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Este documento é parte do nosso Acervo Histórico

Noticiário Lowndes – Nº 4

1 de agosto de 1944
É fundamental destacar que as informações contidas em nosso arquivo histórico são uma expressão do contexto da época em que foram produzidas. Elas não necessariamente refletem as opiniões ou valores atuais da nossa empresa. À medida que progredimos e nos ajustamos às mudanças em nosso entorno, nossas visões e princípios também podem evoluir.
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Noticiário Lowndes 

(Rua México, 90- TEL 42-8050)

Desde as velhas aldeias da Inglaterra até aos extensos prados verdejantes do Kansas; desde os cumes nevados do Alaska até às ardentes terras africanas; desde as selvas amazônicas até ao Chui; desde as ilhas do Pacífico até às estepes siberianas, povos de origens, religiões e idiomas diferentes lutam ombro a ombro, unidos por uma só e inquebrantável vontade:

VENCER! VENCER!


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Incêndio – Caso Fortuito

Uma notícia lacônica dos jornais, em 14 de abril, informava que um grande incêndio lavrava em Bombaim, na Índia, a segunda cidade em população (aproximadamente 1.500.000 habitantes) do Império Britânico (a primeira, Londres, com 8.700.000 habitantes). Tratava-se, entretanto, de uma das maiores catástrofes ocasionadas por fogo no século atual. Um navio da classe Liberty, acostado ao cais do porto, iniciava a sua descarga. A descarga consistia de 155 barras de ouro, algodão em fardos e um grande carregamento de explosivos (TNT – trinitrotolueno). 

À tarde originou-se um incêndio nos fardos de algodão. Imediatamente o corpo de bombeiros do local foi mobilizado, e, perto de 30 mangueiras despejavam água nos porões do navio, no afã de apagar o fogo. Subitamente, línguas de fogo brancas apareceram, e uma terrível explosão ocorreu, acarretando a morte de 4 oficiais e 66 bombeiros e reduzindo a nada sete carros-máquinas de apagar incêndio que se achavam no local.

Aspecto parcial da catástrofe de Bombaim

A explosão foi ouvida à distância de 80 kms (distância de Petrópolis ao Rio) e blocos inteiros de prédios foram arrasados.

A intensidade das chamas era tal que um inspetor da polícia que se havia refugiado num cano de ferro foi torrado vivo. Uma barra de ouro no valor de mais de Cr$500.000,00, foi jogada pelos ares a mais de um quilômetro de distância. Após quatro dias, o incêndio fora controlado, porém registrou-se 336 mortos, 1.040 feridos e perto de 50.000 pessoas sem teto, e um prejuízo sofrido pelos particulares de mais de Cr$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de cruzeiros), sem contar os prejuízos sofridos pelo cais do porto. Um navio de 4.000 toneladas, com a violência da explosão, foi jogado para cima do cais de concreto, arrebentando-o e incendiando doze outros navios. 

Depois disto, não pode haver ninguém de bom senso que pretenda ignorar a fortuidade de um incêndio e suas desastrosas consequências.


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George Bailey

Registramos com grande satisfação o aniversário natalício deste nosso bom amigo, transcorrido em 3 de junho passado.

De origem inglesa, pois nasceu em Bolton, na Inglaterra, encontra-se no Brasil desde 1892, aqui chegando com seu venerando pai aos 18 anos, tendo desde logo ingressado no comércio desta Capital, onde até hoje dedica sua atividade. Profundamente correto em todos os seus atos, a sua vida tem sido, desde então, um degrau de ascensão ininterrupta, sendo atualmente sócio principal de E. ALEXANDER & CIA., firma de larga projeção no nosso comércio atacadista de tecidos. 

O seu temperamento afável, ponderado e perseverante, teceu em torno de si uma legião de sinceros amigos que, por ocasião daquela data, prestaram uma justa homenagem. Para as Organizações Lowndes e especialmente para os seus diretores, aquele dia foi mais significativo ainda, pois George Bailey, companheiro desde a mocidade de Vivian Lowndes, sempre acompanhou com viva dedicação todas as iniciativas que ali se operaram, prestando incondicional e desinteressado apoio.
Ao Sr. Bailey, os nossos calorosos votos de felicidades.


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Colocação da Cumieira Dos Solares do “Parque Residencial Ypiranga”, em Petrópolis

Será festejada com um churrasco a colocação da cumeeira de dois dos Solares do “Parque Residencial Ypiranga”, em Petrópolis, no próximo dia 27 de Agosto.
Foram convidados os adquirentes dos apartamentos (co-proprietários), o mundo oficial de Petrópolis e clientes da Organização Lowndes.

Registramos esta nota com prazer, porque marca o progresso da mais recente Companhia do Grupo, principalmente porque este empreendimento, fora do Rio de Janeiro, demonstra a expansão da Organização Lowndes e o seu interesse em cooperar para o desenvolvimento imobiliário da bela cidade serrana. 


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A História dos Meses

O nosso calendário procede do estabelecido por Júlio César, estreitamente ligado aos seus nomes aos costumes e instituições romanas. Assim sendo, encontramos, através das pesquisas procedidas na origem dos nomes dos meses, a seguinte explicação: 

JANEIRO deriva de JANO, um deus com duas caras, que olha para a frente e para trás e que os romanos adoravam num templo que vivia aberto durante as fases de guerra e que se fechava nos tempos de paz. Como o ano tem 12 meses, assim o templo tinha 12 portas. 

FEVEREIRO deriva da deusa FEBRUA, que os romanos denominavam deusa das purificações, celebrando neste mês as festas de expiações e purificação espiritual para o seu povo. 

MARÇO era para os romanos um deus que podia conseguir tudo pela sua força. Era o deus da guerra e neste mês os guerreiros romanos dedicavam fervorosa devoção ao mesmo, como seu bom protetor nas batalhas que enfrentavam.

ABRIL os romanos simbolizavam não como deus ou deusa, mas como anjo da Primavera, espalhando pela terra lindas flores que, segundo diziam viviam no inverno escondidas na terra, aterrorizadas pelas tempestades de vento. Abril, diziam, é o que abre, isto é, renova a vida aos campos, cobrindo as árvores de folhas e surgindo as flores as mais belas.

MAIO vem da deusa MAIA, cujo filho era Mercúrio, que supunham levar ordens dos deuses para a terra. Júpiter, pai de todos os deuses, levou MAIA e suas irmãs colocando-as  no firmamento, na suposição de serem elas que formavam o grupo das chamadas estrelas PLÊIADES.

JUNHO apesar das divergências, supõe-se consagrado à deusa JUNO. Outros supõem a JUNIO. A primeira era rainha do céu e esposa de Júpiter e passava nos bosques sagrados num carro puxado a pavões.

JULHO foi o mês dedicado a JÚLIO CESAR um dos maiores homens que existiu. Como imperador e guerreiro conquistou nações, estabeleceu leis célebres, livros imortais, retificou o calendário e como tal teve um mês que lhe foi dedicado.

AGOSTO vem de AUGUSTO, so- brinho de Júlio Cesar, que governou os ro- manos com Marco Aurelio e Lepido. Foi imperador e muito fez pela glória e engrandecimento do seu magnífico império.

SETEMBRO deriva do primitivo ano romano que tinha apenas 10 meses e era o SÉTIMO, escrito III, que em latim lia-se “SEPTEM”.

