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Vitória Da Justiça e Paz
VITÓRIA… Todos os corações se enchem de júbilo ao simples enunciado desta palavra mágica. Que extraordinário condão possui um pequeno vocábulo, derramando em nossas almas uma sensação de incontida alegria, de transbordante entusiasmo e de felicidade realizada!
VITÓRIA… Como um facho luminoso e potente, polariza nossos sentidos, congrega nossas emoções e, diante de sua soberba irradiação, tudo o mais adquire proporções insignificantes. Erguida em gigantesco pedestal, inunda o mundo de luz, empresta novo colorido às coisas, define contornos inéditos, marca caracteres e imprime rumos inesperados aos destinos.
Vencido, porém, o primeiro deslumbramento, voltamos o olhar para as colunas que sustentam o esplêndido véu de ouro. Cada pedra representa uma soma enorme de sofrimento e de renúncia, e é com orgulho que recapitulamos o trabalho gigantesco que as foi acumulando.
Como um tinteiro que se derramava pelo mapa da Europa, a onda do nazifascismo estendeu-se sobre todos os povos com uma força avassaladora. Ideais de liberdade, anseios de concórdia, elementares noções de respeito humano, a própria dignidade da vida, tudo foi sendo esmagado. Na enorme fogueira foram lançadas ilusões, crenças, hábitos, princípios políticos e religiosos, tradições e imediatamente pareciam se diluir na voragem do incêndio.
Eisenhower o comandante-em-chefe.
No meio do caos, quando tudo parecia perdido, uma voz soa na treva. Não traz mensagens celestes nem faz promessas fúteis. São simples as palavras que se ouviram: ‘Nunca nos entregaremos… Havemos de lutar em quaisquer circunstâncias e sozinhos se preciso for… Só vos posso oferecer sangue, suor e lágrimas’…
Não foram apenas as palavras de um homem. Foram a expressão verbal da energia de uma raça, a consciência de um povo na justiça da causa por que lutava.
Galvanizados por tais palavras, os homens se foram congregando em torno da voz que os orientava, constituíram sua esperança e iniciaram a construção da primeira barreira. Contra ela se quebraram as vagas da tirania em repetidos ataques. A muralha resistia firmemente.
Movidas por poderoso impulso inicial, não se podiam, entretanto, deter diante do obstáculo. Na impossibilidade de transpô-lo, reconheceram que a paralisação lhes significava ruína.
Lançaram-se então em outras direções.
Mas a voz que soará isolada já não estava só. A ela se unirá outra que, com a mesma firmeza e convicção, sustentava a necessidade de quatro liberdades essenciais para um mundo onde se pudesse viver decentemente.
Sentindo avolumar-se o obstáculo que esperava contornar, a fúria nazista descarregou sua cólera para o Leste. Consciente de sua força, subestimando o adversário, invadiu-lhe a terra, na certeza de um domínio rápido. A hidra experimentou, então, na própria carne, as primeiras feridas incuráveis e conheceu o sabor da derrota, mordendo a neve que cobria os campos de Stalingrado!
Vítima do ódio que cultivou, batida em todas as direções, restava-lhe ainda uma arma: a covardia! Estendeu bem longe seus tentáculos e feriu, na calada da noite, pacíficos navegantes, metralhando-os e roubando-lhes qualquer possibilidade de defesa. Aí também não ficou impune o crime. Milhares de irmãos dos sacrificados se levantaram e foram, de armas na mão, lavar a afronta, e o ato de vandalismo teve sua resposta em Castelnuovo e Monte Castelo. Eram os bravos soldados da F.E.B. a mostrar ao mundo que o Brasil não se ofende impunemente!
VITÓRIA… Ideal que, há seis anos, nos parecia quase inatingível!
VITÓRIA… Felicidade que se revela no cântico dos sinos, nos risos dos homens, nas lágrimas de alegria das mulheres!
VITÓRIA… Luz que há de brilhar pelos anos futuros porque é sustentada pelas colunas potentes da Paz e da Justiça.
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A Coincidência Do 7
Regina Helena
Sete são as cores do arco-íris: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, índigo e violeta.
Sete foram as palavras de Jesus, na cruz, ao morrer.
Sete foram as dores de Nossa Senhora, quadros religiosos que a pena de Coelho Netto descreve no seu estilo castiço.
Sete eram os irmãos Macabeus.
Sete eram os jovens de Atenas.
Sete eram as portas de Roma.
Sete eram os irmãos de Napoleão.
Sete foram os dias da criação.
Sete são as virtudes principais: três teologais e quatro cardinais.
Sete foram as esposas de Barba-Azul, do célebre conto de Perrault, cujo herói tinha barba-azul.
Sete foram os reis de Roma.
Sete foram os dias determinados por Deus para recolhimento à Arca de Noé, de pessoas e animais.
Sete foram os castigos determinados ao matador de Caim.
Sete são os dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade, temor de Deus.
Sete são os dias da semana.
Sete são as maravilhas do mundo, nome que os antigos davam a sete obras-primas da escultura e arquitetura.
Sete são os sacramentos: batismo, confirmação, eucaristia, confissão, extrema-unção, ordem, matrimônio.
Sete são as obras de misericórdia corporais. Sete são as obras de misericórdia espirituais. Sete são os vícios capitais: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja, preguiça.
Sete são os pomos de discórdia.
Sete são as notas musicais.
Sete são os anos em que a matéria do corpo humano se renova.
Sete foram os anos em que Jacó serviu de pastor.
Sete são os tipos de colunas conhecidas: Egípcia, Assíria, Dórica, Jônica, Coríntia, Compósita e Toscana.
Sete foram os anos da guerra europeia no reinado de Luiz XV: de 1756 a 1763.
Sete Chefes foi assim denominada a guerra lendária entre Etéocles, rei de Tebas, seu irmão Polinices e seis outros chefes.
Sete Estrelos: é a denominação vulgar da constelação das Plêiades.
Sete Partidas: foi o código formado por Afonso X, o sábio, constituindo um dos primeiros monumentos da língua espanhola – 1256-1263.
Sete – o número cardinal formado de seis e mais um.
Sete Casas: era a denominação de um edifício lisboeta onde se recolhiam os impostos de consumo.
Sete – são as igrejas de visitação na Sexta-feira Santa.
Sete foram as cidades da Ilha de Calaurio, na Grécia antiga, cidades nas quais se realizavam sacrifícios, jogos olímpicos e festas, sem que nenhuma cidade pudesse tomar parte.
Sete foram os anões.
Sete foram os diáconos.
Sete foram os céus de Maomé.
Sete é uma carta de baralho.
Sete fôlegos de um gato – é um provérbio popular.
Sete foram os sábios da Grécia: Tales de Mileto, Pitaco, Bias, Cleóbulos, Misón, Quílon e Sólon.
Sete vacas gordas foi a imagem do sonho de José.
Sete vacas magras foi também a imagem do sonho de José.
Sete é a conta do mentiroso – segundo o provérbio popular.
Sete foram os jesuítas que vieram para o Brasil com Tomé de Sousa.
Sete Semanas é o tipo de trigo miúdo que vai da sementeira à maturação em sete semanas.
Sete foram os vice-reis no Rio de Janeiro: Dom Antônio Álvares da Cunha (Conde da Cunha), Dom Antônio Rolim de Moura (Conde de Azambuja), Dom Luiz de Almeida Portugal, Dom Luiz de Vasconcelos e Souza, Dom José de Castro (Conde de Rezende), Dom Fernando José de Portugal, Dom Marcos de Noronha e Brito (Conde dos Arcos).
Sete foram os ministros do Governo Provisório da República: Guerra: Tenente-Coronel Benjamin Constant; Marinha: Almirante Eduardo Wandenkolk; Interior: Aristides da Silveira Lobo; Exterior: Quintino Bocayuva; Justiça: Manuel Ferraz de Campos Sales; Fazenda: Ruy Barbosa; Agricultura: Demétrio Nunes Ribeiro.
Sete são os símbolos da bandeira brasileira: verde, amarelo, esfera azul, constelação, faixa branca, ordem, progresso.
Sete Cidades: é o nome da lagoa existente no maciço ocidental da Ilha de São Miguel, nos Açores, em cujo fundo formam-se as lagoas.
Sete Coiros é o nome de uma árvore silvestre.
Sete Cotovelos: é o nome de uma variedade de peras.
Sete Espigas: é a denominação da casta de uvas brancas no Algarve.
Sete Pontes: é o nome de um rio no Estado de São Paulo.
Sete Lagoas: é o nome de uma cidade em Minas Gerais.
(Continua no próximo número)
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O Seguro, Os Corretores e a Imprevidência Humana
(Trecho do discurso pronunciado pelo DR. ADALBERTO DARCY na posse da Diretoria do Sindicato de Corretores)
“No organismo do seguro, o corretor é a primeira célula. Dele parte o movimento inicial de vida. Tudo o mais é uma decorrência.
A vossa missão é a dos pioneiros, dos desbravadores, dos bandeirantes do seguro.
Na imprevidência humana está a floresta espessa que o vosso trabalho, a vossa tenacidade tem que vencer, usando para isso todos os recursos da inteligência e da atividade. O seguro, para a grande massa, não sendo uma necessidade obrigatória da vida, como o alimento, o vestuário, é sempre relegado a um plano inferior na prioridade econômica da aplicação das suas disponibilidades financeiras. Que grande ilusão representa esse ponto de vista!
“O seguro é, pelo contrário, a compra da segurança no que o homem possui de maior valia, sua vida, seus bens”. É por seu intermédio que o desequilíbrio econômico da morte da pessoa ou da perda material de um bem se restabelece, impedindo que a dor moral seja acrescida da dura necessidade do ganha-pão, diminuindo, assim, as consequências ruinosas de uma fonte de trabalho que desaparece. No seguro das coisas, o seu caráter reparatório restitui “in integrum” o valor econômico que o evento danoso extinguiu.
Entre vós e Fernão Dias Paes Leme, imortalizado no poeta máximo do Brasil, há qualquer semelhança: ‘enquanto ias sonhando teu sonho egoísta, o teu pé, como de um Deus, fecundava o deserto’.
