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Aspectos do Rio Sob a Guerra
A guerra, em sua voracidade, não pede apenas o sacrifício do sangue derramado nos campos de batalha ou das populações ao alcance de seus mortíferos engenhos.
Exigente, ela concentra e absorve energias, altera a fisionomia das coisas, modifica hábitos e mentalidades como se fosse um turbilhão a destruir tudo para que, em terreno limpo, a vida recomece.
Longe, muito longe mesmo, das convulsões de fogo e aço, sem que aos nossos ouvidos chegue a voz rouca dos canhões, sentimos a influência indesejável a dirigir nossas atividades, disciplinando nossos gostos e subjugando nossos destinos aos seus interesses.
O carioca, com relativa bonomia, foi adaptando-se aos reclamos do momento e, com isso, viu desaparecer muita cena que já lhe era familiar enquanto novos costumes lhe foram impostos.
Dentre eles, como característica da criação do período guerreiro que atravessamos, está a fila. Já não pode um honesto e eficiente burocrata soltar o seu espirro sem ter que aguardar a vez na fila.
O gasogênio, apesar de todos os seus inconvenientes, veio minorar a falta de gasolina para os carros particulares.
Aqui vemos duas operações bem pouco limpas e agradáveis: a limpeza do filtro e o suprimento de carvão. Enfim, coisas da guerra…
A falta de combustível refletiu-se enormemente no sistema de transporte e abastecimento, obrigando à formação de fila para que os interesses de todos sejam melhor atendidos, dentro do possível.
Mas, o perigo é que a inovação da fila, uma contingência da época, venha a se tornar mania como os sintomas indicam. Um cavalheiro que, distraído, se detenha à beira da calçada para apreciar o trânsito ou simplesmente para descansar, corre o risco de receber umas palmadinhas nas costas e, envolto num sorriso amarelo, a pergunta: “Meu amigo, de que é esta fila, ein?”.
Não foi só esta, entretanto, a modificação que invadiu a vida do alegre carioca. Incapazes de suportar a tortura da fila e, como tábua de salvação, muita gente apelou para os gasogênios. Luxuosos automóveis vão, hoje, arrastando amontoados de lata a expelir fumaça, como moleques pendurados ao para-choques da traseira. E é curioso ver-se muito cidadão granfino a rivalizar com as melhores cozinheiras de forno e fogão no manipular de carvões e acender fogão.
Por outro lado, os circos estão em pleno declínio, pela ausência de público. Uma viagem de trem ou de bonde é muito mais barata e emocionante. Nelas não há rede de segurança e a gente sabe que se o artista cair, fica sem uma perna, no mínimo.
Uma coisa tão banal e simples como ir de casa para o trabalho e deste para casa exige do pobre mortal tais malabarismos que a bela São Sebastião do Rio de Janeiro acabou se transformando num imenso circo com dois milhões de acrobatas.
Coisas da guerra!
Os malabarismos que o carioca faz para se equilibrar no estribo do bonde superlotado, é uma coisa notável!
Ao lado da lotação, recurso dcs que podem pagar $5.00 ou $6,00 para ir para o trabalho.
Os trens suburbanos nas horas críticas são outros tantos trapézios de circo, levam gente até na locomotiva…
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As Grandes Catástrofes da Humanidade
HAROLDO AGUINAGA
(Expressamente para o NOTICIÁRIO LOWNDES)
Dilúvio, o primeiro grande sinistro da história – O que há de lenda e de realidade nesse fato bíblico – Uma lição de previdência
A leitura dos mais antigos escritos que contam a história da raça humana aponta, em sequência, desastres e catástrofes que têm vergastado o dorso da humanidade e nos sugerem, ao contrário do que é ensinado pela filosofia popular, que a memória é mais suscetível à dor do que ao prazer e nela se fixam os desgostos e as tragédias de maneira mais profunda.
O Velho Testamento, o livro que mais recuado no tempo vai buscar o homem para acompanhar-lhe os passos, depois de ligeiro preâmbulo em que relata a criação e o panorama do mundo passa, logo a seguir, à descrição da cólera divina diante do pecado original e, entre línguas de fogo, tremores de terra e vozes misteriosas que surgem na sombra, pinta o cenário em que os pobres filhos de Adão irão, cair por diante, arrastar a existência.
Se é verdade que a história é uma régua de aferição pela qual as gerações devem pautar e dirigir sua marcha, bebendo as lições que ela fornece, não é menos verdade que possibilita interessantes observações ao espírito indagador.
A IMPREVIDÊNCIA HUMANA
Nós, os seres superiores, a respeito dos incontáveis vícios que são a maior parte de nosso ser, revelamos desde os antepassados Adão e Eva uma imprudência de pasmar, diante do perigo iminente ou ponderável, e nos lançamos ao abismo, como se dele não tivéssemos conhecimento.
Cratera de cerca de 1.500 metros de largura existente no Arizona, feita pela queda de um meteorito há 5.000 anos.
“Vê estas árvores pejadas de frutos, estes córregos cristalinos, estas sombras amoráveis, eu os fiz para teu gozo” disse Jeová ao homem, “mas não toques nos frutos desta árvore. Só eles te são proibidos. A consciência do Bem e do Mal que estes pomos encerram será tua desgraça”.
Como vemos, não faltou o aviso. E o que fez pai Adão? Instado por Eva (os homens é que escreveram a Bíblia), foi justamente se meter onde não devia e o resultado é que nós temos de aturar este vale de lágrimas pela imprudência de um só cavalheiro.
Coloque-se, você, leitor, no lugar dele e veja qual seria seu procedimento. Uma vez avisado e com perfeita ciência da calamidade que uma simples maçã poderia provocar, não seria bem melhor que, chamando mãe Eva para ajudá-lo, cortasse o mal pela raiz, no caso a macieira, e espalhasse na terra um pouco de formicida para evitar que algum broto vingasse? E se não fosse possível tocar na famosa árvore, aceitando-se a versão do caso que os inimigos da mulher espalharam, por que não construiu ao redor uma cerca de arame farpado que contivesse a curiosidade da companheira?
Seguem os sagrados escritos com o relato das consequências da sentença condenatória do Juiz divino e, após um período relativamente nebuloso, voltam a ser precisos na descrição da imensa catástrofe que foi o DILÚVIO.
DILÚVIO
Reportando-nos aos textos bíblicos, vemos o singelo anúncio do grande mal. “Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne está vindo perante mim; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra” e, mais adiante, esclarecendo a ameaça – “Porque eis que Eu trago um dilúvio de águas sobre a terra para desfazer toda a carne em que há espírito de vida debaixo dos céus: tudo o que há na terra expirará”.
De fato, não resta hoje a menor dúvida de que o globo terrestre enfrentou um cataclismo de gigantescas proporções em eras imemoriais e que a imaginação humana emprestou-lhe o poético colorido da vingança divina contra o império da violência. Estarrecido diante da extensão do desastre, o impressionável espírito de nossos antepassados, impossibilitado de encontrar explicação satisfatória, limitou-se a aceitar a versão bíblica com o conformismo dos que se sentem culpados.
O bisturí da ciência, porém, impulsionado pela curiosidade diante do desconhecido, vai, aos poucos, rasgando e dissecando estes precários elementos informativos e transformando a lenda em fenômeno físico de dimensões e proporções conhecidas. Perde-se o encanto da fantasia que se dilui, lentamente, na rigidez e frieza dos algarismos. Dentre as teorias com que os sábios explicam o dilúvio, a que nos parece mais viável, senão a mais sedutora, é a do desaparecimento da Atlântida.
O CONTINENTE MISTERIOSO
Ao tratar do enigma da Atlântida, os cientistas, talvez embaraçados pelo fabuloso dos anos-luz, pelas distâncias cósmicas que fogem à nossa percepção, deixam-se contagiar pela lenda e cada qual oferece uma versão, onde a fantasia supre a deficiência do cálculo.
Hoje, as várias correntes de opinião estão inclinadas a admitir que um meteoro de regulares proporções, um satélite talvez, tenha atravessado a órbita da terra e, por força da gravitação, se tenha precipitado contra a massa de nosso planeta, provocando o desequilíbrio na distribuição das águas e fazendo desaparecer algumas regiões com o surgimento de novas terras.
Não deixa de ser razoável a explicação porque sabemos que a terra é constantemente assaltada por estes importunos visitantes, figurando alguns em museus, como o nosso “Bendengó”, e permanecendo outros no lugar em que caíram, dada a impossibilidade de removê-los.