OUTUBRO era para os romanos, como ainda hoje para o continente europeu o mês das vindimas e das colheitas. No antigo calendário denominava-se “OCTO” em latim e daí o seu atual nome.

NOVEMBRO era também o nono mês do antigo calendário e a ele se consagrava DIANA, deusa das montanhas e dos bosques.

DEZEMBRO – era o “DECEM”, o décimo do antigo calendário. Foi sempre caracterizado por um velho de barbas brancas que traz brinquedos para as crianças. Este velho é São Nicolau, que viveu no século IV e é considerado patrono das crianças.


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Vivian Lowndes

O Noticiário Lowndes” desejando prestar sua homenagem a VIVIAN LOWNDES pelo seu aniversário verificado a 19 de Julho o. fundo, não encontrou melhor ensejo que reproduzir as notas publicadas por “Tempos do Brasil” (Time of Brazil), sobre a sua personalidade, tal a maneira sincera, clara e simples como a ele se referiu. 

A essa biografia, cabe-nos apenas acrescentar que VIVIAN LOWNDES é um leal amigo de todos que colaboram nas suas atividades, tornando-se, por isso, credor de toda a admiração e dedicação daqueles que com ele privam. Assim se referiu “Tempos do Brasil”: “VIVIAN LOWNDES começou como os verdadeiros grandes: do nada!” 

Filho brasileiro de um casal brasileiro, John Henry Lowndes-Virginia Pinheiro da Silva Lowndes, que conservava reminiscências de seus antepassados escoceses, teve uma educação primorosamente consolidada nos princípios do tradicionalismo britânico. Viveu na Inglaterra dos 6 aos 16 anos, frequentando nesse ínterim o Weymouth College, perto de Portsmouth. 

Voltou ao Brasil em Julho de 1899, para seguir sua bem-sucedida carreira comercial. Todos nós devemos desbravar nosso próprio caminho na vida. Alguns com coragem e esperança; outros, sem sorte ou vitória. Vivian Lowndes possuía, para vencer, as duas rodas do carro do triunfo: educação e determinação. Era apenas isso e foi tudo! Em Agosto de 1899, a empresa Edward Ashworth & Co. contratou um “office-boy” entre seus humildes funcionários. 

Daí, de “office-boy”, às culminâncias de hoje, a vida comercial de Vivian Lowndes tem sido um desdobrar-se célere de iniciativas bem-sucedidas, que corresponderam ao esforço. E aí está LOWNDES & SONS, LIMITADA. Seguro, administração, atividade bancária, tudo, em globo, fala de trabalho, representa organização, engrandece um homem dinâmico!
Seu espírito progressista induziu-o sempre a reorganizar, melhorando, os trabalhos sob seus cuidados; em vez de faturas à mão, passou a extraí-las à máquina, o que é ocioso encarecer. 

Começou Vivian Lowndes a interessar-se em assuntos de seguros e, em breve, se the confia, com serviços à parte, o departamento de seguros da “The London & Lancashire Fire Insurance Company Ltd.”. Este departamento, mais tarde, em 1920, expande-se e desenvolve-se amplamente com a representação da “The London Assurance Corporation”.

 Em Fevereiro de 1930, desaparece, afirma Edward Asworth & Co., e o Sr. Vivian Lowndes assume a representação das Companhias inglesas “The London & Lancashire” e “The London Assurance”. 

Em 1939, a firma Lowndes & Sons, Ltda., da qual o Sr. Vivian Lowndes faz parte como maior quotista, sucedendo a esta representação.
Embora já seja muito, estamos certos de que ainda veremos o nome de Vivian Lowndes à frente de grandes empreendimentos! 

A incansável ânsia de progresso pode impelir Vivian Lowndes para novas arrancadas de realizações!

Se lançarmos o olhar pela vida particular de Vivian Lowndes, estaremos diante de um “gentleman”, legitimamente inglês, com suas tradições e concepções peculiares, com sua inviolável amizade à Inglaterra, o que não o impede de afirmar-se bom brasileiro.
Esportista entusiasmado, foi sempre apaixonado pelo “Yachting”, e sua habilidade de golfista já lhe conquistou vários troféus. No Paysandu e em outros clubes sobressaiu singularmente em jogar tênis. 

Extremamente dedicado à família, mostrou-se um esposo e pai exemplar, podendo contemplar agora o fruto de sua dedicação no carinho que lhe votam seus filhos. Casou-se em 6 de Outubro de 1906 com a Exma. Senhora Dona Alexina de Azambuja. Deste enlace nasceram quatro filhos: Donald, Eric, Augusta e John. 


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Formar Uma Frase Com Estas Palavras

MISERÁVEISTANTOCAMÕESVIVEUNOCAMÕES-VIVEUMISERÁVEISTANTO

RESPOSTA:

CAMÕES VIVEU
ENTRE MISERÁVEIS
NO ENTRETANTO
CAMÕES SOBREVIVEU.


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Aviador Britânico da RAF, Prisioneiro Num Campo de Concentração na Alemanha, Escreve ao Seu Pai no Rio de Janeiro

“O ‘Noticiário Lowndes’ foi distinguido com a honrosa visita do Sr. Stuart Annan, Diretor representante no Brasil da BBC”. No decorrer da agradável palestra, relatou-nos o Sr. Stuart que acabara de ser surpreendido, momentos antes, com o recebimento do cartão abaixo, vindo de um campo de concentração da Alemanha. Este cartão era do seu filho que, após muitas incursões vitórias sob o território alemão, desde o início da guerra, pilotando aviões britânicos, teve, há cerca de um ano e meio, o seu avião abatido sobre aquele território, conseguindo escapar à morte, usando o seu paraquedas. 

Estamos esperançosos de tomarmos o navio ainda este ano, tudo pelo melhor”…”

Por longo tempo não teve notícias do filho, julgando-o mesmo morto em combate, mas essa horrível expectativa dissipou-se um ano depois, com notícias recebidas do próprio filho, do campo de concentração onde se achava recolhido. O cartão que reproduzimos é o segundo que recebemos, tendo sido escrito a 31 de Março deste ano e aqui chegado a 1º de Agosto corrente. Dadas as peripécias de carimbos e censuras de que é portador deste documento, oferecemo-lo à apreciação dos leitores com os nossos agradecimentos ao Sr. Stuart pela autorização de publicá-lo. É interessante notar que no final deste cartão diz o prisioneiro: “… entretanto, desde a última carta, tudo vai bem aqui e estamos esperançosos de tomarmos o navio ainda este ano, tudo pelo melhor”…” 

É possível que a censura alemã não tenha alcançado a interpretação desta frase, mas, pela acelerada e triunfal marcha aliada em todos os setores do teatro da guerra, devemos estar bem propensos a aceitar esse feliz presságio, assegurando ao Sr. Stuart que tal aconteça.


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Nestor Ribas Carneiro

É com grande júbilo que registramos o aniversário natalício, no dia 12, do nosso distinto amigo Sr. Nestor Ribas Carneiro, diretor das Cias. de Seguros “SAGRES”, Cia. de Seguros “CRUZEIRO DO SUL”, da Cia. GERAL DE ADMINISTRAÇÃO E INCORPORAÇÕES, além de gerente geral de LOWNDES & SONS LTDA. 