Tal é a vossa missão, continuai-a, não servireis só aos vossos interesses particulares, a vossa atividade funcional se reflete mais longe no campo da previdência social.”
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Visita o Brasil o Sr. Francis Cottle
A homenagem prestada a esse diretor da “The London & Lancashire Insurance Co. Ltd.”
Esteve entre nós o Sr. Francis J. Cottle, da alta administração da “The London & Lancashire Co.”, de Londres, que chegou de avião à nossa capital em 18 de maio.
O Sr. Cottle, amigo pessoal de nossos diretores, veio em viagem de visita e estudar as possibilidades futuras para sua Companhia, não só no Brasil, onde permaneceu cerca de três semanas, como também em quase todos os países da América do Sul.
A “The London & Lancashire Insurance Co. Ltd.” é representada no Brasil por Lowndes & Sons, Ltda.
O Sr. Cottle, em visita à nossa redação, externou sua satisfação em poder estar novamente em nossa capital, após uma ausência de 7 anos, e nos relatou o estoicismo e a força de vontade de seu grande povo, que sofreu e viu de perto os efeitos da guerra na Europa, e o júbilo que causou em todo seu país o término da mesma com a derrota total da Alemanha.
Após o desempenho de sua missão entre nós, o Sr. Cottle regressou a Londres por avião, com escalas em vários países da América do Sul onde a “London & Lancashire” mantém operações de seguros. Por ocasião de seu regresso, a firma Lowndes & Sons Ltda., que representa aquela grande Companhia no Brasil, ofereceu-lhe um almoço no restaurante do aeroporto, participando do mesmo, além dos diretores das Companhias que compõem a Organização Lowndes, alguns destacados chefes de seção. A fotografia fixa um aspecto desse almoço, que transcorreu em um ambiente de grande cordialidade.
Aspecto do almoço oferecido ao Sr. Cottle, encontrando-se o mesmo entre diretores da Organização Lowndes
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Ecos Do Dia Da Vitória
O entusiasmo despertado instituída por Lowndes & Sons Ltd., a “Taça da Vitória”
O frêmito de entusiasmo e a satisfação despertados pela vitória das Nações Unidas sobre a Alemanha em todo o povo brasileiro, como era natural, teve eco rumoroso na Organização Lowndes, cujo pessoal, desde o mais modesto funcionário ao mais graduado dos diretores, se irmanou de todo o coração ao júbilo e alegria que galvanizaram a cidade nesse histórico dia 8 de Maio.
No edifício da Rua México, onde funcionam as várias empresas Lowndes, as manifestações de contentamento, na véspera, ao chegar a alvissareira notícia, foram unânimes e entusiásticas, até o momento de fechar, que, aliás, não tardou, pois o expediente foi encerrado mais cedo em homenagem ao grande acontecimento.
A “TAÇA DA VITÓRIA”
Manifestando, uma vez mais, essa transbordante satisfação e para perpetuar o feito dos exércitos aliados, a direção de Lowndes & Sons Ltda. resolveu instituir uma taça que denominou “Taça da Vitória”, e a qual, acompanhada da carta abaixo transcrita, foi ofertada ao Gávea Golf and Country Club para ser disputada anualmente.
Eis a carta:
“Rio de Janeiro, 23 de Maio de 1945.
Ilmo. Sr. Presidente do Gávea Golf and Country Club.
Amigo e Senhor.
De acordo com nossos entendimentos, temos a satisfação de confirmar pela presente que, para comemorarmos e perpetuarmos o grande acontecimento que foi a vitória dos aliados na Europa, entre os quais o nosso Brasil figurou com galhardia, desejamos oferecer ao ‘Gávea Golf and Country Club’ uma taça que sugerimos seja denominada…
TAÇA DA VITÓRIA
Taça esta que será disputada anualmente no mês de Junho, ou possivelmente Maio, entre sócios do Clube e nas condições que sugerimos em anexo.
A taça em apreço ficará de posse do Clube e, anualmente, os vencedores da competição, dupla, terão seus nomes inscritos na referida taça e receberão uma réplica da mesma.
Com especial estima e consideração, subscrevemo-nos De V. S. Amos., Atos., Obos.
LOWNDES & SONS, LTDA.”
***
Aceitando a doação, o presidente do Gávea Golf assim se manifestou na seguinte carta:
“Ilmos. Srs. Lowndes & Sons Ltda.
Saudações.
A Diretoria do Gávea Golf and Country Club tem a grande satisfação em agradecer a VV. SS. a oferta que fizeram da linda taça para ser disputada entre os nossos associados.
Com esse nobre gesto de VV. SS., mais uma competição será levada a efeito entre os associados do Clube e a data da sua realização estará sempre na lembrança de todos, bem como o nome do seu ilustre patrono.
O Capitão de Golf agradece também a VV. SS. e pede para comunicar-lhes que, este ano, a taça será disputada em Junho e nos anos vindouros no mês de Maio em data mais próxima ao dia 8.
Com elevada estima e distinta consideração, subscrevemo-nos. Atenciosamente,
JOSÉ WILLEMSENS JUNIOR
Presidente.”
A parte interna dos edifícios do Ipase e da Organização Lowndes juncada de papelinhos, jogados em regozijo pela vitória. Foto tirada já quando o expediente estava encerrado e o pessoal se retirava
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O Gigante Que Tomba
de ARNALDO NUNES (Da Academia Fluminense)
Especialmente para o NOTICIÁRIO LOWNDES
Roosevelt. Num dos seus derradeiros retratos, com o sorriso otimista que guardou até aos últimos momentos
O mundo era, desde muito, como continua a ser ainda, uma cratera aberta, a vomitar fumo e fogo, fragor e luta, abalo e desalento, angústia e emoção.
Em tanto tempo assim vivido, tão longo sobressalto, tão desmedida inquietude, a alma na sua tortura parecia habituada já ao sofrimento, imune a qualquer golpe, por mais violento, que lhe viesse ferir a sensibilidade adormecida. Que mais poderia surpreendê-la?…
Entretanto, a taça da amargura ainda não estava esgotada. Como uma bomba de poder desconhecido, jamais imaginada, retumba uma notícia aniquilante: – é morto Roosevelt! Explodira aquela rocha de cristal, tanto o calor do seu dinamismo; secara-se aquele veio de ideias límpidas e atitudes claras; sumira aquele manancial que nutria a justiça e a dignidade humana, e no qual se fundaram as esperanças do mundo livre!
Inspiração radiante apagou-se, ao excesso de combustão; coração imenso cessou de vibrar, pela violência da palpitação; alma de apóstolo – arrancou para a imensidão, nas asas da beleza suprema! Deixemo-lo subir, na sublimidade do seu voo, no fascínio da altura, no esplendor da glória!
De momento, no tumulto da primeira impressão – a tumba que se abre parece estrangular um mundo de ilusões, perdido para sempre na profundidade das suas entranhas friamente insaciáveis. Mas, de momento apenas. O astro se foi, a luz acabou, a voz silenciou. Os sulcos, porém, radiosos e belos, deixados na sua trajetória, viverão para sempre, no poder incomensurável da sua larga visão, da sua fecunda batalha, do seu exemplo imorredouro. Sobre a cova que se fecha, debruçam-se milhões e milhões de almas impregnadas dos seus impulsos vivificantes e a sua obra continuará; continuará para todo o sempre, enquanto houver homem que pense, inteligência que avalie, bom-senso que reconheça.
Para os grandes eleitos, a morte não é o fim. É o início de outra vida. Outra vida maior, mais pura, mais frutificante, porque é quando começa o seu reino sem obstáculos, sem invejas, sem despeito – o seu reino sobre os vivos. Tudo passa na vida. Passam a alegria e a dor, a mocidade e a ilusão, como o sonho e o pesadelo. É um eterno passar. No seu curso inexorável, vão-se os grandes e os pequenos, a flor e o ninho, o seixo e o tronco abatidos pelo redemoinho do tempo; vão-se as penas do mocho e do abutre, caídas ao rigor das tempestades, como as plumas das águias e a penugem das rolas.
Tudo passa na vida. Passou a luta desse gigante. Mas o clarão da sua alma solar, como a de certas estrelas há muito extintas, continuará pelos séculos fora, iluminando a vida dos bons, a vida dos operosos, a vida da inteligência, a vida da América e do Mundo! Ficará nas dobras da saudade a relíquia da sua memória, como o maior benefício do céu baixado sobre esta era de sofrimentos e provações.
Astros há sem paralaxe, cuja grandeza a uranometria ainda não pôde classificar. É por lá, por esse infinito insondável onde brilham mundos de ordem maior que Antares, Rigel ou Regulo, o reino dos gênios é a essa mansão que corresponde o grande morto de hoje. Inútil, pois, imaginar proporções que a ciência não mede. Tanto mais que do alto onde estamos para observá-lo – o alto das nossas recentes emoções – a angústia turva os horizontes e confunde o cintilar na refração atmosférica pedraria luminosa, rubis e diamantes, topázios e safiras, opalas e ametistas, rolando em cachoeiras e borbotões olímpicos e deslumbrantes!
Inteligência, cultura, prudência – eis a tríade que eleva o homem à altura de contemplar, em toda a sua complexidade, o panorama social do mundo, e compreender que o seu funcionamento, tão perfeito quanto possível, há de obedecer, não ao atrito de imposições que nada constroem de verdadeiro e duradouro, mas aos ditames da justiça; não à sombra da autoridade da força, mas à luz da autoridade moral; eis o conjunto de qualidades – inteligência, cultura, bom senso – que o leva, o homem, a sentir que, se é certo que o mundo sempre foi, é, e sempre será conduzido pelas elites, não é menos evidente que a grande massa não é desprovida de entendimento nem do poder de pensar e julgar e que as suas aspirações sempre se dirigiram no sentido da independência econômica e da liberdade, e não da dependência e da escravatura, qualquer que seja o disfarce de que estas se revistam.
Roosevelt, dos píncaros da sua constelação, dominou essa trindade excelsa. Vivo, foi um clarão, na sua passagem; para morto ser um sol!
Ante o túmulo que se fecha, melhor nós haveríamos com o silêncio; um silêncio profundo, num grande recolhimento porque é essa a única. “linguagem” em que se pode “falar” do gigante que tomba!
