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Este documento é parte do nosso Acervo Histórico

Noticiário Lowndes – Nº 5

1 de dezembro de 1944
É fundamental destacar que as informações contidas em nosso arquivo histórico são uma expressão do contexto da época em que foram produzidas. Elas não necessariamente refletem as opiniões ou valores atuais da nossa empresa. À medida que progredimos e nos ajustamos às mudanças em nosso entorno, nossas visões e princípios também podem evoluir.
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Soldados que glorificam um povo, Um povo que glorifica uma nação, Uma nação que glorifica o mundo!

E eles deixaram a Pátria amada, em passo cadenciado, firme, marcial, com a galhardia de uma raça que sabe o que faz e o que quer.

Sem mesmo saber o rumo, deixaram tudo que amavam e marcharam de fronte erguida para oferecer suas vidas em defesa da liberdade dos povos! Valorosos e destemidos, respeitosos e crentes, inteligentes e prudentes, são bravos colaboradores à conquista da Vitória!

Como nós devemos nos orgulhar de gente desta fibra! E amanhã, quando a paz estender a sombra bem-vinda de seu manto sobre o mundo em ruínas, essa legião que se ergueu do solo brasileiro voltará aos seus lares repetindo a frase célebre do grande César, quando participou ao Senado a sua vitória sobre Farnasé, o rei do Ponto.

“VENI-VIDI-VICI!”


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Páginas de Saudade…

De Orlando Graça

De certo, o título em apreço, pelo seu nome sugestivo, entusiasma a leitura dessa pequenina crônica, e ainda mais aos que, curiosos pelo significado, ávidos por saber do que se trata, como se a sede os dominasse, para compreender o que representa “Páginas de saudade”. 

«Paginas de saudade, não é uma história de amor. O seu autor, imaginou-as, e quis escrever algumas linhas para o “Noticiário Lowndes». Pelo decorrer da leitura, que deve estar causando um certo nervosismo aos leitores, pelo seu desfecho, hão de sentir que essas três palavras não fazem recordar alguma paixão, sentimento, amor… Não. Não é essa a sua significação.

“Páginas de saudade”. todos nós a temos. sentimo-la, e com que encanto muitas vezes á repelimos aos amigos; nas conversações em festas íntimas, quando as mesmas se convergem para esse fim, em família e na sempre reunião da boemia.

O “Noticiário Lowndes” está na sua quinta publicação e, desde já, estamos sentindo no nosso íntimo saudades dos contos lidos, dos comentários, das felicitações, enfim tudo que nos prende às mais doces recordações; isso para nós representa Páginas de saudade. Sim. Porque, “Páginas de saudade” faz recordar sempre com as pessoas íntimas, os momentos felizes daquelas páginas que vão nos deixando saudades… 

Os namorados, nos seus idílios, em suas conversas amorosas também levam para as cartas tudo o que o coração sente. O amor eterno, a cristalina felicidade. E quando conseguem receber no santo altar as bênçãos de Deus, são felizes. Juram unir-se até a morte. Mais tarde, releem as cartas trocadas em juras de amor e sentem que as mesmas nada mais representam do que “Páginas de saudade”. E assim, também, quando o ideal não tem o seu término feliz, procuram nas cartas recordações, e elas, nada mais traduzem do que “Páginas de saudade”. 

Os livros de histórias, os romances, os contos… têm em suas páginas trechos que nos emocionam, que agradam, que nos prendem, e são sempre daquelas páginas que nos lembramos. E que prazer nos dá em relê-las, são por conseguinte Páginas de saudade..

O Noticiário Lowndes promete deixar em nossos corações essas três palavras:

PÁGINAS DE SAUDADE….


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Donald Lowndes

Foi uma auspiciosa data a de 22 de Novembro, aniversário de Donald Lowndes. O seu dinamismo empreendedor, a sua fidalga acolhida, os seus predicados de chefe de família, as suas qualidades de “businessman”, a sua dedicação a todos que colaboram nos estudos e expansão do vasto programa que abrange as empresas que compõem a “Organização LOWNDES”. Todas de alta e sólida envergadura, foram fatores que determinaram, naquela data, a visita aos seus escritórios de uma verdadeira legião de amigos, clientes, admiradores e funcionários, portadores do seu sincero abraço de felicitações.


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Cartas de Amor de grandes soldados

(tradução de AVLANEP)

De Alexandre o Grande, aos nossos dias, a história é pródiga em mencionar grandes soldados que aliaram suas glórias a paixões amorosas, sendo curioso, ao lermos suas cartas, observar o paradoxo da ternura, da crença e do medo, com os seus destemidos atos de bravura, intrepidez, violência e coragem, que tantas glórias perpetuaram seus nomes e de suas Pátrias.

Henrique IV a Gabrielle D’Estrées

“Meu lindo anjo; se me fosse permitido importunar-te todas as horas com a lembrança deste teu servo, o fim de cada carta seria o começo de outra. Não sei que encanto usaste comigo, pois outras ausências suportei com menos impaciência; parece-me que há um século nos separamos. Bastará o teu pedido e logo regressarei. O meu sangue e todos os meus nervos, a cada momento, fazem-me sentir a tristeza da ausência. Acredita, minha querida soberana, que o amor nunca me maltratou tanto como agora. Juro-te, meu belo amor, que em toda a minha viagem meus olhos só verão aquilo que se lhes torna indispensável.” 

Esse amor, tão eloquente, foi inúmeras vezes interrompido por infidelidade recíproca e, como se sabe, teve um fim brutal para Gabrielle d’Estrées, que morreu envenenada em circunstâncias impressionantes. Após esse fato, Henrique IV, escrevendo à sua irmã, assim se expressou: “O arrependimento e a tristeza me acompanharão até o túmulo; a raiz do meu amor está morta; não brotará mais”.

Maurice De Saxe a Adrienne Lecouvreur

De todos os grandes soldados, as cartas de Maurice de Saxe foram, literariamente, as mais perfeitas. Quando pretendia tomar o trono de Courlande, endereço de Mittal, a Adrienne Lecouvreur, esta carta em janeiro de 1727. 

“Acabo de receber sua carta datada de 9 de Dezembro, que me trouxe a certeza de ter bem iniciado este ano; leve a repercussão de um bálsamo sobre todos os meus sentidos, reafirmando a continuação da tua ternura, e, por conseguinte, da minha felicidade. Na verdade, se me amas, nada acontecerá que me possa afligir… Sim, o meu coração diz que seremos felizes, que te amarei toda a vida e que serás sempre a mesma. Que encanto essa imagem repercute em minha alma: amar-te toda a vida!” 