Essa data teve uma significação especial nas Organizações Lowndes, pela grande dedicação que todos os seus funcionários devotam ao aniversariante, um chefe sincero e amigo. Não menos significativa foi também esta data nos meios seguradores, onde Nestor Ribas Carneiro mantém vasto círculo de relações e elevado prestígio.
Associando-nos às justas homenagens que lhe foram prestadas, auguramos-lhe todas as felicidades que é merecedor.


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Original Seguro Na Suíça

A Suíça é o país do mundo que, em proporção aos seus habitantes, conta com o maior número de companhias de seguros. Da grande variedade de seguros, encontra-se um que cobre, pelo seu contrato, instrumentos de música, contra os riscos de transporte, perda, roubo, abuso de confiança, incêndio, raio, explosão, chuva, motim, revolução, guerra, sabotagem e destruição por terceiros. Há uma sobretaxa se a pessoa que usa o instrumento faz parte de “jazz- band”. A única restrição que há no seguro é o atentado contra terceiros em casos de manifestações, “cabarets”, festas populares, bailes e outras festas.


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A Bolsa de Imóveis e as Cifras Que Atestam o Êxito de Sua Modelar Organização

Corretores da Bolsa de Imóveis

Em Junho passado, em meio às festividades significativas, foi comemorado o 5º aniversário da fundação da Bolsa de Imóveis do Rio de Janeiro, instituição inspirada pelo espírito brilhante de Mattos Pimenta e cujo desenvolvimento, através de atuações incansáveis de seus dirigentes, tem superado todas as expectativas. Na sua atual Presidência encontra-se o Sr. Gentil Fernandes da Costa, cuja sábia orientação tem se feito sentir num ritmo de operações que se agigantam, dia a dia, atestando a eficiência da alta finalidade da Instituição, talvez a única no mundo inteiro. 

Não é por demais transcrever aqui as palavras do Sr. Carlos Luz, presidente da Caixa Econômica, que assim se expressou: “Sinto-me entusiasmado por constatar a eficiência de uma instituição que vem prestando raros serviços, diretamente ao público e indiretamente ao Estado, como órgão coordenador e disciplinador de classe que tem a seu cargo função tão importante quanto delicada no âmbito das atividades do país”. Não menos expressivas foram as impressões pautadas por outros nomes ilustres como o Ministro Salgado Filho, Dr. João Carlos Vital, Rubens Porto, Plínio Catanhede, Desembargador Edgard Costa, Dr. Serpa Lopes, Juvenal de Queiroz Lima, Eduardo de Mendonça e muitos outros, sobre a eficiência da Bolsa de Imóveis. 

A sua criação veio preencher uma lacuna que, há muito tempo, necessitava o nosso mercado de imóveis, quer estabelecendo normas, traçando rumos ou metododizando esforços, numa finalidade eminentemente prática em favor das nossas vultosas operações imobiliárias. A sua divisa “BEM SERVIR PARA BEM MERECER” foi o alicerce em que se apoiou o programa previamente traçado e cujo êxito não pode deixar de ser encarado com justo orgulho por todos que cooperaram e cooperam nesta magnânima obra, pelas cifras de suas operações. 

Basta dizer que, em 1943, foram efetuados na Bolsa 6.513 pregões, num total de cerca de 3 bilhões de cruzeiros, tendo as compras alcançado 620 milhões, entre prédios, apartamentos, terrenos, fazendas, sítios e chácaras. A nota curiosa deste movimento é que as compras de prédios acusam o primeiro lugar com 556 pregões, ocupando os terrenos o segundo lugar com 420 e em terceiro a compra de apartamentos com 194 pregões. 

A Bolsa de Imoveis em sessão

O Departamento Jurídico da Bolsa já atendeu na sede, de Janeiro a Junho, gratuitamente, cerca de meio milhar de pessoas; o código de ética da corretagem de imóveis é um documento que eleva ao mais alto grau o espírito honrado e sincero que preside todos os atos dos seus sócios; o Departamento de Avaliações, que por módica quantia avalia as propriedades, é um índice perfeito de uma base segura de avaliações. Ditada pela solicitação da oferta e da procura, e, por fim, o regulamento das funções do corretor de imóveis, no qual consta como medidas estruturais, as interpretações de “LIQUIDAÇÕES DE NEGÓCIOS”, “NEGÓCIO FECHADO” – “REGISTRO SECRETO” – “COMPROMISSO LEGAL DO COMBINADO”, “COMPROMISSO VERBAL” e mais, “A COMISSÃO DO CORRETOR”. 

Relativamente a este último, por se tratar de assunto que interessa ao público em geral, transcrevemo-lo: Artigo 2.0 idem d) A comissão do corretor é a mesma legalmente estipulada para o leiloeiro, ou seja, 5%. Apenas, no caso do corretor, correm a cargo do vendedor 3%, pagos no ato do recebimento do sinal, e a cargo do comprador 2%, pagos no ato da escritura definitiva de venda ou liquidação do negócio – idem e).

Considera-se “LIQUIDAÇÃO DO NEGÓCIO” a operação ou escritura que firma as bases estipuladas na promessa ou compromisso. 

Por tudo que acabamos de expor, podemos afirmar que a Bolsa de Imóveis é hoje, incontestavelmente, uma parte da vida nacional, estando por isso de parabéns o Sr. Mattos Pimenta, seu fundador e todos aqueles que emprestaram e estão emprestando o seu concurso a essa grandiosa obra, que é um índice do nosso espírito progressista. 


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Edifício “Lowndes”

O edifício “Lowndes” cuja construção será brevemente iniciada. NA AVENIDA PRESIDENTE VARGAS

Em Maio último, foi incorporado no terreno adquirido à Prefeitura do Distrito Federal, na Av. Presidente Vargas, esquina da Rua da Quitanda (lado da sombra), com aproximadamente 870m2 de área, um imponente edifício, que terá a denominação de “EDIFÍCIO LOWNDES”, e onde se localizarão as suas sedes a Firma Lowndes & Sons, Ltda. e o Banco Lowndes S/A. Damos acima uma perspectiva do conjunto que se pretende construir, encontrando-se já as plantas na Prefeitura para a necessária aprovação. O enorme terraço do prédio, pela sua grande área, poderá mesmo servir, num futuro já próximo, de pouso de helicópteros, pois as suas condições o permitiram fazer com facilidade. 


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Companhia de Seguros “Imperial”

Com grande regozijo registramos aqui a fundação desta nova Sociedade Seguradora, que em breve integrará suas operações nos ramos de seguros marítimos e terrestres. A assembleia de constituição verificou-se no dia 13 de Junho passado, sob a presença de grande parte de acionistas, elementos do mais alto destaque dos nossos meios bancários, industriais e comerciais. 

O capital da Cia foi fixado em dois milhões de cruzeiros, cobertos imediatamente ao ser lançada a ideia da nova organização seguradora. Pelos elementos que integram a mesma, será desnecessário afirmar o êxito imediato de suas operações, além de constituir uma nova riqueza no campo segurador do país.

Foi a seguinte a Diretoria eleita para dirigir os destinos da nova Cia.: 

Presidente – Vivian Lowndes (Presidente do Banco Lowndes S. A. e diretor das Organizações Lowndes).
Vice-Presidente – José Penalva Santos (Organizações Lowndes).
Superintendente – Leopoldo Gomes (da Royal Insce. Co. Ltd., Rio de Janeiro).
Gerente – José Cintra Pimentel (Sócio de Wood & Cia. Ltda.).