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A conferência de Teresópolis
Por Antônio Osmar Gomes
Especialmente para o NOTICIÁRIO LOWNDES
Alguns aspectos humorísticos observados no transcorrer do magno conclave.
As coisas sérias também têm os seus aspectos risíveis. Ninguém poderá duvidar da Conferência das Classes Produtoras, recentemente em Teresópolis, como tendo sido uma coisa séria, muito séria. Ali se trataram de assuntos graves, de transcendental importância para a vida social e econômica do Brasil. Pois bem, ali, também, ocorreram coisas que nos fizeram rir, das quais tomamos nota, sem qualquer intuito de irreverência, mas, tão somente, com o mais inocente propósito de contribuição para o nosso anedotário anônimo. Por isso foi que não fizemos questão de registrar nomes, e apenas registramos os “casos”. Ei-los:
Numa das sessões plenárias, de enorme concorrência, os debates se acaloraram a tal ponto que ninguém mais se entendia, todos querendo falar mais alto e ao mesmo tempo. E’ quando se ouve o tilintar forte da campainha e a voz tonitroante do presidente da mesa: “Peço aos senhores que se manifestem em silêncio !… Hilaridade geral, enquanto que uma voz, que não pôde ser identificada, aparteou: “Isto só em sessão espírita!”.
No banquete solene de encerramento da Conferência, houve vários discursos, como era natural, sendo que, num dado momento, foi concedida a palavra a um acadêmico presente, para saudar a mulher brasileira, representada ali por elementos do maior destaque da nossa sociedade. A saudação foi belíssima e nem poderia esperar-se outra coisa de um autêntico acadêmico. Mas o remate foi hilariante, porque ele, com toda a ênfase, erguendo a taça de champanha, exclamou: “Eu bebo a saúde da mulher!…”. Todos se entreolharam, ouviram-se risos surdos, as mulheres coraram de estranheza que o acadêmico estivesse, de fato, bebendo aquilo que dissera, enquanto que o dono do laboratório do preparado referido, figura de destaque, ali presente, esboçou um gesto delicado de agradecimento pelo reclamo gratuito.
Ao ser debatida a questão das cooperativas, que deveriam ser livres, um conferencista falou em obrigatoriedade, ao que um outro, levantando-se da cadeira, com as mãos para o ar, afim de que todos o vissem e o ouvissem, replicou energicamente: “Aceito a obrigatoriedade, porém com a condição de não ser compulsória…”. O taquígrafo foi camarada, não apanhou este aparte para os anais, motivo pelo qual o tomamos para o nosso anedotário.
Numa das sessões em que se falava de sindicatos, alguém, querendo fazer praça de sua sabença histórica, saiu-se com esta: “Quando D. João VI mandou Pedro Alvares Cabral descobrir o Brasil…”. Risos abafados e uma voz saída lá de um canto esclareceu: “Isto ele aprendeu na História do Brasil pelo método confuso, de Mendes Fradique!”.
Ainda a propósito de sindicatos, com a opinião geral de que deveriam ser livres e se generalizar o mais possível, um conferencista teve a espirituosa lembrança de propor que se recomenda ao governo a “sindicalização das onze mil virgens”… O inesperado da proposta, quando se tratava assunto de tal monta, teve graça e todos riram.
Nesse mesmo banquete, um orador palavroso começou o seu discurso assim: “Despido da minha indumentária de industrial, nesta promiscuidade do elemento masculino e feminino em que nos achamos…” Houve um sussurro geral, mas, felizmente não passou aquilo de força de expressão, pois o homenzinho continuou a falar com todas as suas roupas, que não eram poucas para uma temperatura de dez graus, e a promiscuidade, que ele alegará, fora apenas por um infeliz excesso de retórica.
Discutindo-se com muita veemência o caso dos “Institutos”, uma parte considerável da bancada paulista opinava se recomendasse na “Carta” a extinção imediata de todos, ao que um espirituoso achou de perguntar: “O Instituto Paulista também?…”. Como se sabe, o Instituto Paulista é uma casa de saúde e não uma autarquia, daí o espírito da imprevista pergunta.
Fazendo a apologia da gente de Minas, um conferencista, à certa altura de sua arenga, chamou-a de “povo japonês”, ao que a bancada das “alterosas” já ia opor-se num protesto, quando o apologista se deu conta do dito e emendou-o para “povo montanhês”, que fora o que tivera intenção de dizer.
E, afinal, como piadas, houve a proposta de ser criada a “Comissão Executiva da Saúva”, o “Instituto do Jogo do Bicho” e até um “Ministério do Povoamento”, este último justificado por uma série engraçadíssima de “considerandos”, que, entretanto, não podem nem devem ser ditos de público…
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Reflexões Sobre Os Micróbios
Calcula-se que a população humana do globo seja hoje de cerca de um bilhão e setecentos milhões; e o número de indivíduos da maioria das espécies dos mamíferos maiores é provavelmente inferior a esses algarismos. Mas os micróbios atingem números junto aos quais esses são desprezíveis; contam-se em cifras que excedem o nosso poder de apreciação. A cor esverdeada das águas estagnadas é devida à presença de multidões de organismos, cada um dos quais, isoladamente, é invisível; o colorido das águas do Mar Vermelho é devido a miríades incontáveis de plantas microscópicas. (H. G. Wells J. Huxley G. P. Wells. in “As Formas da Vida”).
“Os micróbios nutrem-se, respiram, segregam certas substâncias, reproduzem-se e morrem: alguns movem-se, outros produzem calor, luz etc.; numa palavra, vivem e o conhecimento de sua vida oferece um grandíssimo interesse porque nos sugere os meios de destruí-los ou multiplicá-los à nossa vontade.” (Prof. P. G. Charpentier, in “Los Microbios”)
Os micróbios são seres vivos, seres inferiores pertencentes ao reino vegetal, de uma organização toda primitiva e que se classificam geralmente entre as algas. Reproduzem-se muito rapidamente quando no meio que lhes convém e a temperatura favorável. Não são prejudiciais por si mesmos, mas são-no extremamente pelos produtos tóxicos que secretam e aos quais se deu o nome de toxinas. (H. Bouquet, in “Initiation à la Médecine”).
Nenhum poeta, parece, já se inspirou no caldo esverdeado que fermenta nas lagoas estagnadas, ou nas manchas verdes de mofo acumulado sobre as madeiras úmidas, ou na poeira que se levanta dos montes de detritos. Entretanto, quando exploramos esses materiais, neles vamos encontrar criaturas de fascinante beleza que provocam profundas reflexões em qualquer espírito com tendências filosóficas. (H. G. Wells, J. Huxley, G. P. Wells, in “As Formas da Vida”)
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Cogitações & Reparos
de Antônio Gil
- Segue o teu coração e verás o tombo que levas.
- Já repararam que quando um homem anda sem dinheiro até o cabelo lhe cresce mais depressa?…
- Ao contrário do provérbio secular, nem todos os caminhos levam a Roma. Alguns levam à cadeia.
- “Tudo o que não é natural é imperfeito” escreveu Napoleão. Tanto isso é verdade que o próprio Napoleão, indo acabar em Santa Helena, provou que o seu gênio militar e político não era natural, logo, não era perfeito.
- Todo o homem que se preza deve ter princípios, dizem os moralistas. Claro!… para os trair com dignidade na primeira ocasião.
- Há muita gente que teima em afirmar que o dinheiro não dá felicidade. Não dá felicidade a quem não o tem.
- Sim… Sim… Dize-me com quanto andas e te direi quem és.
- Nada existe mais caluniado do que o dinheiro. Contudo, seu poder é tal que até leva o homem a cometer ações honestas.
- Diz o conhecido rifão que dois proveitos não cabem num saco. Tudo depende da qualidade do saco. Senão, vede como os políticos gostam das honras e sabem tirar os proveitos.
- Um homem prevenido vale por dois. De acordo: quando toma a iniciativa de pôr a polícia de seu lado.
- O comunismo é vermelho; o integralismo, verde; o nazismo, pardo; o fascismo, preto. Por este critério de cores a Democracia (que em princípio os admite a todos) deverá ser uma fachada de tinturaria – e onde as coisas, da esquerda para a direita, vão ficando cada vez mais pretas…
- No fundo de todo homem há um histrião. Senão veja-se com que satisfação um indivíduo conta uma anedota e o orgulhoso prazer que sente quando com ela provoca o riso alheio.
- “Piano, piano, si vá lontano”… O exército fascista desmentiu categoricamente esse velho brocardo nacional.
- Correr, sim, correr, é a sina de todos nós… Correr atrás de um ideal, correr em pós da felicidade, correr em perseguição da fortuna e até correr da polícia.
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O Monstro De Olhos Verdes…
(Aspectos de uma célebre ressaca da Guanabara em 1925, vendo-se os vagalhões estourando contra o quebra- mar da Praia da Lapa e aterro do Morro do Castelo)
Quando Shakespeare chamou o ciúme de monstro de olhos verdes, certamente o fez lembrar-se do mar. De fato, o mar nos atrai com a beleza e tranquilidade de suas águas, mas às vezes tem repentinos acessos de cólera, que são verdadeiras traições para aqueles que estão em seu seio. Assim como o ciúme, ele é traiçoeiro e maléfico quando agitado pela fúria.
A Baía de Guanabara não escapa a essa regra. Linda como nenhuma outra, ela também se transforma em uma sereia estendida voluptuosamente entre as montanhas que a cercam, em um monstro furioso que tudo destrói.
Esta página relembra um desses momentos de revolta da Baía de Guanabara. Isso aconteceu em 1925.
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Augusto Severo e a Catástrofe Do “Pax”
Antônio Gil
Especialmente para o NOTICIÁRIO LOWNDES
Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, morto tragicamente na explosão de 12 de Maio de 1902, em Paris, foi um dos grandes pioneiros brasileiros da aeronáutica. Seu balão semi-rígido era uma solução nova ao problema da dirigibilidade.