Em 1891, alguns engenheiros aeronáuticos descobriram, no Arizona, no meio do deserto, uma cratera de quilômetro e meio de diâmetro, julgando tratar-se de um vulcão pré-histórico. Pesquisas realizadas em 1933 revelaram que a depressão foi causada pela queda de um enorme meteorito, com um volume aproximado de 500.000 toneladas e que se enterrará a 225 metros de profundidade. A análise química dos fragmentos encontrados ao redor proporcionou ainda uma surpresa: além de grande teor de ferro meteórico, os fragmentos continham platina. Os jornais americanos que nos deram a notícia da descoberta acrescentaram que já se organizara uma companhia para a exploração do minério de platina utilizando-se dos mais modernos processos industriais.
A LIÇÃO DE NOÉ
Num terreno tão fugidio e pontilhado de dúvidas, como o que abordámos, fica-nos ao menos, o ensinamento de nosso primeiro piloto.
Previdente e com a sabedoria de seus 600 anos, arquitetou com sua arca o formidável cataclisma e garantiu a sobrevivência de nossa espécie. Seria bom que não esquecemos a lição de Noé e tratássemos de aprontar nossa arca para resistir aos dilúvios que a vida nos prepara a cada passo.
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Perspectivas da Av. Presidente Vargas
Perspectiva da Av. Presidente Vargas vendo se a diferença do gabarito
A fim de dar aos nossos leitores uma noção bem aproximada de futuros aspectos da Avenida Presidente Vargas, após concluída, reproduzimos dois trechos desta majestosa matéria, sendo o primeiro o da Igreja da Candelária, no centro da Praça do mesmo nome, focalizada da rua 1.o de Março, e o segundo o da ala direita daquela Avenida, focalizada dos fundos da Igreja, cuja fachada está em projeto de remodelação.
Muito embora se nos depare tais perspectivas, de aspecto magnificente, convenhamos observar que o projeto da Praça da Candelária seria bem mais feliz se não notássemos a disparidade, mesmo chocante, do gabarito de 22 para 12 pavimentos entre a Avenida Rio Branco e os demais prédios que circundam a citada Praça. Disso nos dão imediata compreensão das perspectivas que publicamos.
Não resta dúvida que a majestosidade dos edifícios de 22 pavimentos é, por todos os pontos de vista, aceitável, mas reduzi-los para 12, bruscamente, na mesma quadra, quadra de pouca frente, e dentro de um mesmo conjunto como é a Praça da Candelária, evidentemente virá ferir profundamente a beleza, estética e harmonia da mesma.
É uma questão de meditação e as conclusões serão imediatas. Não se diga que neste trecho haja necessidade do projeto retroagir ao estabelecido anteriormente, que exigia 17 pavimentos e posteriormente alterado pela Prefeitura para 22, mas permitir que na mesma quadra, de menos de 70 metros de testada, existam dois prédios sendo um de 22 pavimentos e o vizinho de 12, é realmente berrante e contrário a todas as regras de arquitetura urbanística.
Se houve alteração de 17 pavimentos para 22 nesse trecho, essa alteração, necessariamente, deveria abranger também os demais prédios, na mesma proporção, medida que viria disfarçar aquele imenso degrau de 10 pavimentos, de um prédio para outro, que ali surgirá, e que, se já é tão notório em perspectiva, muito mais o será quando as edificações estiverem concluídas.
Outro Aspecto da Av. Getulio Vargas Junto à Candelária
Outra solução não menos acertada seria igualar o gabarito para 22 pavimentos, do conjunto de que faz parte o trecho compreendido entre a Avenida Rio Branco e a Rua 1º de Março, o que em nada prejudicaria o efeito arquitetônico da própria Praça da Candelária, da qual a imponente Igreja é o motivo principal, pois que ela, pelo seu volume, pela sua localização no eixo de uma Avenida de 100 metros de largura, necessariamente se destacará, independentemente da altura dos edifícios que ali se localizarem.
Aqui deixamos estas sugestões, apelando para o nosso digno e operoso Prefeito, no sentido de mandar proceder a uma revisão desse estudo, certo que estamos procurando colaborar, embora modestamente, para que a sua obra, de êxito sem precedentes, não venha a sofrer um colapso de estética naquele belo recanto. Estamos certos que ainda é tempo de ser corrigido esse lapso.
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Desbravando o Brasil Central
Aspectos dos trabalhos já realizados pela Expedição Roncador – Xingú
Vista geral da Base do Rio das Mortes, núcleo da futura cidade de Xavantina.
A Fundação Brasil-Central, criada para colonizar e desenvolver economicamente a região Central do nosso país, tem, apesar do pouco tempo de sua criação – um ano apenas – desenvolvido um enorme trabalho de desbravamento.
O Ministro João Alberto, seu Presidente, que preferiu trocar a vida fácil e cômoda das embaixadas por causa do Brasil Central, delineou um plano grandioso cujos resultados marcarão, certamente, uma época em nossa história.
A Expedição Roncador-Xingú, vanguarda da Fundação, já avançou até o misterioso Rio das Mortes, em cujas margens estabeleceu uma base, núcleo da futura cidade Xavantina. No momento, os destemidos bandeirantes da Expedição, sob a chefia do Coronel Vanique, preparam-se a fim de avançar até o Rio Culuene, onde nova e importante base será estabelecida.
O movimento de penetração da Expedição Roncador-Xingú constituirá a futura rodovia ligando. Manaus ao Rio e à São Paulo.
Aragarças, cujo nome foi inspirado na sua localização geográfica – confluência dos Rios das Garças e Araguaia – hoje é um importante centro abastecedor da Expedição, e principal base da Fundação. Um plano de cidade moderna foi traçado a fim de torná-la a metrópole do Araguaia, dotada de todos os requisitos necessários para um desenvolvimento rápido e seguro. Aragarças, cujo nome foi inspirado na sua localização geográfica – confluência dos Rios das Garças e Araguaia – hoje é um importante centro abastecedor da Expedição, e principal base da Fundação. Um plano de cidade moderna foi traçado a fim de torná-la a metrópole do Araguaia, dotada de todos os requisitos necessários para um desenvolvimento rápido e seguro.
Apresentamos algumas fotografias, que nos foram ofertadas pela Fundação, pelas quais se poderá ter uma idéia das suas atividades.
Rancho do chefe Expedição na Base do Rio das Mortes. Com a montagem da usina cerâmica e serraria. ainda este ano, serão iniciadas as construções definitivas da futura Xavantina
O ministro João Alberto, presidente da F B. C. visitando a Base do Rio das Mortes. Ao lado o comandante Basilio, chefe das comunicações aéreas e telegráficas
Traçado da cidade de Aragarças, que há 2 anos era um vasto e desabitado do Cerrado.
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São Paulo Num Relance
Por JORGE SANTOS LIMA
Vista geral de São Paulo, notando-se os novos arranha-céus.
Estas ligeiras linhas servem apenas para transcrever as impressões que se colhem nessa magnífica capital, durante uma rápida visita.
São Paulo inicia 1945 com o mesmo dinamismo e confiança nos seus empreendimentos! Trabalhará o ano inteiro com a fibra que lhe é peculiar, certo de que colherá os frutos desses esforços. E, de fato, assim tem sido, pois o movimento intenso de veículos e pessoas nas ruas, os novos edifícios, as luxuosas lojas e bem montados estabelecimentos comerciais e bancários, os novos hotéis e cinemas, atestam o trabalho, e como consequência, o conforto, a recompensa, a confiança no futuro.
É de se notar, também, a higiene da cidade, as recém-abertas avenidas para facilidade do tráfego, aliás, muito bem dirigido por esforçados guardas.
Por uma das fotografias aqui estampadas pode-se ter ideia de um arranha-céu, dos muitos que estão sendo construídos ali.
Uma vista da represa de Sto. Amaro, recanto de descanso de fim-de-semana.
E como lenitivo, ao fim de cada semana de intenso labor, muitos paulistas dirigem-se para o “week-end” em suas fazendas e sítios próximos, para as belíssimas praias de Santos, ou para Santo Amaro, que, sendo uma represa artificial, constituída de um conjunto de lagos de rara beleza e atrativos, possui vários clubes de esporte, à vela e a motor, recantos para excursões, piqueniques etc.
Desta maneira, após um domingo diferente, mesmo para aqueles que tenham ido assistir a uma simples partida de futebol no Pacaembu, volta o paulista a iniciar uma outra semana, refeito e com novas energias.