CONSELHO FISCAL EFETIVO
Agostinho Ermelindo de Leão (Presidente da S. A. Leão Junior Jr. & Cia.).
James de Faro Bailey (E. AAlexanderCia.).
Angelo Mario de Moraes Cerne (Advogado e Consultor Jurídico das Organizações Lowndes).

CONSELHO FISCAL SUPLENTE
Francisco Luiz Vizeu (Chefe de F. L. Vizeu & Cia.).
Roberto J. Taves (Diretor da “Linha Aérea Transcontinental Brasileira “).
Augusto Coelho Messeder (da Royal Insce. Co. Ltd. Rio de Janeiro).

CONSELHO CONSULTIVO
José Garcia Pacheco de Aragão (Superintendente geral da Cia. Luz e Força do Rio de Janeiro Ltda.).
Manoel Ferreira Guimarães (Diretor da Cia. Têxtil Ferreira Guimarães).
Ernesto Simões Filho (Industrial e Jornalista).
Eugenio Fiorencio (Chete de Eugênio Fiorencio & Cia.).
Manoel Velloso Borges (Diretor-Tesoureiro da Cia. Deodoro Industrial).
Paul Joseph Christoph (Pres:- dente de Paul J. Christoph & Co.).
Donald de Azambuja Lowndes (Sócio de Lowndes & Sons, Ltda.).


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D. João VI e o Brasil

A vida autônoma do Brasil teve por berço a regência de D. João VI, inegavelmente um dos vultos mais clarividentes e dinâmicos que o Poder Público conheceu. Foi em 1807 que Portugal, invadido pelos franceses sob o comando de Junot, obrigou D. João VI a embarcar para o Brasil e, a 29 de Novembro, deixava o Tejo com grande comitiva, riquezas e, especialmente, uma notável livraria que viria a constituir mais tarde o fundo da nossa Biblioteca Nacional. Chegou à Bahia a 22 de Janeiro de 1808, onde veio encontrar José da Silva Lisboa, mais tarde Visconde de Cairú, homem ilustrado, profundo economista, jurista emérito, excelente político e o maior publicista da época. A esse homem, portanto, muito deve o Brasil os seus destinos. 

Pouco depois, D. João VI abria os portos do Brasil ao comércio universal, fato que desde logo modificou a estrutura da vida brasileira pela larga repercussão que teve interna e externamente. A 6 de Março estabeleceu a sede da monarquia portuguesa no Brasil, criando instituições novas, um ministério, levantando a proibição que pesava sobre as organizações de indústrias e muitas outras medidas de caráter comercial e industrial. Em 1809 D. João VI entrou em luta com os franceses que haviam ocupado a Guiana, enviando a essas plagas uma expedição que expulsou rapidamente os invasores. A 16 de Dezembro de 1815 elevou o Brasil à categoria de Reino Unido. 

Portugal e Algarve, afirmação sugestiva para o nosso futuro. No mesmo ano, restituiu a Guiana aos franceses, tendo, entretanto, tirado bons proveitos quando dominou esse território, trazendo para o nosso país muitos produtos que aqui se aclimataram facilmente. Em 1817 surgiu a primeira revolução no Brasil, em Pernambuco, como prenúncio de emancipação. 

Os acontecimentos tiveram fim em 6 de Fevereiro de 1818 com a coroação do novo Rei, cujo primeiro ato foi conceder plena anistia a todos aqueles que estiveram implicados no movimento. Nessa época, um empreendimento militar veio ilustrar as armas portuguesas no Brasil: dois exércitos nossos penetraram na Banda Oriental sitiando Montevidéo que, após ter capitulado, sujeitou-se à incorporação daquele território ao Brasil, sob o nome de Província Cisplatina. 

Em 1821, tendo D. João VI regressado a Portugal onde o povo exigia a sua volta, assinou a 7 de Março o decreto pelo qual deixava o seu filho D. Pedro encarregado da regência do reino do Brasil e estabelecendo desde logo uma constituição que no momento lhe pareceu mais adaptável ao nosso ambiente: a constituição espanhola. 

No reinado de D. João VI surgiram por toda a parte fábricas e oficinas, o comércio e indústria se desenvolveram extraordinariamente, dotou o Brasil de muitos órgãos administrativos, Justiça, Instrução e riquezas. O Rio foi provido de escolas como a Academia Militar, Escola de Medicina, Academia de Belas Artes, Biblioteca Real, Jardim Botânico, Impressão Régia, Museu Nacional de História Natural, Banco do Brasil, Juntas de Comércio e de Minas, abertura de estradas pelo sertão e Tribunais superiores. Todos estes serviços foram de tal forma organizados que, ao ser proclamada a independência, os seus sucessores não tiveram muitas instituições a criar.


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Custo Diário da Guerra

De acordo com o semanário norte-americano “Times”, verifica-se que o CUSTO DIÁRIO para os Aliados na atual guerra mundial é estimado em 410 milhões de dólares ou aproximadamente oito bilhões e duzentos milhões de cruzeiros, ou seja, oito milhões e duzentos mil contos de réis. 


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Francisca Augusta Penalva Santos

Com profundo pesar registramos o falecimento desta veneranda senhora, ocorrido em 1º de julho passado.

O seu desaparecimento foi muito sentido por todos aqueles que tiveram oportunidade de conhecê-la, devido ao seu elevado espírito filantrópico e seu coração bondoso. Era viúva do Sr. Antônio Fernandes dos Santos, antigo negociante e industrial desta cidade, e mãe do nosso estimado colaborador Dr. José Penalva Santos.

Nas altas esferas sociais, onde suas relações eram extensas, a notícia de seu falecimento trouxe sincero pesar pela irreparável perda. 


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A “BBC” e o Mundo

Vista parcial de Londres

A “BBC” ou por outra, a British Broadcasting Corporation, efetuou a sua primeira transmissão em 14 de Novembro de 1922. Inicialmente foi fundada como resultado da unificação de todas as firmas britânicas construtoras de aparelhos rádio-receptores, sob a denominação de British Broadcasting Company, até que em 1925 o governo outorgou-lhe uma Carta Real criando por 10 anos a denominação que tem até hoje. 

Em 1937, essa Carta Real foi renovada e em 1938 realizou suas primeiras transmissões em idiomas estrangeiros. Os serviços da “BBC” estendem-se às regiões mais longínquas e diferentes, com encarregados especializados transmitindo notícias nos idiomas mais falados no universo. Para o Próximo Oriente, por ocasião do golpe de Estado no Iraque, a libertação da Síria e a intervenção anglo-russa na Pérsia, a “BBC” transmitia suas notícias para aquelas regiões, além do árabe, o árabe-marroquino, o persa e o turco, sendo um exemplo digno de nota, a transmissão especial feita ao Rei Faisal II, no dia do seu 7º aniversário. 