Em matéria de aerostação, o Brasil já era conhecido e conceituado em Paris, então quartel-general de todos os cavaleiros do azul, quando Augusto Severo ali aportou em 1901 para dirigir a construção do seu balão “Pax”. Dessa forma, o aeronauta brasileiro encontrou um ambiente de interesse e simpatia, onde seu invento, já patenteado em 1892, despertou grande atenção. Foi, portanto, numa atmosfera de grande expectativa que Severo iniciou a construção de seu balão, encomendado à Casa Machuron, especialista nesses trabalhos.
Não era essa a primeira tentativa de Augusto Severo. Enamorado, como tantos outros brasileiros, pela conquista do ar, desde cedo se dedicaram à tarefa, ainda bem ingrata, de achar-lhe a solução racional. Aos 18 anos, no Rio Grande do Norte, seu torrão natal, já fazia experiências com papagaios.
A propósito, cis o que narra uma testemunha e parente seu, o sr. Alberto Maranhão:
“Em Natal tentou Augusto Severo o mais pesado do que o ar em experiência que alarmou o espírito rotineiro do pequeno meio social da época. Lembramo-nos ainda, eu e meus condiscípulos do ginásio Norteriograndense, dos passeios que conosco fazia o querido vice-diretor de 18 anos… Um dia foi um espanto!”
A rapaziada do ginásio ia para as dunas soltar “papagaios” e de certa feita Severo, que com eles partilhava folguedos, apresentou-se acompanhado de um carregador com um “grande encapado”. Aberto este, surgiu aos olhos arregalados dos ginasianos a surpresa: um enorme “papagaio” azul e branco, em forma de pássaro que, lançado de um pequeno córrego de areia e preso ao forte cordão que Severo empunhava, subia airosamente à grande altura, tangido pelo vento e governado pelos impulsos que ele dava pelo cordão o inventor.
Severo explicou então que o seu “pássaro” destinava-se a voar por meio de uma hélice movida por um motor contínuo, de alta potência e pouco peso. Mas desistiu por não achar a máquina leve e poderosa para adaptar ao seu pássaro.
“Tendo falhado seus esforços”, diz textualmente Alberto Maranhão. “para encontrar o próprio processo mecânico, pois até hoje isto ainda é uma incógnita, abandonou Severo o mais pesado do que o ar e dirigiu seus estudos e toda a energia de seu gênio matemático para conseguir o meio prático de dar estabilidade e segura dirigibilidade aos balões dirigíveis”.
Espírito generoso e exuberante, orador nato de grande vibração, Severo, depois de 3 anos de um curso de engenharia no Rio e alguns anos como professor no ginásio do irmão, no Rio Grande do Norte, vira-se atraído pela política e pelo jornalismo, tomando parte na Campanha da Abolição e outros grandes movimentos cívicos. Entretanto, nada disso lhe fazia esquecer a ideia do ar. Feito deputado estadual e a seguir federal, volta ao Rio e é aqui que vai encontrar a oportunidade de concretizar o plano que havia germinado em sua mente. Severo tinha achado uma nova solução para o problema da navegação aérea, que nessa época ainda engatinhava: idealizaram o balão semirrígido.
Floriano, segundo presidente da República, recém-proclamado, via-se às voltas com a revolta da Marinha de Guerra. Severo propõe, então, construir o seu balão e com ele despejar explosivos sobre os navios rebeldes, que diariamente, quase, bombardearam os fortes a seu bel-prazer. A ideia foi aceita e, num galpão do Realengo, é construído o balão, segundo seus planos, o qual recebe o nome de “Bartolomeu de Gusmão”. Infelizmente, por deficiência do material empregue, a barquinha quebra-se na primeira experiência, quando tudo prognosticava um sucesso alentador.
Pouco tempo mais dura a revolta, e finda esta. vai-se também o interesse do Governo que financiou o balão.
O balão de Severo levantando voo do Parque de Vaugirard momentos antes da explosão
O SISTEMA DE SEVERO
A tentativa de Severo havia gorado, não porque fosse o sistema deficiente, como se viu. Na verdade, ele apresentará uma solução nova e racional: o balão semi-rígido, leve, compacto, organismo de uma só peça, o que evitava o movimento de “tangage” (obstáculo que se antepunha a todos os aeronautas da época) e permitia aplicar a força propulsora no ponto de maior resistência. Em uma palavra, Severo criara o verdadeiro navio de “alto ar”, como faz sentir seu colaborador Domingos de Barros.
Note-se que nessa época não estava ainda praticamente resolvida a dirigibilidade dos balões. Além do problema da máquina propulsora para tocar a hélice (e já se tinha experimentado…) ,vapor a eletricidade e até o braço humano) havia ainda os da estabilidade, da resistência e outros.
A estrutura dos balões até então experimentados baseava-se no princípio balão-barquinha, isto é: um invólucro de sustentação cheio de gás e uma naveta ou barquinha onde iam as máquinas propulsoras, os aeronautas e onde era assente a hélice.
Esse sistema apresentava, porém, dois defeitos capitais: como a barquinha era suspensa por cabos, oscilava, produzindo o movimento de “tangage”, que não permitia o aproveitamento total da força propulsora e dificultava as manobras e, por outro lado, fazia com que o ponto de aplicação da dita força ficasse muito afastado do ponto de máxima resistência, ou seja, o corpo do balão.
Severo soube eliminar esses inconvenientes.
“Efetivamente asseverava o engenheiro Carlos Sampaio numa conferência em 1902 que de todos os sistemas que têm sido propostos para a solução do problema, este é o único em que se procurou realmente efetuar a coincidência do centro de tração e do centro de resistência, e é este o único em que se realizou essa condição.”
Foi esse problema, que já então preocupava muitos aeronautas, que o Conde Zeppelin resolveu também com seus balões metálicos, inteiramente rígidos, anos depois de Severo. Deixe-se bem evidente, mas fazendo isso, sacrificou-se outra qualidade da aeronave: o poder ascensional. Com efeito, devido ao seu grande peso unitário, o dirigível Zeppelin é incapaz de elevar-se a grandes alturas e portanto sobrevoar as camadas onde a atmosfera é mais agitada e as tempestades mais fazem sentir a sua força.
O sistema ideado por Severo permitia aos balões aproveitar bem a terceira dimensão, podendo elevar-se a grandes alturas e navegar nas camadas calmas que, está provado agora, são as mais próprias e seguras para o voo.
Hoje, que tanto se fala no voo estratosférico mais do que nunca é atual a concepção de Augusto Severo.
Dissemos que a ideia de fazer coincidir os centros de tração e resistência das aeronaves preocupava os técnicos. Na verdade, a ideia era antiga.
A ideia da rigidez balão-barquinha havia sido concebida pelo Barão de Scott, em 1789, mas abandonada e esquecida pois, nesse tempo, primórdios da aerostação, faltavam recursos técnicos e o principal: a máquina para impelir, sobretudo, o balão.
A ideia era antiga, mas como concretizá-la? Eis a dificuldade que Severo venceu.
O sistema era simples, como todas as coisas geniais. Uma estrutura trapezoidal em treliça formava a carcaça rígida da aeronave. A parte superior, mais longa, formava o eixo longitudinal do balão, em torno do qual se infla o invólucro cheio de gás. Numa das suas extremidades era fixada a hélice, convergindo dessa maneira os de tração e resistência. Desse eixo projetavam-se para baixo dois braços que sustentavam a barquinha, em forma de ponte, paralela ao eixo citado, mais curto do que este é colocada a pouca distância do invólucro do balão.
O todo formava um sistema uniforme, compacto, indeformável, onde todas as partes, solidárias e ao mesmo tempo leves, pois não tinham o peso da armadura metálica com que, mais tarde, Zeppelin cobriria seus dirigíveis.
Mas há, ainda, outra particularidade original no balão: Severo criou-lhe uma “proteção dinâmica”, como lhe chama Domingos de Barros, a fim de atenuar a ação dos ventos contra o invólucro de gás, única parte não rígida da aeronave. Por meio de uma hélice colocada à proa, criava em torno do balão uma “esteira” de ar protetora.
Severo examinando os motores do “Pax” com Buchet, fabricante dos mesmos
O BRUTAL EPÍLOGO
Há cerca de 8 anos levou Severo a reunir os meios necessários para construir outro balão.
Finalmente, ei-lo agora em Paris com sua nova aeronave, que batizará com o nome de “Pax”.
Medindo 30 metros de comprimento e 12 de diâmetro máximo, era movido por dois motores a gasolina.
Em fins de abril de 1902, estava pronto e as primeiras experiências de motores e estabilidade, feitas no Parque de Vaugirard, preso ainda por cabos, são altamente promissoras.
Há grande expectativa pelo primeiro voo do “Pax”, que é adiado devido ao mau tempo.
E na manhã de 12 de maio, finalmente, Severo vai tentar a grande prova que o destino iria contrariar tão brutalmente.
O audaz aeronauta bem que tivera um pressentimento dias antes. Aqueles motores a explosão tão próximos do invólucro cheio de hidrogênio preocupavam-no… Um pequeno escape desse gás, tão perigosamente combustível, e uma fagulha do motor seria a catástrofe.
Afirma Domingos de Barros que ele planeava munir o “Pax” com motores elétricos, mas como estes fossem de fabrico demorado e custoso, resolveu-se mesmo pelos motores a gasolina, como fizera Santos Dumont.
Às 5 horas da manhã, sai o “Pax” do galpão. Severo, corajoso e confiante, com seu mecânico Sachet, faz os últimos preparativos e momentos depois a soberba aeronave começa a ascender.
A pequena assistência atraída pela prova, hora matinal, acompanha a ascensão com interesse e ansiedade. Ali estão alguns amigos de Severo e também sua esposa e seu filho.
O “Pax” sobe com segurança, descreve uma curva, parecendo obedecer plenamente ao leme.
O epílogo vem de súbito. Uma fumaça surge à popa do balão. Segue-se uma tremenda explosão e a aeronave, envolta em chamas e em pedaços, caiu de uma altura de 400 metros, sobre a Avenida do Maine e com ela os corpos sem vida de Severo e seu mecânico.
Terminará, assim, tragicamente a experiência desse grande pioneiro, quando tudo indicava o êxito de seu sistema, mais tarde, em 1928, reeditado pelo General Nobile no balão com que tentou o voo ao Polo, sem que alguém, na Europa, se lembrasse que a ideia fora de Augusto Severo, um espírito generoso e idealista filho dos trópicos.