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Os Jardins da Inglaterra
(Por V. SACKVILLE WEST)
Do B. N. S.- Especial! para o “NOTICIÁRIO LOWNDES”
Aspecto de um jardim inglês: o Parque Nonsuch.
LONDRES – Um dos traços característicos do espírito britânico é, sem dúvida, a suavidade e delicadeza que a sua vida quotidiana nos inspira. Entretanto, não faltarão aqueles que não hesitam em taxá-lo de tolo e sentimental. A estes detratores só cabe uma resposta: a coragem e estoicismo do povo britânico durante os dias tenebrosos de 1940. Enaltecido por uns, criticado por outros, este curioso aspecto do caráter britânico se traduz de diversas formas no amor aos animais, na veneração à terra e, acima de tudo, no culto aos jardins.
É, de certo modo, difícil fazer compreender àqueles que não estão bastante familiarizados com a Grã-Bretanha, quão profunda é esta admiração. Para a mentalidade continental, um jardim nada mais é do que um complemento arquitetônico, adaptado ao estilo de uma casa. É bem verdade que nos ocorrem uma série de exemplos que, à primeira vista, parecem provar o contrário: os deslumbrantes arranjos paisagísticos de Le Nôtre; as alamedas e fontes da Villa d’Este e os canteiros e sebes floridos de um castelo francês.
Em seu modesto lar suburbano, a dona de casa londrina presta também o seu culto às flores.
Existem muitas propriedades de campo na Inglaterra que também contam com estes jardins artificiais, idealizados com a preocupação de pompa e beleza e não para o gozo de seus proprietários. Mas, ao meu ver, eles não representam o verdadeiro jardim inglês. O verdadeiro jardim inglês, porém, possui um cunho marcadamente pessoal. No meu entender, é um tanto amorfo, com uma adorável confusão de flores e coloridos dos mais diversos.
As pessoas que visitam a Inglaterra não escondem a sua admiração diante dos inúmeros jardins que adornam indistintamente as grandes propriedades e as habitações mais modestas.
Uma adorável confusão de flores e cores diversas, eis o que é o verdadeiro e típico Jardim inglês, como se vê neste “cottage” em Huntingdonshire.
Por toda parte nota-se a preocupação do inglês em cercar-se de flores e vegetação. E porque? Encontra-se facilmente a explicação no seu clima e temperamento. Os ingleses, como todos sabem, queixam-se constantemente do seu clima, mas o fato é que, sem ser um clima de extremos, adapta-se admiravelmente à jardinagem. Não é de admirar, portanto, que os ingleses tenham tirado partido desta dádiva divina para criar belos e aprazíveis jardins.
Esta explicação é perfeitamente admissível, mas o outro elemento, o temperamento, é menos preciso. Qual é o impulso que obriga o inglês a fazer um jardim onde quer que vá?
Inúmeros são os exemplos que confirmam essa verdadeira veneração dos ingleses pelas flores. Um dos motivos principais pelo qual evitam morar em apartamentos é o fato de não poderem cultivar seu próprio jardim. Contudo, não deixam de aproveitar qualquer espaço livre nas janelas ou varandas para colocar vasos e jardineiras. Qual é a origem dessa curiosa persistência? Será uma forma de “escapismo”, ou será porque o inglês, sendo por natureza inarticulado e extremamente tímido em revelar seus sentimentos mais íntimos, encontra no cultivo das flores um meio de expandir sua admiração pelo belo e, quem sabe, seu sentimentalismo?
A literatura que acompanha essa singular paixão é bastante vasta. Os ingleses vêm escrevendo livros sobre as flores e jardinagem desde o século XVI, e atualmente grande parte dos catálogos dos editores é reservada às obras sobre o assunto. Não é de estranhar, portanto, que um conhecido médico, autor de diversas obras científicas, tenha encontrado tempo para escrever um livro sobre os “Jardins da Inglaterra”.
E nada mais foi o que fez o dr. Harry Roberts ao publicar recentemente um pequeno livro, “Jardins da Inglaterra”, em uma série de divulgação popular. O dr. Roberts traça um ligeiro histórico dos jardins na Inglaterra e, ao mesmo tempo, descreve suas atividades como jardineiro.
Assim como Dr. Roberts, milhares de ingleses seguem este impulso natural que merece ser especialmente estudado por aqueles que procuram compreender o caráter britânico, este texto de rigidez e sentimentalismo.
Outro tipo de jardim inglês: O Parque do Castelo de Chiham.
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Veja se Sabe…
Veja se sabe responder, corretamente, às 20 perguntas do questionário abaixo, experimentando assim o seu grau de cultura ou de memória. Confira depois com as respostas no fim da revista.
1) Qual foi o acontecimento notável ocorrido em 1519 nos domínios da navegação marítima: a descoberta do caminho para a Índia, a primeira viagem de circunavegação, ou a descoberta da América?
2) Quem descobriu a Terra Nova: Colombo, Sebastião Cabot ou os irmãos Côrte Real?
3) Em que data faleceu o Marechal de Ferro: 10-11-1912, 6-4-1838 ou 29-6-1895?
4) Quantos ‘Luizes’ teve a França: 15, 18 ou 14?
5) Quem organizou a primeira escola de enfermeiras: Henry Dunant, Florence Nightingale ou Ana Nery?
6) Quem recebeu o cognome de honesto Abe: Washington, Lincoln e Jefferson?
7) Quem dobrou primeiro o cabo da Boa Esperança: Vasco da Gama, Fernão de Magalhães ou Bartolomeu Dias?
8) Qual foi a primeira cidade fundada no Brasil: São Sebastião do Rio de Janeiro, São Salvador ou São Paulo?
9) Como se chamava o Visconde do Rio Branco?
10) Qual foi o primeiro aeroplano de Santos Dumont: o “Demoiselle” ou o “14 Bis”?
11) José de Alencar é autor de “As Minas de Prata” ou de “As Minas de Salomão”?
12) Quem é o autor da ópera “Fosca”: Carlos Gomes, Puccini ou Mascagni?
13) A quem é atribuída esta frase: apré moi le deluge: a Luiz XV, a Voltaire ou a Luiz XVI?
14) Qual era a nacionalidade de Raphael Bluteau, autor do primeiro dicionário da nossa língua: francesa, portuguesa ou inglesa?
15) Que é um veículo hipomóvel: é um carro movido a gasolina, puxado a cavalos ou empurrado à mão?
16) Que significava em português antigo a palavra chispo?
17) Qual o verdadeiro significado da palavra portuguesa fan, ou fã?
18) Qual a região cujo nome diz que está entre rios: Amazônia, Mesopotâmia ou Francônia?
19) Qual o significado da palavra pirosfera: esfera de fogo, esfera de gás ou esfera de luz?
20) Qual destas frases é a correta: Fui a palácio do Governador, ou Fui ao palácio do Governador?
RESPOSTAS:
1) A primeira viagem de circunavegação empreendida por Fernão de Magalhães.
2) Os irmãos Corte Real.
3) Em 29 de junho de 1895.
4)18.
5)Florence Nightingale.
6)Abraão Lincoln.
7) Bartolomeu Dias.
8) São Salvador.
9) José Maria da Silva Paranhos.
10) O 14 Bis”.
11) As Minas de Prata.
12) Carlos Gomes.
13) Luiz XV.
14) Inglesa.
15) Puxado a cavalos.
16) Sapato alto e bicudo.
17) Costura em que não se metem cordões, espécie de abotoadura.
18) Mesopotâmia.
19) Esfera de fogo.
20) Fui ao palácio do governador.
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Uma Entidade Artística Que Honra o País
(Roberto D’Avila)
O que é a Orquestra Sinfônica Brasileira – Os serviços já prestados à nossa cultura musical – Os seus concertos e seus cursos
A Orquestra Sinfônica Brasileira
Fundada em 11 de Julho de 1940, data em que se comemorava o aniversário de Carlos Gomes, a Orquestra Sinfônica Brasileira, fazendo silenciar os derrotistas de nossa cultura musical e surpreendendo até mesmo os prognósticos mais otimistas, levava a efeito, já em 1942, uma série de 55 grandes concertos e 59 irradiações, alcançando em 1943 o expressivo número de 122 concertos.
