitimamente a possuir, ao passo que a da mulher é possuí-lo, chamá-lo seu antes de o desfrutar”.
–
Shuré teve esta frase: “na mulher se encerra, como um cofre de filtros e perfumes, a quintessência de todas as seduções”.
–
O que é o matrimônio?
O médico: Uma enfermidade que começa com um aumento de temperatura e acaba com calafrios.
O farmacéutico: O melhor calmante para os enfermos do amor.
O especulador: Uma especulação que tarde ou cedo leva um à ruina.
O sincéro: Uma “burrada” herdada dos nossos antepassados.
–
Como é difícil entender essas almas, esse ídolo eterno e vivo da criação, esse espelho mágico que reflete simultaneamente o excelso querubim e a serpente perigosa; a ave encantadora e a flor intoxicante: todas as excelências e todos os defeitos!