Os destroços do “Pax” tombados na Avenida do Maine
Matéria
Veja Se Sabe…
Veja se sabe responder, corretamente, às 20 perguntas do questionário abaixo, experimentando assim o seu grau de cultura ou de memória. Confira depois com as respostas no fim da revista.
1 – Em que ano foi promulgada a “Lei do Ventre Livre”: 1885, 1871 ou 1888?
2 – Qual era o verdadeiro nome de Caramurú: João Ramalho, Diogo Alvares Corrêa, ou Jorge Figueiredo Corrêa?
3 – Qual foi o grande acontecimento histórico de 1453: a conquista de Granada, a queda de Constantinopla ou a descoberta da América?
4 – Santo Antônio nasceu em Pádua, em Portugal ou na Espanha?
5 – O dia do “fico” foi a 9 de janeiro de 1821, de 1822 ou de 1823?
6 – Santos Dumont era carioca, paulista ou mineiro?
7 – Luiz Pasteur era médico, físico ou químico?
8 – Qual foi o primeiro anestésico usado numa operação cirúrgica: o éter, o clorofórmio ou o protóxido de azoto?
9 – O “cravo” é um instrumento de sopro, cordas ou percussão?
10 – Qual o significado da palavra planeta: “errante”, “sem luz própria” ou “corpo celeste”?
11 – A palavra “mandarim” é portuguesa, chinesa ou japonesa?
12 – Que significava, no português arcaico, a palavra “abrasiado”: cruel, maluco ou colérico?
13 – A palavra “belonave” significa barco à vela, navio de guerra ou simplesmente navio?
14 – O autor de “O Cortiço” foi Artur de Azevedo, Aluísio de Azevedo ou Coelho Neto?
15 – O poema épico “Jerusalém Libertada” foi escrito por Camões, Tasso ou Ariosto?
16 – O romance “A Carne” é de João Ribeiro, Júlio Ribeiro ou João do Rio?
17 – Qual o país denominado “a bota” pela sua forma geográfica: a Finlândia, a Itália ou a Noruega?
18 – Qual o ex-nome de Oslo, capital da Noruega: Cetim, Cristiânia ou São Petersburgo?
19 – O algodoeiro pertence à família das mirtáceas, malváceas ou das rubiáceas?
20 – O dinamômetro é um instrumento medidor de pressão, de força, ou de calor?
RESPOSTAS
1 – 1871.
2 – Diogo Alvares Correia.
3 – A queda de Constantinopla.
4 – Em Portugal.
5 – De 1822.
6 – Mineiro. Nascido no Município de Palmira, hoje Santos Dumont.
7 – Químico.
8 – O éter, por W. T. G. Morton numa operação em Boston, em 1846.
9 – Cordas.
10 – Errante, no grego, de onde provém.
11 – Portuguesa.
12 – Colérico.
13 – Navio de guerra.
14 – Aluísio de Azevedo.
15 – Tasso.
16 – Julio Ribeiro.
17 – Itália.
18 – Cristiânia.
19 – Malváceas.
20 – Medidor de força.
Matéria
Da História Do Banco Da Inglaterra
De Norman Jordan Moss
Copyright do B. N. S. Para o NOTICIÁRIO LOWNDES
Os arquivos do banco que datam de 1719
Londres – Conta-se que a Threadneedle Street, na Cidade de Londres, deve o seu nome às três agulhas da cota de armas da Needlemaker’s Company, uma das mais antigas corporações que sobreviveram ao tempo em que a cabeça dos traidores era espetada na Ponte de Londres. Mas aquela estreita rua deve o seu desenvolvimento e a transformação numa das mais famosas ruas de uma cidade famosa a uma instituição que conta apenas 250 anos de existência – o Banco da Inglaterra, cuja sede atualmente domina todo o extremo ocidental da rua.
À semelhança de muitas outras instituições britânicas, o Banco da Inglaterra transformou-se gradativamente de maneira jamais sonhada pelos seus fundadores, a fim de atender às exigências da vida nacional e sem plano detalhado e minucioso. Nas suas origens, porém, o Banco da Inglaterra já trazia as sementes de seu futuro crescimento; desde os primeiros dias teve uma posição central, em estreito contacto com os objetivos financeiros do governo.
Em 1694, a Inglaterra estava em guerra com a França, uma guerra impopular e dispendiosa, e o rei Guilherme (1689-1702) encontrava-se em grandes dificuldades para conseguir os fundos necessários ao custeio da guerra. Um grupo de negociantes da cidade, agindo por intermédio de um empresário escocês de nome William Patterson, ofereceu-se para encontrar subscritores para a elevada soma, na época, de 1.200.000 libras, em troca de uma anuidade de 100.000 libras e do direito de se organizarem num banco, “The Governor and Company of the Bank of England”.
A ideia foi aprovada, e em doze dias a lista de subscrição já contava com 1.300 nomes, inclusive do rei e da rainha, e o Grande Selo foi afixado aos estatutos da corporação, que ainda os conserva até hoje, com pequenas emendas.
O capital foi posteriormente aumentado, em virtude de novos empréstimos feitos pelo governo britânico, mas conserva o capital de 14.553.000 libras desde 1816. O número de acionistas eleva-se atualmente a 17.000; o número de funcionários aumentou de 17 para mais de 4.000.
O Banco da Inglaterra é ainda dirigido por um governador, um vice-governador e 24 diretores, formando a Corte dos Diretores, e ainda são todos eleitos pelos acionistas num cerimonial obrigatório na primavera de cada ano. Não são mais negociantes eleitos com o objetivo de defender os interesses dos seus amigos acionistas, mas homens escolhidos na indústria, no comércio e nas finanças, pelos conhecimentos que poderão trazer em benefício da instituição.
Um dos modernos cofres do Banco da Inglaterra, à prova de arrombamento
Vários períodos foram naturalmente atravessados, que agora fazem parte da história de Londres como centro financeiro em 1720, com a quebra da South Sea Bubble, um dos maiores desastres financeiros da história inglesa; em 1745, quando o príncipe Carlos, o jovem pretendente ao trono da Inglaterra, marchou para o sul com os seus partidários escoceses; e com os conflitos de 1780, que deram ao Banco a sua guarda armada noturna, cujas túnicas escarlates eram até o início da guerra, em 1939, um aspecto familiar da vida da cidade. Das guerras contra Napoleão, o Banco da Inglaterra, agora conhecido como “The Old Lady of Threadneedle Street”, emergiu com maior experiência de finanças do governo: e dentro em breve aprenderia, pela experiência e pelo erro, as responsabilidades de uma instituição no centro de um sistema bancário em rápido desenvolvimento, um sistema que já começava, há um século, a participar do desenvolvimento do Reino Unido e do Império.
Uma das relíquias das guerras napoleônicas são os porteiros do Banco, com suas túnicas escarlate bordadas a ouro, os chapéus de pluma em estilo napoleônico, os bastões de cabo de prata com mais de 200 anos, enquanto no interior do edifício trabalham as modernas máquinas de calcular. A sua própria história indicou ao Banco a sua função principal de banqueiros do governo britânico. Através de seus livros passam mais contas de Receita e Despesas, em um dia, do que o rei Guilherme, há 250 anos, poderia manejar num ano inteiro. A Dívida Nacional, mais de 20.000.000.000 de libras em fins de 1944, ocupa normalmente metade dos funcionários do Banco, os quais se encarregam de novas emissões, conversões e liquidações, pagam os juros a perto de 2.750.000 portadores de apólices, e registram um milhão de transferências de apólices da dívida pública por ano.
A função mais conhecida do Banco é o monopólio da emissão de dinheiro na Inglaterra e no País de Gales, cujos lucros são totalmente entregues ao Tesouro. Mesmo as emissões independentes do Banco na Escócia e na Irlanda do Norte têm de ser baseadas parcialmente numa reserva de notas do Banco da Inglaterra.
Vista dos famosos pórticos do Banco da Inglaterra, em Threadneedle Street
Além dessas tarefas, o Banco da Inglaterra funciona como consultor de finanças do Tesouro Britânico, não somente a respeito dos problemas imediatos de empréstimos do governo, mas também em aspectos financeiros da política oficial. Como disse certa vez o Sr. Winston Churchill: “Um Chanceler do Erário tem a apoiá-lo no que, na minha opinião, é o melhor corpo de técnicos de finanças, em assuntos do Tesouro, no mundo inteiro”. E é sem dúvida essa ligação tornada ainda mais íntima nos anos precários das gerações passada e atual que determina a tradicional relutância do Banco da Inglaterra em explicar o que está fazendo e pensando, para contrariedade dos seus críticos, mas sem dúvida para alívio de seu cliente principal.
O Banco da Inglaterra tem outros clientes, embora há muitos anos tenha procurado retirar-se tanto quanto possível dos negócios comerciais ordinários e já não é possível ao homem da rua abrir uma conta ali. Esses clientes são principalmente outros bancos, que consideram os seus fundos no Banco da Inglaterra como dinheiro em caixa, pois podem ser facilmente convertidos em notas legais. Incluem-se entre esses clientes não só os bancos ingleses, mas um número cada vez maior de bancos dos Domínios, das colônias e de países estrangeiros, que têm escritórios em Londres.
Um recente desenvolvimento merece menção especial: a política de um contato mais estreito com os Bancos Centrais dos outros países. Dentro dos limites estabelecidos pela política exterior do governo britânico, esses contatos visavam auxiliar a reconstrução das finanças europeias e a restauração do comércio internacional.
Esta experiência produziu seus frutos nos de guerra, quando o Banco, na qualidade de agente do Tesouro Britânico, teve de criar e administrar um sistema de controle de câmbio, fazer acordos especiais com os Bancos Centrais de 105 países aliados e neutros, e assumir novos encargos no financiamento da guerra.
Não há dúvida de que essa experiência será ainda mais valiosa nos anos de pós-guerra; o Banco da Inglaterra, em cooperação com o governo britânico, já está traçando os planos para a transição aos métodos de paz e para a versão das espadas em arados. Um grande governador do Banco da Inglaterra, certa vez, definiu suas características vitais como “experiência nos negócios, cooperação de todos os lados, independência de julgamento”. E haverá campo amplo para a aplicação de todas essas qualidades.
