Espaço Lowndes
Corretagem de Imóveis Sem Fronteiras
Sempre atenta à qualidade do atendimento prestado a seus clientes, a Lowndes realiza parcerias para ampliar o leque de opções de divulgação dos imóveis a ela confiados para corretagem. A mais recente foi com o Parceiro Global, uma rede mundial de negócios para os corretores de imóveis.
A rede conta com mais de 700 mil profissionais do setor imobiliário em todo o mundo, que compartilham inúmeros serviços e ferramentas de produtividade e prospecção de negócios. Para quem deseja comprar, vender ou alugar um imóvel é a maior vitrine de divulgação e pesquisa.
Dentre os muitos serviços está ainda o compartilhamento de informações sobre o imóvel nas redes sociais e em portais de anúncios para a divulgação no mundo inteiro, permitindo que seja comercializado em qualquer localidade, no Brasil e em outros países, tamanha a rede de contatos de negócios imobiliários. Um facilitador para os brasileiros que querem investir em imóveis no exterior.
Com o mesmo objetivo, a Lowndes, que sempre foi associada ao Secovi Rio, está no novo portal Chave Fácil. Mais uma ferramenta de grande alcance para ampliar a divulgação dos imóveis confiados a empresa, o Chave Fácil reúne portais de secovis de todo o Brasil.
A Lowndes está no novo portal Chave Fácil que amplia o serviço ao reunir portais de Secovis de todo o Brasil
Todo o cuidado é tomado pelos corretores da Lowndes nesta divulgação e no trabalho de comercialização dos imóveis, para que os negócios sejam fechados com agilidade e com toda segurança. Afinal, este ainda é o maior bem das famílias brasileiras e é missão da empresa servir com cordialidade, proporcionando tranquilidade àqueles que a ela confiam seus bens.
Atualidade
Treinar para Profissionalizar
De olho na profissionalização da administração condominiaI mais síndicos estão investindo no treinamento dos empregados. Entre os muitos benefícios está o de contribuir para a profissionalização da administração condominial
Sem poder esperar que a formação escolar no País dê um salto de qualidade, são os próprios empregadores que têm de intervir para melhorar a qualificação dos empregados
Quando o assunto é profissionalização, é unânime a queixa da baixa escolaridade e qualificação dos empregados brasileiros e, em especial, dos que atuam em condomínios. Sem mão de obra qualificada, fica difícil alcançar os critérios mínimos de uma administração mais profissional. Quem busca uma gestão de melhor qualidade perde tempo no processo de seleção, sem encontrar candidatos que se enquadrem no perfil desejado. Visando driblar o problema, já há síndicos contratando, prevendo a preparação do empregado.
Foi o que fez o Edifício Itapemirim, em Botafogo. Com a gestão recém-iniciada, síndico e subsíndica consideraram a necessidade de buscar um porteiro chefe melhor qualificado e, sem encontrar um que estivesse à altura, decidiram por pedir à administradora que a contratação fosse seguida da inscrição do novo empregado em cursos de formação. “A cada dia mais as rotinas de trabalho em condominio se assemelham às práticas das empresas e se estas treinam os funcionários porque os condomínios não podem fazer o mesmo, visto que a nossa mão de obra de um modo geral é muito despreparada?”, questiona a sub-síndica Mara Lúcia Silva de Moraes.
Ela acredita que empregados valorizados acabam tendo maior comprometimento, o que é fundamental para o sucesso da gestão. A principal preocupação da administração atual é com a segurança e, por isto, o primeiro curso que o novo porteiro chefe fará é o de segurança predial, mas ele já está inscrito para outro, de prevenção contra incêndio, ainda neste semestre. “É fundamental que adquira conhecimento que o ajude na tarefa de estar mais atento ao externo c ao interno do prédio, para maior segurança de todos. Sendo o porteiro-chefe, ele também tem o papel de multiplicador, trocando com os demais empregados um pouco do que aprendeu nos cursos”, afirma.
“O cenário mudou e estes profissionais precisam acompanhar, mas para isto é preciso que sejam melhor preparados para as atividades que integram suas funções. Esta carência pode ser suprida nos treinamentos oferecidos para quem trabalha em edifício”, acrescenta João Luiz Martins, Supervisor de Pessoal da Lowndes.
O especialista está sempre alertando os síndicos para a relevância, especialmente, dos temas relacionados à segurança e à qualidade no atendimento. “Já é consenso que as portarias hoje exercem um papel muito maior do que teve no passado. De nada adianta o condomínio investir em equipamentos de segurança, sem que o seu pessoal seja capaz utilizá-los. E, mais, sem que entendam a complexidade das situações com as quais têm de lidar em suas rotinas de trabalho como um todo”, ressalta.
Para Martins, a demanda por profissionais melhor preparados só tende a aumentar e, sem poder esperar que a formação escolar no País dê um salto de qualidade em tempo hábil, são os próprios empregadores que têm de intervir para melhorar a qualificação dos empregados à disposição neste mercado de trabalho.
Conhecimento e Desenvoltura
Há uma pressão sobre quem trabalha em edifícios devido à profissionalização da gestão condominial e os porteiros se recentem. Reverter este quadro exige iniciativas como esta”
Vitória Werneck, especialista em treinamento e desenvolvimento organizacional
Quem labuta há muitos anos no treinamento de empregados de condomínios também enaltece a iniciativa. “Atualmente há uma pressão maior sobre quem trabalha em edifícios devido à profissionalização crescente da gestão condominial e os porteiros se recentem, por não saber responder a isto. É histórico o pouco preparo destes profissionais. Reverter este quadro exige iniciativas como esta”, afirma Vitória Werneck, especialista em treinamento e desenvolvimento organizacional.
Vitória Werneck e os alunos atentos ao curso Qualidade no Serviço de Portaria
Vitória explica que uma maior conscientização e domínio sobre os conhecimentos específicos para a realização de suas funções faz com que tenham maior desenvoltura e segurança no trabalho. “Como os treinamentos são ministrados a partir de uma perspectiva situacional, reforçam habilidades comunicacionais e de liderança, promovendo uma melhora considerável na autoestima. Este conjunto de fatores faz com que tenham uma postura profissional e condições de oferecer um serviço de melhor qualidade”, garante.