Em todos os manifestos e publicações de novas sociedades, sejam de caráter comercial, sejam de objetivos puramente espiritual e artístico, encontramos sempre, a par de precárias realizações, um vasto e sedutor programa envolvendo promessas que, via de regra, caem no esquecimento e se apagam até na memória dos organizadores. O relatório do ano de 1942 da Orquestra Sinfônica, assim como o dos anos posteriores, apresentou grandes projetos que, por sua magnitude, punham um sabor de descrença no espírito do leitor. A audição de obras de vulto para as quais se torna necessária a exibição de solistas de mérito incontestável e de massas corais nos faziam aplaudir as boas intenções da O.S.B., mas não podíamos deixar de considerá-las apenas como “boas intenções”. .
Entretanto, o tempo encarregou-se de nos brindar com o cumprimento integral do programa traçado, criando para a O.S.B. uma atmosfera de respeito em torno de suas realizações. O ano de 1944, fértil em atividades, apresentou 50 concertos levados a efeito no Municipal. 50 concertos populares no Rex, 10 concertos para a Juventude, além de 20 exibições em vários clubes e entidades oficiais e 40 irradiações. Expandindo seu campo de ação, a O.S.B. realizou duas viagens a São Paulo, com uma série de 5 concertos, uma excursão a Poços de Caldas, com 3 concertos, e 2 apresentações em Petrópolis.
Dentre as realizações que, no campo cultural, mais impressionaram o observador, está, sem dúvida, a Orquestra Sinfônica Brasileira. O seu período de existência relativamente curto já granjeou um prestígio tão grande que hoje nos referimos a ela com o mesmo respeito e admiração que nos habituamos a citar a Orquestra Filarmônica de Filadélfia, a de Boston, a de Londres e outras mais. Porém, um marco tão saliente de nossa cultura só poderia ter sido produto de um esforço gigantesco aliado à tenacidade e idealismo de seus organizadores e, por natural curiosidade, somos levados a investigar e analisar o desenvolvimento da obra.
Prestamos uma homenagem a E. Szenkar, um dos grandes animadores da Orquestra Sinfônica Brasileira.
De longa data vinham os círculos mais chegados à arte musical sentindo a lacuna de uma orquestra sinfônica, lacuna esta que se acentua à medida que nos chegavam as notícias de empreendimentos dessa natureza, concretizados e em franco sucesso em quase todas as grandes capitais. Limitamo-nos ao sucedâneo dos discos e era com enorme inveja que o cinema nos mostrava grandes conjuntos orquestrais regidos por nomes famosos.
Em 1940 recebemos a visita de Toscanini e Stokowski que, a par do prazer espiritual que nos proporcionaram, realçaram a situação deplorável em que se encontrava nossa música sinfônica.
Surge então a figura deste batalhador, que é José Siqueira, apoiado por alguns outros professores da Escola Nacional de Música, e resolvem a criação da Orquestra Sinfônica Brasileira.
Tropeços e dificuldades de toda ordem se antepuseram ao trabalho destes idealistas, sendo agradável ressaltar, entretanto, que avultam os de natureza material, pois o público recebeu a “sua” orquestra como régio presente e, desde logo, emprestou-lhe o apoio devido às realizações honestas.
Não escapa ao espírito mais alheio às coisas da música a grande oportunidade que a O.S.B. abriu aos artistas patrícios fazendo sua apresentação ao público, apoiando-os em execuções de valor indiscutível e criando para eles uma atmosfera a que fazem jus pelos méritos que revelaram.
O teatro Municipal completamente cheio durante um dos grandes concertos da Orquestra Sinfônica Brasileira.
Não ficam somente após os empreendimentos da O.S.B. O curso de regência, sob a orientação de Eugen Szenkar, destina-se à formação de regentes nacionais, já apresentou seus primeiros frutos com a direção do conjunto, confiado inúmeras vezes a José Siqueira, Eleazar de Carvalho, Iberê Gomes Grosso, nomes que compõem um punhado de regentes dos quais muito se pode esperar.
Os cursos de Teoria Aplicada, Cultura Musical e Estética Musical alcançaram, em 1943, ano de sua criação, uma frequência de 335 alunos e continuaram a funcionar com o mesmo sucesso na Associação Brasileira de Imprensa. Além disso, a fundação do Corpo Coral Misto, com 150 vozes, possibilitou a audição da IX Sinfonia de Beethoven, da Missa de Requiem de Verdi, da Fausto, Sinfonia de Liszt e de outras obras onde o coral desempenha um papel essencial na composição.
Nota curiosa é que não possuímos uma gravação do Hino Nacional e a O.S.B., prestando mais este serviço, veio tirar de dificuldades as próprias irradiações oficiais. Tantos são os títulos que credenciam a Orquestra Sinfônica Brasileira, quer no terreno cultural, quer no artístico, que, abstraindo-nos dos adjetivos, preferimos enumerar algumas de suas realizações, definindo assim, a relevância dos serviços por ela prestados e apontando-a como apoio e gratidão de todos os brasileiros.
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Mensagem da Organização Lowndes
Por ordem de um representante da Organização Lowndes, que compreende Lowndes & Sons, Ltd. (administração de bens, compra e venda de imóveis, incorporações etc.), Banco Lowndes S.A., Companhia de Seguros Sagres e Companhia de Seguros Cruzeiro do Sul, The London & Lancashire e The London Assurance (seguros), Companhia Geral de Administração e Incorporações (vendas de imóveis), foi lida, ao microfone da Rádio “Jornal do Brasil”, às 24 horas de 31 de dezembro do ano passado, a seguinte mensagem dirigida a todos os seus clientes e amigos:
“… e o tempo termina mais um capítulo na História do mundo…”
Neste minuto, quando o velho 1944 entrega a ampulheta ao novo ano de 1945, que os amigos e clientes da ORGANIZAÇÃO LOWNDES sintam a tranquilidade dos previdentes e a alegria dos despreocupados.
A ORGANIZAÇÃO LOWNDES cumprimenta e agradece, neste instante, a todos que a distinguiram com a sua preferência, desejando que, em 1945, seus lares continuem amparados.
LOWNDES, que para seu conforto lhes oferece, nos seus diferentes ramos de atividade, meios para a aplicação de seu capital de maneira segura e proveitosa, vem congratular-se com seus amigos e clientes, nas festividades tradicionais de Ano Novo.
ANO NOVO: nós te recebemos cheios de simpatia e de afeto.
As nossas esperanças estão entre o entusiasmo e o otimismo.
Que cortejo mais belo e mais animador poderíamos oferecer-te?
Não sejas tu, porém, como o hóspede ingrato, ou como o visitante infiel, que maldiz a acolhida cordial e provoca lágrimas nos olhos que o saudaram luminosamente!
ANO NOVO: tudo, quanto de ti desejamos, tudo se resume numa só palavra: PAZ!
Com ela e por ela a humanidade voltará aos brandos caminhos cristãos da fraternidade e do trabalho.
Longe de ambições desmedidas, sempre digno das suas tradições, o Brasil prosseguirá, ANO NOVO!, em sua estrada feita de liberdade, união e progresso!
Porque nós sabemos: não acharás, ANO NOVO! povo nenhum que nos seja superior pelo sentimento de nacionalismo, nem pela consciência do dever!
Todos os benefícios, portanto, que esperamos de ti, serão, não favores, mas o prêmio da nossa vida, espelho de uma nação que eleva os princípios norteadores da existência baseada na independência e na Justiça.
Por isso mesmo, ANO NOVO! sinceramente aguardamos que corresponda ao afeto e à simpatia com que te recebemos…
No limiar de 1945, as mãos de Deus, eternas e milagrosas, estendem a bênção do Seu Amor infinito sobre toda a Humanidade!
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Cortes e Fricotes
Narrou-me o amigo Santosi que seu filho Ronaldo, quando jovem, era muito cobiçado por uma verdadeira legião de “fans”, porque, modéstia a parte, era um rapaz de altas qualidades morais e físicas, e, sobretudo, rico. Sucedeu que se apaixonou, com igual sentimentalismo, por três moças, filhas do casal Simões. Qualquer delas era linda e lhe correspondia afeição idêntica, e, assim, por mais que procurasse indagar do seu íntimo, por qual delas se sentia inclinado, jamais chegava a uma conclusão. A indecisão agravou-se, e, de tal modo que, às tantas, veio pedir-lhe um conselho. Fechamo-nos na biblioteca, disse-me o Santosi, e, por duas horas conversamos sobre o assunto, colocando em tese os recatos, as audácias, as inclinações, as alegrias, as diversões, o equilíbrio espiritual e mental de cada uma, crença, energia, combatividade, esportividade, e, enfim, uma série interminável de fatos. Ao cabo de muitos prós e contras, em que tudo foi levado a uma rigorosa balança, chegámos, efetivamente, ao mesmo ponto de vista: as três possuíam qualidades parecidas, e, se defeitos foram observados, eram insignificantes e se equivalem. O problema apresentava-se assim insolúvel, mas era necessário encontrar sua solução, porque bem compreendia a angústia e o desejo do Ronaldo em definir a sua vida. Tanto rebusquei os meus alfarrábios memoriais, prosseguiu Santosi, que me pareceu encontrar uma saída. Aconselhei-o a que, nessa mesma noite, quando fosse à casa dos Simões, levasse aquele guarda-chuva que lhe estava entregando, sob a única condição de deixá-lo atravessado na soleira da porta, observando bem tudo o que passasse posteriormente com ele. O tempo estava chuvoso e a ocasião era propícia.