Como era o edifício do Banco da Inglaterra no princípio do século XIX. (De uma estampa da época.)
DECLINA O AMOR COMO CAUSA DE SUICÍDIOS
Em época de prosperidade, em que há trabalho bem pago, para todos, as principais causas de suicídios, segundo uma estatística levantada pela Metropolitan Life Insurance Co., de Nova York, são as seguintes: no homem, a doença; nas mulheres, as dificuldades ou desgostos domésticos.
Analisando as causas dos suicídios e tentativas registradas em Detroit, nos anos de 1942 e 1943, verificou-se que as seguintes percentagens: entre os homens, 40% dos suicídios foram motivados por doença; 30% por desgostos domésticos e 4% por amor. Entre o belo sexo, 50% dos suicídios foram devidos a desgostos domésticos, 20% à doença e 10% a desgostos de amor.
Pelo que se vê, poucas filhas de Eva se matam hoje por amor, pelo menos em Detroit.
O MAIS ANTIGO BANCO ARGENTINO
O mais antigo banco da Argentina é o “Banco de Londres e do Rio da Prata”, fundado em 1862. O “Banco de La Nación” (Banco Nacional) só foi estabelecido em 1892.
NOVO TIPO DE MÁQUINA PARA LAVAGEM DE ROUPAS
Londres, 25 (B.N.S.) Um novo e revolucionário tipo de máquina elétrica para lavagem de roupas, recentemente aperfeiçoada no Reino Unido, tornará essa operação doméstica uma possibilidade muito fácil para cada dona de casa por meio de um simples botão elétrico de pressão. A máquina em foco, fabricada pela firma “Universal Boilers and Engineering Co.”, de Burnley, Inglaterra do Norte, aplica à lavagem de roupas o princípio da hélice de navios sob a forma de uma nova invenção.
O Sr. C. Fraser pronunciando seu discurso
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A Nova Diretoria Do Banco Lowndes S. A.
Pela assembleia geral realizada em 2 de Abril do corrente ano, foi eleita a seguinte diretoria para gerir os destinos do Banco Lowndes S.A.:
Diretoria:
Diretor-Presidente: Vivian Lowndes;
Diretor-Gerente: Donald de Azambuja Lowndes;
Diretor-Superintendente: Roberto Ignacio Vayssière.
Conselho Fiscal:
Membros efetivos: Dr. Raul Gomes de Mattos, Manoel Ferreira Guimarães e Paul J. Christoph.
Suplentes: Dr. João de Alcantara, Eric Botelho Pullen e Antonio Osmar Gomes.
Para a gerência da Matriz, sucursal e agências, o resultado foi o seguinte:
Matriz – Gerente: Carlos Augusto Niemeyer Soares; Sub-Gerente: José Luiz da Costa Teixeira.
Agência 1º de Março – Gerente: Ary Baltar Guimarães.
Agência Copacabana – Gerente: Ivo Carvalho de Rezende.
São Paulo – Gerente: José Oswaldo Leme Quartin Barboza; Sub-Gerente: João Pedro Massière Tibau.
A ORGANIZAÇÃO LOWNDES NO RÁDIO: Patrocinado por Lowndes & Sons Ltda., The London Assurance Co., The London & Lancashire Ins. Co., Companhia de Seguros Sagres e Companhia de Seguros Cruzeiro do Sul, componentes da Organização Lowndes, foram levados a efeito na Rádio Nacional, às 18,30 horas, em vários dias do mês de Abril e Maio, 15 minutos de canto na interpretação da festejada cantora patrícia Cecília Rudge, em programas de músicas variadas irradiados para todo o Brasil.
O BANCO LOWNDES NO MERCADO DE CÂMBIO – Em prosseguimento ao seu programa de expansão, o Banco Lowndes S. A. acaba de solicitar aos poderes competentes autorização para operar no mercado do câmbio.
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Felicitações a…
Pela passagem de seus respectivos aniversários felicitamos a:
MAIO
Dia 1: Sr. Luiz Brito Bezerra de Mello.
Dia 3: Sr. Alcides Brando Cotia e sra. José Alves da Motta.
Dia 6: Sr. Jayme Feijó de Mello.
Dia 7: Sr. Gumereindo Nobre Fernandes.
Dia 9: Sr. Roberto Brabo Saletto
Dia 10: Sr. José Jucá de Albuquerque e sr. Antonio Celestino da Costa.
Dia 13: Dr. Antonio Moreira Telles e sr. Delzo Vieira Maciel.
Dia 14: Sr. Tancredo Ribas Carneiro e sr. Isidoro Bamnijeld.
Dia 15: Sra. Laura Meireles.
Dia 16: Sr. Charles Albert Henshaw.
Dia 18: Sra. Gustavo Saboya.
Dia 19: Dr. Onaldo Brancante Machado.
Dia 23: Sr. Fernando Hermano Hees.
Dia 26: Sr. Alcides Modesto Leal
Dia 29: Sr. Frederico Vierling.
Dia 30: Dr. Belens de Almeida.
JUNHO
Dia 1: Sr. Leopoldo Gomes.
Dia 2: Comandante Luiz Otávio Brasil.
Dia 3: Sr. George Bailey.
Dia 4: Sr. Mario Bastos.
Dia 5: Dr. Lafayete Cortes.
Dia 7: Sr. João da Frota Gentil.
Dia 8: Srta. Lygia Alves da Mota.
Dia 11: Sr. Ceciliano de Andrade.
Dia 13: Dr. Mozart de Souza Pinto.
Dia 16: Sr. Theodomiro Ferraz e sr. Ru fino F. Gomes.
Dia 17: Srta. Helena Penalva Clare e dr. Alaor Prata.
Dia 23: Dr. Otton Lynch Bezerra de Mel- lo Junior.
Dia 25: Sr. João Baptista B. da Silva.
Dia 26: Sra. Francisco Leitão Laport e sr. Egydio Casteglione.
Dia 27: Dr. Jorge de Gouveia e sra. Alexina de Azambuja Lowndes.
Dia 28: Sr. Arnaldo Campos Seabra.
Dia 29: Sr. Prudêncio Barreiro Garcia.
JULHO
Dia 1: Professor dr. Rocha Vaz.
Dia 4: Srta. Helena Vizeu de Andrade Gil, srta. Celitinha Penalva Cas- telo Branco e sr. Jorge Santos Lima.
Dia 5: Sr. Roberto Ignacio Vayssière.
Dia 7: Sr. Julien Derrène.
Dia 9: Sra. Cicero de Oliveira.
Dia 10: Sr. Leopoldo Sampaio Filho. Dia 14: Sr. Mauricio de Andrade Bekenn e sr. Oto Eduardo Vizeu Andrade Gil.
Dia 16: Sr. Manoel Dias C sr. Arthur E. Hime.
Dia 18: Sr. Ilidio Soares Filho.
Dia 19: Sr. Vivian Lowndes.
Dia 23: Sr. Mario Otaviani.
Dia 25: Sr. Israel Mendonça Filho.
Dia 27: Sr. Aldo Cintra de Oliveira e sr. Hans Weker.
Dia 28: Srta. Regina Helena Vizeu Penalva Santos.
VIVIAN LOWNDES
No próximo dia 19 de Julho, celebrará o seu aniversário o Sr. Vivian Lowndes, presidente do Banco Lowndes S.A., chefe da empresa Lowndes & Sons Limitada, presidente da Companhia de Seguros Imperial, presidente da Companhia de Seguros Cruzeiro do Sul e presidente da Companhia de Seguros Sagres.
A grandiosidade e o conceito dessas empresas, cuja chefia e presidência estão a cargo de Vivian Lowndes, refletem o espírito empreendedor, organizacional e criterioso que ele imprimiu em sua gestão, aliás, fundamentada em cada uma de suas especializações, na vanguarda de nossos mercados. O que podemos observar nesse ambiente de intenso trabalho é a franqueza de suas opiniões, a meticulosidade de seus projetos, a segurança de ação, o espírito econômico que preside suas deliberações e o zelo pelo sucesso das empreitadas, com a máxima garantia para aqueles que confiaram seus interesses.
Os vultosos capitais que representam as Empresas sob a presidência de Vivian Lowndes dizem bem do valioso patrimônio do seu nome, que não é uma improvisação ou um reflexo das oscilações econômicas contemporâneas, mas sim de um passado honrado, de 50 anos de intenso labor, escalados metodicamente, pausada e gradativamente, até os dias de hoje. Aí reside o valor de seus esforços, reconhecidos por todo o país por expoentes do comércio e indústria desta Capital e de vários Estados, que mantêm na Organização Lowndes estreitas e permanentes relações de amizade e grandes capitais investidos nas sociedades que a compõem. A obra de Vivian Lowndes não é portanto regional, é nacional, porque as suas raízes se estendem por todo o Brasil, numa missão bem patriótica de brasileiro nato.
E na data de 19 de Julho próximo, a do seu aniversário natalício, certamente os minutos serão poucos para Vivian receber os abraços de felicitações que lhe levarão os amigos, colegas de diretoria e colaboradores, ocasião em que o NOTICIÁRIO LOWNDES também se fará representar, para desejar todas as felicidades de que é merecedor.
ROBERTO IGNACIO VAYSSIÈRE
É uma dupla satisfação assinalarmos nestas colunas o nome de Roberto Ignacio Vayssière: seu aniversário natalício, a 5 de julho próximo, e a sua recente nomeação para Diretor-Superintendente do Banco Lowndes S.A. As sinceras demonstrações de alegria e cumprimentos que lhe trouxeram seus amigos ao saberem da sua eleição, bem como os abraços calorosos que recebeu dos Diretores, chefes de seção e funcionários das Companhias que compõem a Organização Lowndes, atestaram desde logo a feliz e merecida escolha do seu nome para tão elevado cargo, aliás por unanimidade de votos da assembleia de acionistas do Banco.
E no próximo dia 5 de julho, data do seu aniversário natalício, certamente serão renovadas essas manifestações jubilosas, porque Roberto Vayssière, a par do seu gênio expansivo, sua brilhante inteligência, sua alta competência e uma peculiar sinceridade em encarar a realidade dos fatos e das coisas, é o amigo incondicional do seu amigo.