A síndica Cristina Bello, do Condomínio Mirante Cruzeiro do Sul, na Barra da Tijuca, conhece bem este resultado. Ela inscreve os empregados do condomínio em cursos a cada seis meses, dois de cada vez, visando um aprimoramento continuado, e diz que é notória a resposta deles. “Desde que iniciam no atendimento ao condomínio participam deste processo, se sentem valorizados por isto e o resultado é sempre além das nossas expectativas”, afirma.
Parte da equipe do Mirante Cruzeiro do Sul, da esquerda para direita: 1ª fila: Lourdes-Recepcionista, Edval-Supervisor, Paulo Freitas-Recepcionista, Edson-Recepcionista; 2ª fila: Jocélia-Serviços Gerais, Wilson-Supervisor, Cristma Bello-Gestora, Mário-Eletricista, Cleiton-Hidráulico; 3ª fila. Fernando-Recepcionista, Jeremias-Serviços Gerais e Paulo Sérgio-Recepcionista
Com 23 funcionários, a síndica preocupa-se em buscar cursos com temática diferenciada para que tenham atualização em todas as áreas, mas valoriza especialmente a melhora no entrosamento e no comprometimento da equipe. “É importante que tenham um nível elevado de profissionalismo, mas que o ambiente continue sendo o melhor possível, e há sempre uma melhora no sentimento de equipe do grupo quando cada um retorna e compartilha o conhecimento adquirido com os colegas”, diz.
Cristina destaca ainda o quanto os condôminos percebem a diferença no atendimento prestado pelos empregados antes e após a conclusão de um novo curso. Ela faz questão de destacar em reuniões, assembleias e relatórios informações sobre a inscrição dos funcionários em treinamentos e a resposta é uma maior percepção sobre a atuação. Segundo ela, é comum tecerem comentários e elogiarem a melhora do desempenho, o que faz com que o empregado se sinta ainda mais valorizado. “Eu também fico muito feliz quando isto acontece porque eles são colaboradores mesmo. Sem eles eu não faria nada”, afirma.
Um dos próximos inscritos é o supervisor Wilson Rodrigues da Silva, que tem mais de 20 anos de atuação no prédio. “A gente começa a trabalhar em condomínio sem saber quase nada e depois dos cursos concluídos tem uma visão ampla do que é, por exemplo, a segurança do prédio, o trato com as pessoas, a nossa postura. Ensina muita coisa importante no nosso trabalho”, considera.
Capa
Gestão profissional Cada vez mais necessária na administração do condomínio
Foi-se, há muito, o tempo em que gerir o seu prédio não era muito diferente de administrar a sua casa. A informalidade com que as questões sempre foram tratadas esbarra hoje no necessário atendimento às complexas legislações trabalhista, previdenciária e fiscal, no trato com as pessoas, que, atualmente, alcançam os condomínios. Sem o devido conhecimento, experiência e suporte especializado, criam-se situações de risco e problemas, por vezes, de difícil solução. São, em sua maioria, situações geradas tanto pela proximidade e pessoalidade nas relações, quanto pelo desconhecimento dos enredados e burocráticos métodos do governo para garantir o cumprimento de direitos e deveres.
Merecem especial destaque aquelas relativas às relações de trabalho. Gestores profissionais costumam destacar o quanto é comum, por exemplo, deparar-se com um quadro funcional que expõe o condomínio a excessos de horas extras, com funcionários que ultrapassam em muito o limite permitido por lei. “Vemos porteiros fazendo 160 horas extras fixas. Isto, sem que o condomínio tenha a menor ideia do risco, e dos custos, que representa. O peso da folha de pagamento, quando não o de uma ação trabalhista, pode tornar um condomínio inviável financeira e operacionalmente”, alerta Simone Ramos, Supervisora do CONDOplus, a solução de gestão profissional da Lowndes.
É a pessoalidade ainda que leva a outro problema comum, que é o funcionário-faz-tudo. Ele fica na portaria, recolhe lixo, pinta, conserta luminárias, limpa caixa de esgoto, entre outras coisas. Mas, o que a informalidade permite, a legislação trabalhista entende como desvio de função. Ônus certo e, invariavelmente, alto para o condomínio.
Atenção com Isenção
O gestor profissional lida com esta situação a partir de um entendimento técnico, imparcial, de que cada função tem suas atribuições, e que o funcionário não pode fazer trabalhos que não são inerentes ao cargo para o qual foi contratado. “São casos muito comuns, mas que exigem todo um esclarecimento sobre os riscos envolvidos, porque a tendência é a de se pensar que fazendo assim está ajudando o funcionário, que feliz atenderá melhor o condomínio. Há formas mais eficientes e seguras de reconhecer e valorizar o empregado”, orienta.
O risco é ainda o de o porteiro, que vai mexer na parte elétrica, por exemplo, sofrer um acidente. Neste caso, o condomínio, na figura do síndico, estará responsabilizado diretamente. “O seguro não vai cobrir. Olha o problema!”, alerta, acrescentando que consertos, obras e reparos devem ser sempre realizados por empresas ou profissionais habilitados. “Para além do conhecimento do que diz a lei trabalhista, é preciso foco no resultado, que envolve também as finanças e a segurança do condomínio”, afirma.
Uma gestão profissional sempre verifica todas as ocorrências do prédio à luz do Código Civil, da Convenção, do Regulamento Interno e das deliberações da Assembleia. É um serviço especializado
Parte do trabalho do gestor profissional é esclarecer os condôminos, e também os funcionários, sobre as práticas que vão contra a lei, de que é preciso corrigi-las e efetuar estas correções.
Foco na Prevenção e em Soluções Efetivas
Uma gestão profissional sempre verifica todas as ocorrências do prédio à luz do Código Civil, da Convenção, do Regulamento Interno e das deliberações da Assembleia. “É um serviço especializado”, diz.
Dentre os muitos campos de conhecimento necessário, destacam-se o contábil/financeiro, porque lida com recursos sobre os quais precisa dar conta; jurídico, porque lida com diferenciado número de contratos; pessoal/ trabalhista, porque lida muito com relações interpessoais, com funcionários, prestadores de serviços, (esporádicos ou terceirizados), com condôminos, com o morador, além de saber se acercar dos cuidados necessários ao contratar uma obra.