Haverá alguma coisa que possa expressar uma felicidade mais perfeita? Não, sem dúvida: não poderás conceber nem eu o poder dizer. Nós nos veremos e seremos muito felizes. “J’en reviens toujours là, et ne puis quitter ce point”, terminou Maurice de Saxe.

Bonaparte a Josephine

Nos primeiros meses de 1896, o jovem corso, conquistava, simultaneamente, as suas primeiras glórias nas armas e no amor. Casado há pouco com uma linda conterrânea, atravessava ele a Itália, vitorioso, louco de ambição e amor, quando escreveu a Josephine a sua primeira carta: “Não passei um dia sem te amar, não passei uma noite sem te enlaçar em meus braços, não tomei uma chávena de chá sem maldizer a glória e a ambição que me trazem afastado da alma da minha vida. Em meio das ocupações, na frente das tropas, percorrendo campos de batalha, minha adorada Josephine, está sozinha em meu coração, ocupando meu espírito e absorvendo meu pensamento. Se me afasto de ti como a torrente do Reno, é para te rever mais rapidamente. E, se durante a noite me levanto para trabalhar, é para abreviar os dias para rever a doce amiga. Minha alma está triste, meu coração está escravizado e minha imaginação me assusta… Adeus esposa, tortura, felicidade, esperança e alma da minha vida que eu amo, que eu receio, que me inspira sentimentos ternos e atitudes tempestuosas tão violentas como o trovão.” 

Depois de entrar vitorioso em Milão, a 20 de Maio, escreveu ele novamente: “Josephine, nenhuma carta recebi depois do dia 28; nenhuma novidade da minha boa amiga. Será ela esquecida ou ignorada que nada há de mais tortuoso do que não receber uma carta de “mio dolce amore”. Ofereceram-me aqui uma grande festa onde estavam presentes 500 a 600 encantadoras moças que tudo faziam para me alegrar mas… nenhuma te lembrava, nenhuma linha dessa fisionomia doce e cândida que está gravada em meu coração. Não vejo senão a ti e não penso senão em ti”.

Nelson a Lady Hamilton

O escândalo do amor entre Nelson e Lady Hamilton era tão notório como as glórias do herói de d’Aboukir. Mas a morte incumbiu-se de reajustar os fatos, dignificando Nelson e expulsando Lady Hamilton da sociedade. A sua última carta, escrita a bordo do Victory, horas antes da batalha de Trafalgar, a 19 de Outubro de 1805, foi a seguinte: 

“Minha adorada Emma, alma querida do meu coração. O sinal acaba de soar para que as frotas combinadas do inimigo saiam do porto. Temos pouco vento e assim não espero encontrá-las antes do amanhecer. Possa o deus das batalhas coroar minha tática de sucesso! Em todo caso, tomarei precauções para que meu nome seja sempre querido como a Horatia, as duas que amo como a própria vida.
E como minha última carta será para ti, espero em Deus terminá-la depois da batalha”.
Nelson não viveu para acabar sua carta. Encontrou a morte na batalha que o devia imortalizar.”

Cyrano de Bergerac

Não se sabe com exatidão a quem foram endereçadas as cartas de Cyrano; se a Viviane d’Austeile ou a Iryse, suposta filha de Richelieu. Apesar da ternura de suas expressões, suas frases denotam aspectos de um espírito bisonho, bem diferente da lenda que o popularizou. Suas lamúrias, timidez e exprobrações, trazem esse complexo de inferioridade, de vez que Cyrano de Bergerac era de temperamento impulsivo, levando-o a provocar duelos por um simples olhar, um gesto suspeito ou um sorriso mais malicioso. A sua última carta foi a seguinte: 

“Acho que não te vejo bastante porque te amo demais e pensas que me vês demais porque não me amas bastante. Venhas agora mesmo, se fores capaz de me convencer com mentiras a ilusão apreensiva que me domina de não mais te ver! Há já um dia que não estamos juntos. Um dia, bons deuses! Pensas acaso teres deixado no meu coração tua imagem, tão bem gravada que não seja necessário te ver? Na verdade, ela está aí bem viva, mas nem ouso deslocá-la para os meus olhos, receoso de não a poder conservar onde se achava. A lembrança que tenho de ti, em vez de te alegrar, deveria acarretar piedade em mim. Imagina um fogo atingido por neve, que se apaga à medida que freme; imagina a dor que faz estremecer a alegria, que teme tanto como a morte, a cura de suas feridas. Vê o estado em que fico ao te falar. E indago aos amigos de onde provém essa melancolia; eles me respondem que é o amor. Não posso crer que indivíduos da minha idade sofram dessa forma, mas eles me afirmam que o amor não tem idade. Oh Deus, se for verdade, o que será de mim? Não tenho experiência, odeio remédios, adoro a mão que me fere, e, enfim, sinto-me atacado de um mal para o qual não haverá médico que cure sem me tornar ridículo.

Teu apaixonado servidor.”


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Quadro das Secas

(Silvino Olavo)

Ruge o Nordeste em cáusticas agruras:
a terra escalda; a vida desanima;
a natureza morre… e então, se ultima
a tragédia final das criaturas!

Vêm-se na perspectiva das planuras,
árvores nuas, ao rigor do clima,
hirtas, lembrando, em ânsias para cima,
um bracejar imenso de torturas.

Na flora cuja luta se traduz
numa tendência inata para luz;
reduzem-se as espécies e as funções.

São consequências da tremenda guerra
em que, há muito, se empenham Sol e Terra
nos campos adquirentes dos Sertões.


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Santos Dumont

Nasceu a 20 de Julho de 1873, na fazenda de Cabangu, distrito de João Aires em Minas Gerais. Ascendeu no seu primeiro balão “Le Brésil” a 4 de Julho de 1898, partindo de Peronne, no Norte da França e descendo na Bélgica: procurando dar dirigibilidade aos balões, alterou a disposição do motor do seu triciclo, superpondo os cilindros e adaptando-o a um balão. Dessa experiência originou-se o primeiro dirigível de motor a explosão, o Santos Dumont n.° 1, com o qual fez a sua primeira subida em 8. de Setembro de 1898. 

Construiu após o Santos Dumont nº 2 e o nº 3, sucessivamente, de motores iguais ao primeiro, partindo o último em 13 de Novembro de 1899 do Campo de Vangirard, em direção ao campo de Marte, aterrando em Ivry. No Santos Dumont nº 5, introduziu um sistema mais aperfeiçoado, tendo com ele em 12 de Julho de 1901 saído de Saint-Cloud e voltando em 29 minutos e 15 segundos. 