E aqui deixamos o nosso grande abraço, desejando-lhe todas as felicidades.
CASAMENTO
Teve lugar, a 12 de Junho, o enlace matrimonial do sr. Carlos Alves, funcionário da Organização Lowndes, com a senhorita Laudia Rosa. O ato religioso foi realizado na Igreja de São José, na Gávea.
FALECIMENTO
Vítima de lamentável acidente em sua residência, faleceu em 13 de junho o nosso prezado companheiro Newton de Almeida Azambuja.
O inesperado passamento desse jovem funcionário do Banco Lowndes S.A. teve eco triste e profundo entre todo o pessoal da Organização Lowndes, onde o extinto era muito estimado, merecedor da sua correção e de sua dedicação ao trabalho. Registrando com pesar o triste acontecimento, que veio roubar tão precocemente uma vida da qual muito era de esperar, apresentamos à família enlutada as nossas condolências.
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Cortes e Fricotes
-Pois meus amigos, isto de medicina é como um bilhete de loteria; em cem mil há um premiado; o resto… quando muito… umas aproximações para adoçar…
Assim dizia o Jalfredo na roda de seis colegas de turma, há oito anos doutorandos, todos na fase sofredora de… completa abstinência de clientes. E ali, na Colombo, invariavelmente à hora certa e todos os dias, estavam reunidos na mesma mesa, pilheriando, com um bom “chopp” à frente. Para alguns deles, esta coisa de clientes pagantes era “blague”; não passava de diletantismo de gente rica para se gabar que o seu clínico era o famoso Dr. fulano… o especialista emérito!
E nesse diapasão sucediam-se as tardes. daquele grupo, entre 16 e 18 horas, as vezes, caracterizado por expansões de boemia, quando algum surgia com uma nota de 50 ou 100 cruzeiros, produto de uma féria “cavada” no modesto consultório alugado três vezes por semana em hora determinada.
Certa ocasião porém, a sorte abriu caminho a esse bando de sonhadores. Eram precisamente 17 horas quando, no habitual burburinho da confeitaria, surgiu um cavalheiro muito ofegante, despertando a atenção de quantos ali se achavam. Ao fim de uns minutos abeirou-se da nossa conhecida roda indagando:
-Teriam os senhores visto o Professor Dr. Políbio?
Todos responderam a uma voz:
– Hoje ainda não.
– É um caso urgentíssimo; minha esposa está passando mal; o Dr. Políbio é o seu médico… os senhores compreenderão minha angústia… uma doença que se vem arrastando… hoje não sei… está tudo pior!….
Todos prognosticam um mal incurável, pois o Professor Políbio era dos mais competentes clínicos.
Já fui a diversos lugares, continuou ele, mas nada consegui; consta que foi a Petrópolis, a um chamado urgente; não sei o que fazer…
Bem, caro senhor, interrompeu alguém no grupo: aqui estão seis médicos… se é um caso assim, qualquer de nós está à sua disposição…
-Mas os senhores vão interromper sua palestra…
Ora… nada disso, dizem a um tempo… é da profissão…
Qual então me acompanhará?
Todos se entreolharam.
– Vá você, Miguel….
-Não… isto é caso para o Zoroastro. -Eu não posso, hoje não estou para diagnósticos; irá o Jalfredo…
Bem, interrompeu o homem já mais aflito, espero um dos senhores na esquina; vou providenciar o táxi.
Mal havia dado uns passos, levanta-se o Jalfredo, erguendo o terceiro “chopp” numa exclamação:
“A glória ou ao xadrez”…
Três dias se passaram desta cena, sem que surgissem notícias dele, expectativa já aflitiva e mesmo angustiosa. Mas, eis que diz alguém: Vejam quem vem ali… o Jalfredo… e de braço com Professor Políbio… o velho e ríspido Políbio… e com que intimidade!…
De fato, lá vinham os dois, a passo cadenciado, e o Jalfredo numa atitude de importante na vida!
Caros colegas, disse este ao aproximar- se, já conhecem o nosso querido Professor, cujos ensinamentos até hoje nos despertam saudades…
Todos compreenderam a ironia da frase, porque o “nosso, querido” nos tempos escolares, era o sistemático algoz da turma…
-Sim, atalhou o Professor Políbio, sinto- me muito satisfeito em vê-los nesta invejável camaradagem nascida nos bancos da escola, e, sobretudo, uma turma que já se agiganta na profissão. Felicito-os pelo brilhante êxito alcançado pelo Jalfredo; repito o que sempre digo à mocidade: fica-se velho e sempre aprendendo…
Todos estavam perplexos; ninguém atinava com tanta amabilidade. E prosseguiu ele:…
-Foi admirável a técnica do Jalfredo e a sua argúcia no diagnóstico; apenas não consegui explicação sobre a origem e a certeza com que o definiu, mas posso afirmar que jamais vi coisa igual. Que sorte a minha cliente ter encontrado, por acaso, um especialista de tanto mérito. Isto, meus caros colegas, vem provar o quanto pode a inteligência humana, quando o indivíduo tem amor à profissão. O Jalfredo, de hoje em diante, será meu assistente, e, porque não dizer mesmo, no futuro, o meu substituto…
O Jalfredo sorria… não dizia palavra… estava, como os demais, extasiado…
Muito bem, prosseguiu o Professor, espero vê-los amanhã na minha enfermaria, às 8 horas: tenho serviço para todos e desejo auxiliá-los: o Jalfredo contou-me suas dificuldades de amanhã. Em diante, surgirão novos rumos…
E abraçando a cada um retirou- se, deixando, por momentos, a roda silenciosa e suspensa de tanta coisa gostosa!…
Logo que o Professor transpôs a soleira da confeitaria, todos se sentaram apressada e ruidosamente, curiosos de conhecer o milagre! Choveram as perguntas:
Como foi isso, como o conseguiste, é espantoso, inacreditável!…
-Nem imaginam… encontrei a dona Cocota, a paciente, agonizando, tendo toda a família ao redor da cama. Ninguém se entendia… o quadro era pavoroso e só se falava em Políbio. Era Políbio para cá, Políbio para lá e o Políbio não havia aparecido. A princípio vi as coisas “pretas” e disse comigo: isto é 0 que se pode chamar de “abacaxi”; morre a mulher e serei o culpado! Mas enfim… vocês sabem, desistir não mais era possível e lancei-me aos fatos. Mandei esvaziar o tirei do quarto, subi as mangas da camisa, indaguei sobre os antecedentes da moléstia e fiz um rigoroso exame. Depois, reuni a família, perguntando se estavam dispostos a entregar-me o caso, sem restrições.
Bem, o doutor, interrompeu, nesta ocasião, o marido; o caso da Cocota há muito está condenado pelo Dr. Políbio; ainda há dois dias, não deu mais de 48 horas de vida à pobrezinha…
-Então, aceitam a minha incondicional intervenção no caso?
– Sim, doutor, depositamos em suas mãos essa preciosa vida… – Disse ele enxugando as lágrimas.
– Vamos então removê-la para uma Casa de Saúde; vou ao telefone tomar providências…
Notei que esta frase ecoou como uma bomba.
-Mas, doutor, operá-la? Nunca o Dr. Políbio admitiu tal hipótese, e, além do mais, o estado dela…
– Meu amigo, pode intervir, se não estão de acordo…
-Não, doutor, disse novamente o tal cavalheiro, deixamos nas suas mãos a vida da Cocota…
Meus colegas, não lhes conto nada, o sucesso foi piramidal! Quando o velho Políbio apareceu no dia seguinte, o quadro era completamente novo. Todos sorriam, a Cocota já falava… reclamava… estava com tanta vida como qualquer de nós. A paralisia da espinha melhora fantasticamente. E ela já se movia com desembaraço.
O Políbio fechou-se comigo numa sala durante duas horas num interrogatório tremendo! Não escapou um detalhe… os seus olhos brilhavam. como que me admirando; tive de lhe repetir palavra por palavra, minuto por minuto tudo o que se havia passado. Por fim, abraçou-me comovido:
– De médicos assim é que a nossa profissão precisa e procura; em mil encontra-se um, meu colega.
E vocês não sabem da melhor, prosseguiu o Jalfredo, há lá três “Cocotinhas”… três autênticos “fricotes”…!
Mas, Jalfredo, interrompe o Zoroastro, onde diabo foste descobrir o tal diagnóstico.. onde arranjaste tamanha inspiração, o que te veio à cabeça para operar essa paciente? Jalfredo sorriu:
-Nem sei… talvez àquele terceiro e abençoado “CHOPP”!…
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Piadas Do Z.K.
QUAL PREFERIRÁ?
Assim se define…
SOCIALISMO: Se o senhor tiver duas vacas, estará obrigado a dar uma ao Estado e só ficar com a outra.
COMUNISMO: Se o senhor tiver duas vacas, estará obrigado a entregá-las ao Estado, que então lhe fornecerá, quando puder, algum leite.
FASCISMO: Se o senhor tiver duas vacas, estará obrigado a entregar todo o leite ao Estado, que, então, lhe venderá parte dele.
NAZISMO: Se o senhor tiver duas vacas, o estado as tomará imediatamente, sem qualquer satisfação.
CAPITALISMO: Se o senhor tiver duas vacas, venderá uma delas e com o dinheiro comprará um touro para reprodução. Só lhe interessa a multiplicação do dinheiro…
DEMOCRATISMO: Se o senhor tiver duas vacas, ninguém o incomoda; poderá beber leite à vontade… distribuí-lo com os amigos, sem preocupações do… dinheiro… dos homens e… das formalidades…
COMEÇA BEM
Então é verdade que seu filho já está bem adiantado na medicina?
-Se está, Corinha, imagine que ele já começou a receitar para as crianças…
ESTA SO EM INGLÊS
Which are the three fastest means to send a mensagem?
– Telegraph… telephone… and… Tell-a-woman!
(Qual o melhor meio de enviar um recado?
– Por telefone, telégrafo e dizer a uma mulher)
PROMESSA… ROLANTE
Um matuto, visitando pela primeira vez a Igreja da Penha, viu pessoas subindo a escadaria de joelhos.