Não basta ter boa vontade, tem que ter conhecimento, uma formação específica, ser um profundo conhecedor dos problemas atuais que afetam o condomínio”
Simone Ramos, Supervisora do CONDOplus
E, atualmente, à questão trabalhista somam-se às crescentes demandas por danos morais, o que requer ainda maior atenção. “Não basta ter boa vontade, tem que ter conhecimento, uma formação específica, ser um profundo conhecedor dos problemas atuais que afetam o condomínio”, afirma Simone. Ela destaca a dificuldade de se encontrar quem queira ser síndico e o consequente surgimento de um mercado de trabalho que, como tal, exige pesquisa apurada, pois muitos não têm nem porte para atender ao número de condomínios que assume, tampouco conhecimento técnico. “Não dá para brincar de ser síndico. A grande diferença quem faz é o profissional, e o suporte que dispõe. Esta qualidade de relações interpessoais, esta ação preventiva, encarando os problemas de frente, o profissionalismo com o qual lidamos com todas as questões, tudo isto resulta em eficiência para o pleno funcionamento do condomínio”, conclui.
CONDOPlus+: Uma Solução na Qual Quem Atua como Síndico é a Lowndes
Completo e ágil, o CONDOplus disponibiliza para o condomínio uma gestão condominial, desde as rotinas da área administrativa, financeira, de pessoal, manutenção e contratos, relacionamento interpessoal, e ainda, o acompanhamento e comparecimento em audiências de ações judiciais cíveis, trabalhistas e até criminais e em assembleia.
Todo o trabalho é realizado com o respaldo da administradora, em uma gestão pautada por ações preventivas, orientado por gestores condominiais da equipe de profissionais da empresa. Ele começa com uma vistoria prévia, onde é feito um raio x do condomínio para verificar características, forma de gestão e correções a serem efetuadas. Baseado nos relatórios e diagnósticos desta primeira etapa, é apresentado em assembleia um planejamento de ações, elencando as prioridades e a previsão orçamentária, para que seja traçado um cronograma de ações passíveis de serem realizadas.
A gestão profissional é um trabalho muito atento e com trocas frequentes de sugestões e informações com os conselheiros. Há os dias de visita, os contatos por telefone, os registros das ocorrências mais importantes por dia, cada detalhe que envolve as rotinas do condomínio
Simone Ramos. Supervisora do CONDOplus
“A gestão profissional é um trabalho muito atento e com trocas frequentes de sugestões, informações com os conselheiros. Há os dias de visita, os contatos por telefone, os registros das ocorrências mais importantes por dia, cada detalhe que envolve as rotinas do condomínio. Um acompanhamento que permite controle e transparência a todo o atendimento realizado, passo a passo”, detalha.
Com uma participação muito ativa, a conselheira de um condomínio do Centro elogia o serviço. “O sistema funciona com rapidez e flexibilidade”, afirma, destacando a adaptação do relatório entregue pela gestão profissional, personalizado de acordo com as demandas do condomínio. “Ele dá uma ideia muito boa do movimento das despesas, separando as extraordinárias, especialmente obras, de contratos e das despesas cotidianas. No item funcionários demonstra o quanto cada um está recebendo, mesmo os terceirizados Isto permite estudarmos ações, pois nosso intuito é reduzir custos, como o INSS de terceirizados, por exemplo”, diz.
Ela considera que o relatório disponibilizado dá visibilidade para detalhes aos quais o condomínio deve estar atento Faz com que os recursos sejam melhor utilizados. “Com muito menos tempo avaliamos os problemas e as possibilidades. Com 15 minutos de conversa por telefone com o gestor e com o respaldo operacional de uma administradora, podemos tomar a melhor decisão e o condomínio está confortável”, completa.
O conselheiro Alcídio Haydt de Souza, do Condomínio São Francisco Xavier, na Tijuca, concorda. “Vejo de modo muito positivo contar com o suporte da administradora que tem conhecimento, advogados, contabilidade, pessoal É um facilitador. Já tivemos outro síndico terceirizado, mas não com o suporte de uma administradora associada, o que faz toda a diferença”, afirma. Ele considera importante ainda a comunicação frequente aos condôminos sobre tudo o que é feito. “É uma espécie de efeito colateral. Se contam com uma empresa de peso, pedem mais, tornam-se mais exigentes”, conclui.
Destaque
Retrofit: Vida Nova e Útil para as Edificações
Casa Daros
As edificações envelhecem e deixam de atender às necessidades de seus usuários. Ficam defasadas frente as legislações urbanas, ambientais e de segurança, que são renovadas periodicamente. E, assim, perdem valor, tendo ainda custo elevado de manutenção por falta de atualização de componentes e instalações. Segundo a arquiteta Adriana Roxo, a estrutura de uma edificação tem durabilidade muito superior a de equipamentos, instalações e componentes nela existentes. Se bem mantidas e protegidas de agressões, a estrutura de concreto e as alvenarias preservam suas características e funções por muito tempo. Porém, as instalações, os equipamentos eletromecânicos e demais componentes se deterioram, ou ficam obsoletos, em torno de 20 anos. “Deve-se pensar em revitalizar uma edificação quando se verifica que esta perdeu sua funcionalidade, ou não mais dispõe de condições necessárias para utilização segura e adequada”, diz.
Além disso, outros itens, como acessibilidade, redução do consumo de água e energia, demanda de energia, segurança contra incêndio, conforto térmico e acústico, custos e facilidade para execução de manutenções, passaram a ser exigências dos usuários, havendo sidade de incorporá-los aos edifícios, em muitos casos, devido a exigências legais.
É por isto que em nosso País, mais recentemente, o mercado imobiliário passou a enxergar o retrofit como um nicho de mercado com grande potencial a ser explorado. Em nosso País, pois a prática é comum na Europa e mesmo na América do Sul, na Argentina, mais comumente.
Isso ocorre porque, em uma grande cidade, é cada vez mais difícil encontrar terrenos vazios em áreas com disponibilidade de infraestrutura, comércio e serviços. Então, a revitalização de uma edificação em uma área central valorizada é retorno certo do investimento. “O retrofit cria condições para novos usos, possibilita que edificações degradadas e abandonadas sejam reintegradas à cidade e recuperem seu valor. Temos alguns exemplos interessantes de shoppings, centros culturais, estabelecimentos de ensino e hotéis, mas também há edifícios comerciais e residenciais”, diz.
A arquiteta cita algumas das edificações que passaram por retrofit: o Amarelinho da Cinelândia, atual Edifício Amadeus Mozart, o Edifício Galeria (Sul América), ambos de salas comerciais, o Edifício Beach Copacabana, na esquina da Constante Ramos com a Domingos Ferreira, e outra na esquina das ruas Ronald de Carvalho e Ministre Viveiros de Castro, ambos residenciais.