Obteve então o prêmio Deutsch. Em 1904 fabricou um tipo de helicóptero; em 1906 passou a manejar aeroplanos com o “16 bis”; no dia 7 de setembro do mesmo ano utilizou no seu aeroplano um motor “Antoinette” de 50 HP em “V”, conseguindo elevar-se do solo, embora por curto tempo. No dia 18 do mesmo mês voou 18 metros e no dia 23 de outubro atingiu 60 metros, levantando a Taça Archdeacon. No dia 12 de novembro venceu o Prêmio Aeroclube da França voando 220 metros. No dia 13 de setembro de 1909, no “Demoiselle”, obteve o recorde de velocidade de 96 km/h, indo de Saint-Cyr a Buc em 5 minutos. 


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Notas Elucidativas

Locações Residenciais

(Pelo Dr. Leonel P. B. Martins, Chefe do Departamento Legal da Organização Lowndes)

Nas locações residenciais é defeso ao Locador aumentar o preço do aluguel que cobrava em 31 de Dezembro de 1941, sejam quais forem os locadores ou locatários, bem assim quer existam ou não contratos expressos. 

Não é permitido, em nenhuma hipótese, acréscimo de qualquer importância ao aluguel vigente, mesmo que a título de taxas, impostos, seguro, luvas ou outra qualquer despesa ou indenização não prevista em lei – nem tão pouco é permitido cobrar do locatário qualquer excesso de imposto que seja pago pelo Locador desde que o imóvel esteja locado. 

Sobrevindo a desocupação do imóvel, espontaneamente ou em consequência de despejo, é permitido ao Locador acrescentar ao preço da locação cobrada a 31 de Dezembro de 1941, o que tiver pago de excesso relativamente aos impostos e taxas, exibindo sempre ao novo locatário os necessários comprovantes. 

Tratando-se de primeira locação em imóveis terminados de construir ou de locação subsequentes a “reformas substanciais”, o aluguel será fixado pelas autoridades municipais competentes.
Caso o arbitramento sobrevenha na vigência do Decreto-Lei n. 6739 de 26 de Julho de 1944, não é permitido ao locador acrescentar ao aluguel da locação o que vier a pagar de excesso de impostos ou taxas. 

Na locação de imoveis mobiliados, deverá ser feita a discriminação do preço da locação do imovel e da dos moveis, não podendo o preço dessa exceder de 30% do valor da locação do imovel, ou em um ano de 25% do valor dos moveis. Para melhor esclarecimentos damos o exemplo seguinte:-

(a continuação foi perdida)

Mulheres em trajes masculinos, no serviço da apanha de ostras

Nesta fase as ostras já estão colhidas, lavadas e prontas para serem embaladas para o Mercado. A apanha é feita nestes pequenos cestos.

Ernesto Silva, é um antigo e dedicado colaborador das Cias de Seguros Sagres e Cruzeiro do Sul, detentor há dois anos consecutivos do 1.° lugar no Concurso de Produção das citadas Cias.-Espírito jovial, incansável trabalhador na árdua profissão de corretor de seguros e grandemente estimado nos meios industriais e comerciais de nossa praça, faz jus a um merecido aplauso através do nosso Noticiário, o que, certamente, será acompanhado pela legião dos seus amigos.


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Seringueiro

De Eugenia Souza Filho

A borracha representa para o homem da Amazônia inculta, o mesmo que a sêca para o nordestino: um fator intrínseco do seu destino.

Pouco lhe importa se o preço da “hevea” cresce ou diminui, isso só importa para o seringalista estabelecido ou proprietário das grandes estradas. Mas nada representa para ele, o seringueiro nativo, o “homem da mata”, que tem por pátria um pedaço da floresta e um trecho de rio, e como maiores bens a cabana de palha e a rede de madeira. 

Só deseja a goma preciosa para trocar alguns quilos, de quinzena em quinzena, pelo feijão, a “farinha d’água”, o pano de risca, o fumo e a cachaça. Peixe e caça, o rio e a floresta de tão grandes e bons não negam nunca.

E ele assim nasce, disso vive e por isso morre. 

Foi, pois, com grande espanto, que o José Florêncio viu chegar à sua cabana aquele homem tão grande, vermelho, de calças curtas e chapéu de bico. O compadre Ozório, dono dos seringais que o Florêncio “tomava conta”, veio explicando negócio com o Governo, contrato… e ali o “Seu Mister” (foi assim que aquela gente entendeu e consagrou o nome do estranho personagem) vinha tratar de tudo, com o pessoal dele.

Tudo começou no dia seguinte. Com uma avalanche de máquinas, uma azáfama de trabalho, como quem dispõe de pouco tempo e tem muito que fazer.

Os machados e as foices estalavam na matéria adulta. Os tratores arrastavam troncos colossais, e as águas do Jaguaribe coalhava-se de folhas e lascas de madeira.

À noite, grandes labaredas dançavam, qual fantasmas rutilantes sobre as árvores mortas, e muitas vezes distinguia-se, dentre os barulhos da queima, o uivo desesperado de um animal ferido.

José Florêncio olhava tudo aquilo, com a indiferença de um filósofo. Tinham-no engajado na turma dos guias, e ele passava dias a fio, a conduzir os homens de Seu Mister pelos intrincados caminhos da máta.

“Vira as picadas sombrias transformadas em estradas retas e largas; as cabanas tortas e úmidas cederam lugar a uniformes casinhas brancas, de madeira e telha; aprender, sem esforço, a tratar de borracha pelo novo método e submeter-se com uma passividade de irracional à longa série de injeções no Posto. Vestiu o macacão, mas não sentia nenhum atrativo por aquela gente barulhenta e aquela vida sem pausa. Fugia aos grupos e às conversas. E, era comum vê-lo isolar-se na sua nova casa, mal a sirene anunciava o fim do trabalho.” 

Naquele dia – domingo de Ramos – tudo era sossego. Os chefes tinham ido à cidade e o pessoal da seringa descerá todo, em grande animação, para um batizado, lá do outro lado do rio.

Zé Florêncio recusará a todos os convites. Acordara com a lembrança do outro tempo, tão perto e tão diferente… Faltava-lhe o conforto que lhe deram, o isolamento, a doce calma dos dias idos… 

Por isso esperou, pacientemente, que o último barco se afastasse.

E, quando o rastro espumoso das águas se desfez em ondas trêmulas, ele desceu, aos saltos, a nova rampa de madeira, e foi desamarrar o casco da pequenina embarcação de um só banco, – que, há muito, tinham abandonado sob a ponte.

Posta na água, a canoinha empinou, como um cabrito. O Jaguaribe estava bravo… Mas, indiferente à ameaça das águas, ele pôs-se a remar, vigorosamente. O rio sacudia o dorso e as ondas subiam alto, molhando-o todo. E ele remava, remava… 

José Florencio extraia Borracha como em Creança…

Sob os pés fortes do caboclo, o chão de folhas cedia, úmido, sussurrante. E ele caminhou assim, quebrando galhos, afastando ramos, pulando valas, ágil, vigoroso, feliz. Lagartos verdes, assustados, fugiram de baixo das folhas, e ele atirava-lhes pontapés, por brincadeira.