O serviço de informações da “BBC” é feito, rigorosamente de acordo com as notícias telegráficas mais importantes, recolhidas em qualquer idioma pelo “Monitoring”, serviço de escuta da BBC, e também pelos seus próprios correspondentes. Além do serviço noticioso, há um numeroso e seleto grupo de comentadores, composto de pensadores notáveis, como Salvador de Madariaga, Wickham Steed, Aimberê, Bento Fabião, Capitão Cyril Falls, Major Oliver Stewart, A. C. Callado, Lya Cavalcanti, Joaquim Ferreira e Marcelino de Carvalho. Todos estes comentaristas trabalham no mesmo sentido e finalidade de interpretar com veracidade e precisão a vida britânica. Há ainda especialistas que analisam a propaganda inimiga, através do “Posto de Escuta”, frisando suas falhas, fraquezas e contradições. 

Além destes serviços, a “BBC” oferece o serviço de palestras, de música, de dramatizações, publicidade e estatística, trazendo assim o mundo absolutamente ao par do que há de verdadeiro no momento em que a sua onda está no ar. 

Edifício onde funciona a “BBC” em Londres, a maior estação de rádio transmissora do mundo.


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Concursos de Agentes da Cruzeiro do Sul – Resultado de 1943

No nosso último número indicamos como 3º colocado no concurso da carteira incêndio-transportes e acidentes a agência de Porto Alegre a cargo de Carlos Ebner.

Contudo, foi constatado posteriormente que essa colocação coube à firma F. Reis Cia., de João Pessoa, cabendo à firma acima a 4ª colocação, engano que com as nossas desculpas, nos apressamos em retificar, felicitando os referidos Senhores pela honrosa colocação obtida. 


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Avenida Presidente Vargas e o Metropolitano

A Av. Presidente Vargas em obras

Em 30 de Outubro de 1940, o Governo decretou a execução de planos de urbanização da cidade do Rio de Janeiro e logo após, em 28 de Dezembro do mesmo ano, o Prefeito do Distrito Federal regulamentou e aprovou o plano de urbanização para a abertura da Av. Presidente Vargas, e o loteamento das respectivas quadras. 

Para cada um dos lotes resultantes do plano de urbanização em apreço, emitiria, então, uma “Obrigação Urbanística da Cidade do Rio de Janeiro”. Com estas providências, iniciou-se então a execução dos serviços da mais imponente via de acesso de que será adotada a cidade do Rio de Janeiro, serviços que importaram na desapropriação de 1.219 prédios, e que estão sendo executados dentro do programa traçado. Uma obra que se considera de difícil execução, tal a magnitude da mesma, apresenta hoje a sua primeira e importante fase quase terminada, com o rasgo da Avenida propriamente dita, da rua Visconde de Itaboraí à Praça 11 de Junho, praticamente desimpedida. 

Os trabalhos de construção das redes subterrâneas e a pavimentação da nova artéria se processam com regularidade de modo que, poderemos esperar até o fim do presente ano ver esta Avenida aberta ao tráfego. A Avenida Presidente Vargas está projetada com 70 metros de largura e o gabarito (altura) máximo dos prédios, previsto originalmente para 17 pavimentos, foi posteriormente aumentado pelo Sr. Prefeito para 22. 

Entretanto, junto à Igreja da Candelária, onde a Avenida, encontrando-a, circunda-a com 30 metros de cada lado, formando a Praça da Candelária, o gabarito máximo dos prédios foi originalmente previsto para 12 pavimentos, de modo a não prejudicar a perspectiva e imponência deste belo templo citadino. Um dos característicos interessantes das construções Avenida é o projetadas nesta das galerias cobertas, localizadas nos pisos das lojas e sob as quais serão construídos os passeios que permitirão os transeuntes se locomoverem permanentemente abrigados do sol e intempéries. Estas galerias, terão um pé direito de 7 metros e 15 cm e 7 metros de largura.

Os amplos passeios da Avenida serão em estilo Marajoara e em pedras pretas e brancas. É fora de dúvida que esta Avenida exercerá uma influência decisiva nos destinos da nossa urbe e por ela terão de passar certamente mais de 663.638.875 de pessoas (recenseamento de 1940), passageiros das Zonas Norte e Central da Cidade.

Vista parcial da Av. Presidente Vargas, vendo-se a Praça da República e a futura avenida diagonal

O pequeno trecho entre a Avenida Rio Branco e a Rua 1º de Março, certamente terá a localização de importantes estabelecimentos bancários da praça e escritórios de grandes empresas e companhias de seguros. Será na nossa “city” o “wall street” do Brasil. Um exame retrospectivo do mercado imobiliário da cidade mostrará que os valores imobiliários localizados neste trecho não podem deixar de ser estáveis e de emprego seguro de capital. Essa é a opinião de que este trecho será rapidamente reconstruído, o que se torna, aliás, necessário e sem maiores empecilhos se é que não queiramos mostrar a quem nos visita o desagradável aspecto de uma belíssima avenida em contraste com dezenas de terrenos baldios, e isto no ponto obrigatório de passagem que é a Av. Rio Branco. 

Nesta magnífica artéria, escoamento obrigatório para as zonas mais populosas da cidade e Estados vizinhos, as Organizações Lowndes se instalarão no imponente edifício que se pretende construir com a possível brevidade à esquina da Rua da Quitanda, do lado da sombra da Av. Presidente Vargas e com frente direita para a Igreja da Candelária,

Pelos trabalhos feitos e referentes ao Metropolitano do Rio de Janeiro e principalmente pelo estudo feito pelo engenheiro civil, Francisco Kruel Ebling, da rede subterrânea de trens elétricos (Metropolitano), como base da coordenação geral dos transportes coletivos no Distrito Federal, verifica-se que a Cidade do Rio de Janeiro, possui sua feição característica e que a sua Zona Comercial não fica quer próxima a linha imaginária, que liga as Zonas Norte e Sul, as quais constituem as maiores concentrações de população da Cidade, e que tal localização do centro comercial e a consequente orientação geral de todos os meios de transporte coletivo contribuíram de modo decisivo, para a formação de uma área excessivamente congestionada 

na Zona Central. A Av. Rio Branco, corresponderá à linha de congestionamento da zona comercial da Cidade. Atendendo-se a que a população da Zona Norte é cerca de 5 vezes maior do que a população da Zona Sul, e que o número de passageiros transportados, nas zonas Norte e Central é, igualmente, 5 vezes maior do que o da Zona Sul (663.638.875 e 134.184.608 respectivamente e de acordo com os dados mais recentes fornecidos pelo recenseamento de 1940), pensa-se que somente a construção de uma rède subterrânea de trens elétricos, devidamente articulada com os demais meios de transporte urbano dentro do monumental plano urbanístico da atual administração Municipal (sic), poderá resolver definitivamente o problema do transporte rápido e barato.

A Circular Dupla subterrânea, em prolongamento das atuais linhas eletrificadas da Central do Brasil, de acordo com as sugestões feitas, deverá atingir obrigatoriamente a Praça da República, Praça 15 de Novembro e o Largo da Lapa e poderá ter 8 estações, das quais três estão localizadas à Av. Presidente Vargas e uma delas provavelmente na Praça da Candelária. O custo total da rede circular dupla, projetada numa extensão de 6 quilômetros, poderá ser estimada em duzentos milhões de cruzeiros e absorverá do tráfego da superfície e somente da zona servida pela Central do Brasil o volume de mais de 250.000 passageiros por dia, evitando-se baldeação onerosa e principalmente incómoda.