Cidade Maravilhosa e Subaproveitada
Para os arquitetos Ernani Freire e João Calafate, ambos professores de arquitetura com grandes obras realizadas com este objetivo, como a Casa Daros, o Museu Chácara do Céu, de Santa Teresa, os edifícios Castelo e México, o Rio é uma das cidades do mundo com maior número de prédios de valor histórico e arquitetônico subutilizados, quando não abandonados, e, ao mesmo tempo, com um déficit habitacional enorme. Eles destacam a falta de cultura que leva a esta situação. “Na Europa, ser proprietário de um imóvel de valor histórico é um pedigree. É algo muito valorizado”, diz Ernani Freire. “Mesmo na Argentina, com toda crise econômica, tudo é preservado”, acrescenta João Calafate.
Freire ressalta que a tendência das cidades hoje é pensar no adensamento mais do que na expansão para áreas sem infraestrutura. Ele cita o Centro, com toda uma rede de serviços, mas sem residências e sem funcionamento fora do horário comercial. “A Europa tem exemplos muito bem-sucedidos e o Rio se enquadra em um perfil muito próximo, com edifícios antigos muito bem construídos. São edificações boas e subaproveitadas. A questão da sustentabilidade mudou o foco. No movimento modernista vimos a proposta de demolição, mas no meio do século XX começam a valorização do passado, a se rever o que é importante do ponto de vista do conceito de sustentabilidade, do valor histórico e arquitetônico. Com isto a questão do reaproveitamento, do construir sobre o construído, ganha força. E o Rio tem um campo enorme para isto. Um acervo grande a ser trabalhado”, considera.
Calafate destaca a qualidade das edificações mais antigas, como as construções dos anos 40, que são muitas entre os edifícios do Rio, edificações que tem qualidade arquitetônica e de materiais, o que por si só já vale investir no retrofit. “A arquitetura atual do Rio é lamentável”, avalia.
Danos Versus Real Valor Histórico Cultural, Mais Redução de Custo
Ambos alertam quanto a necessidade de uma avaliação prévia, de se fazer um estudo para saber se vale a pena revitalizar uma fachada, por exemplo, de um imóvel de valor arquitetônico, mesmo que não seja tombado. Desta análise deve fazer parte ainda um levantamento dos danos e de sua extensão para se ter uma ideia do custo e do prazo de obra. “Do ponto de vista econômico, vale mais recuperar que jogar abaixo e construir outro. Sem contar com outros aspectos que atualmente são levados em consideração, como os de sustentabilidade” destaca Freire, acrescentando que há que se pensar também que se demolir e for construir outro no lugar, este terá de se submeter as regras construtivas em vigor. Um prédio partindo do chão demora, em média, de 24 a 36 meses para ser erguido; um retrofit pode ser concluído em até 18 meses, com custos que não se comparar Tudo isto precisa ser posto na balança, antes de decidir por um retrofit.
Do ponto de vista econômico, vale mais recuperar que jogar abaixo e construir outro. Sem contar com outros aspectos que atualmente são levados em consideração, como os de sustentabilidade
Ernani Freire, arquiteto
Assim como a arquiteta Adriana Roxo, Freire e Calafate reforçam os muitos benefícios, incluindo a valorização do imóvel e a redução do custo de manutenção. Com chafts novos, tubulações aparentes, revisão de parte elétrica, modernização de elevadores e outros equipamentos e instalações, passa-se a ter uma edificação pronta para atender as demandas atuais, sem os altos custos que as estruturas obsoletas impõem.
“Fazer um retrofit é preparar o edifício para a contemporaneidade. A dinâmica de hoje é a de já se construir para mudar. É fundamental dotar o prédio de espacialidade e tecnologia que possa abrigar as atuais e as futuras demandas”, enfatiza Calafate.
Para o retrofit, o ideal é que o imóvel tenha pé direito alto e pavimentos amplos para permitir as adaptações aos equipamentos e às instalações modernas – elevadores, escadas com portas corta-fogo pressurizadas, instalações hidráulicas, elétricas, de cabeamento e de ar-condicionado, etc. Mas, isto não inviabiliza a utilização total ou parcial do retrofit por edifícios com outros padrões.
De um modo geral, por mais limitações que existam há sempre um retrofit que pode ser feito. O importante é contar com profissionais experientes, com muitas obras realizadas, que sejam capaz, por exemplo, de negociar com o patrimônio (nos três níveis, federal, estadual e municipal). “Eles estão fazendo o trabalho deles, e fazem bem feito. Quem pretende realizar uma obra deste tipo é que precisa ter sólidos argumentos para ponderar sobre as potencialidades de se empreender a revitalização de uma edificação por seu alto valor histórico e cultural para a cidade e, com isto, abrir caminho”, conclui Freire.
Saiba Mais
Seguros para condomínios
Conhecer as modalidades, as coberturas específicas e até realizar a renovação do seguro do condomínio fica mais fácil com a ajuda de um corretor
O seguro para condomínio, conforme o Código Civil, no Art. 1.346, é obrigatório na modalidade que garante cobertura para toda a edificação contra o risco de incêndio, ou destruição, total ou parcial. Mas, há ainda os seguros de vida de empregados e de assistência funeral, previstos para os empregados em edifício, conforme dissídio da categoria em vigor. Contratá-los não é apenas uma obrigação, mas a forma mais correta de se proteger contra prejuízos causados por algum acidente: As garantias estão diretamente relacionadas aos riscos a que o condomínio está exposto e, por isto, conhecê-las é essencial para que, de fato, os seguros protejam o empreendimento, e sejam contratadas as garantias acessórias necessárias.
A consultora de seguros Heloísa Nogueira Goulart, cita dois dos mais importantes, detalhando suas coberturas. “O seguro responsabilidade civil do condomínio reembolsa os danos materiais causados a terceiros, inclusive condôminos, em decorrência de acidentes ocorridos nas áreas comuns. Já o Seguro Responsabilidade Civil do Síndico cobre as reparações por danos involuntários, corporais ou materiais causados a terceiros, decorrentes de falhas de gestão cometidas, exclusivamente, no exercício da função de síndico do condomínio”.