Num atalho, uma enorme jaqueira deixou cair um fruto maduro que veio se esborrachar no chão, bem junto a ele. 

José Florencio parou, encantado; e, pondo-se de cócoras, introduziu os dedos sabiamente entre os favos da jaca e saboreou, devagar, os gomos doces. Estava numa clareira. Sabiás e xexéus estridulam na mata, de onde vinham também rumores confusos.E esses cantos, e essa solidão, e esses bulícios, acordam saudades na alma do caboclo. 

Então, mansamente, aproximou-se de uma seringueira. Com a pequena machadinha, que trazia presa ao cinturão, fere de leve o tronco rude. Tirou do bolso uma tigelinha enferrujada e prendeu-a, pelo bico aguçado, à árvore, sob o talho. 

José Florencio extraia borracha como em criança, quando ajudava o pai e o velho avô… Sim, ele voltaria amanhã ao novo método… Era preciso… Mas, fugindo às máquinas, ao patrão e ao horário, ele sempre haveria de achar um meio de ir buscar, no âmago da Natureza, o abraço da liberdade e a compreensão do Silêncio…


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No Aristocrático bairro “Ipiranga” em Petrópolis

Foi encantadora a festa da cumeeira do “SOLAR IPIRANGA”.

Grande número de pessoas da nossa alta sociedade, muitas das quais já proprietárias dos lindos e confortáveis apartamentos, ali compareceram para participar do magnífico churrasco.

O dia maravilhoso, a deslumbrante paisagem do local e a grandiosidade do projeto já parcialmente em conclusão, trouxeram a todos que ali se encontravam horas de incontida alegria, na deliciosa inspiração de uma felicidade que já se esboçava para dias próximos, naquela encantadora vivenda.

Preparativos do churrasco

Visitando as obras

A ala de edifícios está quase terminada.


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O Rio Antigo

Mario C. Pacheco

Pelos anais do Museu Histórico Nacional, podemos dar a conhecer alguns dados interessantes sobre a história do nosso Rio, coisas passadas um século após a nossa descoberta.

Por exemplo, as despesas da nossa capitania em 1912, segundo os anais do Museu: 

Um Vigário ganhava73$900 por ano
Um padre de S. Bento90$000 por ano
O capitão mór100$000 por ano
O procurador dos índios25$000 por ano
O capitão do forte de S. João40$000 por ano
O capitão do forte de Santa Cruz80$000 por ano
Um soldado28$400 por ano
Um cabo de esquadra36$000 por ano
O porteiro da Alfândega3$200 por ano
O Ouvidor geral200$000 por ano

O aluguel das casas que serviam à Alfândega custava aos cofres da Capitania 22$000.
As primeiras ruas abertas na cidade datam do século XVI e foram às ruas da Misericórdia, Direita, São José e Assembleia. 

As ruas da Assembléia e S. José gastaram nada menos que um século para irem da rua da Misericórdia ao Largo da Carioca. As primeiras vendas de terreno entre particulares foram efetuadas em 1680, referindo-se a escritura a 15 braças de terreno vendidos por Lourenço Sobral Attongura a Manoel Luiz Correia. 

O Largo da Carioca era primitivamente uma lagoa.

O aterramento da lagoa foi lento e tardio. Primeiro foram aplicados vários processos de escoamento, por meio de valas. Em 1646 a Câmara contratou o pedreiro André Tavares para abrir um cano com três palmos de fundo e quatro de largo, construídos de pedra e cal. 

Tal como se destinava a escoar a vala que então existia na rua Sete de Setembro. Esta rua era então conhecida por rua do Carro. Segundo historiadores a lagoa ainda existia em 1747. Em 1612 a Câmara obteve por compra uma zona da rua da Assembléia, sendo o preço da compra à razão de 38000 a braça (2 mt, 2).

A rua do Ouvidor chamava-se em 1673 Travessa do Guedelha, depois rua do Barbalho e em 1690 rua da Cruz. As pastagens do gado para consumo da população estavam localizadas nos campos de Irajá. A falta de estradas tornava muito distante e longo o percurso a ser caminhado pelo gado destinado à matança. A Câmara resolveu transferir para os campos da cidade a pastagem do gado. 

Em sessão ordinária resolveu arrendar e aforar terrenos para recolhimento do gado preciso para sustentar o povo.

Cadeia de Aljube antigo presídio, onde esteve preso Tiradentes e que deixou de funcionar em 1885

A zona aforada estendia-se desde a rua do Riachuelo até o outeiro da glória. O aforamento foi fixado em 278000 por ano.

Mais tarde, os campos adjacentes foram transformados em chácaras residenciais dos homens ricos da cidade. 

As zonas de São Cristóvão, Engenho Velho e Engenho Pequeno foram privilégio dos Jesuítas pela sesmaria que obtiveram. Os conquistadores da cidade também desejavam desfrutar do mesmo privilégio e, por isso, lhes foram concedidas outras regiões como Tijuca, Catete e Botafogo. 

Daí a origem aristocrática destes últimos bairros.


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Edifício Lowndes

(Realizada a 15 do corrente a solenidade da pedra fundamental deste edifício)

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Foi um acontecimento de larga repercussão o lançamento da pedra fundamental do EDIFÍCIO LOWNDES, à Avenida Presidente Vargas. Às 16 horas do dia 15, notava-se intenso movimento no belo terreno da futura praça da Candelária, ao lado do majestoso templo. Grande número de pessoas dos nossos meios bancários, comerciais, industriais e seguradores, entre os quais os proprietários do futuro edifício, estavam presentes. Também viam-se muitas senhoras da nossa alta sociedade, que, com a sua presença, trouxeram grande brilho à festividade. 

Usando da palavra, o Sr. Donald Lowndes pôs em relevo a significação do empreendimento, não só em relação à reserva do capital que ali se estava realizando, como à confiança que aos proprietários havia merecido a iniciativa da Organização Lowndes, e também ao enriquecimento da metrópole com mais esta obra, que, sob todos os pontos de vista, era mais um fator do seu crescente progresso. 

Por fim, convidei o Sr. Vivian Lowndes, Presidente da Organização Lowndes, a encerrar na urna de jacarandá diversas notas e moedas em circulação, bem como jornais do dia e a ata comemorativa da solenidade, assinada por todos os presentes. Isto feito, a urna foi envolta em chumbo e, após ser soldada, foi definitivamente encerrada no local previamente estabelecido. Em seguida, foi servido champanhe a todos os presentes, e nessa ocasião o Sr. Manoel Ferreira Guimarães usou da palavra, fazendo um lindo improviso no qual enalteceu o grande acontecimento e reafirmou, em nome de todos os proprietários, a iniciativa dos dirigentes da Organização Lowndes, especialmente dos Srs. Vivian e Donald Lowndes, com os quais convive há longos anos e testemunha o espírito progressista que os acompanha em todos os seus atos, como bons brasileiros que são. 