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Viagem Curitiba-jangadas (Município De Palmas) no Estado do Paraná

(Descrição do nosso inspetor geral Sr. Carlos Rabelo, quando em inspeção à Fábrica de Compensados e Laminados, da firma Indústrias Pedro N. Pizzatto Limitada)

Larguei de Curitiba dia 18 de julho, às 5h30. O tempo, cerrado e chuvoso desde há alguns dias, melhorou consideravelmente, e a viagem decorreu normalmente até Palmeiras, situada a 101 km desta capital. Começou então uma chuva copiosa. 

Não sem dificuldade. Às 14 horas chegamos a Triunfo, já distante de Curitiba 185 kms. Por esse tempo nos encontrávamos completamente encharcados, pois era frequentemente necessário fazer a pé as grandes subidas. De Triunfo a Marechal Mallet medeiam 72 kms. Neste percurso se alinham a primeira, a segunda e a terceira colônias de polacos que se dedicam à lavoura. Às 20 horas, após conseguir percorrer 36 kms., não mais podíamos avançar nem recuar, e fomos procurar pousada a uma casa de colonos, distante cerca de 500 metros. 

Completamente encharcados, tiritando de frio e com muita fome, visto não termos comido nada até então, pedimos ao colono que arranjasse alguma coisa para satisfazermos o estômago. Como não havia outra opção, ele nos apresentou um chá de laranja e broa de centeio com banha sem sal. E foi assim que nos entregamos ao descanso. 

Fábrica de Compensados de Indústrias Pedro N. Pizzatto Ltda.

Devido à escuridão e à chuva intensa, era impossível tirar das malas a muda de roupa. No dia seguinte, às 6 horas, iniciamos a tarefa de arrancar o carro do atoleiro. Com o auxílio de 4 bois alugados, 10 polacos, correntes, pedras e tábuas, conseguimos que ele subisse a Serra do Tigre e vencesse os 36 kms. que nos separavam de Marechal Mallet. 

Aí chegamos às 18 horas, alimentando-nos, durante o dia, de broa de centeio, banha e pinhão cozido. No dia 20, às 6 horas, depois de alguns pequenos reparos indispensáveis ao carro, prosseguimos viagem. Às 8 horas atingimos Paulo de Frontin, a 300 kms. de Curitiba. Esta cidade tem luz elétrica, uma grande fábrica de cafeína e duas serrarias.
A 18 kms. de Paulo de Frontin se acha Paula Freitas. Às 12h30 chegamos, finalmente, às margens do Iguaçu, onde se acha União das Vitórias, pertencentes ao Paraná, e Porto União, de Santa Catarina.
Atravessamos o rio em balsa e nos hospedamos no Hotel Casa Verde, em União das Vitórias. 

Os lindos pinheirais, em Jangada, no Paraná

Esta é uma das mais importantes cidades do Paraná. Possui sólidas construções, ótimas casas residenciais, ruas calçadas, água encanada, luz elétrica, prédios de três pavimentos, grandes serrarias, fábricas de compensados, cinemas, etc. Aí estão situados os grandes depósitos das Indústrias Pedro N. Pizzatto Limitada. Às 14 horas prosseguimos viagem pela estrada de Palmeiras, e às 18 horas estávamos em S. Pedro, onde se encontram localizadas as fábricas de laminados e compensados da empresa que representa duas de nossas Companhias no Estado do Paraná. 

A propriedade da firma, onde está situada a fábrica, possui uma área de 2.800 alqueires. Está numa altitude de 1.300 metros. Possui um maravilhoso clima e várias fontes de água mineral. A última avaliação desta propriedade, em 1942, foi de Cr$ 4.000.000,00. Os pinheirais existentes são exuberantes. A firma os explora há 15 anos e ainda existe uma área de 1.000 alqueires de pinheirais intactos. Também a imbuia é muito abundante e aproveitada. Além desta riqueza em madeira, a propriedade tem minas de manganês, jazidas de minério de ferro e carvão de pedra, tudo inexplorado. 

A fábrica de laminados é quase toda de construção de madeira, coberta com material incombustível, parte de zinco e parte de telhas de barro. No Paraná – costume interessante – as serrarias se deslocam segundo os pinheirais que melhor se prestem ao corte.
Às 5 horas da manhã do dia 23, domingo, iniciamos a viagem de regresso, que decorreu sem incidentes. Até Marechal Mallet não alteramos o itinerário. Daí tomamos por outra estrada, mais segura apesar de mais longa. 

Neste novo trecho, merece especial menção a cidade de Irati, a quarta cidade do Estado pelo progresso. Ruas bem calçadas, tem agências do Banco do Brasil, como União das Vitórias, e de vários outros bancos.

O município se acha entre os que mais intensamente se dedicam à lavoura, e cultiva com predileção as solanáceas. 

DIAMANTINA – Pequena cidade com 25.000 habitantes, porém com extraordinária riqueza de carvão de pedra atualmente explorado pelo Governo Federal.
FERNANDES PINHEIRO – Aqui se encontram as grandes serrarias da firma Leão.
E chegamos a Curitiba às 23 horas do mesmo dia. 


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Use a Sua inteligência e Sua Paciência

(Enviem suas soluções para o “Noticiário Lowndes”, à Rua México 90)

1º PROBLEMA

Dois correios partem por uma estrada no mesmo sentido; porém, de pontos diferentes, isto é, o correio “A” está aquém do correio “B” – 5 kms.

Pergunta-se quantas horas terão andado os correios “A” e “B” até o momento do encontro, sabendo-se que: 1. o correio “B” saiu 2 horas antes do correio “A”; 2. o correio “A” anda nas primeiras 2 horas a razão de 4 kms por hora, 3 1/2 kms por hora nas 2 horas seguintes, 3 kms por hora nas outras 2 horas e, assim por diante, 1/2 km a menos em cada 2 horas de caminhada. 3. o correio “B” anda nas primeiras 2 horas a razão de 3 kms por hora, 2 kms por hora nas 2 horas seguintes e, depois, a razão de 1 km por hora. 

2º PROBLEMA

O nosso amigo Ferraz, saiu para fazer cobranças e pagamentos. Levava no bolso uma certa importância. Na primeira cobrança ele recebeu importância igual à que tinha no bolso. Depois fez um pagamento de Cr$8,00 (oito cruzeiros). Em seguida fez nova cobrança, cujo montante foi igual a metade do saldo que tinha no bolso. Novo pagamento de Cr$8,00 (oito cruzeiros) e voltou ao escritório para fazer contas com o Álvaro e notou que tinha no bolso a mesma importância com que havia saído. Qual foi esta importância?


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“If” – O Poema da Sabedoria Humana

(De Rudyard Kipling, na interpretação de Guilherme de Almeida)

Se, encontrando a Desgraça e o Triumpho conseguires,
Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo em redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretensioso ;

Se és capaz de pensar sem que a isso só te atires;
De sonhar sem fazer dos sonhos teus senhores;
Se, encontrando a Desgraça e o Triumpho, conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impossíveis;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
E refaze-las com o bem pouco que te reste;

Se és capaz de arriscar numa única parada
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for, sem que neles ainda existe,
e a persistir assim quando exaustos, contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena. Persiste !

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes;
E, entre Reis, não perderes a naturalidade,
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes;
Se a todos podes ser de alguma utilidade;
E se és capaz de dar, segundo por segundo,
Ao minuto fatal, todo valor e brilho,
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
E — o que é mais — tu serás um Homem, ó meu filho !