Ela cita ainda os seguros para garagens, como o seguro de responsabilidade civil dos portões, que garante o reembolso por danos causados a veículos de terceiros, inclusive condôminos, desde que o controle tenha sido acionado pelo empregado. O seguro de responsabilidade civil dos veículos, parcial ou total, que prevê reembolso para roubo e incêndio de veículos de terceiros, inclusive condôminos, regularmente guardados no interior do condomínio, e desde que o condomínio tenha assumido o dever de guarda. E, ainda, o seguro de responsabilidade civil da garagem, para os casos de furto qualificado do veículo, isto é, que haja a comprovação de vestígio ou ameaças físicas. ‘‘O furto simples não possui cobertura securitária em qualquer garantia contratada”, informa Heloísa. Este seguro também não cobre o roubo de acessórios.
Orientações e Representação
Como, neste caso, para cada seguro há garantias e exceções previstas. As coberturas dependem de muitos fatores, exigindo adequar o seguro às necessidades do condomínio, o que só pode ser feito por um corretor. “Para cada prédio é elaborado um seguro exclusivo, feito quase que sob medida”, explica. É por isto que o mais importante é ter um bom corretor, profissional que ajudará na identificação do que o edifício precisa e na definição dos valores para a contratação, ou renovação, do seguro. “Além disso, ele será aquele que representará o condomínio junto à seguradora, principalmente em caso de sinistro”, diz.
A consultora alerta que a responsabilidade pela renovação do seguro é do síndico, em cujo mandato a apólice foi emitida. “A mesma se estende para a falta de revisão dos valores e de coberturas a cada renovação. Mais uma vez, destaca-se a importância de se contar com um corretor que o assessore no correto cumprimento destas responsabilidades”, acrescenta.
A síndica Sonia Maria Rosa Malagrici viveu uma situação estressante ao assumir o Condomínio do Edifício Celestial. “Era minha primeira gestão, não tinha conhecimento de nada e o seguro não foi renovado”, conta. Hoje, síndica há 16 anos, diz que a questão a preocupou apenas aquela vez. “Na ocasião pedi a ajuda de uma corretora que não apenas resolveu a renovação do seguro, como encaminhou a cada morador uma réplica da apólice do prédio, com carta explicando a importância dos seguros para o condomínio. Iniciativa que nos encantou e, desde então, passamos a contar com sua ajuda”, conta.
Sonia diz que todo mês de setembro a corretora encaminha nova correspondência, está com o orçamento para a renovação do seguro que acontece sempre em novembro. Uma comunicação que representa satisfação aos moradores e transparência para a administração do condomínio. “Todo ano, neste período, lembro do alívio que foi contar com ela no passado. E ainda hoje não deixa de ser um alívio pela tranquilidade que sua assistência nos garante”, afirma.
Quando um Sinistro Acontece
O síndico do Condomínio Terra e Mar, no Flamengo, Nelson Pereira de Carvalho, conta que a ajuda da corretora, que já o assiste há mais de 8 anos, foi fundamental quando houve um acidente com o portão automático no edifício. “A pessoa atingida era estranha ao prédio e quis criar toda uma situação. Mas acionamos a corretora e não precisamos nos estressar nem um pouco, pois ela assumiu até as conversas com ele”, assegura.
Quando ocorre um sinistro, a orientação de um corretor é tão importante quanto na hora de contratar um seguro, pois sem alguns cuidados as coberturas e garantias previstas podem ser perdidas.
Segundo Heloísa, síndicos e até administradores experientes, por desconhecimento ou descuido, provocam atrasos no atendimento ou mesmo à perda do direito à indenização, quando cometem alguns erros. “As seguradoras têm um conjunto de procedimentos previstos pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) e devem cumpri-los. E os segurados precisam respeitá-los”, afirma.
As seguradoras têm um conjunto de procedimentos previstos pela SUSEP e devem cumpri-los. E os segurados precisam respeitá-los”
Heloísa Nogueira Goulart, consultora de seguros
Entre os erros mais comuns estão avisar o sinistro, sem as informações necessárias, como data e hora, circunstâncias do ocorrido, bens atingidos e dados dos envolvidos. “A falta de informações adequadas impede o registro formal do sinistro junto às seguradoras. E sem isto não é possível a indenização”, explica.
Outros fatores são, por exemplo, mandar reparar, ou permitir o répara, de instalações ou equipamentos, sem prévio aviso do sinistro, e anuência da seguradora, pois os contratos não preveem reembolso de qualquer despesa efetuada sem expressa autorização da seguradora.
Buscar transferir à seguradora despesas relativas à conservação de rotina ou à manutenção de equipamentos defeituosos, inoperantes ou que estejam chegando ao final de vida útil. E, ainda, deixar de reclamar sinistros no interior das unidades autônomas, são outros erros que levam à perda da indenização. “Em diferentes circunstâncias, a garantia das coberturas exige conhecimento e o síndico deve sempre contar com a ajuda de um profissional que possa orientá-lo nestas situações para o melhor aproveitamento dos seguros”, conclui.
Entrevista
Segurança Predial
Denise Mury
Diretora da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança – ABESE
O futuro é do acesso remoto e ele já está à disposição do mercado, fruto do avanço tecnológico das câmeras e do registro de imagens. A afirmação é de Denise Mury, diretora da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança – ABESE. A entidade realizará a segunda edição do Congresso de Segurança Eletrônica, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP, em novembro, na cidade de São Paulo. Conversamos com a diretora da ABESE, que atua há 28 anos com soluções em equipamentos de segurança eletrônicos, sobre o que esta tecnologia tem a oferecer aos condomínios.
LOWNDES REPORT – Cada vez mais vemos o quanto as imagens das câmeras dos circuitos internos de TV têm contribuído para a elucidação de crimes. Como estes equipamentos se tornaram tão importantes e o que há de novo neste mercado?