Após serem trocados outros brindes de congratulações, demoraram-se em palestra cordial todos os presentes, para se retirarem magnificamente impressionados por tudo o que ali se havia passado.

Sr. Vivian Lowndes encerrando na urna a ata da solenidade. moedas e jornais do dia.

Dr. Guidão da Cruz. Paul Christoph, Paulo Gusmão, John Lowndes e Edward Alexander.

Sr. e Sra. John Lowndes. A Sra. Lowndes e Sr. Max Von Sy.

O Sr. Manoel Ferreira Guimarães quando discursava.

Sra. Comte. Luiz Brasil, Sra. (perdido) Lowndes. A Sra. João de Alear (perdido) Senhorita Daisy Aguinaga Lowndes

Sr. e Sra. Penalva Sanot, Snr. Miguel H. Mallet

Georg Bailly. Mrs. Mallyon Vivian Lowndes e Edward

Alguns dos presentes.

Sr. e Sra. Ary Cotia e a Sra. Donald Lowndes.


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No Céu, Nem Sequer Uma Estrela se Moveu…

ENID PRADO

Ilustração de Sinos

E o tempo atirou no espaço, o instante de mais um dia que se foi…. E a Aurora de uma grande dama surgiu, linda e preguiçosa, nos braços do horizonte!… 

NATAL! Na Terra tudo é festa. Esperança, alegria! Desde os sinos que repicam nas torres, cortando a neblina com seus retalhos sonoros, até o grito da criança, saltando da cama deslumbrada ante a prodigalidade de Papai Noel. Esquecendo as guerras universais e os ressentimentos particulares, o Homem se desprende desse mundo em ruínas e num “sursum corda” eleva ao Senhor, neste glorioso dia, um pedido: PAZ, SENHOR. PAZ E COMPREENSÃO PARA OS TEUS FILHOS! 

Julinho, segurando com uma das mãos a calcinha do pijama, erguia a outra, segurando um objeto de muitas cores, que brilhava mais ainda, colorido pelos raios de luz que se infiltraram pela veneziana. “Mamãe. Papai!” Gritava correndo em direção ao quarto dos pais, com a cabeleira castanha revolta em cachos e o rostinho vermelho de entusiasmo:

– Vejam que beleza! E roda! E canta! É de corda, papai!… 

O Sr. Júlio, feliz, olha para a mulher: já nem se lembra mais do quanto se privou para dar ao filho aquele brinquedo, aquela Zorra que ele sempre cobiçou na vitrine! Estava pago de todos os sacrifícios, com a alegria do filho querido. 

E a mamãe diz: — deixe o papai dar corda, filhinho, para mostrar como é. Fala com um interesse tal, que qualquer um julgaria que ela nunca havia visto aquele brinquedo e, no entanto, há uma semana que estava comprado e todos os dias, enquanto Julinho estava no colégio, ela o desembrulhou para olhar demoradamente, a fim de ver se não estava arranhado, se tinha mesmo as cores prediletas do filho. Enfim, tinha receio de que, depois de dar tanto dinheiro por aquilo, ainda não estivesse bem ao gosto do menino, pois conhecia muito bem o temperamento de Julinho, sabendo que era franco demais para poder esconder um desapontamento. Mas o Natal havia chegado e tudo correu da melhor maneira possível. 

À tarde, o Sr. Júlio resolveu visitar um irmão, alto funcionário da Alfândega; o Julinho brincaria com os primos, a mulher descansaria um pouco da luta de casa e ele poderia se deliciar com as tâmaras e vinhos excelentes que seu irmão conseguia sempre nesta época. 

Chegaram ao casarão, em Botafogo, às 4 horas. As crianças brincavam no jardim e Julinho aderiu logo ao grupo. Os brinquedos novos reluziam ao sol: eram bicicletas, automóveis, tanques de guerra, carrinhos de jardineiro, cavalos, fardas de oficiais com espadinha e tudo. Enfim, um mundo maravilhoso em miniatura! Julinho, tonto, corria de um lado para outro. Nunca vira tanto brinquedo! E, meio atordoado, queria brincar com todos, ora dentro do automóvel fazendo-se de chofer, ora solenemente fardado comandando seu exército invisível! Mas, mesmo na infância, os momentos felizes duram pouco e Julinho era chamado para ir embora. 

No caminho, que era uma verdadeira viagem (Botafogo-Vila Isabel) Julinho conservou-se mudo, nem uma só palavra escapou de sua boca rosada: vinha pensativo, com o olhar distante, com ar de adulto… 

Chegaram à casa e a criança, esquecendo-se dos bons ensinamentos maternos, passou à frente de todos, entrando em primeiro lugar. Foi diretamente ao seu armário de brinquedos e de lá retirou a sua Zorra, que de manhã lhe havia causado tanta alegria. Foi abrindo a pequena janela da sala que dava para o quintal e, com a voz magoada e os olhinhos cheios de lágrimas prestes a desabar, disse: – Seu Papai Noel, adulador!… Para os meus primos que são ricos, você deu aquilo tudo e para mim, que sou pobre, você só deu isto? Pois não quero essa porcaria. Pode ficar com ela!… E, assim dizendo, jogou para longe, no meio da noite escura, o seu brinquedo colorido, deixando-se ficar ali na janela, aniquilado, com o rostinho lavado em lágrimas e a fitinha do boné de marinheiro voando ao sopro frio da brisa…

No céu, nem sequer uma estrela se moveu!


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Costumes Curiosos

Em Barbados estas vendedoras ambulantes de refrescos servem os fregueses manipulando a torneira do depósito sem retirá-lo da cabeça, usando uma das mãos para segurar a caneca e a outra para trabalhar a torneira. Com essa engenhoca percorrem horas a fio a cidade até esgotar o recipiente.

As famosas peixeiras de Lisboa

Os habitantes da ilha de Sicília tem por hábito pintam os seus carros de muitas cores e enfeitarem o mais possível os cavalos


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O “Noticiário” Apresenta: Diretores da Organização Lowndes

DONALD LOWNDES
JOHN LOWNDES
VIVIAN LOWNDES
NESTOR RIBAS CARN
JORGE SANTOS LIMA
ROBERTO VAYSSIÈRE
DAVID ALLEN
J. PENALVA SANTOS (DR.)