O rapaz ficou atônito. Não atinava com esta ideia tão extravagante, não compreendia que ligação poderia advir desse guarda- chuva com o seu Destino, e, ao demais, tratava-se de um “traste” que jamais usara. Mas, enfim, como deveria deixá-lo sorrateiramente na porta, tentaria a sugestão. E, continuou o Santosi, o sucesso foi espantoso, maior ainda do que o obtido pelo meu finado avô, que Deus o guarde em bom lugar e de quem herdei o ensinamento. No dia seguinte a esta ideia, contou-me o filho que, chegando à bela residência dos Simões, colocou, sorrateiramente, o guarda-chuva atravessado na soleira da porta do vestíbulo, tal como a recomendação. Apertou o botão da campainha, vindo abrí-la o velho mordomo, como sempre, cerimonioso, de casaca e luvas brancas, que não se apercebera do fato.
Pouco mais, chegaram Raquel, Léa e Rita, encantadoras, alegres e saltitantes, como de costume. Decidiram ir a um cinema, e, quando se dispunham a sair, alguém exclamou: – Vejam só… um guarda- chuva… alí!…! Contou-me o filho, meu caro Avlanep, que jamais ficará tão atordoado e envergonhado ao ouvir essa exclamação. Não teve, sequer, coragem de abrir a boca e lá ficou o guarda-chuva. Sem dono!
— Mas então, insisti, o que se passou depois? Lembro-me, papai, respondeu ele, que Raquel, ao sair, pouco se incomodou com o guarda-chuva; olhou-o e pulou por cima. Rita afastou-o com o pé. Léa abaixou-se, apanhou-o e o colocou ao lado da porta. Ora aí está, continuou o Santosi, tive ímpetos de beijar meu filho; era uma vitória; estava decifrada a dúvida! Levei-o à biblioteca e prossegui com o assunto:- Ronaldo, disse-lhe eu, aquele guarda-chuva, cuja finalidade não compreendeste, considero a chave do teu Destino. Casa-te com a Léa pois, embora as três sejam prendadas de excelentes qualidades, ela demonstrou ser mais cuidadosa e observadora nos pequenos detalhes. Na prática, meu filho, essas parcelas mínimas traduzem uma grande força para a batalha da vida!
E, concluiu o Santosi: hoje meu filho e Léa são felicíssimos e já lá se vão dez anos… Em sua casa, uma vitrine especialmente preparada, encerra um guarda-chuva, cuidadosamente mimado, tendo no cabo uma sugestiva legenda em bronze:
“A chave de um Destino”.
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Novo Material Sintético Para Construções
Londres, 1 (B. N. S.) Um novo material sintético para construção que reúne as propriedades do concreto e da madeira acaba de ser aperfeiçoado na Grã-Bretanha, revela o “Daily Mail” desta cidade. Até agora não se tinha ainda descoberto um processo de “casar” a serragem com o cimento. Este porém acaba de ser posto em prática químicamente pelos cientistas britânicos que viram sua tarefa coroada do melhor êxito. A nova combinação de madeira e concreto pode ser produzida sob a forma de tijolos ou folhas de quaisquer tipos e dimensões. Trata-se de um material especialmente adaptável às paredes internas ou aos forros, desde que pode ser grampeado, perfurado ou pregado exatamente como madeira. Em relação à madeira, porém, o novo material tem a vantagem de não empenar, podendo adquirir um excelente lustro a ser tingido em qualquer côr.
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A Primeira Travessia Aérea da Mancha
(ANTONIO GIL – Expressamente para o Noticiário Lowndes)
Um grande feito aeronáutico esquecido O que foi a dramática viagem de Blanchard e Jeffries em 1785
Blanchard,o herói da primeira travessia aérea da Mancha
Está hoje completamente esquecida a primeira travessia aérea da Mancha. Em meio ao progresso vertiginoso da aviação que se registra em nossa época, quando o Atlântico é transposto de hora em hora, com facilidade e relativa segurança por possantes máquinas metálicas, apenas um historiador da aeronáutica ou um amante de antiguidades pode se recordar da grande façanha de 7 de janeiro de 1785. Dia entre todos gloriosos para a aerostação, ainda em seus primórdios, dia em que um balão atravessava pela primeira vez esse braço de mar, que separa a Inglaterra do continente europeu. .
Hoje em dia, que esses potentes e rápidos pássaros de alumínio fazem em escassos minutos tal travessia, e a Inglaterra tão seriamente se viu por eles ameaçada, após um milênio descansando, confiante, atrás dessa barreira natural, parece-nos infantil a proeza de 1785…
Mas não percamos de vista que se estava então no fim do século XVIII, antes da Revolução Francesa, antes da era em que as ciências se iam desenvolver pujantemente e a máquina, no seu progresso, tanto iria alterar o curso da vida, e quando apenas havia passado dois anos desde que os Montgolfier haviam redescoberto a força ascensional do ar quente, fazendo subir um pequeno aeróstato, como Bartolomeu de Gusmão, o santista, fizera em Lisboa, 74 anos antes, sem tão grandiosas consequências, porém.
Foi Jean Pierre Blanchard, aeronauta francês, que antes dos Montgolfier sonhava em construir um engenho de voar, o autor do feito, que teve na época sensacional repercussão. Acompanhou o audaz sábio norte-americano, o dr. John Jeffries.
QUEM ERA BLANCHARD
Blanchard, filho de um torneiro, homem de imaginação e de coragem, nascera em 1753, e desde cedo se dedicaram à mecânica. Tentou vários inventos, inclusive, como dissemos, uma aeronave,movida a remos e asas. Com o advento dos balões a ar quente e logo a seguir a hidrogênio, deixou de lado seu projeto e tratou de construir também um balão, ao qual, entretanto, teimou em adaptar remos e asas para dar-lhe a faculdade da direção sem resultado, aliás, diga-se de passagem.
Um ano após a experiência célebre dos Montgolfier vemo-lo em Paris fazendo sua primeira ascensão, que tem um começo acidentado. Após algumas outras ascensões em seu país, Blanchard parte para a Inglaterra. A aerostação estava em plena moda. As ascensões constituíam o espetáculo mais sensacional da época. Pilâtre de Rozier, o primeiro mortal que ousaram subir em balão, o físico Charles, que fora o primeiro a construir um aeróstato a hidrogênio e não tarda a seguir o exemplo de Rozier, subindo também, viam seus nomes glorificados pelo povo e honrados pelo monarca. O falecido Luiz XVI, que morreria tardiamente guilhotinado pela Revolução, e enquanto isso, se ia divertindo em premiar os pioneiros do ar.
E Blanchard, que ainda não tinha conquistado honras ou proveitos, resolveu procurar os ares britânicos, em busca de fortuna e glória.
Em fins de 1784 anuncia seu projeto de atravessar a Mancha. Do lado francês, Pilâtre de Rozier, senhor de um formidável balão construído com uma doação de 40.000 francos dos cofres públicos, esperava o vento favorável, para transpor também o canal.
A PARTIDA
A sorte favorece todavia Blanchard. Em Douvres, que escolhe como ponto de partida, 7 de janeiro amanhecera lindo, após uma noite de forte geada. O céu estava calmo e límpido. Um sol claro e tépido espargia claridade e vida e o vento, fraco, soprando de Nor-noroeste, era oportunamente favorável.
Blanchard fizera transportar o balão para a beira de um rochedo escarpado que se debruça sobre o precipício descrito por Shakespeare no “Rei Lear”. O cenário era histórico, como seria o feito do aeronauta francês, e o sopro da tragédia bafejava-o. E realmente quase em tragédia iria degenerar a travessia.