DENISE MURY – Hoje os condomínios já podem disponibilizar imagens para os condôminos via celular, em tempo real. O futuro é do acesso remoto, do monitoramento para a ação. Apesar de inibir ações ilícitas, a câmera em si não é um equipamento de prevenção. Ela registra o fato no momento em que ele acontece. Nos condomínios é utilizada com ótimos resultados para coibir atos de vandalismo. A grande novidade é que, associada a sistemas integrados, possibilita o acionamento remoto de procedimentos previamente estabelecidos para situações críticas. Por exemplo, você está a quilômetros de distância de sua casa, mas se alguém toca o interfone para o seu apartamento, a imagem desta pessoa chega onde você estiver e, de lá, você pode redirecionar esta imagem ou a ligação para onde quiser. É desta forma que ela agrega um valor imensurável aos sistemas de segurança, e não apenas privado. Vemos o quanto a segurança pública utiliza as imagens dos circuitos internos de TV privados em suas investigações e isto acontecerá cada vez mais. Em Maio, a ABESE assinou um protocolo de intenções, juntamente com a secretaria de segurança pública (SSP), para firmar parcerias e receber imagens e informações que contribuam no combate à criminalidade. Ou seja, São Paulo já deu início a um sistema que permitirá acesso a todas as imagens das câmeras espalhadas pela cidade, sejam as de rua, sejam as de condomínio, de empresas ou pessoais, para aumentar a segurança.
Os condomínios já podem disponibilizar imagens para os condôminos via celular, em tempo real. A grande novidade é que, associada a sistemas integrados, possibilita o acionamento remoto de procedimentos previamente estabelecidos para situações críticas.
Denise Mury é diretora da ABESE
LOWNDES REPORT – Os condomínios têm acompanhado estes avanços?
DENISE MURY – A história mostra que locais que tem equipamento de segurança estão menos suscetíveis à invasão. Quanto mais expõe que tem equipamentos, mais trabalho quem quer entrar pensa que terá, fazendo com que procure outro lugar de mais fácil acesso. Muitos condomínios também conseguiram resolver problemas internos com a instalação destes equipamentos. Ela é entendida quase como um juiz, porque acaba com histórias mal contadas ao registrar o fato. É consenso ainda que elas valorizam o imóvel. Mas, para todas as situações, fazer um projeto é fundamental para identificar os equipamentos corretos a serem instalados, de acordo com os objetivos do condomínio. O condomínio já entendeu que a câmera é essencial. Já está na cultura, mas há outras coisas que complementam que não estão tendo a mesma atenção porque a câmera sozinha não faz nada. É um conjunto de coisas que tem que andar coordenadas para que a segurança funcione. Somente com avaliação é possível identificar as necessidades do condomínio em termos de segurança, inclusive no estabelecimento de procedimentos e regras que dêem suporte aos equipamentos para que os resultados sejam efetivos.
LOWNDES REPORT – Por exemplo?
DENISE MURY – Os alarmes, por exemplo, que são equipamentos para os muros, para a proteção do perímetro. Eles evitam que alguém indesejado entre por um lugar não usual. Mas podem também ser de emergência médica, quando um idoso que está sozinho não se sente bem, ou cai. Ou ainda, alerta de invasão no prédio. Uma central de monitoramento recebe as informações e executam-se os procedimentos pré-estabelecidos para aquele evento: Acionar a Polícia Militar, chamar o médico, um parente ou responsáveis. O melhor dos mundos é ter um profissional treinado para gerenciar estas situações e os procedimentos pré-estabelecidos pelo condomínio. Ainda para condomínios há o controle de acesso, que é uma ferramenta excepcional porque só permite o acesso a autorizados e identificados. Hoje já se sabe que os grandes vilões da invasão são os falsos entregadores. Eles se disfarçam para ter acesso lícito”, alguns chegam a usar uniformes das empresas públicas. Com os sistemas de controle de acesso pode-se identificar e também controlar a permanência de quem entra no prédio. Existem softwares que dão permissão e passa a contar um tempo até que a pessoa saia do prédio. Se ela demora a voltar, ou seja, a dar baixa na saída dentro do tempo estabelecido para isto, inicia-se o procedimento de ir atrás dela.
LOWNDES REPORT – Tudo exige um conjunto de procedimentos que precisa ser previamente estabelecido. Em um condomínio, este é um ponto crítico. Como os síndicos podem persuadir os condôminos a colaborar?
DENISE MURY – O brasileiro não tem a cultura da prevenção, ele espera acontecer uma fatalidade para então procurar ajuda, por isso é importante lembrar que a segurança eletrônica é uma ferramenta para preservação do patrimônio, vidas e meio ambiente. E não é só de tecnologias que depende o sucesso de um pacote de soluções para segurança eletrônica. Para ajudar na escolha de um melhor serviço, a ABESE criou o Selo de Qualidade ABESE, que permite identificar as empresas que atendem aos requisitos de qualidade regulamentados. O Selo tem ainda o objetivo de orientar a compra consciente e segura do consumidor. Outra atuação é direcionada à orientação do consumidor. No último ano, foi lançado o Guia de orientação ao Consumidor que visa conscientizá-lo sobre os passos corretos de como adquirir um sistema de segurança adequado a suas necessidades. Lá estão informações que podem ser levadas aos condôminos, a fim de conscientizá-los e orientá-los. O mais importante é contratar uma empresa de sistemas eletrônicos de segurança confiável, idônea, legalmente constituída, que garanta a procedência dos equipamentos e acessórios utilizados para instalação do sistema e, principalmente, que assuma compromisso pós-venda, firmado em contrato com o cliente. Ela também será importante parceira do síndico nesta tarefa de conscientização dos condôminos para a necessária colaboração de todos para que o sistema de segurança do condomínio funcione.
No tocante à tecnologia de monitoramento, não há mais os limites de distância. Através dos celulares, podemos acessar imagens de casa, do trabalho, de onde quisermos”
Denise Mury é diretora da ABESE
LOWNDES REPORT – Qual o limite para os avanços tecnológicos nesta área e, especialmente, para o acesso a imagens. Não há risco de exposição da privacidade?
DENISE MURY – Novas tecnologias surgem a cada dia, ampliando ainda mais os limites deste mercado. No tocante à tecnologia de monitoramento, não há mais os limites de distância. Através dos celulares, podemos acessar imagens de casa, do trabalho, de onde quisermos. Mas este cuidado com a privacidade e direito de imagens é fundamental. E aqui é importante destacar que o condomínio deve ter muita atenção com o local onde coloca as caméras, a quem dá acesso as imagens e quais imagens poderão ser disponibilizadas. Por exemplo, qual a importância de um condômino ter à distância imagens do interior do elevador? É sabido que os porteiros adoram ver estas imagens porque, mesmo com as câmeras, este é um local onde acontece de tudo. Aqui, mais uma vez, será um profissional experiente que poderá orientar o síndico na disposição mais adequada e segura das câmeras, e ainda no acesso e guarda destas imagens. Aproveito para deixar o site da Associação, para quem quiser saber mais informações e acompanhar: www.abese.org.br.