CHEFES DE SECÇÃO:

WALTER BRAGA NIEMEYER
PROCURADOR DAS CIAS. GRES E CRUZEIRO DO SUL

ORLANDO GRAÇA
CONTROLE TÉCNICO

MARIO BASTOS
ADMINISTRAÇÃO PREDIAL

ALVARO W. SOUZA
COMPRA E VENDA DE IMÓVEIS

RAEL MENDONÇA
ADMINISTRADOR DAS CIAS. “THE LONDON & LANCANSHIRE” E “THE LONDON ASSURANCE”

ALMERINDO CALDAS
SECÇÃO DE SEGUROS INCÊNDIO

ENID DE BARROS PRADO
DEPARTAMENTO DE PUBLICIDADE

JOSE H. SILVEIRA
DEPARTAMENTO DE INSPEÇÃO PREDIAL

(perdido) PERES DOS SANTOS
GERENTE DA AGÊNCIA DE COPACABANA

ORMUZ MACHADO
RESSEGUROS INCÊNDIO

MARIO RIBAS SCISSOR
INSPETOR DA ADMINISTRAÇÃO DE BENS

ANTONIO O. SCHUBACK
SECÇÃO ADMINISTRATIVA DO DEPARTAMENTO LEGAL

(perdido) VID M. ABREU
SEGUROS TRANSPORTES

JOSÉ VIEIRA
DEPARTAMENTO DE RESPONSABILIDADE CIVIL

JOÃO BAPTISTA
DESPACHANTE GERAL DA ORGANIZAÇÃO LOWNDES

ISAURA VIUGE
RESSEGUROS DAS AGÊNCIAS


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Aos Meus Distintos Alunos do C. E. J. R. B.

Despedida

Um coração que parte!… Coisa triste!
E partem muitos corações. Sozinho
eu fico. Sinto da saudade o espinho,
qual pobre pintassilgo sem alpiste.

Partis… Levai convosco meu abraço
de despedida, terno, todo amigo.
Somente rogo estreitas (comigo
o elo da amizade (tão escasso)!

Partis… Quisera dar-vos um presente,
sim! sugestivo e no qual se lesse
amor-que reina em meu peito lasso.

Partis… Entanto, deixo, aqui, contente
para cada qual um pedacinho, vê-se,
do coração que pulsa sem cansaço.

Professor Arcilio Papini
Rio, 22-11-944


Canal de Corinto, aberto no istmo do mesmo nome, permitindo que os navios atinjam Atenas e daí, através do Mar Egeu, a Constantinopla, sem ter de navegar ao longo da costa da Moreia, ao Sul da Grécia. O canal tem seis quilômetros de comprimento e foi aberto na rocha calcária num ponto a 80 metros do nível do mar, tendo trinta metros de largura e nove de profundidade. 

Nero sonhou com a abertura deste canal, tendo mesmo iniciado a obra, porém só nos nossos dias a mesma foi recomeçada e terminada. 

D. Pedro V, de Portugal, subiu ao trono em 1853 e foi um dos mais admiráveis soberanos. Muito inteligente, estudioso e sabedor, foi utilíssimo ao seu reino.

O seu reinado entretanto não foi feliz, por duas terríveis epidemias que assolaram o país, trazendo-lhe profundos desgostos. Há belas páginas literárias a ele dedicadas, de Mendes Leal, Alexandre Herculano e José Esteves. A sua morte deu motivo a cenas impressionantes de revolta do povo, classificados por este grande orador como “a anarquia da dor protestando contra o despotismo da Morte”.


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O Bombeiro Automático

Dupla proteção: segurados e seguradores. Extingue e a vida em incêndios sem intervenção humana.

(adicionar imagens do incêndio)

Descrever o aspecto aterrorizante de um incêndio será desnecessário, porque dificilmente haverá alguém que não o tenha presenciado. Mas o que geralmente acontece, além das cenas por vezes dramáticas da ação destemida dos bombeiros ou dos efeitos destruidores do fogo, poucos se reportam às consequências ruinosas que um incêndio acarreta para os interessados no caso. Uma das causas que dificultam, por vezes, a extinção do fogo é a falta de água ou a demora na sua obtenção em volume preciso nos primeiros momentos. Essa ausência involuntária de presteza traz como consequência atingir o incêndio a tal proporção que, não podendo ser extinto, é apenas circunscrito. 

Surgiu então um recurso técnico para neutralizar ou anular os excessos, baseados em estudos científicos e aplicação da mecânica adequada, elevando a sua eficiência ao mais alto grau. Incontestavelmente, por isso, foi um dos mais úteis inventos modernos, apesar dos seus 50 anos de aplicação. A esse aparelhamento deu-se o nome de “Sprinklers”. Consiste numa rede de canos ligada a um grande depósito de água, disposta pelos tetos do edifício de qualquer estabelecimento industrial, comercial, edifícios públicos, hospitais, colégios, teatros, cinemas, etc. São distribuídos os canos de forma tal que, dentro de um raio de 1 metro e 75 centímetros, grupos controlados de válvulas automáticas, a uma temperatura de 68°C, rompem-se passando a jorrar água em forma de chuveiro e sob tal pressão que será suficiente para debelar o fogo. 

Se, entretanto, nesse perímetro, a água se tornar impotente e o fogo se alastrar, as outras válvulas, à medida que o calor as atinja, passarão a funcionar. Outra curiosidade desse bombeiro automático é que, ao se verificar o rompimento das válvulas, também automaticamente, faz-se ouvir uma sirene, de tal modo ruidosa, que pode ser ouvida a alguns quilômetros, dando assim o alarme da existência do incêndio. Tal é a eficiência e segurança do seu funcionamento que todos os estabelecimentos providos com a sua instalação gozam de uma bonificação de 50% nas taxas do seguro, o que, necessariamente, representa sensível economia nessa verba de despesa. 

O assunto merece, portanto, especial relevo, porque numa boa aparelhagem preventiva contra incêndio, repousará, sem dúvida, uma sólida garantia e tranquilidade para qualquer administração de estabelecimento. E consideremos que, a pedra não queima, mas, sob a influência do fogo, desagrega-se; que o ferro é incombustível, mas a sua resistência é diminuída com o fogo intenso e pode acarretar o desmoronamento do edifício; que o cimento armado não arde, mas se atingido por alta temperatura, ao receber o contato de água, os vergalhões que o sustentam se retorcem, produzem-se fendas e dificilmente poderão ser reparados; que existem edifícios incombustíveis, mas não à prova de fogo, pois, desde que contenham materiais combustíveis, há sempre o risco de destruição completa ou parcial pelas altas temperaturas da combustão do conteúdo.


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Piadas do Z.K.

Eles se entendem…

Ibraim, sócio de Isaac, foi ao Banco pagar um título.