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Lowndes & Sons, Ltda. e o Seu Aniversário

ROBERTO VAYSSIÈRE

Para nós, o dia 1º de Setembro tem sido sempre um dia de festa e congratulações.
Eis porque, este ano, também não o poderei esquecer, vindo, antecipadamente, por intermédio do “Noticiário Lowndes” cumprimentar a firma Lowndes & Sons, Ltda. pela passagem de seu oitavo aniversário.

Todos aqueles que, como eu, têm acompanhado o progresso sempre crescente desta firma, não podem deixar de render uma homenagem sincera aos seus dirigentes.

Do gênio calmo e conservador do Sr. Vivian Lowndes, em contraste com o gênio dinâmico e empreendedor do Sr. Donald de Azambuja Lowndes, nasceu o equilíbrio básico desta organização, permitindo que ela venha se mantendo cada vez mais firme, mais sólida, mais forte! 

Na estrada do progresso tem sido combatente de primeira linha, representando hoje, Lowndes & Sons, Ltda., não apenas uma firma comercial, mas também um símbolo de garantia para todos aqueles que lhes confiam seus bens, sob qualquer forma.

Muitos de seus clientes são hoje sócios das diversas organizações incorporadas pela firma, outros aplicam seus capitais em edifícios que ela incorpora, provando assim que em Lowndes & Sons, Ltda. o esforço é recompensado, o trabalho reconhecido.
Nos círculos financeiros, as organizações incorporadas por Lowndes & Sons, Ltda. ocupam hoje um lugar digno e valoroso, pois a cifra de capital realizado monta em perto de cem milhões de cruzeiros, além das importâncias que lhe foram confiadas em depósitos e os capitais segurados pelas Cias. de Seguros incorporadas.

Portanto, o próximo dia 1 de Setembro não será apenas mais um aniversário da firma, mas sim um dia de regozijo para todos aqueles que dela fazem parte, direta ou indiretamente e, principalmente, para aqueles que com carinho, orgulho e confiança vêm colaborando no seu desenvolvimento.
A Lowndes & Sons, Ltda. os meus mais sinceros votos de prosperidade. A Lowndes & Sons, Ltda. os meus mais sinceros votos de prosperidade.


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Lá Vai

A CENA DOS CARDEAIS

(Paródia da poesia de Raul de Leoni “E o poeta falou… “ do livro “Luz Mediterrânea”).

(Ambiente: Sala das reuniões; 10 horas de uma quarta-feira. Aos poucos chegavam os chefes da Organização, que se iam acomodando ao redor da imponente mesa. A reunião ainda não começara e parte do grupo dialogava:

Dizia o Souza:

– Afinal, tudo que há de mais nobre e mais puro Neste mundo de sombras e aparências Fui eu quem revelou ou concebeu…

Acrescentou o Cerne:

– Fui a primeira luz deste planeta obscuro!
– Fui a suprema voz de todas as consciências!
– Fui o mais alto intérprete de Deus!

Levanta-se o Walter:

– Dei alma à Natureza indiferente
– Inteligência às coisas, sentimentos
– As forças cegas e automáticas do Cosmos !…

Interrompe o Carneiro:

– Acompanhei e dirigir os povos
– Na sua eterna migração para o Poente;
– Levantei os primeiros monumentos
– E os primeiros impérios milenários;

Contudo, disse o Allen:

– Teci as grandes lendas tutelares,
– Despertei na memória das criaturas
– A sua antiga tradição divina,
– Creando as religiões, as fábulas, mythos
– Para iludir a dor universal;

Comigo é diferente, disse o Álvaro:

– Abri os horizontes infinitos;
– Bebi o néctar das primeiras taças;
– Plasmei os altos símbolos humanos.
– Subtilizei o instinto e imaginei o amor;

Isto não é nada, porque, disse o Roberto:

– Fui a força ideal das civilizações!
– O gênio transfigurador da História!
– O espírito anônimo dos séculos !

Vocês nem o percebem, disse o Santos Lima:

– Também nós, seres raros, de divinas
– Intenções e humanissima virtudes,
– Levando os nossos sonhos para a frente,
– Vamos fazendo quotidianamente,
– Pelo mundo das almas pequeninas,
– Nossas “Viagens de Guliver” na vida. (“Satira ” Raul de Leoni).

E suspirando, arrematou o Bastos:

– E, harmonioso, profético, profundo,
– Passei humanizando as cousas pelo mundo,
– Para divinizar os homens sobre a terra!

(neste momento entra o Sr. Donald; todos silenciam e se levantam. A reunião se iniciava.)


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Lowndes Atlético Clube

Conforme tivemos oportunidade de publicar na revista anterior, o Lowndes Atlético Club traçou novas diretrizes para o seu engrandecimento, tendo realizado diversas partidas esportivas de Futebol e Vôlei, saindo, graças ao esforço sempre crescente dos elementos que compõem os seus quadros de esporte, vitoriosos nestes embates. 

O esquadrão de futebol do nosso L.A.C., sempre honrando o seu emblema, disputou diversas partidas amistosas com clubes de relevo do nosso meio comercial, como seja: Minas Brasil F. C., Equitativa Esporte Club, Cartório Hugo Ramos, saindo vencedor por contagem bem aquilatar do valor dos nossos elementos.

L.A.C. X Minas Brasil — L.A.C. 4 XO

L.A.C. X Hugo Ramos — L.A.C. 11 X 1

L.A.C. X Equitativa — 3 X 3

Como se verifica, o nosso querido L.A.C. está se tornando no esporte uma entidade que honra o nosso Brasil, pois necessitamos de mocidade forte e dinâmica para o seu engrandecimento, e o L.A.C., representando o espírito esportivo dos seus dirigentes, está contribuindo para este engrandecimento. 

Temos a honra de trazer ao conhecimento dos nossos dignos associados, que foi criada a ASSOCIAÇÃO SECURITAS DE ESPORTES, entidade esportiva que representará todos os Clubes do meio Segurador, e fará campeonatos Intersindicais e Seguradores, pois, esta entidade que acaba de ser fundada, é patrocinada pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. 

 Para maior honra do L.A.C., foi escolhido, por unanimidade de votos, para Presidente da nova entidade, o Sr. Antônio de Oliveira Schuback, nosso esforçado Laquiano e funcionário.


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Cortes e Fricotes

…e sonhei. Caminhava a horas mortas, por terras além, quando divisei, abrigadas sob a espessa e fresca ramagem da floresta, um recanto de imponentes ruínas tristes mas pitorescas.
Aproximei-me. Tudo era mudo, mas tudo falava; a um lado era a sensação de gozo, de glória, de ambições… a outro, desilusões e tristezas, lembrando almas amorosamente acalentadas ou amargamente torturadas que ali faziam seu ninho de exílio. 

Sombras pareciam esvoaçar; o gargalhar de pássaros cortava por vezes o silêncio, e gemidos familiares ecoavam nesta ou naquela parede caprichosamente ornamentada de musgo e exóticas parasitas. Foi quando surgiu uma visão sob o maciço dessas ruínas que tanto evocavam espíritos humanos. E ouvi: “Segue teu caminho; não procures penetrar neste recanto de magias, nem decifrar este insolúvel mistério… este eterno enigma da humanidade…

” Mas… quem és? perguntei. 