Às 10 horas, começa a encher-se o balão. Dois balonetes são lançados ao ar para saber se a direção do vento, o qual continua favorável. A operação prossegue até às 12h45, quando o invólucro, cheio, paira soberbo nos ares. É-lhe então apenas a barquinha com os instrumentos e o lastro necessários. Às 1 hora da tarde, os aeronautas pulam para bordo e Blanchard ordena a largada. Mas a carga era demasiada para o balão, que deixava escapar algum gás. Rapidamente, Blanchard joga fora parte do lastro, conseguindo subir quando lhe restavam somente 3 sacos de areia de 5 quilos cada um.
Impelido pelo vento favorável, o balão dirige-se para o largo. O espetáculo que se depara aos aeronautas é magnífico. O Dr. Jeffries, indo no “raid”, descreve entusiasmadamente em carta ao presidente da Royal Society. As campinas verdejantes, as inúmeras aldeias e vilas, para além de Douvres, os rochedos da costa onde o mar se choca, bordando-os com rendilhada espuma, o porto cheio de embarcações, de cujo bordo lhes acenam, tudo isso formava um quadro encantador, engano o prelúdio em “allegro” da ópera patética que ia ser a travessia.
A particia de Blanchard e Jeffries de Douvres segundo uma gravura da época
A LUTA PELA ALTURA
Não tardam as primeiras notas alarmantes. Ainda surdas, indecisas; o balão começa a perder altura. Blanchard alija saco e meio de lastro e a aeronave, como tomando novo impulso, sobe um pouco. A marcha em direção a Calais vai bem. O vento continua favorável. Estavam a um terço do caminho e já não enxergavam os contornos do castelo de Douvres, quando notaram que o balão descia de novo. O que restava do lastro é jogado ao mar. Mas não basta. Lançam fora alguns livros para aliviar o peso e a máquina eleva-se de novo. Estariam então a meio da viagem. São 2,15 da tarde e o balão continua a sua rota para terras de França, impelido pelo vento favorável. O dr. Jeffries vigia atentamente o barômetro. Com apreensão nota que este volta a registrar a descida do balão. De novo os ameaça uma queda no mar. Os livros restantes são lançados pela borda com a barquinha.
Não tardam em avistar a costa francesa. São agora 2,25. Nossa esperança os carrega, mas o balão, que está perdendo gás, teima em baixar de forma alarmante.
Angustiosa dúvida ergue-se do íntimo dos dois homens. Conseguirão completar a travessia? Conseguirão pisar essa boa terra da França que já avistam ao longe? Nova carga é lançada ao mar, na esperança de suster a queda: vão as provisões de boca, as asas da barquinha (que de nada serviam) e vários objetos. O balão, lenta mas inexoravelmente, aproxima-se do mar. Desfazem-se então das roupas e de tudo o que representa peso.
A terra ali está, à sua frente, bem próxima. Chegarão a salvo? O balão teima em baixar. A tragédia ronda os aeronautas.
O Dr. Jeffries companheiro de Blanchard na travessia da Mancha
No momento culminante o dr. Jeffries oferecesse em sacrifício: quer jogar-se ao mar para aliviar o peso. Assim, seu companheiro completará a travessia.
– Estamos ambos perdidos – diz o generoso americano. Se acha que este meio o pode salvar, estou pronto para sacrificar a vida.
Mas Blanchard não consente em tal. Restava-lhes ainda um recurso: cortar as cordas da barquinha, deixá-la despenhar-se e seguirem agarrados à rede que recobre o balão.
UM EPÍLOGO FELIZ
Estavam já iniciando essa operação quando notaram um estremecimento no aeróstato: a máquina aérea, por um motivo qualquer, por um milagre, como um animal cansado que toma fôlego ao enxergar a meta final, subia! A costa demorava apenas 4 milhas e a marcha era rápida. O perigo passara.
À medida que as três horas passam sobre as terras altas entre o Cabo Branco e Calais, o vento aumenta e muda de direção. O balão continua a subir ainda mais. Momentos depois, eles passam sobre a floresta de Guines e o Dr. Jeffries consegue agarrar um ramo de árvore. Blanchard abre a válvula do gás, o balão esvazia e cai, e os aeronautas descem da barquinha em uma pequena clareira, sãos e salvos.
A travessia aérea da Mancha estava sendo realizada..
No dia seguinte, Blanchard recebia as homenagens da Municipalidade. Durante um jantar de honra, foi-lhe oferecido, numa caixa de ouro, o título de cidadão de Calais. Dão-lhe 3.000 francos pelo balão, que fica exposto, como relíquia gloriosa, numa igreja local. Uma coluna de mármore é erguida em memória do feito no local da aterrissagem, concedendo-lhe ainda a Municipalidade uma pensão de 600 francos.
E não ficam só nisso os proveitos. Ao chegar a Versalhes a notícia, Maria Antonieta, que jogava com seus parceiros habituais, aposta uma forte soma em nome do já agora famoso aeronauta. Ganha, e o produto dá-o a Blanchard. Luiz XVI, por seu lado, concede-lhe uma pensão de 1.200 libras.
E assim, com esses munificentes prêmios e com a gloriosa popularidade que granjeou, teve Blanchard o justo galardão pela sua pressa de pioneiro da travessia da Mancha, no tempo em que as aeronaves não passavam de frágeis globos vo gando aos caprichos do vento.
GINÁSTICA DA VITÓRIA
Aos dirigentes norte-americanos da grande batalha industrial em prol do esforço de guerra nada escapou no sentido de incentivar o entusiasmo pelo trabalho, desenvolvimento das energias físicas e conservação da saúde do trabalhador.
Com esse fim foi organizada pelos médicos uma série de exercícios físicos destinados às mulheres que se empregavam no trabalho das usinas de guerra, a qual foi intitulada “Exercícios de Saúde para a Vitória”. Cada um dos exercícios da série recebeu um nome curioso, como se verá abaixo. Ei-los:
1 – Fortaleza Voadora” – Os braços caídos, naturalmente; levantá-los, pelos lados, até à altura dos ombros e voltá-los à posição inicial
2 – “Jeep” – Com um pé para a frente, curvar os joelhos e girar os braços esticados. Repetir a mesma coisa, com o outro pé para a frente.
3 – “Invasão pelo Canal da Mancha” – Sente-se no soalho e curve-se até tocar os pés com a ponta dos dedos, conservando as pernas esticadas; faça a mesma operação em sentido contrário, até tocar o cotovelo no solo. Suspenda, então, os joelhos com os pés fora do chão.
4 – “Bombardeiro de mergulho” – Pés separados, braços estendidos; curve-se para a frente e os lados até tocar o solo com os dedos.
Tais exercícios, como é de praxe, devem ser feitos de manhã, diante de uma janela aberta e, dizem os técnicos, conservarão o corpo saudável e com ótima disposição para o trabalho.
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O Noticiário Lowndes Informa
No dia 12 do corrente, foi assinado pelo Exmo. Sr. Dr. Getulio Vargas, o decreto de autorização de funcionamento da Companhia de Seguros “Imperial”. Em breve, serão iniciados os trabalhos desta nova organização seguradora, que compreende mais um setor de atividade da Organização Lowndes. –
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Integrando o último contingente da gloriosa Força Expedicionária Brasileira que partiu para a frente de combate na Itália, seguiu o distinto colaborador da Organização Lowndes, Sr. Jorge Felisberto Pais Leme, 2º tenente de cavalaria do nosso Exército e elemento de alta projeção da nossa sociedade. Rapaz prendado de excelentes qualidades morais e físicas, a sua ausência abriu um claro entre os amigos e companheiros de trabalho, convictos, porém, que a sua campanha nos campos de batalha será coroada de maior brilhantismo.
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O NOTICIÁRIO LOWNDES augura ao tenente Pais Leme todas as felicidades que é merecedor.
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Temos a grande satisfação de registrar o brilhante êxito alcançado pelo Dr. Eduardo Guidão da Cruz, conquistando o 1º lugar no Campeonato Carioca de Salto de Trampolim, de 3 metros, em renhida disputa levada a efeito no domingo, 18 do corrente, na piscina do Clube de Regatas Guanabara, defendendo as gloriosas cores do Fluminense Futebol Clube. Além deste honroso feito, o emérito desportista já havia conquistado o 1º lugar na competição havida no dia 4, na prova de “seniors”. O Dr. Eduardo Guidão da Cruz faz parte da Organização Lowndes, como Diretor da Companhia “Cruzeiro do Sul Capitalização S. A.”, que em breve iniciará suas operações no país. Ao Dr. Guidão as nossas felicitações. –
No próximo número serão publi. cados os balanços das Empresas que compõem a Organização Lowndes, referentes ao exercício de 1944.