O Caixa, devolvendo-lhe o troco, deu a mais 100 cruzeiros. Ibraim percebeu-o logo, e, imovel, passou a conjecturar

– será que devo devolver… devolverei… deverei devolve-los… …ao Isaac?…

—-

Sob a ação do álcool…

Eram doze as garrafas de whisky na minha adega, quando minha mulher me ordenou despejei-o na pia, porque senão…

– Assim seja, disse eu, e comecei a tarefa trágica.

Tirei a rolha da primeira garrafa e despejei o conteúdo na pia, à exceção de um copo que bebi. Extraí a rolha da segunda garrafa e procedi da mesma maneira, com exceção de um copo que bebi. Tirei então a rolha da terceira garrafa e despejei whisky na pia, com exceção de um copo que bebi. Nesta altura arranquei a rolha seguinte; bebi uma pia e botei o resto no copo. Arranquei a rolha do copo seguinte e despejei o conteúdo dentro da garrafa e bebi o copo. A coisa estava difícil, mas continuei. Tirei a rolha seguinte da minha garrafa e despejei o conteúdo dentro da garrafa. Então tampei o copo com a rolha, engarrafar a bebida que derramei. Não sei por que, mas quando esvaziei as garrafas, rolhas e copos que eram 29, contei bem e eram 64. Então vi a casa passar ao meu lado; contei tudo outra vez; contei muitas casas, garrafas, rolhas, copos e pias, menos uma casa e uma garrafa que, certamente, eu havia bebido… 

Recorte de Fotos Antigas

Reuniões Transportes

Sob a direção do Sr. Nestor Ribas Carneiro, foi realizada, na sala de conferências da Companhia, uma série de reuniões em que participaram as Seções Transportes, Resseguros e Sinistros, que compõem o Departamento Transportes desta Organização, a fim de serem focalizadas e discutidas todas as decisões e instruções provenientes dos Órgãos Administradores do Seguro Transportes. 

Durante as reuniões, foram ministradas pelos respectivos chefes de secção rápidas aulas aos funcionários que voluntariamente se inscreveram a fim de melhorarem os seus conhecimentos e consequente progresso da Companhia. Periodicamente foram efetuados testes que versaram desde a minuta (proposta de seguro) ao dossier de sinistro, os quais apresentaram ótimos resultados, patenteando assim o aproveitamento obtido nas Reuniões. 

Torna-se necessário frisar que os efeitos benéficos se fizeram sentir imediatamente, uma vez que os funcionários ficaram a par de toda a complexidade do serviço, bem como procuraram cooperar com os colegas, cujas dificuldades técnicas passaram a ser de seu conhecimento. 

É com grande satisfação que os orientadores das Reuniões-Transportes agradecem a cooperação de todos que, com patentes sacrifícios, compareceram e levaram a bom termo o compromisso assumido.


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Cortes e Fricotes

No topo da colina, cercada de videiras reverdecidas e esguias ciprestes como sentinelas imponentes, erguia-se o secular mosteiro protegido por grotesca muralha. Era de perfil austero, um misto medieval-renascença e de telhados enegrecidos. 

Um monge, de barbas alvas, fisionomia patriarcal, como das alegorias bíblicas, permanecia imovel emergido em profundas meditações, na contemplação de um ponto no infindável horizonte. Vozes, cheias de unção entre as notas místicas de um órgão, ecoavam através dos gestos os pátios e desertas galerias em arco.

Interroguei-o. Que feliz reclusão, venerável monge..! Ele, de rosário pendente na cintura, com uma das mãos no crucifixo e na outra um livro de orações, voltou-se. O seu rosto era bondoso. Não sorriu… nem uma pálpebra se moveu, e, como que ainda no subconsciente de um doce sonho, fixou-me. Feliz…? Sim, porque um coração de monge é mais que um coração humano… Feliz… porque… só amo a Deus!

Retornou o olhar ao horizonte e numa linguagem de preces como se continuasse a orar, apenas deixou transparecer dos trêmulos lábios, uma única palavra :

– Raquel…


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O Noticiário Lowndes Informa

No próximo mês de janeiro terão início às operações da Cia. de Seguros “Imperial”.  

O edifício “LOWNDES”, na Avenida Presidente Vargas, deverá iniciar suas obras em janeiro próximo.

Foi inaugurado em São Paulo, no mês de novembro, a sucursal do Banco Lowndes, à Rua Álvaro Penteado n. 131, com instalações as mais modelares.

Sob a chefia do Dr. Leonel P. Bezerra Martins, foi inaugurado o Departamento Legal da Organização Lowndes, tendo como auxiliares os Drs. Haroldo Aguinaga, Osmar Gomes e Mario Peixoto Esberard e mais o Sr. Antonio Oliveira Schubach e Senhorita Nancy Gobion.

Neste ano, até novembro, o Departamento de administração de Lowndes & Sons Ltda., nesta Capital, acusou um total de 420 o número de proprietários que lhes entregaram a administração de bens.

Afim de atender com rigorosa precisão o serviço de liquidação de sinistros das Cia. de Seguros “Sagres”,”Cruzeiro do Sul”, “The London Assurance”, e The London & Lancashire, que compõem o grupo segurador da organização Lowndes, está em pleno funcionamento o Departamento de Liquidação de Sinistros, sob a chefia do Sr. Antonio Rodrigues Costa.

A Organização Lowndes, tendo em vista o grande consumo de material tipográfico, adquiriu, em conjunto com o Sr. Arthur Hime e vários dos chefes de secção da Organização, a oficina tipográfica “Artes Gráficas Exata” na Avenida Gomes Freire 55. nesta Capital.

A sua chefia está a cargo do Sr. Hime, como Diretor Comercial do Sr. Leocadio Vieira Filho como Diretor Tesoureiro.

A Organização Lowndes mantém presentemente ao serviço de sua vasta clientela, nos diversos departamentos 283 funcionários.

Lowndes & Sons Ltda. e a Cia. Geral de Administração e Incorporações, realizaram as seguintes incorporações:

Edifício Aralí – Copacabana
Edifício Pedro Lessa – Esplanada
Edifício Lowndes – Av. Pred. Vargas.
Solar Ipiranga – Petrópolis.

À exceção do Solar Ipiranga, que dos 24 apartamentos restam apenas seis à venda, os demais edifícios foram totalmente vendidos.

No dia 7 de novembro, realizou-se no salão nobre da Associação dos Empregados do Comércio, um banquete de 500 talheres oferecido pelo alto comércio e indústria desta Capital ao Sr. Comendador José Gomes Lopes. A Organização Lowndes se fez representar pelos Snrs. Jorge Santos Lima, Walter Braga de Niemeyer, Dr. Penalva Santos e Ernesto Silva, sendo que este último fez parte da comissão promotora do banquete.