Ações Positivas
Fábrica Verde
Garantindo inclusão digital a partir de lixo eletrônico
Para a Fábrica Verde não basta apenas dar destinação correta ao lixo eletrônico. O projeto, criado pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), há dois anos, visa reduzir a quantidade de lixo eletrônico, qualificando mão de obra para a montagem e a manutenção de computadores e a formação de telecentros nas comunidades, pacificadas ou não, do Rio.
Até o mês de julho, 948 pessoas foram capacitadas pelo projeto, que é realizado na Rocinha, Morro da Chacrinha, Morro da Providência, São João de Meriti, Vila Kennedy e Jardim Bangú. A primeira comunidade contemplada foi a do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, seguida da Rocinha, na Zona Sul, do morro da Chacrinha, na Tijuca (que atende também aos moradores do Salgueiro e do Turano), e de Manguinhos e Jacarezinho, em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. E a expectativa é de levar o projeto para outras comunidades. Os cursos, com duração de três meses, são gratuitos e oferecidos para pessoas de 16 a 39 anos que estejam cursando ou tenham concluído o ensino médio. Os alunos têm aulas teóricas e práticas e os participantes recebem ajuda de custo.
Depois de formados, são encaminhados ao mercado de trabalho através de parcerias realizadas com o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE). A Fábrica Verde mantém ainda parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), para capacitação destas pessoas em empreendedorismo. E, a cada 120 jovens capacitados, seis são selecionados para atuar como monitores no projeto, com remuneração inicial de R$600 mensais.
Desde que foi criada, a Fábrica Verde já montou 733 computadores novos com o reaproveitamento de lixo eletrônico doado. Depois de prontos eles são distribuídos para os telecentros que foram criados exclusivamente para dar destinação útil a estes equipamentos e inclusão digital às populações mais carentes. Os computadores montados também são doados para as comunidades que solicitarem os equipamentos ao projeto, que já criou ao telecentros.
Jovens aprendem a montar e a consertar computadores
Como Participar e Ajudar
A cada três ou quatro máquinas obsoletas, o projeto consegue fazer uma nova. Este lixo é tóxico, em sua composição há metais pesados como cádmio e chumbo. Mas, o que iria para o lixo poluindo o meio ambiente, ganha vida nova e útil nas mãos dos jovens capacitados pela Fábrica Verde. Mas, para isto, é importante que os equipamentos sejam descartados adequadamente nos EcoPontos, onde quem tem equipamento obsoleto, que não quer mais, ou até com defeito, pode descartá-lo. Empresas, órgãos públicos e também condomínios podem ter um espaço destes. A coleta é feita pela própria Secretaria que disponibiliza os containeres para a guarda das doações.
Para saber mais, fazer sua doação ou abrir um EcoPonto, entre em contato com a Superintendência de Território e Cidadania (STC), da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), através do telefone 2332-5623.
Porteiros
Parar pra que?
Ataíde Carvalho Junior
Condomínio Iracema
O porteiro-chefe do Condominio Iracema, no Centra, Ataide Carvalho Junior, não gosta de ficar parado. Desde que começou a trabalhar em edifícios, em 1998, depois de um período atuando no atendimento ao público da extinta Rede Manchete, dividiu o tempo entre o serviço em portaria, cursos para empregados de edifícios e uma segunda atividade de organizador de eventos. Sua rotina se estende de segunda a segunda e ele nunca se cansa. Na portaria, seja no contato com os demais empregados, seja no atendimento aos condôminos e visitantes, sua postura é sempre a de quem está começando o dia, com disposição e tranquilidade. Atento a tudo o que aprendeu, chama a atenção pelo profissionalismo.
Ataíde Carvalho Junior
Da primeira experiência, como porteiro de um prédio residencial, ficou a compreensão de que em um residencial, lidando com moradores, as relações são mais próximas. “Passamos muitas vezes do profissional ao pessoal. Ficamos muitas horas no trabalho e, de repente, conhecemos aquelas pessoas, nos sentimos fazendo parte de uma família”, destaca. Quando surgiu uma oportunidade de trabalhar como vigia noturno, Ataíde estranhou. Pegava à noite e saía pela manhã, tendo poucos contatos. Mas, foi neste período que, com o tempo disponível durante o dia, pode começar a fazer cursos e a ver o trabalho com outros olhos. “Muitos não sabem, mas este trato com as pessoas, que é tão importante para quem trabalha em condomínios, muda quando recebemos orientação e compreendemos como se deve lidar com cada público”, explica.
Ele passou oito anos neste emprego e saiu com os cursos básicos fundamentais para portaria, como os de segurança, de porteiro chefe e o de qualidade nos serviços de portaria. Quando foi trabalhar no Edifício Iracema, em 2002, em oito meses, assumiu a chefia da portaria e o grande desafio foi conquistar a confiança dos demais. “A chefia veio rápido e sentia que devia corresponder”, lembra. Para o síndico, Carlos Montenegro, Ataíde chegou pronto. “Ele é muito preparado, além de interessado e atento às questões do condomínio. Procura ser parceiro dos colegas e orientá-los, neste sentido. Um profissional especial, uma pessoa muito boa”, afirma.
Diálogo Constante
O porteiro, por sua vez, diz que é muito importante para o seu trabalho o diálogo aberto com o síndico. “Temos ainda o administrador e conversamos sempre sobre o melhor para o prédio, para que tudo funcione 100%. A gente é cobrado por eles e eles precisam estar a par de tudo o que acontece para entender as demandas e encontrar as melhores soluções, pois não podemos ter problemas no funcionamento do prédio”, completa. Para os colegas, Ataíde chama a atenção para o fundamental cuidado no trato com os diferentes tipos de pessoas que circulam em um prédio. “Tem até aqueles que são mais camaradas, mas não podemos confundir as coisas e o mais correto é ser polido e educado, mantendo um distanciamento respeitoso, sem distinção”, orienta.
Ataíde afirma que, no Iracema, o aprendizado continuou, na prática, na vivência de uma portaria de movimento muito intenso. Uma rotina que exige muita atenção. “Temos 200 salas, é muita gente circulando e trabalho direto junto aos demais porteiros e ascensoristas na recepção e condução de todas estas pessoas”, detalha. Ele diz que a equipe funciona bem junto e o trabalho é tranquilo. “Quando é preciso conversamos, mas todos colaboram”, garante.