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Já estão em franco andamento as obras do Edifício Lowndes, na Avenida Presidente Vargas, na Praça da Candelária.
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Já se acha novamente entre nós, o Sr. Nestor Igrejas, após uma longa ausência em visita à sua Exma. Família, em Portugal. O Sr. Igrejas é um grande amigo da Organização Lowndes, fazendo parte do Conselho Fiscal da Companhia de Seguros “Cruzeiro do Sul”, de cuja Companhia é também acionista.
–
Prosseguem ativamente os trabalhos de legalização da Companhia “Cruzeiro do Sul Capitalização S. A.” que, em breve, iniciará as suas operações em todo o país, com planos atualizados grandemente interessantes à economia privada e ao comércio e indústria em geral.
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Felicitações a…
Pela passagem de seus respectivos aniversários felicitamos a:
FEVEREIRO
Dia 1: Sr. Abilio Pinto de Carvalho.
Dia 2: Dr. Carlos Mendes Campos.
Dia 3: Sra. Heloisa Portugal Cunha.
Dia 4: Monsenhor Mac Dowell.
Dia 5: Sra. Isa Vizeu Barbosa.
Dia 6: Sr. Francisco Penalva Santos
Dia 7: Dr. Guilherme da Silveira e Sr. Cesar Gebara.
Dia 9: Sr. Armando Quintas e Sr. Arthur Frederico Fearmley,
Dia 12: Sr. Antonio Marques Ribeiro.
Dia 13: Sr. Leocádio Vieira Neto.
Dia 15: Sr. Walter Braga Niemeyer.
Dia 17: Sr. Silva, Vizeu de Carvalho e Sr. Max Paulo Keller.
Dia 21: Sr. Mario Pizatto.
Dia 25: Sra. Mayse Gonçalves Fernandes.
Dia 27: Sra. Branca Magalhães Affonseca, Sr. Paulo Laport Machado e Sra. Maria Luiza Gil Baptista.
Dia 28: Sr. David Portela Araujo.
MARÇO
Dia 1: Sr. Gilson Maurity Santos.
Dia 3: Sra. Clarice Gonçalves Puga. Sra. Olga Penalva Santos Costa Junior, Sr. Nathan Malamud e Sr. Illydio Macedo da Costa Cabral.
Dia 5: Sr. Alvaro Chaves, Sr. Haroldo J. R. Gibbins e Sr. Ernesto Gomes da Silva
Dia 6: Sra. Alice Carvalho de Mendonça e Sr. Mario Pinheiro.
Dia 8: Dr. Heitor Beltrão, sua esposa e seu filho Joel.
Dia 9: Sra. Maria Campos Seabra e Sr. Alvaro Brancante Machado.
Dia 13: Sra. Iracema Gil Baptista e Sra. Eugenia Penalva Santos de Carvalho.
Dia 14: Sr. José Maria Valente Vargas. Dia 15: Comendador Henrique F. Palm e Sr. José Henrique da Silveira.
Dia 16: Sra. Ida Vizeu Carvalho Men- donça e Sra. Ercilia Leitão Laport.
Dia 19: Sra. Edith Portugal. Sr. Moncel Lopes Fortuna c Sr. José Madureira.
Dia 23: Sra. Norman Lowndes Hargreave
Dia 24: Sr. Augusto Meireles, Dr. Roberto Carvalho de Mendonça, Sr. James Faro Bailey e Sr. Ivo Carvalho de Rezende.
Dia 27: Sr., Paulo Magalhães e Sr. Roberto. João Taves.
ABRIL
Dia 4: Sr. Mario Carvalho.
Dia 5: Dr. José Vizeu Barbora e Sra. Céres Penalva C. Silveira.
Dia 6: Sra. Laura Meireles Machado.
Dia 8: Sra. Helena Palm e Sra. Maria João Reis.
Dia 9: Dr. Leonel Bezerra Martins.
Dia 11: Dr. Mario Magalhães e Sr. Bernard Tarbutt.
Dia 12: Sr. Joel de Souza Pinto.
Dia 13: Srta. Heloisa Vizeu Carvalho e Sr. Paulo Affonso.
Dia 14: Sr. Affonso Vizeu Penalva Santos.
Dia 15: Sr. Mario da Fonseca Guimarães.
Dia 17: Sr. José de Carvalho Jucá.
Dia 19: Tenente Fernando Penalva Carvalho.
Dia 22: Sr. Adriano Octavio Zander.
Dia 24: Srta. Ana Maria Carvallio, Dr. Ma-noel Mendes Campos e Sr. Armando Guimarães.
Dia 27: Sr. Mario Peixoto Esberard.
Dia 28: Dr. Joaquim Penalva Santos.
Dia 30: Sra. René Weiner Martinelli.
Dr. Leonel P. Bezerra Martins
Temos o prazer de assinalar a feliz data de 9 de abril corrente, aniversário natalício do nosso distinto amigo Leonel Bezerra Martins, advogado e chefe do Departamento Legal da Organização Lowndes. Ardoroso e infatigável defensor das causas justas, orador emérito, primando sempre pela sutileza da ética profissional, elegância de estilo e distinção de coleguismo, a sua laboriosa jornada forense vem sendo pautada de notórias apostilas jurídicas, fruto de acurados estudos e capacidade intelectual a serviço da jurisprudência Amigo leal e dedicado, irradiando simpatias a todos os que dele se cercam, a data acima será, por certo, motivo de grande júbilo no seu grande círculo de amizades.
Newton Saraiva Graça
Newton Saraiva Graça, filho do nosso amigo e chefe do controle técnico da Organização Lowndes, Sr. Orlando Graça e sua esposa Dona Julia Bastos Saraiva Graça, por ocasião de sua primeira comunhão no Instituto Menino Jesus, no dia 17 de março, data em que completou 10 anos de idade. A Newton e seus pais, o NOTICIÁRIO LOWNDES deseja todas as felicidades.
Casamento
No próximo dia 5 de maio vindouro realizar- se-á o enlace matrimonial do Sr. Raymundo Peretti Mattos com a senhorita Odette Coimbra, funcionários da Organização Lowndes. Aos nubentes, os nossos votos de perenes felicidades.
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50º Aniversário de Ernesto Antunes Silva
Almoço oferecido ao Sr. Ernesto Antunes Silva, destacado corretor de seguros desta praça, pelos seus colegas e no qual tomaram parte alguns diretores de Companhias Seguradoras. Vemos neste grupo, da esquerda para a direita, sentados: Antonin Celestino da Costa, Walter Braga Niemeyer, Ernesto Antunes Silva, o homenageado, Jorge Santos Lima e Antonio Ferreira de Araujo. De pé, da esquerda para a direita: Francisco Machado, Luiz Perroni, Jean Wilwerth, Artur de Souza, João Preto, F. Almeida, Antonio Ferreira, José Martins Leal, Alvaro Ferreira Ramos e Amâncio Loureiro.
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Piadas Do Z.K.
NÃO ERA BEM ISSO…
O padre encontrou o Davi, bêbado, caído na porta da Igreja.
– Então, quantas vezes já te disse que o parati é o teu maior inimigo!…
– É?… mas quantas vezes também o senhor me disse que amássemos os nossos inimigos!…
O padre, indeciso: – Bem… bem… mas nunca disse para engoli-los…
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CENAS DA VIDA DOMÉSTICA
A mulher – Como te atreves a olhar-me de frente?
O marido – Ora Etelvina… um marido habitua-se a tudo.
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SEMPRE O MESMO
O pai – Mas como, foste outra vez reprovado nos exames?!…
O filho – Que quer, papai, o professor implica comigo… Imagine que eu fiz as mesmas perguntas do ano passado!
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APARÊNCIAS
– Quantos anos tem a mulher do Praxedes?
– Mais ou menos os que aparentam…
– Caramba!… Pensava que fosse mais nova.
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NO BARBEIRO
O freguês – O senhor não terá outra navalha?
O barbeiro – Tenho sim senhor… Mas para que?
O freguês – É que quero defender-me.
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Um autor comediógrafo assistia à representação de sua peça. Era um pouco surdo, situação da qual se aproveitava para despistar 1 perguntas ou tirar partido de assuntos maçadores. As tantas, durante a representação, tirou do ouvido a corneta acústica e um amigo lhe chamou a atenção.