Foi com profundo pesar que a Diretoria da Cia. de Seguros “Sagres” recebeu a notícia do falecimento do Sr. Antonio Vaz Monteiro, Presidente da Cia. Fabril Mineira, de Lavras.

Não poderia ter sido mais chocante essa notícia de vez que aquele saudoso Amigo ausentar-se havia poucos dias, do país, para empreender uma viagem, de avião, à África, em visitar um irmão. Por fatalidade, logo, após sua chegada àquelas plagas contraiu uma febre maligna, que exigiu seu imediato regresso vindo a falecer 48 horas após sua chegada ao Rio.

Já está em funcionamento o Departamento de Responsabilidade Civil das Cias de Seguros “Sagres” – Cruzeiro do Sul” e “London & Lancashire”, sob a chefia do Snr. José Vieira.

Foi operada de apendicite pelo Dr. Jorge de Gouveia, na Casa de Saúde S. José e já se acha em convalescença, a Senhorita Beatriz, dileta filha do Sr Jorge Santos Lima.


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No Porto de Fortaleza

O atual serviço de carga e descarga

Na recente visita a esse porto, o inspetor de Agências, Sr. Manoel Rabelo, teve ocasião de observar o panorama que nos veio relatar: efetivamente, nos disse ele, os prejuízos das Cia. Seguradoras terão que ser elevadas porque os navios ficam ancorados em pleno mar revolto, com ondas imensas, dificultando sobremaneira a atracação de pequenas embarcações ao seu costado. 

Os alvarengas, geralmente estragados fazem muita água, e, em seu bojo, grande quantidade fica retida. O serviço de estiva é pago por tonelagem e por isso não há precaução, visto que só há preocupação de que o serviço seja rápido e em quantidade. Os navios que ali aportam trazem grandes carregamentos, atingindo às vezes 50.000 volumes. 

Se suceder chegarem dois navios ao mesmo tempo, essa carga não pôde ser depositada em trapiches, que, além de serem poucos, são péssimos. Assim, grande quantidade da carga, fica amontoada na própria praia, sujeita às intempéries do tempo.

O desembarque de mercadorias

Dentro dos trapiches há grande balbúrdia de cargas, misturando-se sedas finas, xarque, vinhos a granel, etc. O piso dos trapiches é geralmente de areia e cimento, apresentando um aspecto desolador.

Agrava a situação atual os próprios serviços das obras do novo porto, pois o que mar em Mucuripe faz com que a violência do mar tenha aumentado no atual ancoradouro.

O quebra-mar

Foto de obra do novo porto


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Lowndes Atlético Clube

Resultados do Lowndes Atlético Clube no trimestre

Durante três anos o L. A. C. jogou 135 vezes, tendo obtido 96 vitórias, 19 derrotas e 20 empates.

Desejamos agradecer a cooperação prestada pelo funcionário do Banco LOWNDES Sr. Miguel Biozzi Filho, do trio do esquadrão do L. A. C., elemento ora transferido para a sucursal do Banco em São Paulo. Bom companheiro, esportista de fino trato, fervoroso defensor das cores LAQUIANAS; eis os predicados deste bom companheiro cuja falta lamentamos sinceramente na nossa equipe. Aqui registramos os nossos sinceros agradecimentos ao bom amigo que sempre será lembrado por todos os LAQUIANOS. Desejamos também agradecer aos dirigentes da ORGANIZAÇÃO LOWNDES o apoio e auxílio que nos prestou no ano de 1944. 

A DIRETORIA


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Cruzeiro do Sul Capitalização S. A.

Em 25 de Setembro de 1944, foi constituída por Assembleia Geral a CRUZEIRO DO SUL CAPITALIZAÇÃO S.A., com o capital subscrito de CRS 3.000.000,00 integralizados, 40% ou sejam, CR$ 1.200.000,00.

Nesta mesma assembleia foram eleitos os Diretores, Conselho Fiscal, e seus Suplentes e membros do Conselho Consultivo. 

Diretores:

Presidente – Vivian Lowndes
Vice-Presidente – Donald de Azambuja Lowndes
Diretor-Gerente – Roberto Ignacio Vayssière
Diretor-Superintendente – Dr. Eduardo Guidão da Cruz

Conselho Fiscal:

Dr. João de Alcântara
Dr. Angelo Mario de Morais Cerne
Nestor Ribas Carneiro.

Suplentes :

Dr. Victor de Campos Côrtes
Dr. Francisco Saturnino Rodrigues de Britto Filho
Marcilio Mourão Guimarães

Conselho Consultivo:

Dr. Augusto Marques Valente
Benjamim Ferreira Guimarães Filho
Luiz Carlos de Araujo Pereira
Dr. Eduardo Vasconcelos Pederneira
Dr. Carlos Guisard Aguiar
Ismael Chaves Barcellos.
Dr. Roberto Cardoso.


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Use a Sua Inteligência e a Paciência

Das muitas respostas aos dois problemas que publicamos na folha 22 do “Noticiário Lowndes” n.° 4, apenas com perfeita exatidão recebemos as soluções dos Snrs. HUGO A. RAVACHE e F. BECKMANN, de Joinville, a quem apresentamos as nossas felicitações.


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Lá Vai

“Pimpinela”: Schuback
“Nunca me esquecerás”: Egídio Castiglioni
“Inspiração”: Serpa
“Sacrifício”: João Baptista
“Silêncio”: Altiva
“Dois Vagabundos”: Silveira e Fonseca
“Abismo”: Silvio de Abreu
“Anel de noivado”: Mario Muto
“Vidas marcadas”: Mirian
“Ressurreição”: António Costa
“Judeu errante”: Hargreaves
“À margem da vida”: Maria Maturo
“Encontrei-me com o demônio”: Leão
“Marcha nupcial”: Peretti
“A família Borges”: José Vieira
“O sombra”: José Carles
“A carta”: Helena Moura
“Sombras que voltam”: Ribas
“Vertigem”: Cléa Roque
“A graça de Deus”: Barbalho
“Ilusões perdidas”: Orlando Graça
“Aventuras de Tarzan”: Dr. Leonel
“Renúncia”: João Peres
“Em busca da felicidade”: Mário Bastos
“Terra bemdita”: Alvaro Souza
“Além do Horizonte”: Nancy
“Céu cor de rosa”: Paes Leme
“Engeitada”: Enid
“A conquista do sertão”: Rabelo
“Alvorada”: Maria João
“Aleluia” Walter Niemeyer
“Amanhã será outro dia”: Israel Mendonça
“Alegria”: Adelina
“Ternura”: Mário Pacheco
“Um raio de luz”: Esberard
“Três vidas”: Glorinha, Neyde e Naná.
“Caminho de dor”: Rufino Gomes

Imagem de balancete do Banco Lowndes

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Lowndes

Administradora Condomonial no Rio de Janeiro

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