CORAÇÃO DE MULHER!…


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Piadas Do Z.K.

Conselhos úteis…

– Quer ver o seu filho robusto?
– Compre um vidro de aumento.

– Vai ao Canto do Rio?
– Dê preferência à Cantareira.

O incurável…

Pois é, sinto-me muito infeliz, este é o décimo médico que me abandona.
– Mas então é grave; o que é que sentes?
– E… é… que até hoje não paguei a nenhum.

Resolução…

– Parabéns, então vais para a guerra?
– Sim, um “dever” assim obriga…
– Como o resolveste ?
– O “dever” 5.000 cruzeiros..

Dos arquivos da família do “contra”…

Tomo 1º – Capítulo 2º
(Das formas de se dissolver uma organização)

1) Não compareça às reuniões, mas, se o fizer, chegue sempre atrasado.
2) Se o tempo não estiver lá muito bom, nem pense na reunião.
3) Se não assistir às reuniões, critique os trabalhos dos que compareceram.
4) Quando solicitado para auxiliar. dizer que está pronto para isso, mas que cabe à Diretoria fazer os trabalhos.
5) Nunca aceite posto de responsabilidade; é mais fácil criticar do que trabalhar.
6) No entretanto, fique “queimado” se não lhe pedirem para fazer parte de alguma comissão.
7) Aceite sempre a opinião do seu chefe, depois discuta com todo o mundo, como é que o negócio deveria ser feito.
8) Só faça o absolutamente indispensável; quando os outros meterem “mãos à obra”, então grite e esperneie que a organização está sendo dirigida por uma “panelinha”.

Ideais…

Viver numa ilha deserta com um mulher, um cão e um caniço de pesca e, cada ano, um navio que viesse trocar…a mulher!

Mal negócio…

Comprar chapéu é mal negócio por- que: ou “leva na cabeça ” – ou “vai no embrulho — ou fica na mão”.

Maníacos do “poker”

Um indivíduo chega apressado ao “guichet” da Central para adquirir passagens, ainda emocionado de um “poker” que jogará.

– Dé-me duas, disse ele, entregando uma nota de 100.
– Aqui tem, disse o Agente, suas duas e 50 (troco).
– É?… pois os seus 50 e mais 50, retruca o indivíduo jogando a nota.

O Agente fica pasmo e corre para o chefe:

– Aí está um sujeito que me veio de 100 pedindo duas; dei-lhe as duas e 50 e ele me disse, os seus e mais 50.
– Não diga… então fuja logo… na certa ele está de “trinca”!…

Presente gentil…

– Minha mulher, depois de muito pensar no que devia oferecer-te no dia do teu aniversário, lembrei-me que sempre dizem gostar muito do cheiro do fumo…
– E então?
– Decidi comprar uma caixa de charutos para fumá-los à tua saúde !…

ARTE MODERNA

Papae, esta “EVA” é o meu orgulho; dizem os críticos, que é um hino à minha imaginação!…

Condições sociais e o contencioso

Namoro: opção
Pedido de casamento: sinal ou arras
Noivado promessa de compra
Casamento: escritura definitiva.
Casamento por conveniência: hipoteca
Casamento de octogenário: enfiteuse
Casamento por procuração: venda com reserva de domínio
Casamento dos mórmons: condomínio
Anulação casamento: retrovenda
Filhos: benfeitorias
Viúva c/filhos que contrai 2.a núpcias: cessão de direitos
Desquite: rescisão
Viúva rica: carta de arrematação
Escritura antenupcial: penhor
Namoro com o noivo ausente: locação.


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Micro-literatura (Colaboração de GRE)

A palavra literatura vem do vocábulo latino littera, é o estudo das obras deixadas pelos homens de grande talento e compreende a arte de bem escrever ou de se expressar com correção em uma língua.

Os antigos a denominavam propriamente letras, os neo-latinos davam-lhe o nome de boas-letras ou de ciência alegre (gaia ciência) dos trovadores portugueses e espanhóis; (gaie-science) dos “troubadours” poetas ambulantes de França pelos séculos da era cristã. séculos da era cristã.

A literatura pode ser considerada sob um duplo ponto de vista e classificada tanto como arte, ora como ciência. Considerada como ciência é o conhecimento das obras literárias, dos autores, saber classificá-los conforme o gênero em que se distinguiram, indagar, pelos documentos escritos ou pelo Folclore (tradição popular revelada pelos cantos, cantigas, modinhas, versos, anedotas, etc.), as influências que se verificaram em cada um deles ou a influência que exerceram sobre o seu século, etc….

Como arte é, na maioria dos casos, um dom de inteligência e de sensibilidade desenvolvidos pela educação; mas podemos classificá-la também como o conhecimento do idioma, da gramática, a correção do estilo, enfim, a maneira graciosa de se expressar em uma língua. 

A importância do estudo da literatura se verifica pela influência que exerce e sempre exerceu sobre os povos, mesmo os menos adiantados. Na antiguidade destacam-se os chineses, os avós da história, com seus documentos complicados pela multiplicidade dos caracteres que eles, custando a lhes penetrar o sentido, cercam do mais absoluto mistério, reservando a tradução a uma classe especial dos seus letrados; na Índia antiga apareceram os assombrosos poemas do “Ramayana” e do “Mahabharata”, que contam as façanhas dos heróis do país nos seus duzentos e cinquenta mil versos. 

O Egito com seus hieróglifos; a Chaldéia com seus sinais cuneiformes; os Hebreus com a sua “Sagrada Escritura”, livros admiráveis em que mal se pode distinguir a mão do homem, tanto é patente o sopro divino. Enfim, todos os povos procuram garantir a sua grandeza, a importância dos feitos dos seus filhos, o brilho da sua civilização, gravando-os em verso ou em prosa para o conhecimento dos pósteros. A literatura é ainda uma das mais brilhantes manifestações da mentalidade de um povo e da sua civilização; em geral, mede-se a grandeza de uma nação em proporção da riqueza ou da excelência das suas letras. 

Dentre os povos antigos, nenhum houve cujo grau de cultura artística ultrapassasse o dos gregos; também nenhum, como eles, cuja influência benéfica e civilizadora se perpetuasse através das cidades até os dias atuais. O Renascimento (nos séculos XVI à XVII) não foi mais do que a ressurreição do helenismo no meio das sociedades semi cultas do fim da Idade Média. A literatura é a arte mais social, é também a que nos proporciona prazeres mais íntimos e intensos. 

 Com efeito, em sociedade, uma boa conversação é o elemento essencial de toda reunião honesta; ora, só a cultura intelectual, só um conhecimento ao menos superficial das letras, da civilização em geral, nós pode colocar em situação capaz de sustentar palestras menos banais; além disso, qual não é o gozo íntimo que nos proporciona a leitura, a recitação de um trecho de uma poesia elevada e nobre, onde admiramos, a par da força e da inteligência humana, a delicadeza, a distinção dos sentimentos. 

E quando conhecemos o autor, que sabemos quais foram as circunstâncias que te inspiraram este ou aquele pensamento, que explicamos qual foi o meio em que se formou tal mentalidade, então mais ainda se apura o nosso prazer, pois é aumentado pelos nossos próprios juízos e conhecimentos.

(Continuação no próximo número).

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Lowndes

Administradora Condomonial no Rio de Janeiro

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