-Minha comédia, respondeu ele, parece-me mais interessante quando não ouço os artistas.
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INOCÊNCIA
– Homem, começo a ficar preocupado.
– Que aconteceu?
-Minha mulher estava tomando banho aqui… Mergulhou e até agora não veio à tona…
– Faz muito tempo isso?
– Mais ou menos… Há coisa de 2 horas.
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MODOS DE DIZER
– Que te aconteceu? Estás de luto… Alguma desgraça?!…
– Desgraça, propriamente, não… Morreu minha mulher.
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Um famoso conferencista, após assinar contrato que nem leu, pois só estava interessado na volumosa soma que receberá, disse na ocasião em que devolvia o documento: – Mas suponha que eu morra antes da conferência? – Não tem importância; está previsto na cláusula segunda. Se assim acontecer, meu amigo, estarei rico; ganharia muito mais expondo o seu cadáver!…
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HISTÓRIAS
Uma dama caridosa a um mendigo que lhe estava contando a história de sua desgraça:
– Mas a história que me contou ontem era diferente….
– Pois claro! A senhora não acreditou nela.
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Curiosidades de Ontem e de Hoje
PRECEDENTES HISTÓRICOS
Em 1541, nas grandes festividades do casamento do príncipe D. Afonso, filho do rei D. João II, quis a Câmara Municipal de Sintra dar uma nota original. Para isso, mandou construir uma fonte onde, no momento culminante, jorraria leite em vez de água e ordenou, para tal fim, que todos os criadores dos arredores trouxessem uma lata de leite e a despejassem no depósito da referida fonte.
Aconteceu que um criador mais esperto, crente de que isso não seria percebido, em vez de leite, despejou foi uma lata de água. Entretanto, todos os demais haviam tido a mesma ideia e, na hora solene, veio a grande surpresa: em vez de leite, como fora anunciado, da fonte, como de todas as demais fontes, jorrou… água, o que provocou gerais gargalhadas.
Como se vê, essa inocente operação de substituir o leite pela água tem precedentes históricos. Aconteceu que um criador mais esperto, crente de que isso não seria percebido, em vez de leite, despejou foi uma lata de água. Entretanto, todos os demais haviam tido a mesma ideia e, na hora solene, veio a grande surpresa: em vez de leite, como fora anunciado, da fonte, como de todas as demais fontes, jorrou… água, o que provocou gargalhadas gerais. Como se vê, essa inocente operação de substituir o leite pela água tem precedentes históricos.
CONTRATO HIPOTECÁRIO EM BRONZE
No Museu de Parma, Itália, existia uma enorme placa de bronze, tendo gravado um contrato hipotecário, que se julga ser o mais antigo documento do gênero. Esse tão “sólido” contrato, que daria nada menos do que 20 páginas in-fólio, assegurava a subsistência de um certo número de órfãos.
Era costume nos tempos da velha Roma gravar as leis, ordenações oficiais e atos importantes em placas de bronze ou em lápides, que ficavam pendentes do teto (quando escritas dos dois lados) ou eram pregadas nas paredes.
No Museu de Lyon (França) existe uma dessas placas, com um discurso do imperador Cláudio, que ocupa toda a parede de uma sala. A de Parma é, todavia, maior.
Imagine-se o que não seria hoje o arquivo de um tabelião ou de um banco se os contratos hipotecários tivessem que ser inscritos em bronze!
O “V” DA VITÓRIA… EM 1492
Segundo o sr. W. J. Dammarell, consultor jurídico do Estado de Ohio, o “V”, hoje tão usado como símbolo da vitória das Nações Unidas, foi usado pela primeira vez em 1492 pela rainha da Espanha, Isabel a Católica, após sua vitória sobre os mouros. Foram colocados grandes escudos nos muros da catedral e da Universidade de Salamanca, os quais tinham as armas reais e ao centro um grande “V”, lendo-se na base estas palavras: “A Cristo, Rei Vitorioso”. Mais uma vez, podemos dizer com Salomão (o rei bíblico, bem entendido): “nada há de novo sob o sol”.
1.800 CIRCUITOS
Ao estabelecer-se uma ligação telefónica, durante os 15 segundos, mais ou menos, que decorrem entre discar e o ouvir o sinal de chamada no extremo oposto, 1.800 circuitos elétricos se abrem ou se fecham automaticamente. E contudo, parece-nos tão simples e tanto nos irritamos quando a ligação demora um pouco mais…
ILUSÃO DE ÓTICA
A bandeira francesa é uma prova da realidade das ilusões de ótica, principalmente quando causadas por listas de cores.
As três largas listras verticais que a constituem, e que nos parecem rigorosamente da mesma largura, na realidade não o são. A vermelha é 21% mais larga do que a branca e esta é 10% mais larga do que a azul.
Assim, não devemos confiar demasiadamente em nossos olhos.
PAÍS DE 6.000 HABITANTES
Andorra, uma minúscula república encravada entre a França e a Espanha, mede 452 quilômetros quadrados de superfície e tem uma população de 6.000 habitantes. A capital tem 700 habitantes. O poder legislativo é exercido por uma câmara de 24 membros e o executivo por 2 síndicos eleitos por sufrágio direto.
O curioso é que Andorra deve soberania ao chefe de Estado francês e ao bispo da cidade espanhola de Urgel.
MÁQUINA PARA LIMPEZA DE CANOS DE ÁGUA
LONDRES (B. N. S.) – Uma nova máquina destinada à limpeza de tubos de água e esgotos, com surpreendente economia em tempo, trabalho e custo, está sendo utilizada na Inglaterra. Essa máquina foi recentemente usada para raspar um cano condutor de água de 26 milhas.
Anteriormente, esta tarefa teria ocupado 65 homens pelo prazo de 12 dias a um custo de 9 pence por jarda. Com a nova máquina, todo o trabalho foi completado em 18 horas por apenas 8 homens. O custo foi aproximadamente de um penny por jarda. A alta eficiência atingida pela máquina em questão deve-se, em parte, a um novo detalhe consistente em barbatanas móveis de couro fixadas na parte posterior do conjunto de escovas.
Esta adaptação permite à máquina passar por todas as obstruções livremente, permitindo também que uma torrente suficiente de água passe através das pás. Outro interessante aperfeiçoamento consiste no fato de serem as escovas montadas sobre molas, o que contribui para economizar a duração das cerdas. Trata-se de um desenho dos engenheiros da Cia. de Águas de Newcastle e Gateshead do norte da Inglaterra.
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Lowndes Atlético Clube
Reiniciando as suas atividades, o Lowndes Atlético Clube movimentou auspiciosamente o seu Departamento desportivo no decorrer deste primeiro trimestre de 1945, enfrentando valorosos esquadrões de futebol e obtendo expressivas vitórias como se verifica pelos embates abaixo discriminados:
Lowndes A. C. x I.A.P.E.T.C.: vencedor, Lowndes A. C. por 6×2.
Lowndes A. C. x I.A.P.E.T.C.: vencedor, Lowndes A. C., por 3xl nos primeiros quadros e empate de 2×2 nos segundos.
Lowndes A. C. x I.P.A.S.E.: (2os. quadros) vencedor, I. P.A.S.E., por 8×5.
Independente dos jogos amistosos acima referidos, o Lowndes A. C. participou de um Toneio Initium, ao qual concorreram diversas entidades desportivas do nosso meio paraestatal, tendo o esquadrão Laquiano demonstrado mais uma vez o seu valor combativo, característica comum dos seus elementos, que sabem honrar o nome que ostentam em suas camisas desportivas, quando necessário se torna demonstrar o orgulho que sentem pelas iniciais L.A.C.
Participaram do Torneio Initium as seguintes entidades: I.A.P.E.T.C. -I.P.A.S.E. – Defesa Civil e Londres A. C., tendo ficado para a finalíssima o Lowndes A. C. e o I.A.P.E. T.C. que, em luta vigorosa, disputaram o troféu e como entretanto os quadros possuem o mesmo valor, depois de três prorrogações, terminou a partida com o empate de 3×3.
Voleibol Feminino
Participamos aos nossos dignos associados que foi criado o Departamento de Voleibol feminino, no qual contamos com elementos de valor do meio das funcionárias da Organização Lowndes.
Assim sendo, esperamos que o nóvel departamento, da mesma forma que o de futebol, traga as mais expressivas vitórias às cores Laquianas.