– Mas o que é isto? – perguntou.
-Promessas, meu amigo… Promessas!
No ano seguinte, retornando à Igreja e quando subia a escadaria, assistiu, perto de si, uma pessoa rolar toda a escadaria, sem que ele tentasse um auxílio.
Interpelado na delegacia, como testemunha do fato, foi-lhe indagado:
– Mas o senhor poderia ter evitado, como ficou provado…
– Sim, “seu doto”… bem poderia… era até fácil… mas… pensei que era promessa!…
MURALHA INÚTIL
Passeava o conhecido literato espanhol Don Ramon del Valle Inclán pelos suburbios de Santiago de Compostela quando, a certa altura, observou uns operários construindo um muro de grande altura e solidez. Curioso, perguntou aos trabalhadores para que fim era tal muro. Ao que lhe responderam destinar-se aquele terreno a mistério e por isso o estavam cercando. O famoso homem de letras retrucou então, filosoficamente:
Não sei para que levantar tal muralha… Os que ficarão dentro não podem sair e os de fora não têm vontade nenhuma de entrar.
É O CÚMULO
Um dente de alho cariar.
Fazer bordados com fio de navalha.
Regar-se um pé de verso.
O indivíduo ser membro de uma câmara.. de ar.
Um indivíduo fica amolado quando a faca está sem corte.
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Curiosidades De Ontem E De Hoje
COM A CABEÇA NA LUA
Paracelso, extraordinário médico e alquimista suíço do século XV, dizia que o corpo humano era um microcosmo, um universo em miniatura, e nessa ordem de ideias, afiançava que, cada órgão do corpo correspondia, e era influenciado, por um planeta, coisa que ainda hoje os astrólogos acreditam.
Assim, o fígado corresponde a Júpiter, a vesícula a Marte, o coração a Sol, o baço a Saturno, os pulmões a Mercúrio, os rins a Vênus e o cérebro a Lua.
Será por isso que tanta gente anda com a cabeça na Lua e aos doidos chamamos lunáticos?
USOS SURPREENDENTES DO AÇÚCAR
Segundo experiências realizadas no Instituto Mellon, nos Estados Unidos, o açúcar quando adicionado na argamassa destinada a construções, aumenta em 60% a resistência desse material. A proporção é de 6 quilos de açúcar para 100 de cal viva.
Para nós isso não é novidade que já temos o morro do “Pão de Açúcar” bem duro e resistente.
Mais outro emprego insólito do açúcar: diz uma revista açucareira que as flores cortadas conservam-se duas a três vezes mais tempo frescas quando postas em água com 10 a 15% de açúcar.
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Depois de tanto uso surpreendente do açúcar é o caso de perguntarmos: que é que fica para adoçar o nosso cafezinho?
AS MULHERES DURAM MAIS
A média de idade dos homens falecidos em Buenos Aires em 1939 foi de 48 anos, 6 meses e 29 dias. A das mulheres foi de 49 anos, 10 meses e 7 dias.
Como se vê, as mulheres sempre são mais. duras de roer…
CURIOSA ESTATÍSTICA
Um estatístico norte-americano deu-se ao trabalho de calcular em que gastamos o tempo, ou melhor, quanto tempo gastamos com as coisas corriqueiras da vida diária, durante uma existência de 80 anos.
Ora, vejamos algumas cifras curiosas:
A simples operação de abrir a porta da rua leva à dona de casa 54 dias, 14 horas e 7 minutos.
Ao dormir leva-se 26 anos, 312 dias, 18 horas e 22 minutos.
Enquanto a senhora leva 130 dias, 19 horas e 20 minutos a ler as revistas de modas, o cavalheiro gasta 140 dias, 23 horas e 55 minutos na amarga tarefa de pagar as contas do casal.
Por outro lado, enquanto a esposa levará 169 dias, 7 horas e 9 minutos a fazer a maquilagem, o marido gastará em fazer a barba nada menos do que 228 dias, 2 horas e 52 minutos.
No fim disto tudo, quanto se levará a trabalhar, em total, uma existência de 80 anos? Isso não diz o autor do curioso estudo.
SÓ OS CHINESES PAGAM LUVAS
Em algumas cidades norte-americanas, inclusive em Nova York, um chinês não pode alugar uma loja anteriormente ocupada por um compatriota, sem pagar a esta elevada taxa de “luvas”. Esta taxa é tão alta que torna quase sempre proibitiva a locação.
No Brasil, onde não há preconceitos de raça, não são apenas os chineses as vítimas desse sistema; qualquer “branco”, por mais branco que seja tem que largar as “luvas”.
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Atividades do Lowndes A.C
Continuando sua trajetória, os esquadrões de futebol do Lowndes têm enfrentado times de destaque no cenário esportivo comercial e bancário, empenhando-se em prélios que patenteiam a ótima performance de seus amadores.
No torneio instituído pelo Iapetc Clube, a posição do Lowndes é a de primeiro colocado, faltando tão somente a realização de dois jogos para sagrar-se campeão e detentor do troféu “Iapetc”, oferecido pelo presidente do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas.
O jogo mais interessante do torneio foi o realizado entre o Lowndes e o
Ipase, pois achando-se este à frente da tabela, sem qualquer derrota, em caso de vitória, sagrar-se-ia campeão.
Todavia, diante do Lowndes, o Ipase baqueou pelo “Score” de 4×2, apesar de ter empregado todo o seu vigor e conhecimentos do “association”. Foi um adversário valoroso e duro, porém não pôde resistir à artilharia ‘lowndiana’.
O time que venceu de uma forma tão convincente o Ipase, estava assim constituído: Egídio, Morais e Nariz; Sérgio, Fonseca e Diniz; Vitor, Piranha, Oswaldo, Lopes e Silveira.
DEPARTAMENTO DE “VOLLEY- BALL” FEMININO
Sob a orientação do Sr. Álvaro Comunale, continuam os preparativos para a estreia do time feminino de vôlei, tendo o Ipase colocado à disposição o seu amplo ginásio. Sendo bastante regular o número de funcionárias da Organização Lowndes, interessadas em tão salutar esporte, é de esperar-se que este Departamento consiga, no setor esportivo, tão retumbantes êxitos quanto o Departamento de Futebol.
MECHAS DE VIDRO PARA ISQUEIROS
Mechas para isqueiros à prova de consumo pelo fogo estão sendo produzidas por uma firma do Reino Unido. São fabricadas de fios de vidro com apenas um quinto da espessura de um cabelo humano e, todavia, são mais fortes do que o aço. Cem filamentos juntos formam um fio. As mechas de vidro não necessitam de ajustamento ou de limpeza da parte carbonizada. Embora sejam permanentes, são vendidas a preços competitivos e estão sendo agora produzidas em massa para isqueiros destinados às forças aliadas navais no Extremo Oriente. Mechas para objetos maiores, tais como lâmpadas de petróleo e fogões domésticos, deverão ser posteriormente fabricadas.
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O Churrasco Aos Funcionários Do Banco Lowndes S. A. Em São Paulo
(Dois grupos de funcionários do Banco Lowndes, em S. Paulo, durante o churrasco)
Com o intuito de aproximar ainda mais os funcionários da Sucursal de São Paulo do Banco Lowndes S. A., o seu gerente, dr. Oswaldo Quartin Barbosa, ofereceu aos mesmos e suas famílias um suculento churrasco. O ágape teve lugar num sítio no Brooklin paulista, reunindo um grupo de cerca de 100 convivas, proporcionando a todos um dia cheio de alegrias num ambiente de franca camaradagem.
Para melhor despertar o apetite da turma, a manhã foi ocupada com passeios pelos pitorescos arredores, a pé e a cavalo, distinguindo-se entre os cavaleiros o Dr. Oswaldo, que fez belas exibições com a sua magnífica montaria, e também o Rufino, o qual, provando as suas qualidades de saltador de obstáculos, acabou caindo do cavalo…
Ao meio-dia começou a ser servido o churrasco, acompanhado de outras coisas saborosas, “sólidas” e “líquidas”, para gáudio do pessoal, que já estava “daquele jeito”, com o prolongado aperitivo. Isso foi mais um pretexto para alegria e ditos de espírito, verificando-se nessa altura o batismo do Cruz, cuja careca reluzente foi perseguida com chope pelo Dr. Oswaldo, entre alegres aplausos.
Finda a longa e farta sessão comestível”, dispersaram-se Os convivas, que empregaram resto da tarde em jogos e passeios e a tirar fotografias para que ficasse registado o “histórico” acontecimento. Assim, enquanto os rapazes (de 7 a 70 anos) se divertiam com bate-bola, as moças mostravam a sua perícia na peteca, na barra-bola ou pulando corda. Mais tarde, reunidos todos num gramado, iniciaram os jogos do “casamento chinês” com outras brincadeiras congéneres, animadas pelo espírito inesgotável do dr. Oswaldo e do Cruz, terminando assim a agradável tarde no meio da maior satisfação de todos que a essa excursão festival concorrem.
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Água Do Mar Tornada Potável
Por meio de novo e simples processo inventado por um cientista inglês, podem os náufragos ficar protegidos contra a morte pela sede, que é geralmente o seu pior inimigo.
Trata-se de uma pequena caixa de matéria plástica transparente, dentro da qual há um saco. Cheio este com água do mar são nele colocados alguns cubos de certa matéria química. Feito isto, é só esperar alguns minutos, e a água estará boa para beber.
O invento, que foi desenvolvido em cooperação com o Ministério da Produção Aérea e com a R.A.F., já está sendo usado pelas forças inglesas da Ásia Meridional.
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Para Lavagens Com Água Salgada
Um novo tipo de sabão para asseio corporal e lavagem de roupa em água salgada, como é a do mar, estará à disposição das necessidades civis após a guerra.
Trata-se de uma substância detergente sintética preparada pelos laboratórios da Companhia Dupont de Nemours, e destina-se aos soldados e marinheiros norte-americanos, para lavagens em água do mar no teatro da guerra.
O novo tipo de sabão será de grande vantagem nos lugares à beira-mar, onde há escassez de água doce, pois o sabão comum não espuma na água salgada.