Temos 200 salas, é muita gente circulando e trabalho direto junto aos demais porteiros e ascensoristas na recepção e condução de todas estas pessoas”
Ataíde Carvalho Junior, porteiro
Sobre a parte operacional e técnica envolvida na sua atividade, ele diz que foi pegando aos poucos. “Porteiro não precisa ser um profissional de manutenção, mas é bom que tenha noção de tudo o que envolve o dia a dia de um prédio”, acredita.
E ele não recusa trabalho. “Sou acelerado. Mesmo em casa, se não tenho nada para fazer, inventa. Pego um martelo, vou consertar alguma coisa”, diz. É raro não ter um evento no final de semana para organizar e ele gosta disso. “Não sei ficar parado”, acrescenta.
Nas horas vagas, Ataide gosta de fazer um churrasco em casa, ou sair para uma pescaria. Casado e com três filhos, o mais novo com 11 anos, reconhece que precisa encontrar tempo para ter uma atividade física regular. “Incomoda um pouco saber que não faço nada neste sentido, mas a gente vai adiando, empurrando mais para frente o início de uma ginástica qualquer. Mas já estou pensando no assunto, o que é um começo”, conclui.
Deu Certo
Realizador aos 90 Anos
Edifício Portugal
Este é um ano especial para o síndico Fernando Gomes de Abreu. Ele comemora 90 anos de idade e também a grande realização de sua administração do Condomínio do Edifício Portugal, no Centro. O prédio de 1955 está sendo totalmente reformado. Retrofit de fachada, portaria, elevadores, instalações, máquinas e equipamentos modernos e uma valorização estratosférica. Ao assumir a sindicância, em 1996, as salas não passavam de R$24 mil. Hoje são comercializadas por, em média, R$300 mil. “O retrofit de fachada foi a penúltima etapa. Falta ainda revestimento de piso e de parede dos corredores, e escadas. Com isto, estaremos completamente renovados”, garante.
Nova fachada do Edifício Portugal
O síndico se orgulha em dizer que tudo isso por apenas R$10,00 0 metro quadrado. “Duvido que haja condomínio comercial, no mesmo padrão, mais barato no Centro do Rio de Janeiro”, afirma.
Foi ele quem propôs a nova fachada para um arquiteto que trabalhava no prédio, que fez o desenho inicial, que ao longo da obra precisou sofrer intervenções, sempre acompanhadas de perto pelo síndico. Fernando participou de tudo desde o início, selecionando uma empresa experiente para a execução da obra e comprando os materiais diretamente da fábrica. Advogado, administrador de empresas e contador, experiência é o que não falta ao síndico. Mas o que chama mais a atenção é o seu entusiasmo, a vontade de realizar.
Ele também é um bom negociador, tendo parcelado a mão de obra em 30 meses de modo a não onerar os condôminos, isto depois de ter planejado toda a obra com antecedência e feito fundo de reserva, gerindo com maestria a obra de R$4 milhões. Fernando faz questão de agradecer o apoio e a participação da comissão de obras e do conselho fiscal em todo o processo e dizer que não faria nada sozinho. O síndico não falta um único dia e acompanha de perto tudo o que é feito no prédio. “A obra poderia acabar em menos tempo se tivéssemos um sistema de ar condicionado central. Mas o prédio não foi projetado em uma época que isto existia”, brinca.
Para a seleção da empresa que executa as obras, além da pesquisa pelo porte dos projetos já realizados, fez questão de visitar as instalações para comprovar a capacidade para assumir a reforma do Edifício Portugal.
Renovação como Propósito
Fernando assumiu o prédio por considerar que estava em estado precário de conservação. Seu objetivo era não apenas manter, mas renovar. “Sempre fui síndico. Quando casei e passei a morar em prédio, exerci a função de síndico várias vezes e fiz muitas obras. Gosto de fazer obra, de ver tudo novo”, diz.
Sua primeira obra foi a de modernização da portaria, cujo desenho impedia qualquer cuidado com o controle de acesso e a segurança do edifício. Ela foi redesenhada e ganhou revestimentos novos. A segunda, foi a troca dos elevadores dos quais foram aproveitados apenas os contra-pesos. A casa de máquina surpreende a todos que têm acesso a ela. Moderna e climatizada para garantir vida longa aos novos equipamentos, ganhou maquinário, pintura, novos basculantes e um ar condicionado de 80 mil btus.
Um problema que foi sendo resolvido aos poucos, foi a troca das tubulações. Os vazamentos eram frequentes e a cada um, aproveitava para trocar a coluna inteira. Hoje, todas as tubulações, de água, esgoto e recalque, são novas. Com a substituição, o consumo de água diminuiu em 50%. Ele também deu início a uma briga que se arrastou por 8 anos com a Cedae e comemora a vitória. O condomínio já é cobrado pelo consumo medido. Com isto, houve uma redução de 3 mil para 900 metros cúbicos.
Ainda de olho na economia e na valorização dos imóveis, o síndico fez aumento de carga e revisou todas as instalações elétricas e cabeamento de telefonia, fazendo um rebaixamento do teto para utilizar o espaço. O prédio também ganhou câmeras em todas as áreas comuns e para a rua, com visão tanto para a Avenida Franklin Roosevelt, quanto para a Avenida Churchill. A segurança é uma preocupação constante. Afinal, são 1.200 visitantes em média por dia, fora condôminos e quem trabalha no edifício.
O síndico precisa ter três coisas: presença, criatividade e honestidade. Se realiza e dá conhecimento a todos dos processos envolvidos nesta realização. Nâo hâ desconfianças: hâ apoio e participação
Fernando Gomes de Abreu, síndico
Ele traz tudo documentado, cuidadosamente arquivado, e credita à transparência dada às suas ações no apoio dos condôminos e o baixo índice de inadimplência. O síndico distribui junto com a cota uma prestação de contas detalhada. E, em um prédio de 305 salas, apenas 5 estão inadimplentes. “Síndico precisa ter três coisas: presente, criatividade e honestidade. Se realiza e dá conhecimento a todos dos processos envolvidos nesta realização. Não há desconfianças: há apoio e participação. É a melhor maneira de se evitar a inadimplência, além é claro das ações para garantir cotas condominiais mais baixas”, conclui.